quinta-feira, 28 de março de 2013

A ORIGEM DA VIDA - CARL SAGAN -15min.



15minutos

A ORIGEM DA VIDA

Em uma obra incrível
 o grande poeta das estrelas Carl Sagan,
 explica a origem de todos os seres vivos
 deste nosso frágil mas belo planeta!



 60min.

Episódio 02: A Origem da Vida


Como começou a vida na Terra? Há outros seres noutros mundos? Carl Dagan explora a origem, evolução e diversidade da vida na terra. Com uma espantosa animação computorizada, entramos no coração de uma célula viva para lhe examinarmos a molécula fulcral da vida: o ADN. 
 
Para compreender como a evolução ocorre, o Dr. Sagan acompanha a história do caranguejo japonês Heike, cuja forma tem gradualmente mudado conforme se foi selecionando quais os caranguejos que deveriam viver e quais os que deveriam morrer. Vamos assistir a experiências laboratoriais que nos darão idéia dos primeiros passos que conduziram à origem da vida. Sequências animadas espectaculares acompanham a evolução humana a partir de organismos unicelulares que existiam nos oceanos. 

Se houver vida noutros planetas, os respectivos seres terão de evoluir para se adaptarem aos ambientes que lhes são próprios. O Dr. Sagan dá-nos uma visão teórica dos "caçadores", "flutuadores" e "mergulhadores" que poderão eventualmente existir numa atmosfera semelhante à de Jupiter.

 
A Voz da Sinfonia Cósmica -9min
 
Biologia

Como a vida começou

A origem da vida na Terra,  há mais de 4 bilhões de anosé uma das questões fascinantes da ciência. Até porque a vida não é algo inevitável em qualquer mundo.

por Carl Sagan

Dos seus começos mais simples, no passado remoto da Terra, a novidade evoluiu para uma colossal variedade de organismos que ocupam cada campo do planeta. A ciência começou a entender como foi possível isso acontecer.

A terra está repleta de vida. Ela transborda em cada canto e cada fenda. Um punhado de terra de jardim contém bilhões de microorganismos de formas elegantes, ativamente ocupados com suas complexas microatividades. Do gélido topo do monte Everest até os tórridos efluentes que jorram do interior da Terra ao chão dos oceanos, existem por toda a parte formas de vida refinadamente adaptadas às suas peculiares circunstâncias.


Há seres que deslizam, rastejam, flutuam, planam, nadam, escavam, caminham, galopam ou apenas ficam imóveis e crescem verticalmente durante séculos. Alguns pesam 100 toneladas, mais a maioria é menor que um bilionésimo de grama. Há organismos capazes de enxergar sob luz infravermelha ou ultravioleta; e há seres cegos que percebem o ambiente envolvendo-se num campo elétrico. Alguns armazenam luz solar e ar; alguns são plácidos comedores de pastagens; outros caçam sua presa com garras, dentes e venenos neurológicos. Alguns vivem uma hora e, alguns, um milênio.


Sua harmonia com o ambiente é marcante. Mesmo os micróbios estão longe de ser estúpidos: são capazes de aprender com a experiência. E os humanos – no momento, a forma de vida dominante – penetraram as mais remotas regiões do planeta, refizeram sua superfície e até, hesitantemente, saíram em direção ao espaço. De onde veio essa gloriosa profusão de vida? 

Quando se examina de perto as superfícies de mundos vizinhos, como a Lua e Marte, não se encontra nenhuma prova de existência sequer da mais modesta forma de vida. Claramente, a vida não é algo inevitável em qualquer mundo. 

Como começou? E quando?


Se observamos rochas antigas e sedimentos, cujas idades tornaram-se bem conhecidas graças à datação radiativa e outras técnicas, encontramos vida muito tempo atrás. Em princípio, podemos entender como a vida evoluiu desde seus começos mais antigos e simples até profusão e complexidade que agora ornamentam nosso pequeno planeta. Com exceção do minúsculo presente momento nos 4,6 bilhões de anos da história da Terra, nunca existiram quaisquer humanos. Houve tempo em que os gigantescos bichos- preguiças mascavam as copas das árvores na América do Sul. Houve tempo em que répteis temíveis caminhavam nas praias de um grande mar interior no que é hoje a parte oeste dos Estados Unidos. Houve tempo em que a única vida animal em terra eram insetos e vermes.


Antes do surgimento de qualquer coisa parecida com a atual figura dos continentes, manadas de trilobites (crustáceos) caçavam no fundo soa antigos oceanos. É houve um tempo ainda antes disso – um tempo que abarca a grosso da existência do planeta -, quando não havia criaturas grandes o suficiente para serem vistas, quando tudo que era vivo era um microorganismo. É preciso realmente ir muito para trás – até 4 bilhões de anos no passado – antes de achar uma época em que não havia microorganismos. Mas essa é quase a época de formação da própria Terra.


Os mais antigos sinais de vida no planeta encontram-se em rochas cuja idade varia entre 3,5 bilhões e 3,8 bilhões de anos. Não é fácil achar tais sinais e a maioria das descobertas ocorreram apenas nos últimos vinte anos. É possível que se venha a descobrir pistas e vestígios de micróbios ainda mais velhos. Os achados até agora parecem ter pertencido a microorganismos bem desenvolvidos, provavelmente avançados demais para terem sido os primeiros seres vivos.


A vida deve ter-se originado ainda antes. Mas a Terra tem apenas 4,6 bilhões de anos e em sua primitiva história – aquecida por dentro e bombardeada por fora – apresentava um ambiente inapropriado para as franzinas e delicadas manifestações de vida. Isso deixa apenas um pequeno intervalo de tempo, algumas centenas de milhões de anos no máximo, para que a vida tenha surgido na primitiva Terra.


Que se deseja saber exatamente quando se pergunta sobre a origem da vida? Não estamos falando de humanos ou mamíferos ou qualquer dos organismos com os quais convivemos no dia-a-dia. Ao contrário, estamos nos perguntando sobre a origem daquelas características comuns a todas as formas de vida conhecida. É notável que, até onde vai nossa compreensão, cada organismo na Terra baseia-se nas mesmas poucas moléculas orgânicas, das quais duas se destacam. Seus nomes já pertencem à linguagem cotidiana: quase todos ouvimos falar delas. Chamam-se proteínas e ácidos nucléicos.


As proteínas controlam a química e a arquitetura de cada célula. Toda enzima é uma proteína. Elas determinam o ritmo segundo o qual outras moléculas interagem. Elas guiam o metabolismo. Os ácidos nucléicos são as moléculas-mestras da vida. Com apenas umas poucas possíveis exceções, contém toda informação hereditária, todo conhecimento sobre como um organismo deve produzir uma nova geração do mesmo tipo de seus pais. Os ácidos nucléicos determinam quais proteínas devem ser feitas e quando. Também possuem a assombrosa – propriedade de fazer cópias idênticas de si mesmos a partir de blocos de construção moleculares cuja síntese haviam dirigido. São as eminências pardas moleculares por trás da vida na Terra.


Compreender a origem das proteínas e dos ácidos nucléicos certamente não é o mesmo que compreender a origem da vida, mas é um passo importante nessa direção. As moléculas em questão são enormemente complicadas. 

Mesmo uma simples proteína pode ser feita de alguns milhares de átomos – hidrogênio, carbono, nitrogênio, oxigênio e, ocasionalmente, enxofre.-., agrupados segundo uma precisa configuração.muitas proteínas e a maioria dos ácidos nucléicos são ainda mais complicados. Essas moléculas, naturalmente, devem ter evoluído elas próprias, se tornando mais sofisticadas e aumentando grandemente em complexidade ao longo de 4 bilhões e tanto de vida na Terra. Assim, de que maneira simples ácidos nucléicos podem ter surgido na historia inicial do planeta?


O Universo consiste na maior parte de átomos de hidrogênio e hélio. Acrescentando-se carbono, nitrogênio e oxigênio, tem-se 99 por cento da massa do Universo. O Sol, Júpiter e os outros planetas gigantes, as estrelas, as galáxias – até o gás e a poeira no espaço entre as estrelas – são feitos principalmente de desses átomos. A Terra, por outro lado, compõe-se basicamente de silício, oxigênio,alumínio e ferro. Isso quer dizer que nosso planeta e os outros pequenos mundos que compreendem o interior do sistema solar são anomalias cósmicas. Apesar disso, os cientistas possuem provas excelentes de que a Terra se formou da mesma enorme nuvem giratória de gás e poeira da qual emergiram o Sol, rico em hidrogênio, Júpiter e o resto do sistema solar.


Por que os mundos do interior do sistema solar são tão diferentes agora? É quase certo que a resposta seja – "porque eles são pequenos". Da Terra atual, hidrogênio e hélio escapam rumo ao espaço. Nas franjas mais distantes da atmosfera da Terra, esses átomos ultraleves se deslocam rapidamente após colidir com átomos mais pesados. No tumulto das colisões moleculares na alta atmosfera, eles são os que mais tendem a adquirir velocidade de escape. Como um foguete voando a mais de 11 quilômetros por segundo, escapam da gravidade terrestre como um pequeno gotejamento de gás adentrando o quase-vácuo interplanetário.


Em contraste, a Lua e Mercúrio são tão pequenos, sua gravidade tão fraca que tem sido incapazes de reter qualquer atmosfera e muito menos algo remotamente parecido com um oceano. Em tais mundos, provavelmente nunca houve o menos ponto de apoio para o surgimento da vida. Por outro lado, hidrogênio, hélio e gases mais pesados não escapam de Júpiter, por exemplo, porque a massiva gravidade desse planeta mentem presas para sempre mesmo as moléculas mais simples, mais leves e mais rápidas.


A Terra, formada originalmente por típica matéria cósmica, deixou escapar quantidades enormes de hidrogênio e hélio. hoje, não sobrou quase nada. A atmosfera da Terra primitiva deve ter sido rica em gás hidrogênio e outros átomos quimicamente combinados com hidrogênio. O interior da Terra era, provavelmente rico em materiais similares que, muito tempo depois, devem ter sido trazidos à superfície por processos geológicos. Mesmo hoje, há vestígios de metano e outros gases ricos em hidrogênio ainda borbulhando em direção à superfície da Terra desde o remoto interior.


Assim, se quisermos entender a origem das proteínas e ácidos nucléicos, não podemos imaginar que a atmosfera da Terra primitiva fosse parecida com a atual. Em todo o caso , o oxigênio molecular na atual atmosfera é produzido por plantas verdes – e plantas verdes, naturalmente, não poderiam ter existido antes da origem da vida. Com tais raciocínios, o respeitado químico norte-americano Harold Urey e Stanley Miller, seu estudante de graduação na Universidade de Chicago no começo dos anos 50, prepararam um frasco de vidro contendo as moléculas ricas em hidrogênio que deveriam existir na primitiva atmosfera da Terra: hidrogênio, metano, amônia e água . (o velho ficou de fora porque não participa de reações químicas.)


No fundo do frasco, um pouco de água foi mantido fervendo, e uma carga elétrica – talvez similando relâmpagos na Terra primitiva – atravessou gás em cima. Com fervura mais rigorosa, tornou- se nitidamente rosa. Urey e Miller, muito excitados, observaram a cor mudar. Não havia dúvida de que moléculas orgânicas mais complexas tinham sido feitas a partir materiais muito simples, ricos em hidrogênio.


Experiências similares produziram dezenas de aminoácidos – a matéria-prima das proteínas - e todas as bases contendo e hidrogênio que compõe os ácidos nucléicos. 

 Aprendemos que as proteínas e ácidos nucléicos surgem a partir de uma ampla variedade de condições, desde que os gases precursores sejam ricos em hidrogênio. E a descarga elétrica não é a única fonte de energia adequada - também servem luz ultravioleta, calor, raios gama, o estrondo ou as ondas de choque provocadas pelo impacto de meteoritos. No laboratório de Leslie Orgel, no Instituto Salk, em La Jolla, Califórnia, o processo foi levado parcialmente ao estágio seguinte: ácidos nucléicos simples foram encontrados no tubo de ensaio dirigindo a síntese de moléculas complementares – meio caminho andado para fazerem cópias idênticas de si mesmos.


Uma palavra sobre terminologia: moléculas como proteína e ácidos nucléicos são chamadas orgânicas porque constituem a vida – não porque somente a vida as sintetize. Como Urey, Miller e outros antes dele demonstram, o estofo da vida pode ser feito por processos naturais não- biológicos. Atualmente, dizer que uma molécula é orgânica significa apenas que ela contém átomos de carbono.

Do ponto de vista de um biólogo do século XIX, os sucessos de experiências como as de Urey e Miller são espantosos. " É a pena se bobagem pensar atualmente na origem da vida", escreveu Charles Darwin. " É como pensar na origem da matéria." Quão surpreso ele ficaria hoje! Há muito ainda por fazer. Ninguém realizou uma experiência como essa para, ao final, descobrir uma criatura, por mais simples que seja, rastejando para fora do tubo de ensaio. Muitos mistérios persistem. Não se sabe como sair dos ácidos nucléicos em instruíram a formação das primeiras proteínas - um problema chamado a origem do código genético. Não se entende a origem da primeira célula – um evento provavelmente muito mais complexo do que a origem da vida.


Esses passos adicionais podem levar décadas ou séculos para serem reconstruídos em laboratório. Mas é bom lembrar que a pesquisa moderna sobre a origem da vida têm apenas uns 35 anos. A natureza levou dezenas ou centenas de milhões de anos e dispunha de uma arena muito maior para realizar suas experiências. Nós até que nos saímos muito bem nesse breve período de pesquisa moderna.


 Há cientista atordoados com a nossa profunda ignorância a respeito de muitas fases dessa questão. Eles acham que jamais se conseguirá entender seus aspectos mais complexos e, por isso, anseiam por uma intervenção extraterrestre ou mesmo divina. Mais tais idéias não resolvem o problema da origem da vida: apenas adiam o momento de enfrentá-lo. Embora de modo algum subestimando a profundidade de nossa ignorância, é espantoso o quanto já aprendemos. Entender a origem da vida já não parece tarefa impossível. O progresso iniciado com Urey e Miller permanece como um marco da ciência moderna, o da compreensão do Universo e de nós próprios.

 Li-Sol-30
Fontes:
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 Revista SUPERINTERESSANTE-

THC - O UNIVERSO - 03 Misterios da Lua - 44:07


THC - O Universo - 03 Misterios da Lua


Em nenhum outro momento da história, desde que os humanos contemplaram pela primeira vez as estrelas, nosso conhecimento da vastidão inimaginável do Cosmo cresceu tão rapidamente. Sabemos consideravelmente muito mais sobre o que está acima da nossa atmosfera do que sabíamos há um século atrás. Sabemos mais, muito mais, do que sabíamos até uma década atrás. 


Nesta minissérie épica, O Universo nos leva para a fronteira extrema do nosso conhecimento astronômico sempre em expansão. Uma colisão virtual entre astronomia e história, momentos esclarecedores (13 episódios no total) de um programa sem precedentes que nos dão um vislumbre -- através de recriações e animações -- daqueles instantes de descoberta sobre o entendimento celestial.

E com as reconstruções computadorizadas, viajamos para os limites externos do Conhecido, não através de pontos telescópicos, mas em primeira mão. Além disso, esta série nos fornece reflexões sérias e construtivas para as grandes questões humanas: 
 
Estamos sozinhos? 
O planeta Terra é insignificante para o Cosmos como uma gota d'água? 
Existirá outro lugar que possa sustentar a vida? 
Ou, realmente não há outro lugar como aqui?

Com 50 bilhões de galáxias no Universo (contendo cada uma delas mais de 100 milhões de estrelas), há muito ainda por explorar. É um Universo muito antigo. Entretanto, passaram-se apenas 50 anos desde que o homem se aventurou no espaço. É melhor começar logo! 

"Estamos conectados entre nós, 
biologicamente, à Terra quimicamente,
 e ao universo atomicamente.
Isso é legal.

 É algo que me faz feliz,
 uma sensação de amplitude.
 Não somos melhores do que o universo, 
somos parte dele.

 Estamos no universo e ele está em nós."

 Li-Sol-30
Fontes: 
http://conhecedornato.blogspot.com.br/ 
Veja meu 2° canal e se inscreva:
 http://www.youtube.com/user/conhecedo... 
Conhecedor nato 
Publicado em 11/08/2012-Licença padrão do YouTube
 
 

BURACO NEGRO, O INTESTINO CÓSMICO EM CONTINUIDADE MELÓDICA

Veni Creator Spiritus - 4min
 
Alelluia-  Veni Sancte Espiritus



 Francesca Ancarola & Los Gregorianos -4min.
Magnificat anima mea Dominum ...
 
 Misterium Salutis - Canto Gregoriano - 70min.

 
CantoGregoriano - Elegias para Reyes e Príncipes
Cantos Mozárabes - 45min.
 Canto Gregoriano
en la Sacra di San Michele - Torino - 56min.
Coral Gregoriano  de Belo Horizonte -32min.
BELO HORIZONTE ! Rádio - www.gregoriano.org.br

Banhados de luz
da Música reveladora
- ora para aprender.
ou ...
- hora de compreender : Agora!
Ade.
THC O Universo -06- Matéria Escura - 44min


Buracos negros: A chave de tudo (Parte 1) 




Existem monstros no universo 
que podem engolir estrelas inteiras
e podem destruir o próprio espaço e o tempo:
 os buracos negros. 

{( BRINCADEIRA !!...

Se,
  " Homem, conhece-te a ti mesmo
e conhecerás Deus e o Universo"

e,

Se o homem
é um fractal do holograma do Universo
basta a espelhagem da micro função corpórea
com a macro realidade em eterna reciclagem.
então:
A imagem do Buraco negro retrata  semelhança
ao "tubo" do intestino humano, logo,
as funções devem ser idênticas:
RECICLAGEM DA VIDA
(Ade)}

Por décadas, eles ficaram completamente escondidos, mas agora os cientistas estão se aventurando em seu território desconhecido. Eles descobriram que os buracos negros não governam apenas a esfera das estrelas e galáxias, eles influenciam todos nós aqui na Terra, pois os buracos negros podem ser a chave para a compreensão da verdadeira natureza da realidade.

 I – Introdução 

Buraco Negro

Pegue o planeta Terra e o comprima até o tamanho de uma bolinha de gude. Você criará um objeto tão denso que nem mesmo a luz, viajando a 300 mil km/s conseguirá escapar da sua extraordinária força gravitacional. Seu nome: um buraco negro.

Astrofísicos acreditam que os buracos negros devem se formar quando estrelas gigantes ficam sem combustível e se contraem sob seu próprio peso. Os buracos negros são lugares onde as leis da física não se aplicam. Alguns pensadores arrojados estão fazendo grande progresso rumo à compressão do que há dentro dos buracos negros. E as novas leis da física que estão surgindo têm uma implicação surpreendente. Você, eu e o mundo em que vivemos podem não passar de uma ilusão.

Os físicos teóricos atualmente estão muito interessados em buracos negros tentando entender como eles realmente funcionam e o que podem nos dizer sobre o universo.

“Um buraco negro é uma janela para um novo mundo no qual não temos um conceito. Ainda não temos uma arquitetura mental para conseguir visualizá-lo adequadamente.”, disse Leonard Susskind, famoso físico teórico sobre o qual falaremos muito no decorrer desse artigo. “É um estranho mundo de gravidade muito forte, onde não há linhas retas. Não conseguimos vê-lo, isso é perturbador e instigante ao mesmo tempo”, completa.

A ideia de um buraco negro é uma extensão natural das leis da gravidade. Quanto mais perto chegamos de um objeto de grande massa, maior a sua força gravitacional, impedindo que algo escape dele. A superfície da Terra está a 6.500 km de seu centro, então a força da gravidade aqui em cima não é muito forte. Mas se pudéssemos contrair a Terra até que toda sua massa ficasse próxima de seu centro, a força da gravidade ficaria muito mais forte. Nada se moveria rápido o suficiente para deixar sua superfície.

Se tentar imaginar a criação de algo tão denso que nem a luz consiga escapa estará tentando criar um sistema tão compacto que a velocidade necessária para escapar desse objeto seja superior à velocidade da luz. Por isso é impossível que algo escape de um buraco negro e o objeto todo escurece.

II  - Supernovas 

Supernova
 Supernova

Christian Ott, astrofísico  do Instituto de Tecnologia da Califórnia está tentando entender como entidades tão estranhas como buracos negros podem se formar no cosmo. Ele estuda o que ocorre quando gigantes vermelhas ficam sem combustível e começam a encolher. Durante a maior parte de sua vida, as estrelas transformam hidrogênio em hélio lentamente, conseguindo muita energia de cada núcleo de hidrogênio consumido. Depois desse processo, elas passam a queimar elementos mais pesados e este combustível é queimado muito rápido. O último elemento que elas acabam queimando é o ferro, e depois disso, não há mais geração de calor e energia em seu núcleo. A gravidade permanece agindo e como não há nada produzindo pressão para mantê-la, ela vai entrar em colapso e haverá uma onda de choque, que vai para fora e explode a estrela inteira. Este é o fenômeno denominado supernova.

As convulsões de morte de estrelas gigantes são os eventos mais dramáticos que os astrônomos já testemunharam. Observadores chineses viram uma explodir em 1054. O brilho era tão forte que podia ser visto durante o dia. Outras duas explodiram há aproximadamente 400 anos.

Essas colossais explosões deixam campos de destroços de gás e poeira em um raio de centenas de anos-luz ainda visíveis e se expandindo hoje. Mas o que interessa aos pesquisadores de buracos negros não é a explosão, mas o que ocorre no centro de uma estrela que está morrendo. Astrônomos modernos nunca viram a explosão de uma estrela em nossa galáxia, mas físicos teóricos preveem que se uma estrela for maior que o dobro da massa do sol, seu colapso será ainda mais extenso. Não há forma de pressão que possa resistir à este colapso e o núcleo da estrela vai continuar se contraindo até formar um buraco negro. Basicamente, tudo acaba afundando dentro de um buraco negro, e a estrela vai desaparecendo lentamente.

III – Caçando buracos negros

Centro da Via Láctea
Centro da Via Láctea-

De acordo com Ott, os buracos negros podem estar escondidos em toda a parte do universo.

“Encontrar buracos negros é extremamente difícil. Mesmo se não fosse negro e irradiasse energia teria apenas 30km de diâmetro”, explica o astrofísico. “E mesmo a dez anos-luz de distância, seria impossível achar com nossos melhores telescópios”, completa.


Em 1931, um pesquisador da Bell Telephone, Karl Jansky estava testando um novo sistema para enviar mensagens de rádio cruzando o Atlântico até a Europa. Ele foi importunado por um ruído de fundo. Após dois anos de trabalho cuidadoso, Jansky eliminou a maior parte da interferência, mas um sinal estranho nunca desapareceu. Ele ficava mais alto sempre que sua antena era apontada para a constelação de Sagitário, no centro da Via Láctea.

Era um sinal diferente do que qualquer estrela faria. Astrônomos começaram a indagar se não viria de um objeto que teóricos haviam previsto, mas nunca detectaram: um buraco negro. O centro da nossa galáxia está escondido atrás de um grosso véu de poeira e o melhor modo de observá-lo é através de luz infravermelha. Em 1992, os astrônomos utilizaram as melhores técnicas que possuíam para entender de onde vinha aquele estranho sinal.


O que eles haviam encontrado no centro da Via Láctea era um aglomerado muito denso de estrelas que giravam em torno de um buraco negro que emitia ondas de rádio. Essas dezenas de estrelas se moviam depressa demais em torno de um objeto escuro e denso. Quanto mais próximas do buraco negro, mais rápido elas giravam. A estrela mais próxima do buraco negro, denominada S2, se movia numa incrível velocidade de 18 milhões de km/h. A massa do buraco negro foi calculada em 4 milhões de vezes a massa solar. Era a primeira descoberta de um buraco negro, e ele está ali bem no meio da nossa galáxia.


Esse objeto deve ter engolido milhões de estrelas durante sua longa vida e ele é denominado de supermassivo. A maioria das galáxias do universo deve conter um desses monstros cósmicos em seu centro.

Continuação: Buracos negros: a chave de tudo (Parte 02 – Final) 

Estudando buracos negros


Buraco negro


 A imagem do Buraco negro retrata  semelhança
ao "tubo" do intestino humano, logo,
as funções devem ser idênticas:
RECICLAGEM DA VIDA

Vamos entender exatamente como estes buracos negros engolem matéria e como sua gravidade extrema distorce o espaço e o tempo.


A ficção científica vê os buracos negros como máquinas do tempo cósmicas ou portais para um universo paralelo. Mas por mais incrível que pareça, a realidade é mais estranha do que a ficção. Vamos entrar num mundo onde o muito grande e o muito pequeno são indistinguíveis, onde realidade e ilusão são a mesma coisa.


A astrônoma Julie Comerford tem estudado buracos negros supermassivos de galáxias distantes. É possível observar um buraco negro supermassivo quando gás cai sobre ele. Antes disso, o gás é aquecido e emite muita energia ficando muito brilhante, que rodeia a borda do buraco negro. Ao estudar esse fenômeno, ela descobriu algo totalmente inesperado. Há uma dança cósmica numa escala quase inimaginável.


“Nós vimos dois picos de luz em vez de apenas um. Nós esperávamos um de um buraco negro inativo nesta galáxia, mas vimos dois picos com velocidades diferentes. Logo achamos que aquilo seria algo interessante.”, explicou Julie.

Ela se indagou sobre o que aconteceria se duas galáxias com buracos negros supermassivos se colidissem.


“Quando duas galáxias colidem, os buracos negros em seu centro em vez de bater de frente começam a girar ou dançar. Nós detectamos os buracos negros observando a luz que emitem. Para o buraco negro se movendo na nossa direção, detectamos luz com menor comprimento de onda e assim vemos uma luz azulada. Para o buraco negro se afastando de nós, vemos luz com maior comprimento de onda, que parece avermelhada”, explica a astrônoma. 

“Essas luzes coloridas 
são os indicadores da valsa de um buraco negro.”.

Mozart 
- Sinfonia N.40 in G minor -08min.
 
 Mozart
-Symphony N 41 Júpiter,4th mov. final,11min.

 
 Beethoven
Symphony N 9 2nd mov.
{"Um pensador profundo , vindo das matemáticas
para a filosofia, verá um pedaço de ferro
como uma "continuidade melódica" }
Henri-Louis Bergson
Os Pensadores - Página 141 
O PENSAMENTO E O MOVENTE (Introdução)

“Essas luzes coloridas 
são os indicadores da valsa (do agir)de um buraco negro.”.


Essa dança cósmica foi observada várias vezes quando buracos negros estão em pares em galáxias se colidindo. Essa descoberta pode abrir caminho para aprender o que há dentro deles, pois essa dança pode não somente ser vista, mas também ouvida.


Albert Einstein via espaço e tempo como um material flexível, que poderiam ser distorcidos pela gravidade. Um buraco negro é apenas um poço muito profundo nesse material. Quando dois buracos negros se aproximam um dos outro, esses dois poços orbitantes agitam o espaço-tempo e enviam ondas que podem viajar livremente pelo universo na velocidade da luz.


Talvez não possamos observar um buraco negro com luz, mas podemos ouvi-lo se captarmos essa vibração do espaço-tempo. Há tempos que os pesquisadores tem tentado ouvir os sons do buraco negro enquanto giram juntos. Os cálculos não são para os fracos. Delinear o que ocorre quando dois objetos gigantes criam uma tempestade no mar do espaço-tempo exige matemática avançada e muitos supercomputadores.


O que os pesquisadores conseguiram como resultados foi o som ouvido como uma espécie de batida de tambor, onde o tambor é o próprio espaço-tempo. O som começa a pegar uma frequência mais alta e fica mais rápido até o buraco negro menor ser engolido pelo maior, emitindo um som alto juntos e formando um único buraco negro.

Pelo fato dos buracos negros agitarem muito o espaço-tempo em redor deles, a órbita de um buraco negro menor em outro é muito diferente da órbita da Terra ao redor do Sol. Um buraco negro girando ao redor de outro tem uma órbita semelhante à um trevo de três folhas. Esse padrão tem aparecido em simulações de todos os buracos negros que orbitam outro. O intrigante é que esse é o mesmo padrão com que elétrons e prótons giram em um átomo.


É possível construir um tipo de átomo clássico de um grande buraco negro como o núcleo de um átomo e um buraco negro menor, que age como um elétron, formando um átomo. 

Como um objeto tão pesado se comporta como uma partícula subatômica tão leve? Segundo os astrofísicos, um buraco negro é como uma partícula fundamental, algo incrível dado o fato de serem objetos imensos.


Mas uma onda gravitacional ainda não foi encontrada, e talvez quando for, pode nos dizer se um buraco negro age como um átomo. Detectar uma onda gravitacional é extremamente difícil, já que são praticamente imperceptíveis. Elas podem estar passando sobre nós agora.


IV – Guerra de físicos brilhantes (o paradoxo da informação)


Stephen Hawking versus Leonard Susskind


A promessa de detecção de ondas gravitacionais promoveu um tipo de desafio para teóricos que calculam as coisas no papel. A conexão entre o muito grande e o muito pequeno já desencadeou uma guerra entre dois dos maiores físico vivos: um deles, o famosíssimo Stephen Hawking, do outro lado, Leonard Susskind, que está tentando usar os buracos negros para criar a ideia mais revolucionária da física desde Einstein. Uma ideia que vira a realidade às avessas.


Os buracos negros são os corpos mais pesados do universo, alguns deles com massa de 1 bilhão de vezes maior que o nosso sol, mas ninguém sabe ao certo o tamanho deles. Toda essa massa pode caber num espaço menor que um átomo, numa singularidade, com temperaturas e densidade infinitas. E é aí que a física começa a se surpreender.


A Teoria da Relatividade de Einstein explica muito bem a gravidade, mas só se aplica à objetos muito grandes, não a pequenos elementos como átomos. Os cientistas passaram a entender muita coisa após os tempos de Einstein, mas de alguma forma a gravidade foge da compreensão deles. Há matéria de um lado e gravidade do outro, e essa ideia ambiciosa de juntar as duas coisas tem gerado resultados catastróficos.


O primeiro passo reunindo a física do muito grande (relatividade) e do muito pequeno (mecânica quântica) foi dado em 1974 por Stephen Hawking. A física quântica prevê que o espaço vazio está fervilhando de partículas e antipartículas, passando a existir em pares e um instante depois, ambas se aniquilam. Essas partículas existem por tão pouco tempo que não são consideradas parte da realidade. Os físicos a chamam de partículas virtuais.


Mas Hawking percebeu que havia um lugar específico no universo onde essas partículas podiam se tornar reais: em torno de um buraco negro há uma linha invisível no espaço denominada horizonte de eventos. Fora dessa linha, a força da gravidade é muito fraca para captar a luz. Dentro dela, nada pode escapar de sua força. Se um par de partículas virtuais for formado fora do horizonte de eventos uma delas consegue ultrapassar aquele ponto sem retorno antes de conseguir se recombinar, caindo dentro do buraco negro, deixando sua parceira escapar como radiação real: a radiação Hawking. Se Hawking estiver certo, os buracos negros não devem ser negros. Deveriam ter um brilho fraco e contínuo, mas ninguém jamais detectou a radiação Hawking da margem de um buraco negro. Na verdade é tão fraca, e os buracos negros tão distantes que talvez nunca seja possível.


Leonard Sussking, renomado físico teórico, passou grande parte de sua carreira pensando na radiação Hawking e muito perturbado com o que ela significa. Hoje, ele é um dos principais físicos teóricos do mundo, sendo um dos criadores da Teoria das Cordas. Seu fascínio por buracos negros começou quando ele foi numa palestra de Stephen Hawking, uma palestra que provocou uma reação violenta.


“Ouvi uma palestra dele pela primeira em San Francisco em 1981, na qual ele alegou de forma extraordinária que os buracos negros violam um princípio fundamental da física chamado conservação da informação”, contou Susskind.

Segundo Hawking, para cada grama de material que o buraco absorveu, ele emitiria uma quantidade equivalente de energia a partir de seu horizonte de eventos. Mas como não há ligação física entre o centro de um buraco negro (singularidade) e seu horizonte de eventos, os dois processos não compartilham informações.


“Isso foi um desastre do ponto de vista dos princípios básicos da física”, disse Susskind. Esse princípio afirma que não se pode perder informações.

Um exemplo é uma pia com um ralo fechado cheio de água. Imagine enviar uma mensagem em código Morse na água dessa pia através de pingos de tinta vermelha. Inicialmente, é possível ver a tinta se deslocando na água e após algum tempo, a tinta vermelha irá se espalhar totalmente pela água. 

Alguém pode dizer que a informação em Morse foi perdida e que ninguém pode reconstruí-la. Mas na essência da física, aquela informação continua ali. Se pudéssemos observar cada molécula seria possível reconstruir a mensagem, algo muito difícil para os seres humanos, mas a física diz que é possível.


Contudo, Hawking alegou existir lugares especiais no universo onde essa lei pode ser violada. O que acontece quando a informação cai no buraco negro? De acordo com Hawking, ela desapareceria do nosso universo pelo ralo, algo que violava o princípio.


Susskind ficou chocado. Se Hawking estivesse certo, a base da física moderna estava equivocada. Os buracos negros passariam a maior parte de sua vida engolindo estrelas sem deixar registro do que tinham feito. Os buracos negros não embaralham informações, segundo Hawking, as destroem completamente.

Então Susskind não conseguia se livrar da questão dos buracos negros e discordava veementemente da teoria de Hawking. Essa disputa deixou de ser somente desses físicos extraordinários, mas se expandiu para toda a comunidade científica. Em jogo estava mais do que cantar vitória para o vencedor, mas a forma como víamos o universo estava prestes a ser mudada.

Por cerca de 10 anos ele lutou para encontrar algum erro no conceito de Hawking, e até então sem sucesso, ele encarou o problema de forma diferente, com o denominado paradoxo do morto-vivo. Trata-se de uma experiência cósmica imaginário onde há um homem e uma mulher numa nave, além de é claro, um buraco negro.


O homem está na órbita de um buraco negro com sua nave, enquanto a mulher decido pular dentro do buraco negro. O que cada um vê?


Ele vê a mulher caindo na direção do buraco negro, se aproximando cada vez mais do horizonte de eventos, mas reduzindo sua velocidade. Como a gravidade do buraco negro distorce radicalmente o espaço e o tempo perto do horizonte de eventos, a Teoria da Relatividade prevê que o homem verá a mulher se deslocar cada vez mais devagar até parar em algum momento. Do ponto de vista do homem, a mulher se torna completamente imóvel e esse é o fim da história. A mulher demorará uma eternidade para cair no buraco negro.


Por outro lado, a mulher tem uma descrição completamente diferente daquilo que o homem viu. Ela cai livremente pelo horizonte de eventos sem sentir dor ou solavancos. Mas quando chega próximo da singularidade, passa a sentir desconforto e está se sentindo cada vez mais distorcida. Não entraremos em detalhes agora, não é bacana.


São duas descrições do mesmo evento e aparentemente estão em desacordo. Em uma, a mulher fica presa no horizonte de eventos (congelada no tempo e viva), e em outra, ela entra direto (e morre).

Então Susskind percebeu como resolver esse paradoxo e vencer a guerra contra Hawking.  Sua ideia estava baseada na Teoria das Cordas que ajudou a desenvolver.


“Um jeito de ver a Teoria das Cordas é que partículas elementares vão além do que nós vemos. Um exemplo é a hélice de um helicóptero girando muito rápido, no qual só é possível observar seu eixo central. Parece uma partícula simples, mas com uma câmera de alta velocidade que pudesse registrá-la durante o giro, perceberíamos que há mais coisas a serem vistas. Há as pás, e elas fariam a hélice parecer maior.”, explica o físico. “Na teoria das cordas, uma partícula elementar tem vibrações sobre vibrações, como se esta hélice no final de cada pá houvesse mais hélices e estas hélices tivessem hélices nas pontas de suas pás infinitamente, cada hélice indo mais rápido que a anterior. E com câmeras de velocidade cada vez maior, nós veríamos mais estruturas entrando em foco e a partícula daria a impressão de crescer infinitamente até preencher todo o universo.”


Leonard percebeu que um buraco negro é como uma câmera de velocidade ultrarrápida. Ela parece retardar objetos conforme se aproximam do horizonte de eventos. Então vamos para outra experiência imaginária.


O buraco negro, o homem e a mulher estão de volta. Mas dessa vez a mulher tem um avião movido por uma hélice da teoria das cordas. Para ela, as coisas não mudam muito. Ela senta na cabine e sobrevoa o horizonte de eventos o tempo todo vendo apenas o eixo central da hélice e tem o mesmo destino horrível no centro do buraco negro, mas dessa vez está caindo rumo ao buraco negro acompanhada de alguns destroços do avião.


A visão do homem é muito diferente. Para começar, ele vê a primeira hélice aparecer. Depois, à medida que ela reduz a velocidade, ele começa ver hélices externas surgindo, uma de cada vez. E o efeito é a hélice inteira ficar cada vez maior e por fim ficar grande o suficiente para cobrir o horizonte de eventos.

V O princípio holográfico (Vitória de Susskind)


Buraco negro


 Buraco negro - Intestino Cósmico (Ade.)

" Homem, conhece-te a ti mesmo
e conhecerás Deus e o Universo"
E,
Se o homem 
é um fractal do holograma do Universo
basta a espelhagem da micro função corpórea
com a macro realidade em eterna reciclagem.
(Ade)

Essas duas visões não parecem mais incompatíveis. A mulher é esmagada na singularidade ou espalhada por todo o horizonte de eventos. Susskind tem um nome para este novo meio de ver as coisas: o princípio holográfico. O físico pensou que aquilo se parecia com um holograma. Há a mulher no centro e se olharmos para ela, veríamos ela espalhada no horizonte de eventos, que podemos chamar se uma superfície, um filme. Tudo que vemos é alguma coisa distorcida e de alguma forma representam exatamente o mesmo que há no interior do buraco negro.


A ideia de Leonard de que o horizonte de eventos de um buraco negro é uma representação bidimensional de um objeto tridimensional em seu centro resolve o problema da perda de informações. Todo objeto que cai num buraco negro deixa sua marca tanto na massa central como no holograma tremeluzente no horizonte de eventos. Quando o buraco negro emite radiação Hawking do horizonte, esta radiação se conecta com a coisa que caiu dentro dele. A informação não se perde.


Em 2004, numa conferência científica em Dublin, na Irlanda, Hawkind admitiu a derrota. Os buracos negros não destroem informações. Leonard Susskind vencera a guerra do buraco negro. Mas ele fez muito mais que isso, porque a teoria não se aplica somente aos buracos negros. Ela nos força a retratar a realidade de um novo jeito.


É como se houvesse duas versões da descrição de você e de todas as coisas do universo. Uma delas é realidade normal visível e tridimensional. E a outra é um tipo de imagem holográfica nas paredes do universo, completamente espalhada, mas ainda com as mesmas informações. Isso porque o nosso universo surgiu de uma singularidade, e segundo alguns físicos, nós vivemos dentro dessa singularidade. Todo o universo está dentro de uma realidade tridimensional situada numa singularidade, e que além dela, há um superfície bidimensional (imagem holográfica) de tudo o que há no universo. Isso pode reforçar a teoria de que nosso universo seja o centro de um buraco negro, pois em uma singularidade não há o espaço nem o tempo, mas pode ser que dentro dela uma nova realidade surja (com novas dimensões espaciais e uma temporal), um novo universo que se expande sobre si mesmo, mas visto de fora, continua com o mesmo tamanho ínfimo de uma singularidade.


“Isso não é apenas uma ideia, é um princípio básico da física de que informações são armazenadas em um tipo de filme holográfico nas margens do universo. De certa forma, o espaço tridimensional é apenas uma versão da realidade. A outra versão existe em um filme holográfico plano a bilhões de anos-luz de distância nas margens do cosmo. Por que estas duas versões parecem coexistir é agora o maior enigma que a física precisa solucionar. Um dos grandes desafios que resulta tudo isso é a compreensão do espaço em si, por que o espaço é tridimensional quando toda a informação armazenada neste espaço é um holograma bidimensional? Um buraco negro traz esses desafios e os aguça porque é um lugar onde o espaço comum praticamente não existe mais. Então me perguntaram como o espaço se forma e vou ter que responder que estamos pensando nisso. Ainda não o entendemos”, completa Susskind.

VI – Conclusão


Caberia em uma singularidade um universo inteiro? É só uma ideia lógica. O que sabemos é que os buracos negros têm sido uma fonte de fascínio por quase um século. Nós pensamos nele como máquinas do tempo, atalhos para universos paralelos, monstros que um dia devorarão a Terra… Qualquer uma dessas ideias pode se tornar realidade um dia. Mas aqui e agora, os buracos negros têm um efeito profundo em nós. Suas superfícies holográficas tremeluzentes parecem estar nos dizendo que imaginamos estar aqui está refletido lá fora, na margem do nosso misterioso universo.


"Um pensador profundo , vinda das matemáticas
para a filosofia, verá um pedaço de ferro
como uma "continuidade melódica"."
Henri-Louis Bergson
Sírius - Deusa Isis
 Fontes:
Os Pensadores : BERGSON,HENRI
O PENSAMENTO E O MOVENTE (Introdução)Leia mais em http://misteriosdomundo.com/buracos-negros-a-chave-de-tudo-parte-1#ixzz2OqOHHRyK
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