segunda-feira, 24 de março de 2014

CIENTISTAS DO BRASIL - ASTROFÍSICO JOÃO STEINER




Cientistas do Brasil - João Steiner

 
O programa Cientistas do Brasil
conversa com João Steiner, graduado em Física pelo Instituto de Física
da Universidade de São Paulo, Mestre em Astronomia pela USP, doutor em
Astronomia pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências
Atmosféricas da USP (1979) e pós-doutor pelo Harvard-Smithsonian Center.
A conversa gira em torno das mais recentes pesquisas de Astrofísica e
Cosmologia e conta com a participação dos astrofísicos Augusto
Daminelli, da Universidade de São Paulo, e Thaísa Bergamann, da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
 
 
 Professor João Steiner
Astronomia: Aula Visão Geral  II- 32min.
  Professor João Steiner
 Universo: Buraco Negro - 31min.
 
 
  Professor João Steiner
Astronomia. Visão Geral  II- Aula 5 - 32min.

 


Publicado em 05/02/2014-Licença padrão do YouTube
Sejam felizes todos os seres.Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.

domingo, 23 de março de 2014

AS CONSTELAÇÕES - OBSERVATÓRIO NACIONAL


 Universo - As Constelações - 44min.

As Constelações




 

 

 

 

Vimos ao tratar da história da astronomia que, há cerca de 4000 anos,
os antigos astrônomos começaram a estudar o céu, embora sem
compreendê-lo.  Foram os sumérios e os babilônios, povos que
habitavam a região da Mesopotâmia,os primeiros a dividir o céu
em regiões contendo grupos  razoavelmente  distintos de estrelas.

Estas foram as primeiras constelações que, embora fossem diferentes
 das queconhecemos hoje, formaram as bases para os estudos atuais.
 Os mais antigos textos cuneiformes, escritos na segunda metade do
segundo milênio antes de Cristo, nos mostram as constelações descritas
pelos sumérios.

Nesta mesma época os babilônios deram às constelações nomes, e
 inventaram histórias associadas a elas, possivelmente com o objetivo
 de faze-las mais fáceis de serem lembradas.
A mais antiga referência sistemática às constelações é encontrada no
 texto Phaenomena,  escrito por Aratus no terceiro século antes de Cristo.
Neste texto, Aratus, que era um poeta, descreveu 43 constelações e deu
nome a cinco estrelas.

Outros escritos se seguiram a isto. Hipparcos, em 129 a.C., compilou
um catálogo de constelações incluindo 850 estrelas. No entanto, foi
 Ptolomeu, que viveu no segundo século da nossa era, que fez a mais
 importante lista de estrelas e constelações da antiguidade. Na sua
 coleção astronômica, mais conhecida pelo nome árabe de
 Almagesto, Ptolomeu agrupou 1022 estrelas em 48 constelações.

Após a morte de Ptolomeu muito pouco progresso foi feito na
astronomia durante séculos. Os árabes resgataram este estudo,
em particular Al-Sufi (903-986) que escreveu o "Livro das Estrelas
 Fixas" no qual acompanhava os escritos de Ptolomeu, com pequenas
modificações. No entanto, somente em 1540 é que seria feita a primeira
 impressão de um atlas estelar, o De le Steele Fisse, feito por
Piccolomini, onde ele apresentava as 48 constelações de Ptolomeu.

O primeiro catálogo estelar só iria surgir em 1665.

Em 1596, os navegadores Pieter Dirksz Keyser e Frederick de
 Houtman, membros da primeira expedição holandesa às Indias Orientais,
 adicionaram 12 novas constelações pertencentes ao céu do hemisfério sul.
Os nomes dados por eles a  estas constelações em geral se referiam a
pássaros exóticos que eles haviam  conhecido no novo mundo tais como
Tucano, Pavão, Fênix.

Em 1603 surgiu o mais ilustre de todos os atlas celestes antigos, o  
Uranometria do astrônomo alemão Johann Bayer. Este texto serviu
como base para todos os atlas estelares que se seguiram. Ele continha 51
cartas estelares, incluindo as 48 constelações tradicionais de Ptolomeu
e as constelações recentemente descobertas no hemisfério sul por Dirksz
e Houtman. O Uranografia foi feito de maneira bastante refinada.

Por exemplo, as posições das estrelas não foram tiradas do catálogo de
 Ptolomeu mas sim do catálogo de Ticho Brahe, uma compilação
muito mais precisa que tinha circulado sob a forma manuscrita em 1590 e que só
foi impresso em 1602.

Os desenhos das constelações apresentados no "Uranometria" são belíssimos
 como podemos ver abaixo, onde mostramos as constelações Touro e Andromeda.




constelação Scutum










Muitos anos mais tarde, o astrônomo alemão Johannes Hevelius
(ao lado) apresentou no seu famoso livro "Prodromus Astronomiae"
que continha um preciso atlas do céu chamado "Firmamentum
Sobiescianum sive Uranographia", mais conhecido hoje
simplesmente como Uranografia, sete novas constelações
no hemisfério norte, incluidas nos espaços vazios entre
as descrições das constelações de Ptolomeu. Elas eram o
 Scutum Sobiescianum (Escudo de Sobieski) (que, em 1922,
teve o nome simplificado para "Scutum" pela União

Astronômica Internacional - IAU), Canes Venatici (Cães de Caça),
Lacerta (Lagarto), Leo Minor (Leão Menor), Lynx (Lince), Sextans
(Sextante), e Vulpecula (Raposa). Um exemplo deste seu belíssimo
livro é mostrado na imagem à direita da  constelação Scutum.

O astrônomo Nicolas Louis de Lacaille, após a sua visita ao Cabo
da Boa Esperança em 1750, apresentou 14 novas constelações no
hemisfério sul. Foi Lacaille que dividiu a grande constelação Argo Navis,
criada por Ptolomeu e que homenageava o navio dos argonautas da
mitologia grega, em três novas constelações: Carina (Quilha),
 Puppis (Popa)  e Vela (Vela).

As histórias associadas às constelações têm, na sua maior parte, origem
 na mitologia grega. No entanto, os nomes associados a elas servem apenas
 como uma lembrança destes heróis gregos, uma vez que na maior parte elas
 não têm qualquer semelhança com estas pessoas ou lendas.

Os nomes das constelações variavam de acordo com as culturas.
Outras civilizações associaram seus próprios nomes, imagens e histórias às
 estrelas mas a civilização ocidental adotou o conhecimento grego como básico
 em diversas ciências, inclusive a astronomia.


Mudando os nomes das constelações

Muitas tentativas têm sido feitas para mudar os nomes de algumas, ou todas,
as constelações. Nenhuma delas teve sucesso e hoje as áreas e os nomes das
constelações foram padronizados por acordo internacional.
Entre as tentativas curiosas de modificações destacam-se:

  • Julius Schiller - em 1627 publicou o texto Coelum Stellatum Christianum 
  •  no qual os personagens da Bíblia substituiam os antigos nomes das 
  • constelações. Segundo ele, por exemplo, a constelação Cassiopéia passava
  •  a chamar-se "Maria Madalena" , a constelação Perseus passaria a ser
  •  "São Paulo" etc. As 12 constelações que formam o zodíaco passariam a ter 
  •  o nome dos 12 apóstolos de Cristo.
  • John Hill - em 1754 inventou 13 novas constelações com nomes de animais,
  •  mariscos e moluscos de concha.
Hoje é comum encontramos na internet sites propondo associar o
 nome de qualquer  pessoa a estrelas e/ou constelações, desde que você pague
uma modesta quantia, é claro.
 Com certeza há no Código Penal um nome técnico para este ato de vigarice. 
Ninguém pode ter o seu nome associado a qualquer objeto celeste sem que
isto passe  por uma Comissão da União Astronômica Internacional, o órgão
 máximo,  internacional, dos astrônomos e da astronomia. Não se deixe
 enganar pela internet.
 Isto é uma vigarice equivalente aos "spam" de "príncipes nigerianos"
que querem  dividir suas imensas fortunas com você.

Dando nomes às estrelas
Em 1603, o astrônomo alemão Johann Bayer publicou um atlas celeste
no qual  associava letras gregas, em ordem alfabética, às estrelas
 existentes em cada  constelação seguindo, aproximadamente, a ordem
de seus brilhos.
Por esta razão α (alpha) é usualmente a estrela mais brilhante em
uma constelação,  β (beta) é a segunda estrela mais brilhante, e assim
por diante. Além disso, as letras gregas são usadas com a forma
genitiva ("de...")   do nome da constelação. Assim α Orionis significa
"estrela alpha da constelação Orion" que é a estrela Betelgeuse.
Orionis é o genitivo latino de Orion.


















Afinal, o que são as constelações?

Na verdade, as constelações são meramente áreas no céu que
possuem estrelas  que se situam em direções particulares como as
 vemos a partir da Terra ou seja,  projetadas na esfera celeste.

É muito importante entender que não há qualquer significado físico
 acoplado  a estes agrupamentos aparentes. As estrelas que pertencem
 a uma dada constelação  não estão, necessariamente, associadas uma
com as outras de qualquer maneira direta.
 Lembre-se  que o catálogo de objetos vistos em uma dada constelação
 pode incluir estrelas, nebulosas e até mesmo galáxias e grupos de
 galáxias. Por exemplo, a galáxia Grande Nuvem de  Magalhães está
 localizada principalmente na constelação Dorado mas também tem 
parte na constelação Mensa, o que mostra que ela, acidentalmente,
está projetada sobre  o limite artificial que separa estas duas constelações.

Certamente a Grande Nuvem de  Magalhães está muitíssimo mais afastada
do que as estrelas destas constelações.

Padronizando as constelações

Oitenta e oito constelações são reconhecidas agora pelos astrônomos
 de todo o mundo.

Vários destes grupos já eram reconhecidos pelos povos da antiguidade.
No entanto,  não havia acordo nem quanto aos nomes nem quanto aos limites
 (ou conteúdo) das  constelações. Até 1928 muitas vezes as posições de
várias estrelas e objetos  celestes eram definidas apenas como estando
próximo ou na vizinhança de uma  constelação particular, mas não dentro
 de seus limites. Somente em 1928 é que os  contornos das constelações
foram definidos de modo não ambíguo.

A International Astronomical Union, orgão máximo internacional dos
astrônomos,estabeleceu um sistema definitivo para as constelações em
 1930. Uma comissão  internacional da IAU dividiu oficalmente o céu
em 88 constelações com contornos  bem definidos. Com esta divisão
cada objeto celeste, seja estrela, nebulosa,  galáxia, etc. está agora
associado com uma e somente uma constelação.

A Comissão da IAU procurou manter os nomes antigos das constelações. 
É por este motivo que elas possuem designações de muitas coisas
 diferentes tais  como figuras mitológicas e religiosas, animais, insetos
e mesmo instrumentos científicos.
Em vários casos, entretanto, é exigida uma considerável imaginação
para notar  alguma semelhança entre o nome da constelação e o objeto
 pretensamente descrito por ela.

A constelação Libra, por exemplo, parece muito pouco com a balança
que ela representa. A constelação Pisces em nada se parece com um par
de peixes.  Por outro lado, a constelação Scorpius apresenta a forma bem
razoável de um escorpião.

Asterismos

Algumas vezes agrupamentos de estrelas parecem formar figuras
familiares no céu  dentro da área de uma constelação. A estes agrupamentos,
 chamados asterismos,  são dados nomes dos objetos ou seres que eles
 parecem representar.

No entanto, é muito importante lembrar que os asterismos não formam uma 
onstelação completa. Os asterismos apenas fazem parte de constelações.

Por exemplo, os asterismos Big Dipper e Little Dipper são, na verdade, partes 
da constelação Ursa Major e Ursa Minor respectivamente. As Plêiades são um 
asterismo na constelação Taurus.



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http://www.on.br/ead_2013/site/conteudo/cap6-constelacoes/constelacoes-geral.html