O satélite Planck, lançado em 2009 pela Agência Espacial Europeia (ESA) com a finalidade de pesquisar
 radiação cósmica de fundo em microondas, tem rendido novas descobertas astronômicas, afirmaram astrônomos europeus esta semana.
Distante 1,5 milhão de quilômetros da Terra, a sonda espacial tem  apresentado evidências da existência de um aglomerado de galáxias  escondido a bilhões de anos-luz e que produz estrelas numa velocidade  muito maior do que o conhecido.
"O que acontece é que, em galáxias empoeiradas, temos a formação de  estrelas, [e estas passam] a maior parte do tempo cobertas pela poeira,  dentro da galáxia que você está observando", explica David Clements,  professor de física no Imperial College London.
Com o satélite Planck, os cientistas são capazes de fazer uso dessa  poeira, que "reprocessa" a energia da estrela e a devolve como energia  infravermelha, acrescenta Clements.
Bildunterschrift: Großansicht des Bildes mit der Bildunterschrift:  Cientistas esperam que o Planck forneça dados sobre a origem do Universo após o Big Ben    Outros telescópios, como o Hubble, observam a formação de estrelas  fazendo uso apenas da luz visível (luz branca). Isso quer dizer que, com  os telescópios tradicionais, cientistas podem ver apenas a metade do  total de energia produzido pelos fenômenos estelares do universo.
"É uma forma direta de relatar a evolução das galáxias nessa metade  perdida", diz o professor. "Você pode completar a história oculta do  universo, porque existe essa quantidade de energia surgindo da poeira,  há esse monte de estrelas se formando, as quais você não pode ver com a  luz visível", explica.
O satélite Planck pode detectar "poeira fria", ou partículas de  poeira com uma temperatura de aproximadamente 20 graus Kelvin, ou -243  graus Celsius, e que representam os primeiros estágios do  desenvolvimento estelar.
O Planck descobriu mais de 900 agrupamentos de  poeira fria na Via Láctea.
Entre outros resultados, o satélite também coletou dados sobre  aglomerados de galáxias (conjuntos que reúnem inúmeras galáxias),  incluindo 20 novos aglomerados antes desconhecidos. Essas  informações ajudam os astrofísicos a determinar o formato, a natureza, o  volume e a evolução do universo.
A próxima data para a divulgação de dados enviados pelo Planck está  programada para 2013. Ela deverá descrever numa riqueza de detalhes até  então desconhecida a radiação cósmica de fundo. Com isso, os cientistas  esperam lançar luz sobre os estágios iniciais do Universo.
"Estes novos resultados são partes essenciais de um quebra-cabeça que  pode nos dar uma visão completa da evolução tanto do nosso 'quintal'  cósmico, ou seja, a Via Láctea em que vivemos, como também da origem do  Universo", disse David Parker, diretor de ciência espacial e exploração  da agência espacial do Reino Unido.
Autor: Cyrus Farivar (df)
Revisão: Alexandre Schossler
 Fonte:
DW-WORLD.DE
 http://www.dw-world.de/dw/article/0,,14766660,00.html