 
Para  a nova teoria, os pilares da criação são mecanismos guiados por leis  naturais, das quais a vida é uma parte imanente e  pervasiva.[Imagem: NASA]
A Terra é viva, propõe uma nova e revolucionária teoria científica da vida.
A proposta está sendo feita por Erik Andrulis, professor de biologia molecular e microbiologia da
Universidade Case Western, nos Estados Unidos.
O cientista desenvolveu um modelo que pretende nada menos do que
unificar a física, a química e a biologia.
A  teoria trans-disciplinar demonstra que objetos supostamente inanimados e  não-vivos - por exemplo, planetas, a água, as proteínas e o DNA - são  na verdade
animados, ou seja, vivos.
Com  o seu amplo poder explicativo, aplicável a todas as áreas da ciência e  da medicina, este novo paradigma pretende catalisar um verdadeiro  Renascimento.
Erik  Andrulis adiantou seu controverso arcabouço teórico no manuscrito  "Teoria da Origem, Evolução e Natureza da Vida", publicado no jornal  científico Life, que é revisado pelos pares - ou seja, outros cientistas  acataram a proposta como, no mínimo, digna de ser lida.
Emergência da vida no Universo
A  teoria explica não só a emergência evolutiva da vida na Terra e no  Universo, como também a estrutura e a função desde as células até as  biosferas.
Além  de resolver paradoxos e enigmas que têm persistido na química e na  biologia, a teoria do Dr. Andrulis unifica a mecânica quântica e a  mecânica celestial.
Sua  solução nada ortodoxa para este problema quintessencial na física  difere das abordagens tradicionais, como a teoria das cordas - para  Andrulis, a solução é simples, não-matemática, e experimentalmente e  experiencialmente verificável.
Como tal, o novo retrato da gravidade quântica é radical.
 
Dr. Erik D. Andrulis, autor da nova Teoria da Origem, Evolução e Natureza da Vida. [Imagem: Case Western]
Redemoinho da vida
A  ideia básica da teoria do Dr. Andrulis é que toda a realidade física  pode ser modelada por uma única entidade geométrica, com características  de vida: o redemoinho, ou giro.
O  chamado "giromodelo" retrata objetos-partícula, átomos, compostos  químicos, moléculas e células, como pacotes quantizados de energia e  matéria que oscilam ciclicamente entre estados fundamentais  (não-excitados) e animados (excitados) em torno de uma singularidade, o  centro do giromodelo.
Uma  singularidade é ela própria modelada como um giro, totalmente  compatível com a natureza termodinâmica e fractal da vida. Um exemplo  dessa organização aninhada, auto-similar, pode ser encontrado nas  bonecas russas Matryoshka.
Leis da natureza
Ajustando  o giromodelo para fatos acumulados ao longo da história científica, o  Dr. Andrulis confirma a existência, proposta por sua teoria, de oito  leis da natureza.
Uma delas, a lei natural da unidade, decreta que a célula viva e qualquer parte do universo visível são irredutíveis.
Esta lei estabelece formalmente que não há uma realidade física.
Outra  lei natural determina que os reinos atômico e cósmico obedecem a  restrições organizacionais idêntica - simplificando, os átomos do corpo  humano e os sistemas solares no Universo movem-se e comportam-se  exatamente da mesma maneira.
"A  ciência moderna não tem uma teoria da vida interdisciplinar,  unificante. Em outras palavras, as teorias atuais são incapazes de  explicar por que a vida é do jeito que é, e não de outra forma," diz o  Dr. Andrulis.
 O novo paradigma oferece uma fundamentação
 teórica à premissa de Gaia, de James Lovelok
[Imagem U.C.Riverside]
"Este  paradigma geral fornece uma perspectiva nova e estimulante sobre o  caráter e o sentido da vida, oferece soluções para problemas que  persistem [nas teorias atuais] e se esforça para acabar com os debates  desagregadores," completa.
Ao  mostrar que a Terra é teoricamente sinônimo de vida, o paradigma do Dr.  Andrulis fundamenta a premissa de Gaia de que todos os organismos e seu  ambiente na Terra estão intimamente integrados para formar um único e  complexo sistema auto-regulador.
Outra briga lendária é a que persiste entre os criacionistas bíblicos e os evolucionistas neo-darwinistas.
Ao  demonstrar que a origem e a evolução da vida são consequências de leis  naturais e forças físicas, a nova teoria sintetiza argumentos e  desconstrói suposições de ambos os lados do debate criação-evolução.
Equilíbrio
Para  testar seu paradigma, o Dr. Andrulis projetou diagramas bidirecionais  de fluxo que tanto descrevem quanto preveem a dinâmica da energia e da  matéria.
Embora  tais diagramas possam ser estranhos para alguns cientistas, eles usam a  notação das reações que é clássica para os químicos, bioquímicos e  biólogos.
Como  ocorre com todas as novas teorias, a única coisa possível de adiantar  com relação à proposta do Dr. Andrulis é que ela suscitará debates  apaixonados - e paixões quase nunca levam a primeiros comportamentos  equilibrados.