sexta-feira, 12 de julho de 2013

ÓRION, UMA DAS MARAVILHAS DO CÉU - Portal do Astrônomo Pt - 2 vídeos



 Evidências de Deus na Constelação de Órion - 53min.
Os Mistérios de Órion - Yure Mendes - 18min.

Orionte, uma das maravilhas do céu



Imagem da constelação de Orionte no Atlas de Hevelius.

Todos estaremos de acordo em que o nosso céu está cheio de belezas extraordinárias e que há constelações magníficas. Mas, sem querer menosprezar as outras, de todas a que mais me encanta é sem dúvida a maravilhosa constelação de Orionte. A sua beleza prende-nos de tal forma o olhar que a sua contemplação convida mais ao silêncio do que a uma dissertação sobre um qualquer tema relacionado com ela.

Prólogo
Um esquema moderno da constelação. Crédito: António Magalhães.
Todos estaremos de acordo em que o nosso céu está cheio de belezas extraordinárias e que há constelações magníficas. Mas, sem querer menosprezar as outras, de todas a que mais me encanta é sem dúvida a maravilhosa constelação de Orionte. A sua beleza prende-nos de tal forma o olhar que a sua contemplação convida mais ao silêncio do que a uma dissertação sobre um qualquer tema relacionado com ela.

Não é por um simples capricho da natureza que nesta região do céu se encontra um número significativo de estrelas de grande brilho e coloração azulada. Estamos perante um aglomerado de estrelas das classes mais quentes, como outros que existem no céu e genericamente designados por OB. Mas o aglomerado de Orionte tem a vantagem de estar mais acessível para um observador no Sistema Solar. E, num futuro distante, essa aglomeração de estrelas terá decerto muito mais para ver. De facto, se muitas das que hoje são estrelas quentes e por isso têm coloração azulada, no seio da Nebulosa de Orionte (M42 e M43) estão em gestação muitas novas estrelas. Ou seja, quando as estrelas quentes como Rigel se tornarem em gigantes vermelhas, frias mas belíssimas, novas estrelas de todas as cores terão entretanto surgido.

É verdade que no Inverno são muitas as noites em que o céu não está acessível devido às nuvens. Em compensação, as noites frias são em geral as melhores para a observação celeste, em especial depois de ter chovido, pois o ar está mais límpido e há menos turbulência atmosférica. Como é precisamente no Inverno que Orionte está acessível ao princípio da noite para os observadores do hemisfério setentrional, ficam assim criadas as condições para um maior prazer na sua apreciação.

Mas há um factor acessório. Em volta da constelação que representa o gigante caçador, há uma vasta moldura de estrelas de brilho considerável, entre as quais merecem destaque as do Cão Maior, cuja alfa, Sírio, é nada mais, nada menos do que a estrela mais brilhante de todo o céu nocturno. Mas também nas suas vizinhanças podemos ver Prócion (alfa do Cão Menor), Castor e Pólux, respectivamente alfa e beta dos Gémeos, o Touro com a sua alfa, Aldebarã, e os seus encantadores enxames estelares das Híades e das Plêiades. Sem esquecer o Cocheiro com a sua alfa, Capela, que apesar de mais distante, não deixa de compor a moldura.

O quadro acima pode tornar-se ainda mais magnífico se for possível viajar mais para sul. De facto, a partir de um local no hemisfério sul, ainda é possível acrescentar a esse quadro a segunda estrela da lista das de maior brilho de todo o céu nocturno, Canopo, e muitas das que antigamente faziam parte do Navio.

Mas mesmo sem pensar nas que envolvem Orionte, a constelação tem muito para ver. Na verdade, outro aspecto fascinante de Orionte é que, numa mesma constelação, temos ao nosso dispor estrelas de elevada temperatura, como Rigel e as «Três Marias» (Mintaka, Alnilam e Alnitak) e uma estrela de temperatura superficial muito baixa, Betelgeuse. Aliás, numa observação atenta e em local adequado, a coloração avermelhada de Betelgeuse contrasta de forma evidente com a cor azulada de Rigel e das três mais marcantes do cinturão.

Mas os encantos de Orionte não ficam por aqui. Mesmo à vista desarmada, se o local e as condições forem os mais adequados, é possível ver a famosa nebulosa de Orionte (M42 e M43). Claro que com a ajuda de um instrumento, mesmo que modesto, a observação é muito mais espectacular.

Nas próximas semanas serão referidos aspectos relacionados com a origem dos nomes da constelação e das suas estrelas mais marcantes, assim como a mitologia grega associada à constelação.
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Origem do nome da constelação e das suas estrelas principais   
 Imagem da constelação de Orionte, em que as estrelas mais brilhantes
 normalmente utilizadas para identificar a constelação surgem bem destacadas.  
Crédito: © Bill & Sally Fletcher, Science & Art (http://www.ScienceAndArt.com) - See more at: http://www.portaldoastronomo.org/tema_pag.php?id=22&pag=2#sthash.LxHYnXdM.dpuf

 A constelação é conhecida desde a antiguidade. O registo conhecido mais antigo remonta a cerca de 4 milénios a.C. e mostra que os Sumérios viam ali o seu grande herói Gilgamesh a lutar com o touro celeste (provavelmente a vizinha constelação do Touro). Para os Acádios tinha o nome de Uru-Na-Na, a Luz do Céu, uma divindade que viria a ter o nome de Dumu-zi, o Filho da Vida, para Assírios e Caldeus. Esse nome era originalmente dado ao Sol, ao mesmo tempo que a Lua era A Luz da Terra, Uru-ki.

A constelação surge numa escultura dum templo egípcio de cerca de 3285 a.C. tendo então o nome de Sahu. Mais tarde surge como sendo Hórus num barco navegando sobre estrelas, seguido por Sírio representado como uma vaca a bordo doutra embarcação.

Desde os primórdios da civilização grega que o mito de Orionte é bem conhecido, como se pode verificar pela sua inclusão nos textos de Homero e Hesíodo, ambos do séc. IX a.C. Na Odisseia, Homero descreve Orionte como um gigante caçador, armado com uma moca de bronze maciço e inquebrável, que andava sempre acompanhado pelos seus dois cães (Cão Maior e Cão Menor) que no céu perseguem uma presa (a Lebre).

Curiosamente, sendo Héracles o maior herói da mitologia grega, seria de esperar que lhe fosse atribuída uma constelação condigna com esse estatuto. No entanto a que tem o nome latino do herói, Hércules, é bastante discreta, ao contrário da de Orionte que é magnífica. É possível que Orionte seja outra versão do mesmo herói. Um argumento a favor dessa possibilidade pode encontrar-se no texto de Ptolomeu referente a Orionte, no qual o descreve como estando em posição de combate e tendo na mão direita uma moca enquanto com a esquerda segurava uma pele de leão. Ora estes acessórios eram normalmente atribuídos a Héracles. Por outro lado na mitologia grega não há qualquer referência a um combate de Orionte com um Touro enquanto que no céu o gigante o parece enfrentar. Já Héracles, num dos seus 12 épicos trabalhos, terá tido esse combate.

Os primitivos árabes chamavam a esta zona do céu Al Jauzah, nome que correspondia a uma ovelha negra com uma mancha branca a meio do corpo. Mais tarde adoptaram a figuração celeste originária da Grécia. No caso de Orionte, a quem Ptolomeu chamava Gigas, o Gigante, traduziram esta palavra como Al Jabbar. Com o passar do tempo os dois nomes, Jauzah e Jabbar, acabaram por ser confundidos.

As principais estrelas de Orionte

Classificação
Bayer     Letra
grega     Nome
próprio     Magnitude
aparente     Classe
espectral     Distância
anos-luz     Luminosidade
Sol = 1

Alfa     α     Betelgeuse     0,57     M0     430     9 400
Beta     β     Rigel     0,28     B8     770     40 000
Gama     γ     Belatrix     1,66     B2     243     1 020
Delta     δ     Mintaka     2,23     B0     920     8 300
Épsilon     ε     Alnilam     1,72     B0     1340     30 000
Zeta     ζ     Alnitak     1,90     B0     820     10 500
Eta     η   
    3,39     B1     900     2 900
Teta 2 *     θ 2   
    4,91     B1     1 900     2 900
Iota     ι     Nair al Saif     2,78     O     1330     10 900
Capa     κ     Saiph     2,06     B0     720     6 000
Lambda     λ     Meissa     3,55     O     1060     3 800
Pi 3     π 3     Tabit     3,19     F8     26     2,84

 
 Um esquema moderno da constelação.Crédito:Antônio Magalhães

* Faz parte do Trapézio. As distâncias, tal como a luminosidade das estrelas do Trapézio têm grande margem de insegurança.

Um esquema moderno da constelação. Crédito: António Magalhães.
O nome da Alfa de Orionte, Betelgeuse, tem origem no árabe Ibt al Jauzah, (o ombro do gigante).

Beta é Rigel, que provém de Rijl Jauzah al Yusra, a perna esquerda do gigante.

Para os árabes Gama era Al Najid, o Conquistador. Numa estranha tradução feita nas Tabelas Afonsinas, passou a ser Belatrix, a Guerreira.

Delta tem o nome Mintaka que provém directamente de Al Mintakah, o Cinto.

Alnilam (Épsilon) deriva de Al Nitham, o Colar de Pérolas.

A última componente do cinturão de Orionte, Zeta era chamada Al Nitak, a Cintura, donde resultou a designação actual: Alnitak.

Eta não tem nome entre nós, mas era para os árabes Saif al Jabbar, a Espada do Gigante.

Iota foi baptizada por Al Tizini como Al Nair al Saif, a Mais Brilhante da Espada.

Capa recebeu o seu nome, Saif, directamente do árabe Al Saif, a Espada.

A designação de Lambda terá resultado dum erro. O nome Al Maisan era aplicado a Gama dos Gémeos, mas foi aplicado por engano à estrela de Orionte e assim ficou sob a forma de Meissa.

Thabit em árabe significa Tolerante. Mas acabou por ser aceite como a designação duma das estrelas Pi.

Dados astronómicos de Orionte
   
 As nebulosas M42/M43 (em baixo à direita) e IC435/NGC2024 (em cima à esquerda). Crédito:Johannes Schedle.

 A constelação de Orionte é a mais magnificente de todo o céu. A sua razoável extensão aliada ao notável brilho de muitas das suas estrelas e o facto de estar situada sobre o equador celeste, levam a que seja visível, pelo menos em parte, de todos os pontos da Terra. Na verdade nem sequer é das maiores, pois com 594 graus quadrados é a 26ª da lista das constelações ordenada segundo as respectivas áreas.

O início do Inverno do hemisfério norte é uma excelente época para a ver nas primeiras horas da noite.

As três estrelas bem alinhadas que formam o cinturão – Delta, Épsilon e Zeta – são conhecidas popularmente como as Três Marias ou ainda como Reis Magos. Todas elas são estrelas muito quentes, o mesmo acontecendo com Beta (Rigel), pelo que mostram cor azulada.

Alfa (Betelgeuse) é uma gigante vermelha cujo volume é tão grande que se fosse colocada no centro do Sistema Solar, atingiria a órbita de Júpiter. Se estivesse à mesma distância que Sírio, ao ser vista da Terra, o seu brilho seria como o da Lua em quarto crescente. Tem uma baixa temperatura superficial (pouco mais de 3000 ºC).

Para sul do Cinturão, uma observação atenta permite detectar uma nebulosidade. Trata-se duma das mais belas nebulosas dos nossos céus. Situada a uma distância que ronda os 1400 anos-luz, portanto com um diâmetro superior a 20 anos-luz, é um ninho onde se estão a formar novas estrelas – tem matéria suficiente para formar dez mil como o Sol – e algumas das já formadas têm uma emissão de energia tão intensa que iluminam o conjunto da nebulosa.

Deste ninho terão já saído várias estrelas, algumas agora muito afastadas entre si, como é o caso de Miú da Pomba (no hemisfério celeste sul) e AE do Cocheiro (em pleno hemisfério celeste norte), ou de Iota de Orionte que ainda está próxima.

Para observar com binóculo ou pequeno telescópio

O conjunto formado por M 42 e M 43 forma a famosa nebulosa de Orionte, detectável a olho nu em local adequado. Com telescópio nota-se uma coloração esverdeada. M 78 é uma nebulosa de emissão difusa e onde se podem ver algumas estrelas. NGC 2024 e NGC 2068 são nebulosas difusas. Duma forma geral, um «passeio» com um binóculo através desta zona do céu é muito gratificante, pois nela abundam estrelas de grande brilho.

Curiosidades
J. Schiller ao tentar cristianizar as constelações, fez desta zona do céu S. José, o marido da Virgem Maria. Visto da Terra, o diâmetro de Betelgeuse é de 0,047”, o que equivale à espessura de um cabelo a 500 metros de distância! O nome mais curioso dado às três estrelas do cinturão de Orionte deverá ter sido o usado por Germânico César: Vagina, cujo significado é «Bainha do Sabre».


Região central do aglomerado do Trapézio. Crédito: NASA/ESA/J. Bally, D. Devine & R. Sutherland.

O Trapézio
Um dos aspectos mais fascinantes da observação de Orionte é a região da sua encantadora nebulosa de emissão. Nessa localização, a olho nu pode ver-se a “estrela” designada como Teta de Orionte é na verdade um sistema estelar múltiplo completamente imerso na Grande Nebulosa de Orionte. Com um pequeno binóculo notam-se duas estrelas, mas com instrumentos de maior abertura notam-se bem as quatro principais estrelas a formarem um pequeno trapézio. O facto de os lados desse trapézio terem medidas que vão de 9 a 19 segundos de arco obriga a uma razoável abertura do instrumento.

As estrelas que formam os vértices do Trapézio têm magnitudes que vão dos 5,4 para a mais brilhante até aos 7,5 da mais discreta. No entanto, recorrendo a instrumentos de maior abertura, podem ver-se mais duas estrelas, ambas de magnitude aparente 11. Na verdade, e aqui está o maior fascínio desta região do céu, as seis estrelas antes enumeradas são apenas as mais brilhantes de um enorme grupo do qual mais de 300 têm um brilho aparente superior ao da magnitude 17. Todas estas estrelas são muito jovens, provavelmente com menos de 300 000 anos. Aliás os membros mais jovens do grupo ainda não concluíram o processo de contracção gravitacional, ou seja, ainda não entraram na chamada “sequência principal”.
Mitologia

 A mitologia relacionada com esta constelação é muito vasta. Curiosamente, ao estudá-la verifica-se que há alguns pormenores onde o mito do gigante caçador se confunde com o lendário herói Héracles (Hércules para os romanos). Tal confusão não é contudo um exclusivo destas duas constelações, pois, por exemplo, também entre o Sagitário e o Centauro elas se fazem notar.

O nascimento de Orionte
Imagem da constelação de Orionte no Atlas de Hevelius.
Um dia Zeus, Hermes e Posídon viajavam juntos pelo mundo. Ao chegarem à Híria, na Beócia, foram recebidos por Hirieu, um mortal, que apesar de não saber que tinha três deuses em sua casa, os tratou à altura do seu verdadeiro estatuto. Como recompensa, as divindades perguntaram-lhe qual o presente que maior prazer lhe poderia dar. Hirieu, que era viúvo e não tinha filhos, respondeu que o que mais desejava no mundo era ter um descendente. Os deuses ordenaram então a Hirieu que sacrificasse um touro, urinasse sobre a pele do animal e, de seguida, a enterrasse no túmulo da sua falecida mulher. Nove meses depois nasceu-lhe um filho cujo nome estará relacionado com urina ou com o facto da constelação ser visível ao princípio da noite no Inverno portanto com chuva.

Há contudo uma variante desta versão mitológica, segundo a qual os três deuses urinaram sobre a pele duma vitela, que foi de seguida enterrada e dela terá nascido Orionte.

De acordo com outra lenda, Orionte era filho de Posídon, o deus dos mares, e de Euríale uma das filhas do rei Minos. De acordo com esta versão, Posídon teria dado a Orionte o poder de caminhar sobre a água.

A vida do gigante
Orionte tinha crescido tanto que poderia caminhar com os pés no fundo do mar e a cabeça acima da água. O seu prazer favorito era a caça, na qual se fazia acompanhar pelo seu cão Sírio. Segundo Píndaro, Orionte perseguiu as Plêiades (as sete filhas de Atlas e Plêione) durante 5 anos, nas montanhas da Beócia, que só lhe conseguiram escapar por terem pedido ajuda a Zeus. Este transformou-as em pombas (a forma de Píndaro para o nome Plêiades – peleiades – significa “bando de pombas”) e colocou-as no céu, entre as estrelas. Entretanto Orionte casou-se com Sidé, que, por se gabar de ser mais bela que a deusa Hera, foi por esta deusa precipitada no Tártaro.

Mais tarde, Orionte viajou até à ilha de Quios, cujo rei, Enópion, era filho do deus Dioniso. O gigante apaixonou-se pela filha de Enópion, Mérope, (homónima duma das Plêiades). O rei, que não desejava que a filha se casasse com Orionte, disse ao gigante que lha daria em casamento se ele matasse todos os animais selvagens existentes na ilha. Orionte assim fez e todas as noites levava a Mérope as peles dos animais que tinha abatido. Quando deu a tarefa por terminada, dirigiu-se a Enópion e exigiu a sua parte do acordo. No entanto, este recusou-se a cumprir a sua promessa, alegando que ainda haveria leões, ursos e lobos escondidos nas montanhas de Quios.

Certa noite, desalentado com a espera a que se estava a sujeitar, pois por mais que buscasse não encontrava nenhuma fera para caçar, Orionte bebeu uma cabaça inteira do vinho de Enópion e, sob o efeito da bebida, irrompeu pelo quarto de Mérope violando-a. Ao amanhecer, Enópion apercebeu-se do sucedido e invocou o seu pai, Dioniso. Este enviou sátiros ao encontro do gigante da Beócia, que fizeram com que bebesse ainda mais vinho, acabando por cair num sono profundo. Enópion aproveitou-se deste facto para o cegar, após o que ordenou que o deixassem abandonado numa praia.


Orionte guiado por Cedalion procura o Sol nascente (Nicolas Poussin, 1594–1665). 
Crédito: Metropolitan Museum of Art, New York.

Disposto a recuperar a visão, Orionte consultou um oráculo. Obteve como resposta que tal poderia acontecer se viajasse para leste e virasse os olhos em direcção a Hélio, o Sol, no local onde este se ergue do Oceano. Utilizando uma pequena barca, Orionte começou a remar e, guiando-se pelo som do martelo de um Ciclope, chegou a Lemnos. Nesta cidade, entrou na forja de Hefesto, que, tendo pena dele, lhe cedeu um jovem aprendiz para que o guiasse. Com a ajuda deste e transportando-o às costas, Orionte viajou por terra e por mar, até chegaram ao Oceano Longínquo, onde os raios de Hélio lhe restituíram a visão. Entretanto, Eos, a Aurora, apaixonou-se pelo gigante e este, depois de ter recuperado a vista, visitou com ela Delos, onde também partilhou a sua cama. A deusa continua ainda a enrubescer todos os dias com a recordação desta paixão, o que explica a cor do céu ao amanhecer, isto apesar de a mitologia grega atribuir a Eos um número incontável de maridos e amantes. Por exemplo, no caso da união com Astreu, o Vento do Crepúsculo, dela terão nascido a «estrela da manhã» (o planeta Vénus), os ventos e todos os astros da noite.

Decidido a vingar-se de Enópion, Orionte regressou a Quios, mas Mérope e o pai já lá não estavam, pois se tinham escondido numa gruta que Hefesto lhes fizera. No entanto, Orionte não desistiu e dirigiu-se para Creta, onde pensou que Enópion se poderia ter refugiado, sob a protecção de Minos, seu avô. Foi ao chegar a Creta que Orionte conheceu Ártemis, que tinha a paixão pela caça tal como ele. A deusa convenceu-o a desistir da vingança e a ficar com ela a caçar em Creta.

A morte de Orionte

Apolo, que conhecia a relação que Orionte tinha tido com Eos, por temer que a sua irmã Ártemis também não resistisse aos encantos do gigante, foi junto de Geia e narrou-lhe, com perfídia, a chacina dos animais selvagens que Orionte havia cometido em Quios. Como castigo a deusa fez com que Orionte fosse perseguido por um escorpião gigante invulnerável a todas as armas dos mortais. Para escapar, o gigante teve de se lançar ao mar, nadando em direcção a Delos, onde procurava obter a protecção de Eos. Mas Apolo não estava satisfeito. Enquanto Orionte nadava (ou caminhava sobre o fundo do mar) perguntou a Ártemis: “Vês lá adiante, muito ao longe, aquela coisa negra que flutua no mar, perto de Ortígia? É a cabeça dum malvado que se chama Candaon e que acaba de seduzir Ópis, uma das tuas sacerdotisas. Desafio-te a atingi-lo com uma das tuas flechas!”

Ártemis ignorava que Candaon era o nome pelo qual Orionte era conhecido na Beócia. Disparou a sua flecha sobre o alvo, após o que se lançou ao mar para ir buscar a sua vítima. Ao verificar que era Orionte, desesperada implorou a Asclépio que o ressuscitasse, mas antes que este pudesse executar a sua tarefa, foi aniquilado por Zeus com um raio.

Outras versões dizem que Ártemis, ao saber que Orionte tinha morto todos os animais de Quios (ou que tinha perseguido as Plêiades), se vingou lançando em sua perseguição um escorpião que acabaria por picar e assim matar o gigante.

Depois da sua morte, Orionte desceu ao inferno, onde foi um dos privilegiados, tal como Minos e Héracles, continuando ali, tal como em vida, a caçar animais selvagens com uma maça de cobre. Mais tarde, foi levado para o céu – acompanhado do seu cão Sírio – onde foi convertido em constelação (por Ártemis na 1ª versão da sua morte, e por Zeus na 2ª).

Qualquer das versões sobre a morte do gigante refere a presença dum escorpião, justificando assim que quando se vê no céu o Escorpião, Orionte não esteja visível e vice-versa.

Autoria:
António Manuel de Sousa Magalhães

Médico Oftalmologista
Membro da APAA

Imagem do Dia: Orionte no infravermelho

2014-01-11

Crédito: Infrared Processing and Analysis Center (NASA), Caltech/JPL.
Telescópio: InfraRed Astronomical Satellite (IRAS).
Instrumento: Detector de infravermelhos.
A familiar constelação de Orionte tem uma aparência espectacular no infravermelho, como se pode ver nesta imagem construída a partir de dados obtidos pelo Infrared Astronomical Satellite (IRAS), lançado em 1983. Esta figura, que cobre cerca de 30x24 graus, é composta por dados obtidos em três bandas centradas em 12, 60 e 100 mícrones. A imagem realça as grandes regiões de poeira interestelar que são aquecidas pela luz estelar e brilham no infravermelho.
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 Imagem do Dia: Orionte no infravermelho
11-01-2014



Crédito: Infrared Processing and Analysis Center (NASA), Caltech/JPL.
Telescópio: InfraRed Astronomical Satellite (IRAS).
Instrumento: Detector de infravermelhos.


A familiar constelação de Orionte tem uma aparência espectacular no infravermelho, como se pode ver nesta imagem construída a partir de dados obtidos pelo Infrared Astronomical Satellite (IRAS), lançado em 1983. Esta figura, que cobre cerca de 30x24 graus, é composta por dados obtidos em três bandas centradas em 12, 60 e 100 mícrones. A imagem realça as grandes regiões de poeira interestelar que são aquecidas pela luz estelar e brilham no infravermelho.


 Imagem do Dia: Anãs Castanhas no Trapézio
2014-01-14


Crédito: NASA; K.L. Luhman (Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, Cambridge, Mass.); and G. Schneider, E. Young, G. Rieke, A. Cotera, H. Chen, M. Rieke, R. Thompson (Steward Observatory, University of Arizona, Tucson, Ariz.)
Telescópio: Telescópio Espacial Hubble
Instrumento: Near Infrared Camera and Multi-Object Spectrometer

Esta imagem obtida com o Telescópio Espacial Hubble mostra uma região de formação estelar no enxame do Trapézio, à 1500 anos-luz, em Orionte. A imagem, em infra-vermelho, mostra cerca de 50 estrelas anãs castanhas, um dos tipos de estrelas mais difíceis de detectar. Anãs castanhas, são normalmente objectos considerados como estrelas que falharam, ou seja, são objectos que não possuem massa suficiente para iniciar no seu interior reacções termonucleares.

Imagem do Dia: Anãs Castanhas no Trapézio

2014-01-14

Crédito: NASA; K.L. Luhman (Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics, Cambridge, Mass.); and G. Schneider, E. Young, G. Rieke, A. Cotera, H. Chen, M. Rieke, R. Thompson (Steward Observatory, University of Arizona, Tucson, Ariz.)
Telescópio: Telescópio Espacial Hubble
Instrumento: Near Infrared Camera and Multi-Object Spectrometer
Esta imagem obtida com o Telescópio Espacial Hubble mostra uma região de formação estelar no enxame do Trapézio, à 1500 anos-luz, em Orionte. A imagem, em infra-vermelho, mostra cerca de 50 estrelas anãs castanhas, um dos tipos de estrelas mais difíceis de detectar. Anãs castanhas, são normalmente objectos considerados como estrelas que falharam, ou seja, são objectos que não possuem massa suficiente para iniciar no seu interior reacções termonucleares.
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O astrofotógrafo John Chumack registrou essa incrível vista da Nebulosa de Orion (M42) e sua vizinha Nebulosa de Mairan (M43) enquanto estava esperando por um outro espetáculo cósmico: o cometa ISON (um cometa potencialmente espetacular que fará sua maior aproximação do Sol em novembro, quando pode se tornar muito brilhante).

Nebulosa de Órion

Chumack registrou a foto no dia 22 de setembro em um observatório da Estação de Pesquisa de Yellow Springs, em Ohio (EUA).

 Localizada a cerca de 1.500 anos-luz de distância, a Nebulosa de Órion é a região massiva de formação estelar mais próxima da Terra. No coração da nebulosa está um grupo de jovens e gigantes estrelas.

Em torno de uma única estrela brilhante, M43 é a pequena área em forma de bolha no lado inferior esquerdo da imagem. [Space]



 Fonte:
© NUCLIO - Núcleo Interactivo de Astronomia 2001-2009
http://www.portaldoastronomo.org/tema.php?id=22 
 http://misteriosdomundo.com/astrofoto-nebulosa-orion
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Orionte, uma das maravilhas do céu



Imagem da constelação de Orionte no Atlas de Hevelius.
Todos estaremos de acordo em que o nosso céu está cheio de belezas extraordinárias e que há constelações magníficas. Mas, sem querer menosprezar as outras, de todas a que mais me encanta é sem dúvida a maravilhosa constelação de Orionte. A sua beleza prende-nos de tal forma o olhar que a sua contemplação convida mais ao silêncio do que a uma dissertação sobre um qualquer tema relacionado com ela.

Ao longo das próximas semanas vamos apresentar os seguintes temas:


Autoria:

António Manuel de Sousa Magalhães
Médico Oftalmologista
Membro da APAA
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IMAGEM DO DIA 07-07-2013- Portal do Astrônomo Pt.



 
  NGC 6302 - Nebulosa planetária da Borboleta 2013-07-07 Crédito: NASA.
 O Universo - Nebulosas - 44min.

Imagem do Dia: NGC 6302 - Nebulosa planetária da Borboleta 2013-07-07
 Crédito: NASA. Telescópio: Hubble Space Telescope (NASA/ESA). Instrumento: Wide Field Planetary Camera 2 

(WFPC2). As estrelas de pequena massa como o Sol terminam a sua vida transformado-se em anãs brancas. Nesse processo libertam as suas camadas exteriores para o espaço interestelar formando uma nebulosa planetária. A nebulosa planetária da Borboleta situa-se a 2100 anos-luz de distância e é o resultado de um desses estágios finais na vida de uma estrela. Também designada por M2-9, esta nebulosa contém no seu interior duas estrelas que orbitam dentro de um disco gasoso 10 vezes maior que o nosso Sistema Solar. O invólucro gasoso expelido pela estrela moribunda passa por este disco criando a estrutura bipolar visível na imagem. Existem ainda muitos mistérios por desvendar acerca dos processos físicos responsáveis pela formação das nebulosas planetárias.

Imagem do Dia: Enxame da "Árvore de Natal" (NGC 2264)
2013-07-09

As iluminações de Natal deste ano já foram inauguradas, e o mesmo parece acontecer nesta região do espaço. Nesta imagem de larga escala do enxame conhecido, precisamente, como "Enxame da Árvore de Natal", ou NGC 2264, é ainda possível ver duas famosas nebulosas. Na parte central da imagem, em baixo, vê-se a inconfundível nebulosa do "Cone", e na parte de cima, do lado esquerdo, vê-se a nebulosa "Pele de Raposa". NGC 2264 é um enxame aberto de estrelas embebidas numa nebulosidade difusa, situado a cerca de 2500 anos-luz de distância, com uma idade estimada de 5 milhões de anos. Este enxame é tão jovem que cerca de metade das suas estrelas ainda têm discos circum-estelares. Esta imagem foi obtida através de filtros sensíveis a emissão de hidrogénio, oxigénio e enxofre.

Imagem do Dia: Nebulosa de reflexão M 78 (NGC 2068)
2013-07-08

Crédito: NOAO/AURA/NSF. Telescópio: 0.9 m (KPNO).

M 78 faz parte da grande região de Orionte, uma zona de formação de estrelas situada à volta de M 42 e M43. É a nebulosa de reflexão mais brilhante que se conhece, sendo relativamente fácil de observar com um par de binóculos. O seu brilho resulta, tal como o seu nome indica, da reflexão da luz emitida por estrelas jovens existentes na sua vizinhança. Situa-se a cerca de 1600 anos-luz de distância, tendo cerca de 4 anos-luz de extensão. Esta imagem foi obtida através de combinação de várias imagens captadas com o CCD instalado no telescópio de 0.9 m do Observatório de Kitt Peak, no Arizona, EUA.
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 Imagem do Dia: NGC 6960 - Nebulosa do Véu
2013-07-02

Crédito: T. Rector/University of Alaska, Anchorage e WIYN/NOAO/AURA/NSF
Telescópio: WIYNInstrumento: Mosaic Camera


Esta imagem da Nebulosa do Véu foi obtida com a câmara de mosaicos do telescópio WIYN, de 0,9 metros no Kitt Peak National Observatory. Este objecto, que se encontra na constelação de Cisne, são os restos de uma, ou possivelmente de duas supernovas que explodiram há mais de 15 mil anos, a uma distância de 2500 anos-luz da Terra. Esta supernova pôde ser vista na altura como uma estrela muito brilhante, rivalizando em brilho com a Lua crescente. A imagem brilhante perto do centro da imagem, com o nome de 52 Cygnus, não está associada com a supernova. Esta imagem é uma combinação de três imagens de banda estreita, em que uma exposição em H-alpha, [OIII] e S[II] foram utilizadas como vermelho, azul e verde respectivamente. Norte é para a esquerda, e Este para baixo.
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Crédito: T.A. Rector (NRAO/AUI/NSF/NOAO/AURA/NSF) & B.A. Wolpa (NOAO/AURA/NSF).
Telescópio: 0.9 m - National Science Foundation, EUA.