sábado, 19 de fevereiro de 2011

VÊNUS - O MENSAGEIRO DA PAZ


 

Vênus


















Fatos sobre Vênus

  • Vênus é o sexto maior planeta do nosso sistema e o segundo a partir do Sol:
    • distância do Sol: 108.200.000 km (0,72 u.a.)
    • diâmetro: 12.103,6 km
    • massa: 4,869e24 kg
    A órbita de Vênus, dentre as de todos os demais planetas, é a que mais se aproxima da circularidade, com uma excentricidade inferior a 1%.
  •  Vênus (Grego: Afrodite ; Babilônio: Ishtar) é a deusa do amor e da beleza. O planeta é assim chamado, provavelmente, por ser o mais brilhante de todos os astros conhecidos na Antigüidade. (Os acidentes em Vênus, com poucas exceções, são todos nomes femininos.)
  • Vênus é conhecido desde os tempos pré-históricos. É o mais brilhante dos astros do sistema solar depois do Sol e da Lua. Como Mercúrio, Vênus era popularmente representado como dois corpos: Eósforo, a estrela matutina e Vérper, a estrela vespertina, mas os astrônomos gregos estavam mais bem informados.
  • Uma vez que Vênus é um planeta inferior, ele apresenta fases quando visto da Terra com um telescópio. A observação desse fenômeno por Galileu foi um importante elemento a favor da teoria heliocêntrica de Copérnico.
  • A primeira sonda a visitar Vênus foi a Mariner 2, em 1962. Ele foi posteriormente visitado por muitas outras (mais de 20 até o presente), incluindo a Pioneer Venus e a sonda soviética Venera 7, a primeira sonda a descer em outro planeta, e Venera 9, que transmitiu as primeiras fotos da superfície. Mais recentemente, a sonda americana Magellan transmitiu mapas detalhados da superfície de Vênus usando radar.
  • A rotação de Vênus é um tanto peculiar, visto ser muito lenta e retrógrada (243 dias terrestres eqüivalem a um dia venusiano, um pouco maior que o ano venusiano). Além disso, os períodos da rotação de Vênus e de sua órbita são de tal forma sincronizados que ele sempre apresenta a mesma face voltada para a Terra quando os dois planetas estão em sua maior aproximação.
  • Vênus é às vezes chamado de planeta-irmã da Terra. Em alguns aspectos eles se assemelham:
    • Vênus é apenas um pouco menor que a Terra (95% do diâmetro da Terra, 80% da massa terrestre).
    • Ambos têm poucas crateras, indicando que suas superfícies são relativamente jovens.
    • Suas densidades e a composição química são similares.
    Por causa dessas similaridades, pensou-se que abaixo de suas densas nuvens Vênus poderia ser semelhante à Terra e até mesmo possuir vida. Mas, infelizmente, pesquisas detalhadas concluíram que Vênus é radicalmente diferente da Terra em muitos aspectos significativos. 
  • A pressão da atmosfera de Vênus, na superfície, é de 90 atmosferas (aproximadamente a mesma que existe a uma profundidade de 1 km nos oceanos da Terra). Sua composição é basicamente dióxido de carbono. Há várias camadas de nuvens, com espessura de muitos quilômetros, compostas de ácido sulfúrico. Essas nuvens impedem que se tenha uma visão de sua superfície (foto 2). Essa densa atmosfera produz um efeito estufa que aumenta a temperatura de Vênus em cerca de 400 graus para mais de 740 k (calor suficiente para derreter o chumbo). A superfície de Vênus é na verdade mais quente que a de Mercúrio, a despeito de estar quase duas vezes mais distante do Sol.
  • Há fortes ventos (350 kph) nas cristas das nuvens (foto 6), mas os ventos na superfície sopram com pouca intensidade, não mais que alguns quilômetros por hora.
  • Vênus provavelmente já possuiu grandes volumes de água, como o nosso planeta, mas toda essa água evaporou-se. O planeta é agora muito seco. A Terra teria tido igual destino se estivesse um pouco mais perto do Sol. Podemos conhecer melhor a Terra descobrindo por que Vênus - planeta basicamente similar ao nosso - passou por transformações que o tornaram tão diferente.
  • A maior parte da superfície de Vênus é constituída de planícies levemente onduladas, com pouco relevo. Há também várias extensas depressões: Atalanta Planitia, Guinevere Planitia, Lavinia Planitia. Há dois grandes planaltos: Ishtar Terra, no hemisfério norte (mais ou menos do tamanho da Austrália) e Afrodite Terra, ao longo do equador (aproximadamente do tamanho da América do Sul). O interior de Ishtar consiste em um alto platô, Lakshmi Planum, circundado pelas mais altas montanhas de Vênus , inclusive pelo enorme Maxwell Montes.
  • Os dados transmitidos pelo radar de formação de imagens da Magellan mostram que uma grande área de superfície de Vênus é coberta de lava. Há vários vulcões semelhantes aos do Havaí e do Olympus Mons), tais como Sif Mons (foto 3). Pesquisas recentes revelaram que Vênus é ainda vulcanicamente ativo, mas apenas em alguns pontos quentes localizados (foto 4); a maior parte da superfície do planeta tem-se mantido geologicamente imperturbada nas últimas centenas de milhões de anos.
  • Não há crateras pequenas em Vênus. Parece que pequenos meteoros se desintegram na densa atmosfera de Vênus antes de atingirem a superfície. As crateras de Vênus parece terem surgido em grupos (foto 11), indicando que os grandes meteoros que atingem a superfície do planeta geralmente se fragmentam na atmosfera.
  • As mais antigas formações de Vênus parecem ter cerca de 800 milhões de anos. A extensa atividade vulcânica que havia no planeta removeu os vestígios das primeiras formações em sua superfície, inclusive as grandes crateras surgidas no início da história de Vênus.
  • As imagens da Magellan mostram uma grande variedade de formações interessantes e peculiares, incluindo-se os vulcões "pancake", que parecem ser erupções de lava bastante espessa (foto 8) e as coroas, que se assemelham a hemisférios achatados sobre grandes câmaras de magma (foto 9).
  • O centro do planeta é provavelmente bastante similar ao da Terra: um núcleo de ferro com cerca de 300 km de raio, um manto rochoso de matéria derretida, compreendendo a maior parte do planeta. Recentes estudos dos dados referentes à gravidade transmitidos pela sonda Magelllan indicam que a crosta de Vênus é mais resistente e mais espessa do que se supunha anteriormente. Como a Terra, a convecção no manto produz uma tensão na superfície do planeta que é aliviada em muitas regiões relativamente pequenas, em vez de se concentrar nos limites da placa tectônica, como ocorreu com a Terra.
  • Vênus não tem campo magnético, talvez em virtude de sua baixa rotação.
  • Vênus não possui satélites. Por isso, a estória...
  • Vênus é geralmente visível a olho nu. Às vezes (impropriamente) chamada de "estrela matutina" ou "estrela vespertina", Vênus é, incontestavelmente, a estrela mais brilhante do céu. Os mapas planetários de Mike Harvey mostram a atual posição de Vênus (e de outros planetas) no céu.

Fotos

  1. (acima) Imagem de alta resolução (cor falsa), onde se vê todo um hemisfério 342k gif; 12000k tiff
  2.  vista em luz visível, de Galileu 73k gif
  3.  Sif Mons 156k gif; 270k jpg
  4.  Recente vulcanismo 123k gif; 22k jpg
  5. Grande cratera de impacto 131k gif; 495k jpg
  6.  Imagem transmitida pela Pioneer Venus 15k jpg
  7. Gula Mons e a cratera Cunitz 250k gif; 178k jpg
  8. 7 vulcões "pancake", região alfa 227k gif; 327k jpg
  9. Coroa de Pandora, Lada Terra 42.5 deg S 6 lon 177k gif; 186k jpg
  10. Chasma Vires-Akka Região de Denitsa 130k gif; 337k jpg
  11. Crater Farm, Região de Lavínia, pequena 107k gif; 147k jpg
  12. Vulcão, 3 milhas de diâmetro, chasma Paragon 9,4 S, 247,5 long 282k gif; 72k jpg
  13. Cratera Golubkna, 60,5 N, 287,2 Long ( Perspectiva gerada por computador) 107k gif; 149k jpg
  14. Alpha Regio, mostrando colinas e crateras 237k gif
  15.  Imagem ultravioleta, HST (cor falsa) 23k jpg; 99k gif; 1200k tiff
  16. Novos mosaicos globais transmitidos pela sonda Magellan html
  17. Fotografias da superfície de Vênus tiradas pelas sondas soviéticas Venera 9 e 10
  18. Fichario de imagens NASA PDS html
  19. ... mais imagens de Vênus

Filmes

  1. Animação sobre Vênus 1542K fli; 1239K pics; 405K quicktime; 444K B&W pics
  2. Animação sobre Vênus 303k mpeg
  3. Filme: Rotações de Vênus e Terra 1000k AVI
  4. Magellan - Mapeamento do planeta Vênus 10000k AVI
  5. Vôo sobre a parte ocidental de Atla Regio 7000k AVI; (caption)
  6. Vôo sobre Ártemis 11000k AVI; 23000k AVI; (caption)
  7. Vôo sobre Alpha Regio 8000k AVI; (legendado)
  8. Vôo sobre a parte ocidental de Eistla Regio - 3300k AVI; 7600k AVI; 15000k AVI; (legendado)
  9. Vistas da Lua com Vênus à distância 82k mpeg

Mais sobre Vênus

Questões Abertas

  • Há alguma evidência de elevação e subsidiência na superfície de Vênus bem como de recente atividade vulcânica. Mas não há indícios de placa tectônica tal como se observa na Terra. Isso ocorre pelo fato de o planeta ter uma temperatura mais alta?
  • O efeito estufa é muito mais acentuado em Vênus do que na Terra por causa de sua densa atmosfera de dióxido de carbono. Por que Vênus não teve o mesmo destino da Terra?



 Amor
Fonte
Bill Arnett; última revisão: 12 de agosto de 1995
http://www.if.ufrj.br/teaching/astron/venus.html
Sejam felizes todos os seres. 
Vivam em paz todos os seres. 
Sejam abençoados todos os seres.

A LUA EM CORES


Imagem do Dia: A Lua a cores

2011-02-19 

Crédito: Johannes Schedler (http://panther-observatory.com/).

Normalmente a Lua aparece-nos em tons de cinzento. Mas Johannes Schedler exagerou propositadamente pequenas diferenças de cor na superfície do nosso satélite, por forma a nos apercebermos melhor das diferenças existentes na composição química do solo lunar. 

A área azulada perto do centro é o famoso Mar da Tranquilidade. 

Da cratera Tycho saem linhas brancas, do lado esquerdo, em baixo, enquanto que tons avermelhados são visíveis junto da cratera Copérnico, mais em cima, do lado esquerdo.

 Amor
Fonte
Portal do Astrónomo - Portugal
http://www.portaldoastronomo.org/npod.php
Sejam felizes todos os seres. 
Vivam em paz todos os seres. 
Sejam abençoados todos os seres.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

PRIMEIRAS ESTRELAS DA VIA LÁCTEA


Primeiras estrelas Cientistas afirmam que estrelas mais antigas encontradas na Via Láctea são anteriores à própria galáxia, tendo sobrevivido à destruição de seus sistemas originais (divulgação)

Divulgação Científica

Primeiras estrelas

– Muitas das estrelas mais antigas da Via Láctea são remanescentes de outras galáxias menores que foram dilaceradas por colisões violentas há cerca de 5 bilhões de anos. A afirmação é de um grupo internacional de cientistas, em estudo publicado pelo periódico Monthly Notices of the Royal Astronomical Society.

Essas estrelas anciãs são quase tão antigas como o próprio Universo. Os pesquisadores, de instituições da Alemanha, Holanda e Reino Unido, montaram simulações em computadores para tentar recriar cenários existentes na infância da Via Láctea.

O estudo concluiu que as estrelas mais antigas na galáxia, encontradas atualmente em um halo de detritos em torno dela, foram arrancadas de sistemas menores pela força gravitacional gerada pela colisão entre galáxias.
Os cientistas estimam que o Universo inicial era cheio de pequenas galáxias que tiveram existências curtas e violentas. Esses sistemas colidiram entre eles deixando detritos que eventualmente acabaram nas galáxias existentes atualmente.

Segundo os autores, o estudo apoia a teoria de que muitas das mais antigas estrelas da Via Láctea pertenceram originalmente a outras estruturas, não tendo sido as primeiras estrelas a nascer na galáxia da qual a Terra faz parte e que começou a se formar há cerca de 10 bilhões de anos.

“As simulações que fizemos mostram como diferentes relíquias observáveis na galáxia hoje, como essas estrelas anciãs, são relacionadas a eventos no passado distante”, disse Andrew Cooper, do Centro de Cosmologia Computacional da Universidade Durham, no Reino Unido, primeiro autor do estudo.

“Como as camadas antigas de rochas que revelam a história da Terra, o halo estelar preserva o registro do período inicial dramático na vida da Via Láctea, que terminou muito tempo antes de o Sol ser formado”, disse.

As simulações computacionais tomaram como início o Big Bang, há cerca de 13 bilhões de anos, e usaram as leis universais da física para traçar a evolução das estrelas e da matéria negra existente no Universo.
Uma em cada centena de estrelas na Via Láctea faz parte do halo estelar, que é muito mais extenso do que o mais familiar disco em espiral da galáxia.

O estudo é parte do Projeto Aquário, conduzido pelo consórcio Virgem, que tem como objetivo usar as mais complexas simulações feitas em computador para estudar a formação de galáxias.


Monthly Notices of the Royal Astronomical Society:
www3.interscience.wiley.com/journal/117974593/home

Fonte:
Agência FAPESPE
http://www.agencia.fapesp.br/materia/12399/divulgacao-cientifica/primeiras-estrelas.htm
30/6/2010
Agência FAPESP

BURACO NEGRO MAIS JOVEM

Certidão de nascimento

por  
Cássio Barbosa |


Em 1979, mais precisamente às 3 horas e 7 minutos do dia 20 de abril, nascia um buraco negro em uma “maternidade” a 50 milhões de anos-luz daqui. Naquela noite, Gus Johnson, um astrônomo amador norte-americano, reportou a explosão de supernova na galáxia M100. Essa supernova foi batizada de 1979C, por ter sido a terceira descoberta naquele ano.  Passados 25 anos, outros astrônomos afirmaram que ela ainda permanecia brilhante.

Leia também:
Uma estrela com pelo menos dez vezes a massa do Sol chegou ao fim de sua vida e explodiu. No caso, suspeita-se que ela tinha 20 vezes a massa do Sol e o brilho dessa explosão, que deveria durar alguns meses, se tanto, permanece por mais de 25 anos. Um caso propício para estudos mais profundos e continuados. E assim foi, com observações do Hubble (visível), Spitzer (infravermelho) e raios X (XMM-Newton e Chandra), fora o time de telescópios de 8 metros na Terra.

Agora, 31 anos depois da explosão da supernova 1979C, um buraco negro foi encontrado no local. Na verdade, as observações em raios X mostraram que o brilho daquilo que restou da estrela permaneceu constante de 1995 a 2007. Essa constância e a natureza da emissão de raios X levaram os astrônomos a deduzir que o objeto remanescente é um buraco negro.

O brilho constante em raios X poderia ter duas explicações. Na primeira, o material ejetado durante a explosão estaria caindo de volta sobre o buraco negro. Na segunda, o buraco negro estaria devorando uma estrela que forma um sistema duplo. O objeto remanescente da supernova está indicado na parte de baixo dessa imagem, que agrupa uma foto do Spitzer (em vermelho), do VLT (em amarelo  e azul) e do Chandra (em amarelo, mais escuro).

De qualquer maneira, as duas teorias sugerem que um buraco negro se formou em M100 naquele dia 20 de abril. Esse é o buraco negro mais jovem conhecido, com certidão de nascimento e tudo!

 Fonte:
ter, 16/11/10
por
Cássio Barbosa |
categoria Observatório
 

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

ESTRELAS REBELDES - Fuga de Órion para Auriga



por 
Cássio Barbosa



Era uma vez uma estrela jovem. Cresceu rápido, muito quente, brilhou cedo e muito forte. No seu berçário, o Trapézio de Órion, várias outras como ela também nasceram e cresceram de maneira parecida. Ela morava em Órion, com uma companheira, mas onde há muita estrela deste tipo as coisas podem não acabar bem. De maneira inesperada, alguém explodiu por perto e as duas se separaram definitivamente! 

Hoje, uma delas viaja pela constelação de Auriga e a sua ex-companheira cruza a constelação de Columba.

As estrelas com temperamento assim são chamadas de estrelas massivas, porque têm, no mínimo, 10 vezes a massa do Sol . A rebelde desta historinha é AE Aurigae, uma estrela com quase 20 massas solares. E essa rebeldia toda tem causa? Sim, mas ninguém tem muita certeza.

AE Aurigae nasceu no aglomerado do Trapézio, localizado em Órion. Essa região é uma conhecida maternidade de estrelas massivas. Essa classe de estrelas, por terem muita massa, nascem, crescem e morrem muito rapidamente. Elas são estrelas quentes, brilham forte e morrem espetacularmente como uma supernova. Imaginem o caos quando várias dessas estrelas ficam juntas em um “pequeno” espaço. Pequeno em termos astronômicos, é claro.

Junto com a intensa radiação emitida pelas estrelas massivas, o meio em que estão com fortes ventos estelares também são influenciados. Para outras estrelas menores é algo como estar no meio de uma briga entre dois gigantes.

Mas, voltando à pergunta lá de cima, por que AE Aurigae fugiu de casa? Certeza, ninguém tem, mas duas teorias são as preferidas. A primeira diz que, na região, uma dessas estrelas massivas explodiu como uma supernova e a força da explosão desfez o par AE Aurigae e Mu Columbae, jogando cada uma para fora do Trapézio. A segunda teoria diz que houve uma colisão entre o sistema binário com uma, ou mais estrelas e nessa colisão, o par se defez e cada uma tomou um rumo diferente, tanto que estão em regiões diferentes do céu.

Casos como esses não são raros entre as estrelas massivas, mas o interessante com AE Aurigae é que ela gosta de dizer por onde anda. Nessa imagem no infravermelho obtida com o telescópio espacial WISE, as nebulosas “acendem” por causa da presença de uma estrela tão quente. Com tanta radiação, essa rebelde viajante ioniza o gás da região criando uma nebulosa de emissão (a parte esverdeada da nebulosa), mas parte da radiação acaba espalhada e refletida pela poeira (a parte em tons rosa). A própria estrela desta história está imersa na nebulosa rosada e aparece como o ponto mais brilhante dela.


qui, 25/11/10
por 
Cássio Barbosa |
categoria Observatório

UM ANEL GALÁCTICO - Cássio Barbosa

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Um anel galáctico

por 
Cássio Barbosa |


Que tal um anel de ouro ou prata?  Um anel de pedras preciosas, um anel de brilhantes? Bonito e caro, certamente, mas o que dizer de uma anel de buracos negros?  Você já ouviu falar? Ia querer um desses?
Bom, eu é que não, mas não parece ser o caso de Arp 147.

Essa imagem obtida da composição de imagens dos telescópios de raios-x Chandra (em rosa) e do Hubble (vermelho, verde e azul) mostra um par de galáxias em interação. Esse par faz parte de um catálogo elaborado por Harlton Arp na década de 1960, que contêm galáxias peculiares.

Essas galáxias são peculiares por não se enquadrarem em nenhum dos tipos morfológicos conhecidos. A intenção era outra, mas no fim das contas Arp produziu um belíssimo atlas de galáxias em interação.

Esse é o caso que a gente vê aqui, com uma galáxia espiral à direita e outra elíptica à esquerda. Na verdade, estamos vendo o que restou da galáxia espiral, após se colidir com a galáxia elíptica.

Com a colisão, as forças gravitacionais em conjunto produziram uma onda de formação de estrelas que pode ser visto como o anel azul nos restos da galáxia espiral. Esse anel contém milhares de estrelas massivas jovens brilhando intensamente.  Essas estrelas vivem rápido e logo explodem em supernovas, deixando em seu lugar uma estrela de nêutrons, ou mesmo um buraco negro. Ambos os objetos são intensas fontes de raios-x e por isso brilham forte nas imagens do Chandra, formando esse anel de cor-de rosa.

Outras fontes de raios-x são visíveis nesta imagem. Uma delas está no centro da galáxia elíptica e é na verdade um buraco negro supermassivo com pouco gás para alimentá-lo. As outras fontes são as manchas rosas à esquerda na imagem. A mais brilhante (e mais acima) é uma estrela da nossa Via Láctea e a outra mais abaixo é um quasar bem mais distante que as duas galáxias, que estão a 430 milhões de anos-luz.

sex, 11/02/11
por Cássio Barbosa |
categoria Observatório
http://g1.globo.com/platb/observatoriog1