sábado, 11 de junho de 2011

ALÉM DAS ESTRELAS - LUZ E ONDAS - PRÓTONS E NEUTRONS

Ciência

  Astrofísica


Luz e ondas de choque aquecem nuvens que concentram matéria formada por prótons e neutrons


A galáxia NGC 3079, no alto, em que luz e ondas de choque aquecem o gás expulso do núcleo, e a Nebulosa de Caranguejo, em que o choque esquenta o hidrogênio (em verde

Ganha força, finalmente, uma idéia concebida há pouco mais de duas décadas por duas astrônomas – a brasileira Sueli Viegas e a italiana Marcella Contini – para explicar os fenômenos químicos e físicos observados nas entranhas de gigantescas nuvens de gás e poeira que permeiam as galáxias e concentram a maior parte da matéria bariônica do Universo, formada por prótons, nêutrons e elétrons.


As evidências mais recentes de que Sueli e Marcella estão certas no que diz respeito ao comportamento da matéria nessas regiões obscuras do cosmos vêm da observação de um tipo peculiar de galáxia: as galáxias com núcleo ativo, assim conhecidas por concentrarem quase todo o seu brilho numa região central pequena, o núcleo.

Em colaboração com o astrônomo Alberto Rodríguez Ardilla,
do Laboratório Nacional de Astrofísica, em Minas Gerais, 
Sueli e Marcella analisaram a estrutura 
da nuvem de gás e poeira da galáxia
com núcleo ativo Markarian 766, 

considerada relativamente próxima em termos cosmológicos: está a 150 milhões de anos-luz da Via Láctea – para se ter uma idéia dessa distância, a luz detectada hoje pelos astrônomos partiu dessa galáxia há 150 milhões de anos.

 Segmento do som 
Fragmento da Sinfonia N* 40 de Mozart
- creação de Smalin

Descoberta pelo astrônomo armênio Benik Markarian na década de 1960, essa galáxia apresenta uma anatomia semelhante à da Via Láctea, onde está o Sistema Solar: tem uma região central em forma de globo muito luminosa, envolta por um fino disco de estrelas.

No coração dessas galáxias 
um poderoso buraco negro, com uma massa milhões
de vezes maior que a do Sol, engole a matéria
ao redor e a transforma em energia, 

em parte regurgitada de volta ao espaço na forma de luz. Não muito longe do monstro devorador de matéria, um anel espesso de gás e poeira abriga estrelas recém-nascidas, que alimentam o interminável ciclo de vida e morte estelar.

Sueli e Marcella conseguiram reconstituir
o perfil completo da luz emitida

 Sequência do som - 
Fragmento da Sinfonia N* 40 de Mozart
- creação de Smalin

pela região central da Markarian 766 – ou apenas Mrk 766 – a partir de dados obtidos pelo telescópio espacial Hubble e por Rodríguez, usando o telescópio do Observatório de Mauna Kea, no Havaí.

Semelhante ao traçado de altos e baixos 
de um eletrocardiograma, 
esse perfil registra a quantidade de luz 
emitida pela galáxia e a nuvem que a envolve

em diferentes faixas do espectro eletromagnético, das menos energéticas como as ondas de rádio às de energia mais alta como os raios X.

“É uma espécie de assinatura de cores
que permite saber a composição química da galáxia 
e da nuvem de gás e poeira”,

explica Sueli, que no final de 2005 encerrou uma carreira de 30 anos como astrônoma no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP) e hoje vive nos Estados Unidos com o atual marido – o físico Gary Steigman, da Universidade Estadual de Ohio –, dedicando-se à divulgação científica.

No espectro de luz da Mrk 766 estavam as evidências de que Sueli e Marcella tanto buscavam para comprovar a explicação que haviam proposto bem antes para os fenômenos físicos observados nas nuvens extragalácticas de gás e poeira.

Formadas essencialmente por gases de elementos químicos leves como o hidrogênio, composto apenas por um próton e um elétron, além de elementos mais pesados, como carbono e oxigênio, essas nuvens impedem que a luz do núcleo dessas galáxias chegue à Terra, assim como o nevoeiro de uma manhã fria atrapalha a visão de um motorista na estrada. Mas o bloqueio da luz não é tudo o que ocorre ali.


Os corpúsculos de luz (fótons) do núcleo da galáxia transferem parte de sua energia para o gás e as partículas de poeira, aquecendo a nuvem – com a energia extra, os átomos de hidrogênio, silício e carbono, entre outros, tornam-se eletricamente carregados (íons) e emitem a luz detectada por telescópios no espaço e em Terra. Em geral astrônomos e astrofísicos atribuem a energia acumulada por essas nuvens apenas a esse fenômeno de transferência de energia chamado fotoionização. Sueli e Marcella, no entanto, pensam diferente.

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A energia transferida à nuvem apenas pela fotoionização pode ser de dezenas a centenas de vezes menor do que a que observamos”, afirma Sueli. “Algo mais fornece energia para essas nuvens atingirem temperaturas de alguns milhões de graus.” Há pelo menos 20 anos Sueli e Marcella, da Universidade de Tel-Aviv, em Israel, têm uma boa idéia do que pode ser esse algo mais

A astrônoma brasileira já desconfiava que a fotoionização fosse insuficiente para gerar toda a energia das nuvens extragalácticas quando Marcella, especialista em um fenômeno chamado choque, a procurou no início da década de 1980.


Juntas desenvolveram um programa de computador que simula as condições das nuvens de gás e poeira chamado SUMA – soma, em italiano, e também as iniciais de SUeli e MArcella –, que adiciona à fotoionização o efeito das ondas de choque. Numa época em que não existiam computadores pessoais e muito menos laptops, tiveram de se virar com o que havia de mais avançado na USP: um computador Burroughs, programado por meio de cartões de papel perfurados. 

“O SUMA era um programa tão extenso 
que tínhamos de colocá-lo em funcionamento 
apenas nos finais de semana, caso contrário 
a universidade pararia”, 
lembra Sueli. 

Descrito em um artigo publicado em 1984 na Astronomy and Astrophysics, o SUMA funciona hoje até mesmo nos computadores mais simples, desses que se usam para acessar a internet.



Como imaginaram que esses dois efeitos estivessem associados? 
Nada muito complicado. Sabiam que, em certo grau, a luz do núcleo dessas galáxias contribuía para aquecer a nuvem de gás e poeira. Também sabiam que a nuvem não é homogênea – e sim um aglomerado de nuvens menores que se deslocam em um meio muito menos denso. 

“Essas características indicavam
que a chance de ocorrer ondas de choque 
nessas regiões é muito grande”,  
afirma Sueli. 

Só não imaginavam que a velocidade de deslocamento dessas nuvens fosse tão alta: no caso da galáxia Mrk 766, as nuvens se movem a velocidades entre 100 quilômetros por segundo e 500 quilômetros por segundo, como atestam Sueli, Marcella e Rodríguez em artigo da Monthly Notices of the Royal Astronomical Society de dezembro de 2005, uma das mais importantes revistas da área.


“Na região da nuvem mais próxima
do núcleo da Mrk 766 predomina o efeito
da fotoionização, enquanto na mais distante
o principal efeito é causado pelo choque”, 
explica Sueli. 


Conhecer de modo mais preciso a energia total dessas nuvens é essencial para se calcularem propriedades físicas como temperatura, densidade e composição química do gás dessas regiões – dados que permitem estimar a evolução química das galáxias e, em última instância, do próprio Universo.

A comprovação de que o choque e a fotoionização atuam em conjunto não se restringe ao caso da Mrk 766. Sueli, Marcella e Rodríguez notaram resultados semelhantes ao analisar outra galáxia com núcleo ativo, a Ark 564. Quem mais se aproximou desses resultados foi a equipe do astrônomo Michael Dopita, da Austrália, que criou um programa que só leva em conta o efeito do choque, mas deixa de lado o da fotoionização.

 Nuvem entre estrelas

Apesar de haver contestações à interpretação das duas astrônomas para os fenômenos observados nessas nuvens, Sueli segue confiante: “Com o aumento do número de observações mais precisas dessa região central das galáxias, a aceitação de nossa interpretação fica mais e mais próxima”.  

  O Projeto
Evolução e atividades de galáxias
Modalidade
Projeto Temático
Coordenadora
Sueli Viegas — USP
Investimento
R$ 2.247.008,35 (FAPESP)
Pesquisa FAPESP
NASA- Edição Impressa 126 - Agosto 2006 
http://revistapesquisa.fapesp.br/?art=3028&bd=1&pg=2&lg=
 Sejam felizes todos os seres  Vivam em paz todos os seres
Sejam abençoados todos os seres.

LUZ É GERADA A PARTIR DO NADA



Energia

Luz é gerada é partir do nada
O vácuo quântico é o tecido do próprio Universo e sempre houve curiosidade dos cientistas em saber se seria possível extrair energia dele. [Imagem: iStockphoto/Evgeny Kuklev/Umich]   
 
O estranho mundo quântico
Se você não entende nada de física quântica, não se avexe: Richard Feynman, um dos mais aclamados físicos do último século, dizia que ninguém entende de física quântica.

A realidade, contudo, é que ela está lá e, de forma bem prática, é a física quântica que explica o funcionamento dos computadores, dos supercondutores, dos microscópios eletrônicos, das comunicações por fibra óptica, enfim, de quase tudo o que nos leva a chamar o período em que vivemos de "era da tecnologia".

Mas que a física quântica é estranha, isso ela é, sobretudo porque, nas dimensões atômicas e subatômicas, as coisas se comportam de maneiras que ferem nossa intuição, fundamentada no que chamamos de "mundo clássico", explicado pela "física clássica".
Vácuo quântico
Um exemplo típico da estranheza do mundo quântico é o vácuo: faça um vácuo perfeito, eliminando tudo de um determinado espaço, até a última molécula e o que você terá? Nada?
Não exatamente: você terá o vácuo quântico.

O vácuo quântico é um estado com a menor energia possível, uma espécie de sopa de campos e ondas de todas as frequências, o que inclui as forças eletromagnéticas, mas também as ondas que representam as partículas.
Nessa sopa real, partículas saltam continuamente entre a existência e a inexistência.

Essas partículas são tão efêmeras que os físicos as chamam de "partículas virtuais", embora elas tenham efeitos sobre o mundo real.
É por isso que os físicos afirmam que a matéria é resultado das flutuações do vácuo quântico.

Eles acreditam também que corpos celestes extremos podem atuar diretamente sobre o vácuo quântico, produzindo energias capazes de interferir até com fenômenos astrofísicos.
Faça-se a luz
A maior parte dessas explicações ainda está no reino das hipóteses e das teorias. Ou, pelo menos, estava.

Pela primeira vez, uma equipe de físicos afirma ter conseguido gerar coisas desse "nada" quântico. Mais especificamente, eles fizeram com que vácuo quântico gerasse fótons reais. Ainda mais claramente, tentando trazer isso para o senso comum, eles emitiram luz do nada.

Será necessário esperar que outros grupos refaçam o experimento; mas, se confirmado, esta certamente se transformará em uma das experiências científicas mais bizarras e famosas da história, e uma importante prova prática da validade da mecânica quântica.

Luz é gerada é partir do nada
O vácuo quântico é um estado com a menor energia possível, uma espécie de sopa de campos e ondas de todas as frequências, de onde partículas virtuais saltam continuamente entre a existência e a inexistência. [Imagem: Lee Brain]
 
Realizando o virtual
Ora, se o vácuo quântico é uma sopa na qual pululam partículas virtuais, deve ser possível detectar ou mesmo capturar essas partículas. Foi isto o que motivou Per Delsing e seus colegas da Universidade Tecnologia de Chalmers, na Suécia.

Os cientistas já sabiam como detectar indiretamente as partículas virtuais "emitidas" pelo vácuo quântico usando dois espelhos, colocando-os muito próximos um do outro.

Essa proximidade limita a quantidade de partículas virtuais que podem vir à existência entre os dois espelhos. Como passam a existir mais partículas virtuais fora dos espelhos do que entre eles, cria-se uma força que empurra um espelho na direção do outro.

Esse empurrão, conhecido como Força de Casimir, é forte o suficiente para ser medido pelos instrumentos atuais.

Luz do nada
Mas os teóricos previam que as coisas poderiam ficar mais interessantes se fosse usado um espelho só, que poderia absorver energia das partículas virtuais e, sendo um espelho, reemití-las na forma de fótons reais.
O problema é que, para isso dar certo, o espelho teria que se mover a uma velocidade próxima à velocidade da luz, algo impraticável com a tecnologia atual.

Delsing e seus colegas deram um jeito de sair desse impasse usando um sensor extraordinariamente sensível a campos magnéticos, chamado SQUID (Superconducting Quantum Interference Device), e fazendo-o funcionar como um espelho.

Quando um campo magnético atravessa o SQUID, ele move-se ligeiramente. Alterando-se o sentido do campo magnético vários bilhões de vezes por segundo força-se o SQUID-espelho a sacudir velozmente - tão rápido que ele atinge cerca de 5% da velocidade da luz.

E essa velocidade parece ter sido suficiente.
Segundo os físicos, o espelho gera um chuveiro de fótons, que saem desse nada chamado vácuo quântico, refletem-se no espelho, e surgem para o mundo real, onde podem ser detectados por fotocélulas.
Luz é gerada é partir do nada
O espelho gera um chuveiro de fótons, que saem desse nada chamado vácuo quântico, refletem-se no espelho, e surgem para o mundo real, onde podem ser detectados por fotocélulas. [Imagem: Wilson et al.]
 
Os cientistas afirmam que, conforme previsto pela teoria quântica, os fótons têm cerca de metade da frequência das sacudidas do espelho.

Luz de Feynman
No estágio atual, com este experimento pioneiro, ainda não é possível prever alguma aplicação para o efeito, uma vez que a luz gerada é muito fraca para fins práticos.

Mas pode ser uma luz suficiente para clarear as esquisitices da mecânica quântica e, quem sabe, tirar a razão de Feynman: quem sabe dos cientistas já não estejam começando a entender "alguma coisa" de mecânica quântica?
Se este for o caso, logo poderá ser dada razão a um outro grupo de físicos que, em 2006, previu que será possível, no futuro, construir nanomáquinas alimentadas pela energia do "nada".
Veja outras pesquisas sobre o vácuo quântico:
Fonte:
Redação do Site Inovação Tecnológica

- 06/06/2011
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?
artigo=luz-gerada-partir-nada&id=010815110606&ebol=sim
Sejam felizes todos os seres. Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.

quarta-feira, 8 de junho de 2011

Ensinando Ciência com Arte - 1


nviado por em 01/03/2011

Ensinando Ciência com Arte: Luz, Trevas e o Método Científico (Parte 1 de 7)

Temática: A História da Ciência

Direção: Leopoldo de Meis

Fonte: Instituto de Bioquímica Médica - Laboratório de Bioenergetica - UFRJ

Categoria:

Educação Palavras-chave:

Licença:

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terça-feira, 7 de junho de 2011

Cosmos - Episódio 01 - Legendado em Português - Parte 1


Enviado por em 05/02/2011 Série: Cosmos -

Uma Viagem Pessoal

Autor: Carl Sagan

O pálido ponto azul (Nova versão HD) - Carl Sagan legendado


Enviado por em 20/08/2010

Trecho da leitura do livro Pale Blue Dot, de Carl Sagan.


IMAGENS REVELAM DETALHES DE GALÁXIAS

Novas imagens revelam detalhes de galáxias

Galáxia NGC 5247 (Foto: ESO/P. Grosbol)

Fotos ajudarão a entender formação das galáxias
O Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) revelou nesta quarta-feira novas imagens que podem ajudar os cientistas a entender o padrão de formação de galáxias.

Seis galáxias que já eram conhecidas dos estudiosos foram fotografadas em mais detalhes, "sem os efeitos confusos de poeira e gases", segundo um comunicado do ESO.

Um porta-voz da instituição disse à BBC Brasil que a análise das fotos facilitará o estudo do vasto número de estrelas que compõem as espirais dessas galáxias, a partir de modelos de computadores.
As novas imagens foram feitas com uma câmera chamada Hawk-1, sensível à luz infravermelha, "o que significa que muito da poeira que obscurece os braços espirais das galáxias fica transparente aos detectores", disse o ESO.

Melhor definição
Comparada à câmera Isaac, mais antiga e ainda utilizada pelo ESO, a Hawk-1, adquirida em 2007, tem 16 vezes mais pixels (unidades de definição) para cobrir uma área muito maior do céu em uma única tomada.
Entre as galáxias fotografadas está a NGC 5247, localizada na constelação de Virgem no Zodíaco, entre 60 e 70 milhões de anos-luz. A galáxia tem forma de espiral.
A galáxia NGC 4030
Câmara Hawk-1 tem definição 16 vezes melhor que a antiga
Já a galáxia Messier 100 (NGC 4321), descoberta no século 18, fica a 55 milhões de anos-luz da Terra e se destaca por "braços de espirais bem definidos e proeminentes".

As imagens são parte de um estudo conduzido pelo cientista Preben Grosbol e foram feitas a partir do telescópio VLT (Very Large Telescope), do ESO, no observatório de Paranal (Chile).

O ESO é um observatório intergovernamental financiado por 14 países europeus e sediado em Garching, Alemanha.

espaço

Fonte:
BBC - Brasil
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2010/10/101027_imagensgalaxias_pai.shtml