sábado, 7 de dezembro de 2013

NOSSA LOCALIZAÇÃO NA VIA LÁCTEA - UFMG


NOSSA LOCALIZAÇÃO NA VIA LÁCTEA

Prof. Renato Las Casas (01/08/01)

      Imagine que em um futuro não muito distante (alguns poucos milhões de anos), algum descendente nosso tenha ido até uma galáxia vizinha em sua nave pessoal (isso será possível?) e em seu retorno à Terra tenha se deparado com a seguinte questão:
      - Em que local da Via Láctea fica o Sistema Solar?

      Imagine esse nosso descendente (vamos chamá-lo de Zul) se aproximando de nossa galáxia. Quanto mais se aproxima, maior ela parece ser. Para que "lado" desse imenso aglomerado de estrelas Zul deve se dirigir?

      O Sol fica a aproximadamente 30.000 AL do centro da Via Láctea (raio 50.000 AL), mas em que direção?

      Uma boa dica para Zul é orientar-se por uma galáxia anã descoberta em 1996, a vizinha mais próxima da Via Láctea. Apesar de muito próxima ela ainda não havia sido "vista" pois se encontra ao longo do plano que contém o disco de nossa galáxia, "escondida atrás do núcleo da mesma".
      O Sistema Solar se encontra a aproximadamente 30.000 AL do centro da Via Láctea, no lado oposto ao dessa nossa vizinha.

      Aproximando-se dessa região, Zul deverá procurar pelo braço espiral de Orion, que fica entre os braços de Sagitário (interno) e de Perseus (externo). É aí que o Sol se encontra.
      Ainda não sabemos exatamente quantos braços a Via Láctea possui. Pelo menos mais um braço interno, ao qual denominamos Centauro, é certo que ela possui.
      O Sol não é uma estrela que se destaque entre as demais. Para achar o Sol, Zul poderá orientar-se por duas estrelas, nossas vizinhas, muito brilhantes: A imensa Betelgeuse, uma estrela avermelhada (gigante vermelha) que se encontra a 428 AL do Sol; e Sirius, uma estrela branca, que se encontra a apenas 8,6 AL de nós.

 

    
 Em nossa vizinhança imediata (a até 20 AL), encontramos pouco mais de vinte estrelas, onde o destaque é Sírius. A aproximadamente 4,3 AL do Sol encontramos as vizinhas mais próximas do Sistema Solar; um sistema triplo formado por Próxima Centauro (uma Anã Vermelha, muito fraca), a Centauro A (uma estrela branca de brilho mais ou menos o dobro do nosso Sol) e a Centauro B (uma estrela alaranjada de brilho equivalente ao do nosso Sol).

 

    
 Nas duas figuras que se seguem assinalamos, em imagens dos nossos hemisférios celestes, as constelações que contém o disco de nossa Galáxia. Assinalamos também Betelgeuse, Sírius e a localização do centro da Via Láctea.
 

    
 (Note como o Hemisfério Sul Celeste é muito mais bonito 
- e rico de objetos - que o Hemisfério Norte Celeste.)


COMO SABEMOS ISSO?

      Um dos grandes problemas da Astronomia sempre foi saber as distâncias dos corpos celestes à nós. Esse problema vem sendo vencido através dos séculos com inteligência, trabalho e arte. Hoje falamos nas distâncias entre os corpos do Sistema Solar, muitas vezes, com precisão de poucos metros. As distâncias das estrelas (o que quer dizer: posições) também são hoje conhecidas com grande precisão. Precisão tanto maior quanto mais próximo a estrela se encontra.

      São principalmente dois os métodos utilizados na obtenção das distâncias das estrelas da nossa Galáxia ao Sol. O método da Paralaxe baseia-se na geometria e se aplica muito bem às estrelas mais próximas. O método do Avermelhamento (não confundir com desvio para o vermelho) baseia-se na absorção da luz das estrelas pelo meio interestelar e começa a ser preciso a distâncias grandes o suficiente para não mais podermos usar o método da Paralaxe.

      















 Coloque um dos seus dedos, levantado, um palmo à frente de seu nariz. Feche um olho. Repare na "posição" de seu dedo em relação a um objeto distante. Sem mover a cabeça ou o dedo, "troque de olho aberto". Repare na nova "posição" de seu dedo em relação àquele objeto distante. Fazendo assim, você estará vivenciando o fenômeno que chamamos de Paralaxe.
      Repita a experiência com seu dedo levantado dois ou três palmos à frente de seu nariz. Note que a mudança na "posição" em que você vê seu dedo, com um olho ou outro, em relação ao objeto distante agora é menor.
      Se hoje vemos uma determinada estrela em uma determinada posição em relação a um objeto distante, à medida que a Terra vai se deslocando em seu movimento de translação em torno do Sol, a posição em que vemos essa estrela em relação ao objeto distante também vai mudando. Essa mudança terá um máximo daqui a seis meses e será tanto maior quanto mais perto essa estrela estiver do Sistema Solar.

      Conhecendo a mudança na posição da Terra (diâmetro da órbita da Terra) e medindo o "desvio angular" na posição da estrela observada, podemos saber a distância que essa estrela se encontra de nós.

      
















Se a distância de uma estrela ao Sol é tão grande que o método da Paralaxe não funciona mais (não notamos diferença na posição de uma estrela em relação a objetos de fundo, no período de seis meses), podemos utilizar o método do Avermelhamento na determinação dessa distância.
      Quando a luz de um objeto atravessa a nossa Galáxia, ela vai sendo "absorvida" pelo meio interestelar. Essa é uma absorção seletiva em relação à cor (comprimento de onda) da luz. Na faixa da luz visível, o azul é absorvido mais fortemente que o vermelho. Quando a luz de uma estrela vai atravessando a nossa Galáxia, ela vai perdendo assim cada vez mais o seu azul, ficando cada vez mais avermelhada. Se sabemos o tanto que a luz de uma estrela "avermelhou" desde quando emitida pela estrela até quando detectada por nós, temos condições de saber a distância dessa estrela ao Sistema Solar.
      Dependendo da idade, massa, etc. de uma estrela (que podemos saber por espectroscopia de sua luz) podemos saber da "coloração" da luz quando emitida por essa estrela. Medindo então a "coloração" da luz dessa estrela que chega ao Sistema Solar, temos o avermelhamento dessa luz e consequentemente a distância dessa estrela à nós.


       


















 O tamanho de nossa Galáxia e a nossa distância a seu centro são conhecidos há quase 80 anos pela analise da distribuição de objetos (aglomerados globulares) que se situam fora do disco da Galáxia (halo). Esses objetos estão distribuídos dentro de duas regiões hemisféricas que "se fecham em uma esfera, com o disco da Galáxia entre elas". (O raio do disco galáctico sendo o mesmo dos hemisférios.) Podemos "ver" esses hemisférios através desses aglomerados globulares.
      Um método para "vermos" a estrutura espiral de nossa galáxia consiste em acompanharmos a distribuição espacial de "indicadores": objetos que além de estarem associados a essa estrutura, satisfaçam propriedades tais como serem facilmente vistos e identificados; ocorrerem em grande número; etc. Alguns "indicadores" utilizados: regiões de hidrogênio ionizado; aglomerados estelares; estrelas jovens (azuis); etc.


     


















 A Galáxia Anã de Sagitário foi descoberta em 1996, quase por acaso, por pesquisadores das Universidades de Cambridge e de Columbia, que estudavam estrelas no disco de nossa Galáxia. Ela se encontra bem próxima à borda do disco da Via Láctea, a menos de 100.000 AL do Sistema Solar. A sua descoberta foi feita através de medidas de velocidades de estrelas. Um conjunto de estrelas se movia diferentemente das demais; eram estrelas dessa nossa vizinha que estavam sendo descobertas.


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A GALÁXIA M81



 
Crédito: NRAO/AUI.
Telescópio: Very Large Array (VLA).

A galáxia M 81 é uma galáxia espiral situada a 11 milhões de anos-luz de distância. Com os seus cerca de 50000 anos-luz de extensão, esta galáxia é particularmente conhecida pelo seu par de braços espirais extremamente bem definidos e simétricos.

 Nesta imagem em cor falsa é visível a emissão provocada pelo hidrogênio atômico, pondo em evidência que este gás segue, igualmente, a distribuição quase perfeita em espiral. Na imagem, a cor vermelha indica zonas de maior emissão, enquanto que o azul corresponde a zonas de menor densidade.

M81

Por em 9.12.2010 as 14:51
Uma das galáxias mais brilhantes de nosso céu e muito similar, 
em tamanho, com a nossa Via Láctea, é a M81.

Ela fica na direção da constelação da Ursa Maior a, aproximadamente, 11,8 milhões de anos-luz de distância. A foto de alta profundidade mostra o centro amarelado e os braços “azuis” da galáxia, ao mesmo tempo em que revela a estrutura conhecida como “Loop de Arp”, que parece sair do disco da M81.

Acreditava-se que o loop era um arco de material da própria M81 que estava sendo atraído pelas marés gravitacionais de uma galáxia vizinha, a M82.
No entanto, análises recentes revelaram que o loop é uma estrutura da nossa própria galáxia que, por estar “no caminho” entre a Via Láctea e a M81 parece sobreposta a essa última. Isso foi descoberto porque o material com que o loop é feito parece-se muito com o material da nossa galáxia. [Nasa]
Luciana Galastri é jornalista. Viciada em livros, lê desde publicações sobre física a romances de menininha do estilo "Crepúsculo". Toca piano desde os oito anos de idade e seu estilo de música preferido é o metal.
 Guerra de Galáxias: M81 versus M82
24/03/2010

Clicando na imagem você verá a versão na melhor resolução.
Explicação: À direita, rodeada por braços espirais azuis, está a galáxia espiral M81.

 À esquerda, marcada por gases e nuvens de poeira vermelhos, está a galáxia irregular M82.

 Esta belíssima vista exibe estas duas galáxias-mamute presas num combate gravitacional, como têm estado pelos últimos bilhões de anos. A gravidade de cada galáxia afeta dramaticamente a outra a cada passagem de centenas de milhões de anos.

No último round, a gravidade de M82 provavelmente fez surgir tremulações de ondas de densidade em torno de M81, resultando na riqueza dos braços espirais de M81.

Mas M81 deixou M82 com regiões de violenta formação estelar e de nuvens de gás em colisão tão energéticas que a galáxia brilha em raios-X. Em poucos bilhões de anos, apenas uma galáxia irá restar.



Galáxias em Guerra: M81 contra M82 

fotografadas por Rainer Zmaritsch e Alexander Gross

Guerra galáctica: M81 versus M82 - Crédito: Rainer Zmaritsch & Alexander Gross
Guerra galáctica: M81 versus M82 - Crédito: Rainer Zmaritsch & Alexander Gross
Nesta foto, à esquerda, com seus braços espirais azuis vemos a galáxia M81.
À direita, marcada pelo gás avermelhado e nuvens de poeira cósmica a galáxia
 irregular M82 se destaca.

Esta visão apaixonante desta dança cósmica mostra as duas belas galáxias amarradas
 entre si em um combate gravitacional, que prossegue há bilhões de anos. A interação
gravitacional entre este par de galáxias afeta dramaticamente suas estruturas nas
aproximações que ocorrem a cada milhão de anos. No último round da luta titânica é
 provável que a gravidade da M82 tenha agitado a estrutura da M81 levantando ondas
de densidade que enriqueceram seus braços espirais. Mas, em contrapartida, a M81
perturbou drasticamente a M82 criando violentas regiões de formação estelar e nuvens
de gás aquecidas em colisão, tão energéticas que fazem a M82 brilhar em raios-X.
O destino final desta dupla de mamutes galácticos será a fusão em uma única galáxia
 possivelmente elíptica dentro de alguns bilhões de anos.

O grupo M81

Grupo M81 é parte do expansivo Super-Aglomerado de Virgem. Aqui vemos este ponto de encontro galáctico é visto através do tênue brilho da Nebulosa do Fluxo Integrado. Crédito: Jordi Gallego

Grupo M81 é parte do expansivo Super-Aglomerado de Virgem.
 Aqui vemos este ponto de encontro galáctico é visto através do tênue brilho
 da Nebulosa do Fluxo Integrado. Crédito: Jordi Gallego

A seguir, nesta imagem mais abrangente desta região, temos uma visão do
grupo M81 de galáxias. Na frente desta exposição de 12 horas de duração produzida
 por Jordi Gallego vemos a grande galáxia espiral M81, a maior da foto.
Sabemos que a M81 está interagindo com a galáxia irregular M82 logo abaixo,
uma grande galáxia com um halo incomum de gás filamentoso avermelhado.
Em volta desta dupla de galáxias amarradas entre si temos algumas das demais
galáxias do Grupo M81.

Junto com outros aglomerados galácticos incluindo o nosso Grupo Local de galáxias
e o Conglomerado de Virgem, o Grupo M81 é parte do expansivo Super-Aglomerado 
de Virgem. Este ponto de encontro galáctico é visto através do tênue brilho da
Nebulosa do Fluxo Integrado, um complexo pouco estudado composto de gás
difuso e nuvens de poeira cósmica dentro da nossa Via Láctea.

Evidências do buraco negro central da M81

Mosaico obtido a partir da combinação de raios-X (azul) do observatório espacial Chandra; infravermelho (rosa) do telescópio espacial Spitzer; ultravioleta (roxo) do satélite GALEX; Luz visível (verde) do Hubble; mostra a M81 alimentando

Mosaico obtido a partir da combinação de diversas frequências:
raios-X (azul) do observatório espacial Chandra; infravermelho (rosa)
do telescópio espacial Spitzer; ultravioleta (roxo) do satélite GALEX;
luz visível (verde) do Hubble. A composição mostra a M81 alimentando
seu buraco negro central supermassivo.
Este impressionante mosaico composto mostra a galáxia espiral M81
 vista através das radiações invisíveis do espectro eletromagnético.
Aqui estão combinadas 4 visões de alguns dos observatórios espaciais mais notáveis:
  • Raios-X (azul) do observatório espacial Chandra;
  • Infravermelho (rosa) do telescópio espacial Spitzer;
  • Ultravioleta (roxo) do satélite GALEX;
  • Luz visível (verde) do Hubble.
O quadro menor nos mostra a emissão dos raios-X originada em diversas fontes
da M81, incluindo os buracos negros em sistemas binários com cerca de 10 vezes
a massa do Sol, assim como o supermassivo buraco negro central com mais de
70 milhões de massas solares. Comparando modelos computacionais da energia
 liberada pelos buracos negros super gigantes com os  dados dos múltiplos 
comprimentos de onda as observações sugerem que a alimentação do monstro glutão
 é relativamente simples:  a energia e a  radiação são geradas quando a matéria da
região central galáctica espirala em queda e se aquece, formando um disco de acresção
 energizado.
A M81 tem cerca de 70.000 anos-luz de diâmetro e fica a 12 milhões de anos-luz da
Terra, na constelação Ursa Maior, visível no hemisfério norte.

Fontes:
 http://www.portaldoastronomo.org/npod.php#sthash.hiDbQ9IG.dpuf
 http://apod.astronomos.com.br/apod.php?lk=ap100324.html
 http://eternosaprendizes.com/2009/09/27/galaxias-em-guerra-m81-contra-m82

Imagem do Dia: Galáxia espiral M 81

2013-12-07

Crédito: NRAO/AUI.
Telescópio: Very Large Array (VLA).
A galáxia M 81 é uma galáxia espiral situada a 11 milhões de anos-luz de distância. Com os seus cerca de 50000 anos-luz de extensão, esta galáxia é particularmente conhecida pelo seu par de braços espirais extremamente bem definidos e simétricos. Nesta imagem em cor falsa é visível a emissão provocada pelo hidrogénio atómico, pondo em evidência que este gás segue, igualmente, a distribuição quase perfeita em espiral. Na imagem, a cor vermelha indica zonas de maior emissão, enquanto que o azul corresponde a zonas de menor densidade.
- See more at: http://www.portaldoastronomo.org/npod.php#sthash.hiDbQ9IG.dpuf

UNIVERSO - BURACO NEGRO : Quem Veio Primeiro? Astrofísico João Evangelista Steiner



 
Universo - Buraco Negro: Quem Veio Primeiro? 

 
Neste programa, Mônica Teixeira entrevista o astrofísico João Evangelista Steiner, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP, sobre os buracos negros especiais - aqueles que ocupam o centro das galáxias e também o centro das atenções do pesquisador Steiner nos últimos anos.

Quem veio primeiro, perguntam-se os cientistas - os buracos negros, ou as galáxias?

Stream

 
Olha que interessante: A formação das Estrelas e das Galáxias estão diretamente conectadas com a formação do buraco negro, que é sempre aproximadamente 10% da massa total " do corpo celeste" . Fazendo uma analogia com o corpo humano e observando que os melhores e mais refinados humores são processados no intestino , após a absorção dos alimentos (corpos estranhos) que o organismo PRECISA para crescer e manter-se ativo - VIVO. Parece que basta estudar o mecanismo da digestão humana para descobrir a mecânica celeste e encontrar aí a  razão da existência e confirmar a absoluta necessidade harmônica desta Fantástica Reciclagem  atuando como SEMENTEIRA do Universo , o que na verdade é o Buraco Negro.

Os corpos celestes e corpos humano espelhados , assemelham-se como macro e micro Cosmo - e quem foi que disse : "Homem, conhece-te a ti mesmo e conhecerás o UNIVERSO e os deuses."?


 Li-Sol-30

Enviado em 06/02/2012-Licença padrão do YouTube