domingo, 14 de junho de 2009
ORION - O TRAPÉZIO
Região central do aglomerado do Trapézio. Crédito: NASA/ESA/J. Bally, D. Devine & R. Sutherland.
O Trapézio
Um dos aspectos mais fascinantes da observação de Orionte é a região da sua encantadora nebulosa de emissão. Nessa localização, a olho nu pode ver-se a “estrela” designada como Teta de Orionte é na verdade um sistema estelar múltiplo completamente imerso na Grande Nebulosa de Orionte. Com um pequeno binóculo notam-se duas estrelas, mas com instrumentos de maior abertura notam-se bem as quatro principais estrelas a formarem um pequeno trapézio. O facto de os lados desse trapézio terem medidas que vão de 9 a 19 segundos de arco obriga a uma razoável abertura do instrumento.
As estrelas que formam os vértices do Trapézio têm magnitudes que vão dos 5,4 para a mais brilhante até aos 7,5 da mais discreta. No entanto, recorrendo a instrumentos de maior abertura, podem ver-se mais duas estrelas, ambas de magnitude aparente 11. Na verdade, e aqui está o maior fascínio desta região do céu, as seis estrelas antes enumeradas são apenas as mais brilhantes de um enorme grupo do qual mais de 300 têm um brilho aparente superior ao da magnitude 17. Todas estas estrelas são muito jovens, provavelmente com menos de 300 000 anos. Aliás os membros mais jovens do grupo ainda não concluíram o processo de contracção gravitacional, ou seja, ainda não entraram na chamada “sequência principal”.
MITOLOGIA
A mitologia relacionada com esta constelação é muito vasta. Curiosamente, ao estudá-la verifica-se que há alguns pormenores onde o mito do gigante caçador se confunde com o lendário herói Héracles (Hércules para os romanos). Tal confusão não é contudo um exclusivo destas duas constelações, pois, por exemplo, também entre o Sagitário e o Centauro elas se fazem notar.
O nascimento de Orionte
Imagem da constelação de Orionte no Atlas de Hevelius.
Um dia Zeus, Hermes e Posídon viajavam juntos pelo mundo. Ao chegarem à Híria, na Beócia, foram recebidos por Hirieu, um mortal, que apesar de não saber que tinha três deuses em sua casa, os tratou à altura do seu verdadeiro estatuto. Como recompensa, as divindades perguntaram-lhe qual o presente que maior prazer lhe poderia dar. Hirieu, que era viúvo e não tinha filhos, respondeu que o que mais desejava no mundo era ter um descendente. Os deuses ordenaram então a Hirieu que sacrificasse um touro, urinasse sobre a pele do animal e, de seguida, a enterrasse no túmulo da sua falecida mulher. Nove meses depois nasceu-lhe um filho cujo nome estará relacionado com urina ou com o facto da constelação ser visível ao princípio da noite no Inverno portanto com chuva.
Há contudo uma variante desta versão mitológica, segundo a qual os três deuses urinaram sobre a pele duma vitela, que foi de seguida enterrada e dela terá nascido Orionte.
De acordo com outra lenda, Orionte era filho de Posídon, o deus dos mares, e de Euríale uma das filhas do rei Minos. De acordo com esta versão, Posídon teria dado a Orionte o poder de caminhar sobre a água.
A vida do gigante
Orionte tinha crescido tanto que poderia caminhar com os pés no fundo do mar e a cabeça acima da água. O seu prazer favorito era a caça, na qual se fazia acompanhar pelo seu cão Sírio. Segundo Píndaro, Orionte perseguiu as Plêiades (as sete filhas de Atlas e Plêione) durante 5 anos, nas montanhas da Beócia, que só lhe conseguiram escapar por terem pedido ajuda a Zeus. Este transformou-as em pombas (a forma de Píndaro para o nome Plêiades – peleiades – significa “bando de pombas”) e colocou-as no céu, entre as estrelas. Entretanto Orionte casou-se com Sidé, que, por se gabar de ser mais bela que a deusa Hera, foi por esta deusa precipitada no Tártaro.
Mais tarde, Orionte viajou até à ilha de Quios, cujo rei, Enópion, era filho do deus Dioniso. O gigante apaixonou-se pela filha de Enópion, Mérope, (homónima duma das Plêiades). O rei, que não desejava que a filha se casasse com Orionte, disse ao gigante que lha daria em casamento se ele matasse todos os animais selvagens existentes na ilha. Orionte assim fez e todas as noites levava a Mérope as peles dos animais que tinha abatido. Quando deu a tarefa por terminada, dirigiu-se a Enópion e exigiu a sua parte do acordo. No entanto, este recusou-se a cumprir a sua promessa, alegando que ainda haveria leões, ursos e lobos escondidos nas montanhas de Quios.
Certa noite, desalentado com a espera a que se estava a sujeitar, pois por mais que buscasse não encontrava nenhuma fera para caçar, Orionte bebeu uma cabaça inteira do vinho de Enópion e, sob o efeito da bebida, irrompeu pelo quarto de Mérope violando-a. Ao amanhecer, Enópion apercebeu-se do sucedido e invocou o seu pai, Dioniso. Este enviou sátiros ao encontro do gigante da Beócia, que fizeram com que bebesse ainda mais vinho, acabando por cair num sono profundo. Enópion aproveitou-se deste facto para o cegar, após o que ordenou que o deixassem abandonado numa praia.
Orionte guiado por Cedalion procura o Sol nascente (Nicolas Poussin, 1594– 1665). Crédito: Metropolitan Museum of Art, New York.
Disposto a recuperar a visão, Orionte consultou um oráculo. Obteve como resposta que tal poderia acontecer se viajasse para leste e virasse os olhos em direcção a Hélio, o Sol, no local onde este se ergue do Oceano. Utilizando uma pequena barca, Orionte começou a remar e, guiando-se pelo som do martelo de um Ciclope, chegou a Lemnos. Nesta cidade, entrou na forja de Hefesto, que, tendo pena dele, lhe cedeu um jovem aprendiz para que o guiasse. Com a ajuda deste e transportando-o às costas, Orionte viajou por terra e por mar, até chegaram ao Oceano Longínquo, onde os raios de Hélio lhe restituíram a visão. Entretanto, Eos, a Aurora, apaixonou-se pelo gigante e este, depois de ter recuperado a vista, visitou com ela Delos, onde também partilhou a sua cama. A deusa continua ainda a enrubescer todos os dias com a recordação desta paixão, o que explica a cor do céu ao amanhecer, isto apesar de a mitologia grega atribuir a Eos um número incontável de maridos e amantes. Por exemplo, no caso da união com Astreu, o Vento do Crepúsculo, dela terão nascido a «estrela da manhã» (o planeta Vénus), os ventos e todos os astros da noite.
Decidido a vingar-se de Enópion, Orionte regressou a Quios, mas Mérope e o pai já lá não estavam, pois se tinham escondido numa gruta que Hefesto lhes fizera. No entanto, Orionte não desistiu e dirigiu-se para Creta, onde pensou que Enópion se poderia ter refugiado, sob a protecção de Minos, seu avô. Foi ao chegar a Creta que Orionte conheceu Ártemis, que tinha a paixão pela caça tal como ele. A deusa convenceu-o a desistir da vingança e a ficar com ela a caçar em Creta.
A morte de Orionte
Apolo, que conhecia a relação que Orionte tinha tido com Eos, por temer que a sua irmã Ártemis também não resistisse aos encantos do gigante, foi junto de Geia e narrou-lhe, com perfídia, a chacina dos animais selvagens que Orionte havia cometido em Quios. Como castigo a deusa fez com que Orionte fosse perseguido por um escorpião gigante invulnerável a todas as armas dos mortais. Para escapar, o gigante teve de se lançar ao mar, nadando em direcção a Delos, onde procurava obter a protecção de Eos. Mas Apolo não estava satisfeito. Enquanto Orionte nadava (ou caminhava sobre o fundo do mar) perguntou a Ártemis: “Vês lá adiante, muito ao longe, aquela coisa negra que flutua no mar, perto de Ortígia? É a cabeça dum malvado que se chama Candaon e que acaba de seduzir Ópis, uma das tuas sacerdotisas. Desafio-te a atingi-lo com uma das tuas flechas!”
Ártemis ignorava que Candaon era o nome pelo qual Orionte era conhecido na Beócia. Disparou a sua flecha sobre o alvo, após o que se lançou ao mar para ir buscar a sua vítima. Ao verificar que era Orionte, desesperada implorou a Asclépio que o ressuscitasse, mas antes que este pudesse executar a sua tarefa, foi aniquilado por Zeus com um raio.
Outras versões dizem que Ártemis, ao saber que Orionte tinha morto todos os animais de Quios (ou que tinha perseguido as Plêiades), se vingou lançando em sua perseguição um escorpião que acabaria por picar e assim matar o gigante.
Depois da sua morte, Orionte desceu ao inferno, onde foi um dos privilegiados, tal como Minos e Héracles, continuando ali, tal como em vida, a caçar animais selvagens com uma maça de cobre. Mais tarde, foi levado para o céu – acompanhado do seu cão Sírio – onde foi convertido em constelação (por Ártemis na 1ª versão da sua morte, e por Zeus na 2ª).
Qualquer das versões sobre a morte do gigante refere a presença dum escorpião, justificando assim que quando se vê no céu o Escorpião, Orionte não esteja visível e vice-versa.
Fonte: Núcleo-Portal do Astrônomo - Portugal
sábado, 13 de junho de 2009
O QUE FAZEMOS
O que fazemos o tempo inteiro.
http://www.cultureunplugged.com/play/1081/Chicken-a-la-Carte
Até quando o homem
civilizado vai sacrificar
inocentes crianças?
Até quando a morte
vai sustentar a fome
de animais racionais?
Até quando a vida
vai suportar a selvageria
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Susan Boyle Britains's Got Talent - Legendado PT BR
Incrivel semelhança
- Ele chorou ao ver esta verdade
antes de mim
terça-feira, 2 de junho de 2009
HINO AO SOL
HINO AO SOL
por Akhenaton
"Adoração de Harakhte que se alegra no horizonte, No seu nome de Luz que está em Aton, vivendo eternamente para sempre, E do Aton vivo que estáe; em festa, senhor de tudo aquilo que circunda Aton
Senhor do céu, senhor da terra, senhor da Casa de Aton em Akhet Aton Rei do Vale e rei do Delta que vive da verdade (Ma'et); Senhor dos Dois Países, Nefer-kheperu-Rá Ua'-en'Rá Filho de Rá que vive da verdade (Ma'et) Senhor das coroas Akhenaton sublime de duração; E da grande esposa real que ele ama,
A senhora das Duas Terras Nefer-nefru-Aton Nefertite, Viva, sã, jovem eternamente para sempre.
Ele diz:
Tu surges belo no horizonte do céu Ó Aton vivo, que deste início ao viver. Quando te ergues no horizonte oriental todas as terras enches de tua beleza
Tu és belo, grande, resplandecente, excelso sobre todo país; Os teus raios iluminam as terras
Até o limite de tudo o que criaste. Tu és Rá e conquistas até o seu limite. Tu as unes para teu filho amado.
Tu estás longe, mas os teus raios encontram-se sobre a terra, Tu estás diante (da gente), mas eles não vêem o teu caminho.
Quando tu vais em paz ao horizonte ocidental, A terra fica na escuridão como morta Os que dormem encontram-se em suas camas, As cabeças cobertas com mantas,
Um olho não vê o outro.
Se roubassem seus bens que se acham debaixo de suas cabeças, Eles nem perceberiam.
Todos os leões saem de suas cavernas; Todas as serpentes, elas mordem.
A escuridão é (para eles) claro. Jaz a terra em silêncio.
Seu criador repousa no horizonte.
Na aurora tu reapareces no horizonte.
Resplandeces como Aton para o dia sereno. Tu eliminas as trevas e lanças teus raios. As Duas Terras estão em festa:
Acordadas e atentas sobre os dois pés. Tu as fizestes levantar.
Lavam os seus membros,
Pegam as suas roupas,
Os seus braços estão em adoração ao seu nascimento. A terra inteira se põe a trabalhar. Todo animal goza de sua pastagem.
Árvores e relvas verdejam.
Os pássaros voam de seus ninhos,
Com as asas (em forma de) adoração a tua essência (ka) Os animais selvagens pulam em seus pés. Aqueles que vão embora, aqueles que pousam, Eles vivem quando tu te levantas para eles. As barcas sobem e descem a corrente
Porque todos os caminhos se abrem quando tu surges. Os peixes do rio movem-se deslizando em tua direção Os teus raios chegam ao fundo do mar.
Tu que procuras que o germe seja fecundado nas mulheres, Tu que fazes a descendência nos homens, Tu que fazes viver o filho no seio de sua mãe, Que o acalentas para que não chore, Tu nutriz de quem ainda está no colo, Que dás o ar para fazer viver tudo o que crias. Quando cai do colo para a terra o dia do nascimento, Tu lhe abres a boca para falar
E provês as suas necessidades.
Quando o pintinho está no ovo(loquaz na pedra) Tu ali dentro lhe dás ao para viver. Tu o completas para que quebre a casca
E dela sai para piar e completar-se
E caminhe com seus dois pés recém-nascidos.
Quão numerosas são as tuas obras! Elas são irreconhecíveis aos olhos (dos homens) Tu, Deus único, afora de tu nenhum outro existe. Tu criaste a terra ao teu desejo,
Quando tu estavas só,
Com os homens, o gado, e todos os animais selvagens. E tudo o que dá sobre a terra - e anda sobre seus pés - E tudo aquilo que está no espaço - e voa sobre suas asas. E os países estrangeiros, a Síria, a Núbia, e a terra do Egito. Tu colocaste todo homem em seu lugar
Proveste as suas necessidades
Cada um com o seu alimento
E é contada sua duração em vida. As suas línguas são ricas de palavras, E também seus caracteres e suas peles. Tens diferenciado os povos estrangeiros. E feito um Nilo Duat (isto é, o mundo subterrâneo) Leva-o aonde queres para dar vida às pessoas, Assim como tu as criaste.
Tu, senhor de todas elas,
Que te cansas por elas,
Ó Aton do dia, grande em dignidade!
E todos os países estrangeiros e distantes, Tu fazes que também eles vejam.
Puseste um Nilo no céu que desce para eles (isto é, a chuva) E que faz ondas sobre os montes como um mar E banha seus campos e suas regi&otiilde;es. Quão perfeitos os teus conselhos todos, Ó Senhor da eternidade!
O Nilo do céu é teu (presente) para os estrangeiros E para todos os animais do deserto que caminham sobre os pés: Mas o Nilo verdadeiro vem de Duat para o Egito.
Os teus raios trazem a nutrição para todas as plantas; Quando tu resplandece, elas vivem e prosperam para ti. Tu fazes as estações
Para que se desenvolva tudo o que tu crias: O inverno para refrescá-las,
O ardor para que te degustem.
Tu fizeste o céu distante
Para brilhares nele
E para ver tudo, tu único
Que resplandeces forma de Aton vivo,
Nascido é luminoso, distante e (também vizinho. Tu apresentas milhões de formas de ti, tu único: Cidades, povoados, campos, caminhos, rios. Todo olho vê a ti diante de si
E tu és o Aton do dia sobre (a terra).
Quando te afastas
E (dorme) todo olho do qual criaste a visão Para não te ver sozinho.
(e não se verá mais) o que tu criaste, Tu estás (ainda) no meu coração. Não há nenhum outro que te conheça Exceto o teu filho Nefer-kheperu-Rá Ua-en-Rá Tu fazes com que ele seja instruído em teus ensinamentos e em teu valor.
A terra está em tua mão
Como tu a tens criado.
Se tu resplandeces, eles vivem,
Se tu te pões no horizonte, eles morrem; Tu és a própria duração da vida. E se vive de ti.
Os olhos vêem beleza, enquanto tu não te pões. Deixa-se todo trabalho quando tu te pões à direita (isto é, no Ocidente).
Quando tu resplandeces, dás vigor ao rei, E agilidade para todos
Desde quando fundaste a terra.
Tu te levantas para o teu filho
Que saiu do teu corpo
O rei do Vale e do Delta que vive da verdade, O Senhor dos Dois Países Nefer-kheperu-Rá O filho de Rá que vive da verdade, O Senhor das coroas Akhenaton
Sublime de duração de vida: E da grande esposa real, a senhora dos Dois Países Nefer-neferu-Aton Nefertite
Viva, jovem para sempre na eternidade."
NOTAS:
(trad. de S. Donadoni, de A Literatura Egípcia, Sansoni, Florença)
O grande Hino de Akhenaton data do século XIV antes de Cristo, e está inscrito sobre uma parede da tumba de Ay, no lugar atualmente chamado Tel-el-Amarna no medio egito. O hino foi composto provavelmente pelo próprio Akhenaton em honra do deus-sol-Aton (simbolizado pelo globo solar), não propriamente o sol, mas o espírito do sol.
O Salmo 104 de Davi é muito semelhante a este hino.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Pensamentos e Frases de PITÁGORAS
* PENSAMENTOS E FRASES DE PITÁGORAS *
01 - "Com organização e tempo, acha-se o segredo de fazer tudo e bem feito."(Pitágoras)
*
02 - "Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos."(Pitágoras)
*
03 - "Em estado de dúvida, suspende o juízo."(Pitágoras)
*
04 - "O homem é a medida de todas as coisas."(Pitágoras)
*
05 - "O homem é mortal por seus temores e imortal por seus desejos."(Pitágoras)
*
06 - "O universo é uma harmonia de contrários."(Pitágoras)
*
07 - "Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo."(Pitágoras)
*
08 - "Os homens são miseráveis, porque não sabem ver nem entender os bens que estão ao seu alcance"(Pitágoras)
*
09 - "Elege para teu amigo o homem mais virtuoso que conheces."(Pitágoras)
*
10 - "Os amigos têm tudo em comum, e a amizade é a igualdade."(Pitágoras)
*
11 - "A melhor maneira que o homem dispõe para se aperfeiçoar, é aproximar-se de Deus."(Pitágoras)
*
12 - "Não te gabes de ser adorado por uma mulher que se adora muito."(Pitágoras)
*
13 - "Despreza as estradas largas, segue os carreiros."(Pitágoras)
*
14 - "O defeito é um monstro que não procria."(Pitágoras)
*
15 - "O homem é mortal por seus temores e imortal pelos seus desejos."(Pitágoras)
*
16 - "A verdadeira amizade significa unir muitos corações e corpos num coração e num espírito."(Pitágoras)
*
16 - "A vida é como uma sala de espetáculos; entra-se, vê-se e sai-se."(Pitágoras)
*
17 - "O ser capaz mora perto da necessidade."(Pitágoras)
*
18 - "Os afetos podem, às vezes, somar-se. Subtrair-se, nunca."(Pitágoras)
*
19 - "Ajuda o teu semelhante a levantar a carga, mas não a levá-la."(Pitágoras)
*
20 - "Educai as crianças para que não seja necessário punir os adultos."(Pitágoras)
*
21 - "O riso afasta o medo e quem não tem medo não tem fé."(Pitágoras)
*
22 - "As palavras são os suspiros da alma."(Pitágoras)
*
23 - "Educai as crianças e não será preciso punir os homens."(Pitágoras)
*
24 - "Não é livre quem não obteve domínio sobre si.”(Pitágoras)
*
25 - "Pensem o que quiserem de ti; faz aquilo que te parece justo."(Pitágoras)
*
26 - "O que fala semeia; o que escuta recolhe."(Pitágoras)
*
27 - "Ajuda teus semelhantes a levantar a carga, mas não a carregues."(Pitágoras)
*
28 - "Com ordem e com tempo encontra-se o segredo de fazer tudo e tudo fazer bem."(Pitágoras)
*
29 - "Todas as coisas são números."(Pitágoras)
*
30 - "A Evolução é a Lei da Vida, o Número é a Lei do Universo, a Unidade é a Lei de Deus."(Pitágoras)
*
31 - "A vida é como uma sala de espectáculos: entra-se, vê-se e sai-se."(Pitágoras)
*
32 - "Ninguém pode carregar as dores e o sofrimento de outrem."(Pitágoras)
*
33 - "Purifique teu coração para permitir que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda no recipiente sujo."(Pitágoras)
*
34 - "Se o que tens a dizer não é mais belo que o silêncio, então cala-te."(Pitágoras)
*
35 - "Deus é uno. Ele não está jamais, como pesam alguns, fora do mundo, mas sim totalmente no mundo inteiro.Deus está no Universo e o Universo está em Deus." (Pitágoras)
*
36 - "O Mundo e Deus não são mais que uma unidade."(Pitágoras)
*
37 - "Observa o teu culto a família e cumpre teus deveres para com teu pai, tua mãe e todos os teus parentes. Educa as crianças e não precisarás castigar os homens."(Pitágoras)
*
38 - "Não pede nada nas tuas preces, porque tu não sabes o que é útil e só Deus conhece as tuas necessidades.(Pitágoras)
*
39 - "A melhor maneira que o homem dispõe para se aperfeiçoar, é aproximar-se de Deus" (Pitágoras)
*
40 - "O homem é mortal por seus temores e imortal pelos seus desejos"(Pitágoras)
*
41 - "A prudência é o olho de todas as virtudes."(Pitágoras)
*
42 - "Eduque às crianças e não será necessário castigar aos homens"(Pitágoras)
*
43 - "Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo."(Pitágoras)
*
44 - "Escreve na areia as faltas de teu amigo."(Pitágoras)
*
45 - "Escuta e serás sábio. O começo da sabedoria é o silêncio."(Pitágoras)
*
46 - "O UNIVERSO É UMA HARMONIA DE CONTRÁRIOS."(Pitágoras)
*
47 - "A matemática é o alfabeto com o qual DEUS escreveu o universo"(Pitágoras)
*
48 - "A VIDA É COMO UMA SALA DE ESPETÁCULOS ENTRA-SE,VÊ-SE E SAI-SE."(Pitágoras)
*
49 - "Eduquem as crianças e não será necessário castigar os homens."(Pitágoras)
*
50 - "Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos."(Pitágoras)
*
51 - "O homem é a medida de todas as coisas." [Pitágoras]
*
52 - "Ajuda o teu semelhante a levantar a carga, mas não a levá-la." [Pitágoras]
*
53 - "O defeito é um monstro que não procria." [Pitágoras]
*
54 - "Elege para teu amigo o homem mais virtuoso que conheces." (Pitágoras)
*
55 - "Não te gabes de ser adorado por uma mulher que se adora muito."(Pitágoras)
*
56 - "A verdadeira amizade significa unir muitos corações e corpos num coração e num espírito." [Pitágoras]
*
57 - "O ser capaz mora perto da necessidade." [Pitágoras]
*
58 - "Anima-te por teres de suportar as injustiças; a verdadeira desgraça consiste em cometê-las." [Pitágoras]
*
59 - "Os afetos podem, às vezes, somar-se. Subtrair-se, nunca." [Pitágoras]
*
60 - "A vida é como uma sala de espetáculos; entra-se, vê-se e sai-se." [ Pitágoras ]
*
61 - "Os homens são miseráveis, porque não sabem ver nem entender os bens que estão ao seu alcance." [Pitágoras]
*
62 - "As palavras são os suspiros da alma." [Pitágoras]
*
63 - "Os amigos têm tudo em comum, e a amizade é a igualdade." [Pitágoras]
*
64 - "O universo é uma harmonia de contrários." [Pitágoras]
*
65 - "O princípio é a metade do tudo." [Pitágoras ]
*
66 - "Oh, legislador! Não me dê leis para o povo, mas sim povo para as leis." [Pitágoras]
*
67 - "Nada perece no Universo; tudo o que acontece nele não passa de meras transformações." [Pitágoras]
*
68 - "Em três partes se divide o alma humana: em mente, em sabedoria e em ira."
[ Pitágoras ]
*
69 - "Não faças de teu corpo a tumba de tua alma." [Pitágoras]
*
70 - "Uma bela velhice é, ordinariamente, a recompensa de uma bela vida." [Pitágoras]
*
71 - "A amizade é uma igualdade harmoniosa." [Pitágoras]
*
72 - Antes de fazer alguma coisa , pense , quando achar que já pode faze-la , pense novamente . (Pitágoras)
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73 - Uma bela velhice é, comumente, recompensa de uma bela vida.(Pitágoras)
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74 - "Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo." (Pitágoras)
***
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OS VERSOS DE OURO DE PITÁGORAS
1. "Honra em primeiro lugar os deuses imortais, como manda a lei.
2. A seguir, reverencia o juramento que fizeste.
3. Depois os heróis ilustres, cheios de bondade e luz.
4. Homenageia, então, os espíritos terrestres e manifesta por eles o devido respeito.
5. Honra em seguida a teus pais, e a todos os membros da tua família.
6. Entre os outros, escolhe como amigo o mais sábio e virtuoso.
7. Aproveita seus discursos suaves, e aprende com os atos dele que são úteis e virtuosos.
8. Mas não afasta teu amigo por um pequeno erro,
9. Porque o poder é limitado pela necessidade.
10. Leva bem a sério o seguinte: Deves enfrentar e vencer as paixões:
11. Primeiro a gula, depois a preguiça, a luxúria, e a raiva.
12. Não faz junto com outros, nem sozinho, o que te dá vergonha.
13. E, sobretudo, respeita a ti mesmo.
14. Pratica a justiça com teus atos e com tuas palavras.
15. E estabelece o hábito de nunca agir impensadamente.
16. Mas lembra sempre um fato, o de que a morte virá a todos;
17. E que as coisas boas do mundo são incertas, e assim como podem ser conquistadas, podem ser perdidas.
18. Suporta com paciência e sem murmúrio a tua parte, seja qual for,
19. Dos sofrimentos que o destino determinado pelos deuses lança sobre os seres humanos.
20. Mas esforça-te por aliviar a tua dor no que for possível.
21. E lembra que o destino não manda muitas desgraças aos bons.
22. O que as pessoas pensam e dizem varia muito; agora é algo bom, em seguida é algo mau.
23. Portanto, não aceita cegamente o que ouves, nem o rejeita de modo precipitado.
24. Mas se forem ditas falsidades, retrocede suavemente e arma-te de paciência.
25. Cumpre fielmente, em todas as ocasiões, o que te digo agora:
26. Não deixa que ninguém, com palavras ou atos,
27. Te leve a fazer ou dizer o que não é melhor para ti.
28. Pensa e delibera antes de agir, para que não cometas ações tolas,
29. Porque é próprio de um homem miserável agir e falar impensadamente.
30. Mas faze aquilo que não te trará aflições mais tarde, e que não te causará arrependimento.
31. Não faze nada que sejas incapaz de entender.
32. Porém, aprende o que for necessário saber; deste modo, tua vida será feliz.
33. Não esquece de modo algum a saúde do corpo,
34. Mas dá a ele alimento com moderação, o exercício necessário e também repouso à tua mente.
35. O que quero dizer com a palavra moderação é que os extremos devem ser evitados.
36. Acostuma-te a uma vida decente e pura, sem luxúria.
Pitágoras "
sábado, 30 de maio de 2009
Flor de Lótus
No Egito Antigo existiam duas espécies nativas de lótus: o lótus branco (Nymphaea lotus) e a espécie azul (Nymphaea cerulea). A terceira espécie, o lótus rosa (Nelumbo nucifera) veio da Pérsia e cultivada no Egito durante o último período. Estas três espécies aparecem retratadas na arte egípcia. O lótus rosado apareceu especificamente na arte helenística enquanto que o lótus azul, considerado sagrado pelos egípcios, é o que aparece nos hieróglifos.
O lótus ou nenúfar era sagrado para os deuses solares, pois ao nascer, esta planta se volta para o leste como se tivesse prestando honras ao sol nascente. Na arte era utilizado como símbolo do Baixo-Egito e era retratado com suas folhas entrelaçadas com papiros (símbolo do Alto-Egito) simbolizando a unificação de ambas as terras.
O lótus se fecha ao anoitecer e submerge na água. Ao amanhecer emerge e floresce novamente. A flor se converteu no símbolo natural do sol e da criação. Em Hermópolis acreditava-se que existia um lótus gigantesco que emergia das "águas primordiais de Nun" do qual logo aparecia no meio de suas folhas, o deus solar.
Como um símbolo que evoca o "renascimento" era associado a lenda da morte e ressurreição de Osíris. Os quatro filhos de Hórus aparecem sobre o lótus e de frente para Osíris. No Livro dos Mortos o lótus é mencionado com uma citação: "Transforma a ti mesmo num lótus e terás a promessa de ressurreição".
~ Arnaldo Poesia ~
Arnaldo Poesia
ICQ: 163281989
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*
Parece mágica
o tesouro no fundo do Mar
- A Flor de Lótus.
*
A imaginação tem a chave
do portal da piscina sagrada
- morada da insólita Flor.
*
Minha'alma flor
nasceu da torre-emborcada
- voou,voltou para mim.
*
Flores aquáticas
nas águas enigmáticas
-espelham a Alma
*
Piscina sagrada
- templo talhado nas entranhas
do coração do Mar.
*
No centro da Terra
a bela engrenagem,matriz da vida
-secreta sideral passagem.
*
No coração da Terra
se realiza a fotossítese
da mentalidade humana.
*
O segredo da Terra
pulsa no coração do Lótus
-igual no coração do homem.
*
Lótus branco azulado
vive e deslumbra consciência
- singular mensageiro.
Nas águas sagradas
templo de colossal beleza
espera conquistador.
Lótus gigante azulado
mega taça da Arca Solar
sustenta mentes e mundos.
*
terça-feira, 26 de maio de 2009
A Rosa de Paracelso
A Rosa de Paracelso
Jorge Luis Borges
De Quincey: Writings, XIII, 345
Em sua oficina, que abarcava os dois cômodos do porão, Paracelso pediu a seu Deus, a seu indeterminado Deus, a qualquer Deus, que lhe enviasse um discípulo.
Entardecia. O escasso fogo da lareira arrojava sombras irregulares. Levantar-se para acender a lâmpada de ferro era demasiado trabalho. Paracelso, distraído pela fadiga, esqueceu-se de sua prece. A noite havia apagado os empoeirados alambiques e o atanor quando bateram à porta. O homem, sonolento, levantou-se, subiu a breve escada de caracol e abriu uma das portadas. Entrou um desconhecido. Também estava muito cansado. Paracelso lhe indicou um banco; o outro sentou-se e esperou. Durante um tempo não trocaram uma palavra.
O mestre foi o primeiro que falou:
- Lembro-me de caras do Ocidente e de caras do Oriente - falou, não sem certa pompa - Não me lembro da tua. Quem és e que desejas de mim?
- O meu nome não importa - replicou o outro - Três dias e três noites tenho caminhado para entrar em tua casa. Quero ser teu discípulo. Trago-te todos os meus bens - e tirou um taleigo que colocou sobre a mesa. As moedas eram muitas e de ouro.
Fê-lo com a mão direita. Paracelso lhe havia dado as costas para acender a lâmpada. Quando se voltou, viu que na mão esquerda ele segurava uma rosa, que o inquietou. Recostou-se, juntou as pontas dos dedos e falou:
- Acreditas que sou capaz de elaborar a pedra que transforma todos os elementos em ouro e ofereces-me ouro. Não é ouro o que procuro, e se o ouro te importa, não serás meu discípulo.
- O ouro não me importa - respondeu o outro. - Essas moedas não são mais do que uma parte da minha vontade de trabalho. Quero que me ensines a Arte; quero percorrer a teu lado o caminho que conduz à Pedra.
Paracelso falou devagar:
- O caminho é a Pedra. O ponto de partida é a Pedra. Se não entendes estas palavras, nada entendes ainda. Cada passo que deres é a meta.
O outro o olhou com receio. Falou com voz diferente:
- Mas, há uma meta?
Paracelso riu-se.
- Os meus difamadores, que não são menos numerosos que estúpidos, dizem que não, e me chamam de impostor. Não lhes dou razão, mas não é impossível que seja uma ilusão. Sei que há um Caminho.
- Estou pronto a percorrê-lo contigo, ainda que devamos caminhar muitos anos. Deixa-me cruzar o deserto. Deixa-me divisar, ao menos de longe, a terra prometida, ainda que os astros não me deixem pisá-la. Mas quero uma prova antes de empreender o caminho.
- Quando? - falou com inquietude Paracelso.
- Agora mesmo - respondeu com brusca decisão o discípulo.
Haviam começado a conversa em latim; agora falavam em alemão. O garoto elevou no ar a rosa.
- É verdade - falou - que podes queimar uma rosa e fazê-la ressurgir das cinzas, por obra da tua Arte. Deixa-me ser testemunha desse prodígio. Isso te peço, e te dedicarei, depois, a minha vida inteira.
- És muito crédulo - disse o mestre - Não és o menestrel da credulidade. Exijo a Fé!
O outro insistiu.
- Precisamente por não ser crédulo, quero ver com os meus olhos a aniquilação e a ressurreição da rosa.
Paracelso a havia tomado e ao falar, brincava com ela.
- És um crédulo - disse. - Perguntas-me se sou capaz de destruí-la?
- Ninguém é incapaz de destruí-la - falou o discípulo.
- Estás equivocado. Acreditas, porventura, que algo pode ser devolvido ao nada? Acreditas que o primeiro Adão no Paraíso pode haver destruído uma só flor ou uma só palha de erva?
- Não estamos no Paraíso - respondeu teimosamente o moço - Aqui, abaixo da lua, tudo é mortal.
Paracelso se havia posto em pé.
- Em que outro lugar estamos? Acreditas que a divindade pode criar um lugar que não seja o Paraíso? Acreditas que a Queda seja outra coisa que ignorar que estamos no Paraíso?
- Uma rosa pode queimar-se - falou, com insolência, o discípulo.
- Ainda fica o fogo na lareira - disse Paracelso - Se atiras esta rosa às brasas, acreditarías que tenha sido consumida e que a cinza é verdadeira. Digo-te que a rosa é eterna e que só a sua aparência pode mudar. Bastar-me-ia uma palavra para que a visse de novo.
- Uma palavra? - perguntou com estranheza o discípulo - O atanor está apagado e estão cheios de pó os alambiques. O que farías para que ressurgissem?
Paracelso olhou-o com tristeza.
- O atanor está apagado - reiterou - e estão cheios de pó os alambiques. Nesta etapa de minha longa jornada uso outros instrumentos.
- Não me atrevo a perguntar quais são - falou o moço, deixando Paracelso na dúvida se foi com astúcia ou com humildade. E continuou - Falastes do que usou a divindade para criar os céus e a terra. Falastes do invisível Paraíso em que estamos e que o pecado original nos oculta. Falastes da Palavra que nos ensina a ciência da Cabala. Peço-te, agora, a mercê de mostrar-me o desaparecimento e o aparecimento da rosa. Não me importa que operes com alambiques ou com o Verbo.
Paracelso refletiu. Depois disse:
- Se eu o fizesse, dirias que se trata de uma aparência imposta pela magia dos teus olhos. O prodígio não te daria a Fé que buscas: Deixa, pois, a Rosa.
O jovem o olhou, sempre receoso. O mestre elevou a voz e lhe disse:
- Além disso, quem és tu para entrar na casa de um mestre e exigir um prodígio? Que fizeste para merecer semelhante dom?
O outro replicou, temeroso:
- Já que nada tenho feito, peço-te, em nome dos muitos anos que estudarei à tua sombra, que me deixes ver a cinza, e depois a Rosa. Não te pedirei mais nada. Acreditarei no testemunho dos meus olhos.
Tomou com brusquidão a rosa encarnada que Paracelso havia deixado sobre a cadeira e a atirou às chamas. A cor se perdeu e só ficou um pouco de cinza. Durante um instante infinito, esperou as palavras e o milagre.
Paracelso não havia se alterado. Falou com curiosa clareza:
- Todos os médicos e todos os boticários de Basiléia afirmam que sou um farsante. Talvez eles estejam certos. Aí está a cinza que foi a rosa e que não o será.
O jovem sentiu vergonha. Paracelso era um charlatão ou um mero visionário e ele, um intruso que havia franqueado a sua porta e o obrigava agora a confessar que as suas famosas artes mágicas eram vãs.
Ajoelhou-se, e falou:
- Tenho agido de maneira imperdoável. Tem-me faltado a Fé que exiges dos crentes. Deixa-me continuar a ver as cinzas. Voltarei quando for mais forte e serei teu discípulo e no final do Caminho, verei a Rosa.
Falava com genuína paixão, mas essa paixão era a piedade que lhe inspirava o velho mestre, tão venerado, tão agredido, tão insigne e portanto tão oco. Quem era ele, Johannes Grisebach, para descobrir com mão sacrílega que detrás da máscara não havia ninguém? Deixar-lhe as moedas de ouro seria esmola. Retomou-as ao sair.
Paracelso acompanhou-o até ao pé da escada e disse-lhe que em sua casa seria sempre bem-vindo. Ambos sabiam que não voltariam a ver-se. Paracelso ficou só. Antes de apagar a lâmpada e de se recostar na velha cadeira de braços, derramou o tênue punhado de cinza na mão côncava e pronunciou uma palavra em voz baixa. A Rosa ressurgiu.
- Fim -
domingo, 24 de maio de 2009
LEDA E O CISNE NA POESIA
Leda e o Cisne,
de Paul Prosper Tillier, 1860
Decidi experimentar volúpia nova
E encarnar princesas mitológicas
Acolhendo as entidades pouco lógicas
Em que Zeus transfigurado punha à prova
A doce e embevecida prontidão
Em tê-lo entre as coxas bem no meio
Ou como chuva de ouro no meu seio
Mesmo que ensopasse meu colchão.
Assim comecei pelo meu cisne
Que ganhara de meu pai, enternecida
Por sua beleza branca enaltecida
Em que senti das plumas como seda
Emergir rubro arpão sem que me tisne
As pétalas e encantos, como Leda...
Selma Alves Rocha
Leda e o cisne
1º Canto
1º Canto
Suave se aproxima em branca plumagem
Cercando Leda no aquecer das penas,
Garboso, empina as asas, distende o carmim olhar
E toca-lhe a pele, com o bico, apenas...
Leda não se move, lânguida
na misteriosa sedução perene,
nem crendo, afasta os joelhos lentamente,
abrindo-se ao Cisne, infrene.
O abraço de asas em vigor é assalto
co'a força do bico na nuca, e presa
sob o peito robusto, o desejo lhe arrebata
no leque de penas que em Leda adentra ...
Imóvel em suas coxas orgasma o Cisne
Rasgando-lhe a gruta vezes eternas,
Estremece em plumagem, treme penugens
Quando Leda o envolve no abraço das pernas!
Leda e o cisne
2º Canto
Um Deus em mim!
Um Cisne em mim!
Esse ato louco
Farfalhando asas
No grunhido rouco...
Um Cisne em mim!
Um Deus em mim!
Nosso êxtase louco
a penugem sagrada
Estremece meu corpo...
Esse ato em mim!
O farfalhar em mim!
Um Cisne louco
Um Deus de asas...
Leda e o cisne
3º Canto
Ela repousa...a beleza adormece
Em meio aos cisnes do calmo lago
Ela repousa...eis a hora!
Nua na relva, no verde afago...
Tão bela...Eis Leda...a proibida
Que a outro pertence e lhe é só sua
Do Olimpo que Deus não a quereria?
Escravo do belo, me rendo....Zeus...
Em desejo me transporto...ei-la!
Desperta aos cisnes de branca plumagem
Seus dedos se estendem nas águas silentes
Seus joelhos se abrem...eterna miragem.
Me visto em penugens e meus braços de asas
Arriscam o vôo até a outra margem
Sacudindo as penas respingo-a inteira
A sentir seu perfume em cada gesto.
Uma carícia...seu afago...Eis a hora!
Leda minha, um Deus a quer
No peito estufado, nas asas turbadas
Nas coxas fêmeas macias...eis a mulher!
É a hora...não se move... Leda espera
A posse alada que já nos domina
Sua nuca mansa, no bico já presa
Faz rendição das pernas que me fascina!
Sobre Leda eis-me! Eis a hora!
Mesclado em desejos... Deus... Cisne!
Mergulho insano na intumescida fenda
Finco em mais sua gruta enquanto cisme!
Tremor, arrepios, gozo tenaz
Eis-me em Leda, é a hora!
Fecundo seu ventre na avidez mordaz
Possuída és, para sempre e agora!
Leda e o cisne
4º Canto
Coração já não é o meu
Nem de Zeus
Coração é Leda!!!
Corpo já não é o meu
Nem de Zeus
Corpo é de Leda!!!
*
Desejo já não é o meu
Nem de Zeus
Desejo é de Leda!!!
*
O êxtase
O gozo
O frêmito
A posse
Rendição nossa!!!
Leda e o cisne
5º Canto - Triunfo do Desejo
5º Canto - Triunfo do Desejo
Nem o sagrado recinto
Dos Deuses, o Panteón
Nem a distância da Terra
Nas margens do lago protegida
Nem as aves, nem o bando
Imunes estão...
*
Basta um olhar!
E do olhar, o desejo
E do desejo o prazer
E que isto se faça e seja
Para matar ou morrer...
*
Transmutar-se, transformar-se
Ser outro ser e não ser
Metamorfosear-se de súbito
Para tudo acontecer...
*
Ao fundo, ao largo, no interno
Nada se confunde, dúvida não há
A vontade se avulta e arremessa
Ao delírio divino que será.
*
Nada imunes, portanto, eis o cuidado!
Ó mortais e deuses de todos os Tempos!
Sempre Leda existirá e um Deus
Se fará Cisne e dela se apossará
Em metamorfoses, sedentos!
Leda e o Cisne
- Peter Paul Rubens,
Holanda, 1577-1640
terça-feira, 19 de maio de 2009
Projeto HAARP: Caixa de Pandora
A dança mortal
do ritmo cruel e macabro
criado em 1958.
A boca do homem
faminto de horrores
vomita a morte.
Maldita esta raça
riquecida na matança
da própria mãe!
Memória do Brasil - Imagens do Século XX
Apenas 1:33 minutos
imagens reais dos bastidores
- verdade, ainda que tardia
http://video.google.com/videoplay?docid=-570340003958234038
Se Chico Buarque
no intervalo da canção, fala,
quem vai duvidar?
imagens reais dos bastidores
- verdade, ainda que tardia
http://video.google.com/videoplay?docid=-570340003958234038
Se Chico Buarque
no intervalo da canção, fala,
quem vai duvidar?
quarta-feira, 13 de maio de 2009
Prêmio Cidadão do Mundo
Agradecimento pelo Prêmio Cidadão do Mundo, da Fundação Kant
D. Frei Luiz Flávio Cappio, ofm
Saúdo os membros da Fundação Kant. Saúdo as autoridades presentes, especialmente o Vice-Ministro Gernot Erler pela “laudatio”, que muito agradeço. Saúdo as senhoras e senhores presentes nesta festa magnífica, em especial o professor Jeff Hapter, companheiro de premiação. Saúdo os pobres do mundo, ainda sem vez e sem voz, que lutam pelos direitos humanos - comigo recebem este Prêmio.
No Brasil e em lugar nenhum, não cabe mais o crescimento ilimitado e obsessivo. É urgente mudar nosso modo de produção e nossos padrões de consumo, estabelecendo como critério a destinação universal dos bens necessários. Temos que aprender a “viver mais com menos”. Emergencialmente, ampliar iniciativas como a taxação de atividades destrutivas, do capital especulativo e dos grandes lucros, e o emprego destes recursos em programas de prevenção dos desastres ecológicos e apoio às vitimas da fome, da sede, das doenças e das mudanças climáticas.* * * * *
domingo, 10 de maio de 2009
MULHER QUEM É VOCÊ ?
MULHER QUEM È VOCÊ ?
- Sou aquela que te perturba as noites
aquela mesma com quem sonhas acordado
e não te sou estranha, estou é amordaçada
embora grite e cante por quantos sentidos tens.
Sou bem mais forte do que me deixas mostrar
e só guardo o medo de que tarde me descubras,
pra não deixar-te perder nem mais minuto
daquilo ou tudo que procuras.
Na fé alicercei tudo que sou
e a ternura em mim se transformou.
Não sou cometa, mas sou incandescente
e vim de um mundo onde a busca é a perfeição
inda que lenta, que sôfrega e castigante
pois nos castigos, nas angústias do seu dia
já encontras mil jeitos de me ver
mil maneiras de me absorver
Não há segredo:
Você me desfruta e se aprimora.
Não sou um rosto, um seio ou um orgasmo
embora quando pedes te obedeço;
me visto com meu manto de mistério
só pra te dar o prazer de conquistar-me
de desvendar-me
Mas posso ser Maria, marinha ou a paisagem
a sua frente, a sua volta
gritando por socorro ou de alegria.
Posso aflorar do nada e me tornar azul...
Ah!...mas se me dás um pouquinho
um pouquinho só de liberdade
deixo que os meus azuis encontrem uma lágrima
só, somente pra mostrar depois
toda a beleza de um infinito arco-iris.
Ai, que vontade tenho de te fazer ouvir
o eco do meu grito, do meu canto,
te ver fluir em poesia
na hora da mais bela Ave-Maria...
Te dar dar o gosto de galgar com os anjos
os degraus que elevam ao pedestal divino.
Não sou impossível, palpável nem abstrata
e pra me possuir basta que se disponha
a mergulhar de corpo e de alma
no mundo maravilhoso, no universo fantástico
que existe dentro de você.
Eu,
Sou a mulher-moldura
que cerca e protege,
valoriza e embeleza
cada uma de suas alvoradas.
Sou a mulher-luz
que te mostra a simplicidade
das coisas e da vida
Sou a mulher-cor
que te colore a alma.
Sou a mulher-música
pra te provar o divino.
Sou a mulher memória
de ida e vindas no tempo, nas eras
a te envolver em harmonia
com a natureza e a eternidade.
Sou a mulher-arte
inacabada obra maior,
aquela que persegues, que te atormenta
que te tira o sono de noite
e te faz sonhar acordado;
que é mística de "Deus"
nunca, nunca do diabo
e que nem Baco, Sócrates ou Platão
seriam capazes de ver,
nem na sombra de um clarão
com todos os recursos seus
podiam te responder:
- que a mulher que procuras
tão simples, carnal e vazia
não te merece, porque:
As maiores gemas, as mais puras e sem jaça
você as tem contidas,bem guardadas no seu ser.
ARAGUAIA - BH - 11/10/1979
(Resposta ao Poema de FERNANDO PAZ - "MULHER QUEM É VOCÊ ? "
-Entregue em mão este ESBOÇO num caderno novo no dia 12/10/1979
- DIA DAS CRIANÇAS
Apenas um esboço para Fernando PAZ "burilar" as idéias, a gramática
e transformá-lo num belo poema.
Transcrito no ADHEIR WebSite em 27/12/2005
14,14 horas (verão)
Copyright © por ADHEIR WEBSITE Todos os direitos reservados.
Publicado em: 2005-12-27 (19 lido)
sábado, 9 de maio de 2009
OLGA BENÁRIO - A MÃE
Olga Benario, mãe.
Jorge Antunes
para mim
Amanhã, domingo, dia 10 de maio, todos comemoraremos o “Dia das Mães”.
Lembrando a importante data, quero homenagear todas as mães.
Para tanto, coloco à disposição, para escuta, a “Ária Anita Livre” de minha ópera Olga. Essa ária é cantada por Olga, na prisão de mulheres de Barnmistrasse, em Berlin, em 1936, quando a prisioneira dos nazistas recebe a notícia de que sua filha Anita, nascida na prisão de Berlim, está em liberdade sob os cuidados da avó Leocádia. A pequena Anita fora arrancada dos braços de Olga pelos nazistas. Olga Benario não sabia, até então, do paradeiro da menina.
Ouça em:
http://www.americasnet.com.br/antunes/aria_anita_livre_de_Olga
Solista; Martha Herr
Orquestra Sinfônica Municipal de São Paulo
Regente: Maestro José Maria Florêncio
ÓPERA OLGA
de Jorge Antunes
libreto de Gerson Valle
GRANDE ÁRIA FINAL (A carta)
Queridos:
Amanhã vou precisar de toda a minha força e de toda a minha vontade. Por isso, não posso pensar nas coisas que me torturam o coração, que são mais caras que a minha própria vida. E por isso me despeço de vocês agora. É totalmente impossível para mim imaginar, filha querida, que não voltarei a ver-te, que nunca mais voltarei a estreitar-te em meus braços ansiosos. Quisera poder pentear-te, fazer-te as tranças – ah, não, elas foram cortadas. Mas te fica melhor o cabelo solto, um pouco desalinhado. Antes de tudo, vou fazer-te forte. Deves andar de sandálias ou descalça, correr ao ar livre comigo. Sua avó, em princípio, não estará muito de acordo com isso, mas logo nos entenderemos muito bem. Deves respeitá-la e querê-la por toda a tua vida, como o teu pai e eu fazemos. Todas as manhãs faremos ginástica... Vês? Já volto a sonhar, como tantas noites, e esqueço que esta é a minha despedida. E agora, quando penso nisto de novo, a idéia de que nunca mais poderei estreitar teu corpinho cálido é para mim como a morte.
Carlos, querido, meu amado: terei que renunciar para sempre a tudo de bom que me destes? Eu me conformaria, mesmo que não pudesse ter-te muito próximo, se teus olhos mais uma vez me olhassem. E queria ver teu sorriso. Quero-os a ambos, tanto, tanto! E estou tão agradecida à vida, por ela me ter dado a ambos. Mas o que eu gostaria era de poder viver um dia feliz, os três juntos, como milhares de vezes imaginei. Será possível que nunca verei o quanto orgulhoso e feliz te sentes por nossa filha?
Querida Anita, meu querido marido, meu Garoto: choro debaixo das mantas para que ninguém me ouça, pois parece que hoje as forças não conseguem alcançar-me para suportar algo tão terrível. É precisamente por isso que me esforço para despedir-me de vocês agora, para não ter de fazê-lo nas últimas e difíceis horas. Depois desta noite, quero viver para este futuro tão breve que me resta. De ti, aprendi, querido, o quanto significa a força de vontade, especialmente se emana de fontes como as nossas. Lutei pelo justo, pelo bom. Eu lutei. Lutei pelo melhor do mundo. Prometo-te agora, ao despedir-me, que até o último instante não terão porque se envergonhar de mim. Quero que me entendam bem: preparar-me para a morte não significa que me renda, mas sim saber fazer-lhe frente quando ela chegue. Mas, no entanto, podem ainda acontecer tantas coisas... Até o último momento me manterei firme e com vontade de viver. Agora, ao descanso, vou-me embora, vou dormir, pra ser muito mais forte amanhã. Beijo-os pela última vez.
Solista, no papel de Olga: soprano Martha Herr
Grande Ária Final (18m 53s)
quarta-feira, 6 de maio de 2009
O COLÓQUIO
O COLÓQUIO ENTRE DOIS ARCANJOS
E DOIS ARQUIDEMÔNIOS
"O colóquio entre dois arcanjos e dois arquidemônios na ocasião,
independente do tempo,em que nasceu o homem.
MIRDAD: Na ocasião, independente do tempo,em que nasceu o Homem -
dois arcanjos,no pólo superior do Universo,mantiveram a seguinte conversa:
Disse o primeiro arcanjo:
Uma criança prodigiosa nasceu à Terra, e a Terra está brilhando de luz.
Disse o segundo arcanjo:
Um glorioso rei nasceu ao Céu, e o Céu está vibrando de alegria.
1º - Ele é o fruto da união do Céu com a Terra.
2º - Ele é a união eterna - o pai, a mãe e o filho.(*)
1º - Nele a Terra é exaltada.
2º - Nele o Céu é justificado.
1º - O dia dorme em seus olhos.
2º - A noite está desperta em seu coração.
1º - Seu peito é um ninho de tempestades.
2º - Sua garganta é uma escala de canções.
1º - Seus braços abraçam as montanhas.
2º - Seus dedos beliscam as estrelas.
1º - Há mares bramindo em seus ossos.
2º - Há sois girando em suas veias.
1º - Sua boca é uma forja e um molde.
2º - Sua língua é uma bigorna e um martelo.
1º - Em volta de seus pés estão as cadeias do amanhã.
2º - No seu coração está a chave dessas cadeias.
1º - Este nenê ainda está no berço do pó.
2º - Mas envolto nas fraldas dos eões.
1º - Tal como Deus, ele conhece todos os segredos
dos números.Tal como Deus, ele conhece o mistério das palavras.
2º - Sabe ele todos os números, exceto o número sagrado,
que é o primeiro e o último. Conhece ele todas as palavras ,
menos a Palavra Criadora,que é a primeira
e a última.
1º - No entanto, ele saberá o Número e a Palavra.
2º - Somente quando houver retirado os seus pés
dos caminhos perdidos do Espaço;somente quando seus olhos
já não olharem para as medonhas cavernas do Tempo.
1º -Maravilhoso, muito maravilhoso, é este filho da Terra.
2º - Glorioso, muito glorioso é este rei dos Céus.
1º - Aquele, que não tem nome, o chamou de Homem.
2º - E ele chamou O que não tem nome de Deus.
1º - Homem é a palavra de Deus.
2º - Deus é a palavra do Homem.
1º - Glória Àquele cuja palavra é Homem.
2º - Glória àquele cuja palavra é Deus.
1º - Agora e para sempre.
2º - Aqui e em toda parte.
Assim falaram os dois arcanjos no pólo superior do Universo,
na ocasião,independente do tempo,em que nasceu o Homem.
Ao mesmo tempo, dois arquidemônios,
no pólo inferior do Universo,estavam assim conversando:
Disse o primeiro arquidemônio:
Um valente guerreiro entrou para as nossas fileiras.
Com seu auxílio venceremos.
Disse o segundo arquidemônio:
Dize antes um covarde queixoso e manhoso.
E a traição está encerrada em sua cabeça.
É terrível na covardia e na traição.
1º - Impávido e selvagem é o seu olhar.
2º - Lamuriento e desanimado é o seu coração.
Mas inspira pavor pelo seu desânimo e suas lágrimas.
1º - Penetrante e perseverante é a sua mente.
2º - Vagaroso e estúpido é o seu ouvido.Mas é
perigoso na sua vagarosidade e na sua estupidez.
1º - Rápido e precisa é a sua mão.
2º - Hesitantes e preguiçosos são os seus pés.
Mas é terrível a sua preguiça e alarmante a
sua hesitação.
1º - Nosso pão será aço para os seus nervos.
Nosso vinho será fogo para o seu sangue.
2º - Ele nos apedrejará com as arcas dos nossos
pães e quebrará em nossas cabeças as bilhas
do nosso vinho.
1º - A sua concupiscência pelo nosso pão e a sua
sede pelo nosso vinho serão o seu carro na batalha.
2º - Com uma fome insaciável e uma sede inapagável,
ele se tornará inconquistável e provocará rebelião
em nosso acampamento.
1º - Mas a Morte será a condutora do carro.
2º - Com a Morte como condutora do carro,ele se
tornará imortal.
1º - Poderá a Morte levá-lo a algo que não seja a Morte?
2º - Ai! Tão exausta ficará a Morte de suas constantes lamentações
que acabará por levá-lo ao acampamento da Vida.
1º - Será a Morte traidora da Morte?
2º - Não. A Vida será fiel à Vida.
1º - Excitaremos o seu paladar com frutos raros e deleitosos.
2º - Ele ansiará por frutos que não crescem neste pólo.
1º - Seduziremos seus olhos e seu nariz com flores
lindas e fragrantes.
2º - Mas seus olhos buscarão outras flores e seu nariz
outras fragrâncias.
1º - E encantaremos os seus ouvidos com doces e distantes melodias.
2º - Mas os seus ouvidos estarão voltados para outros coros.
1º - O medo o acorrentará a nós.
2º - A Fé o libertará da dor.
1º - Encheremos o seu sono de sonhos misteriosos e
espalharemos sombras enigmáticas nas suas
andanças despertas.
2º- Sua fantasia desfará os mistérios e decifrará os enigmas.
1º - Poderemos contar com ele, como um de nós.
2º - Conta-o como sendo um de nós, se assim quiseres;
mas conta-o também como sendo contra nós.
1º - Pode ele, ser,ao mesmo tempo,a nosso favor e contra nós?
2 - Ele é um guerreiro solitário, no campo.
Seu único adversário é a sua sombra.
Conforme muda a sua sombra, muda a batalha.
Ele está conosco, quando sua sombra está diante dele.
Está contra nós,quando sua sombra está atrás.
1º - Não vamos manter, então, constantemente de costas para o Sol?
2º - Mas quem conservará, constantemente o Sol detrás dele?
1º - Este guerreiro é um enigma.
2º - Esta sombra é um enigma.
1º - Salve o cavaleiro solitário.
2º - Salve a sombra solitária.
1º - Salve ! Quando está conosco.
2º - Salve ! Quando está contra nós.
1º - Agora e para sempre.
2º - Aqui e em toda parte.
Assim falaram dois arquidemônios, no pólo inferior
do Universo,na ocasião,independente do tempo,em
que nasceu o Homem. "
*****
14º capítulo :
O LIVRO DE MIRDAD
Um Farol e um Refúgio -
de Mikhail Naimy]
Publicado sob orientação do
LECTORIUM ROSICRUCIANUM
******************************************************
* Pergunto aos amigos : Homem é TRINDADE em si ou no
tempo ?
Homem : o pai, a mãe e o filho.
Obs. Jesus também disse:
"Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?"
( Apontando a mão para os discípulos)
"Eis aqui minha mãe e meus irmãos.”
Porque TODO AQUELE que faz a vontade do meu Pai que está
no céu, ESTE é meu irmão, minha irmã e MINHA MÃE" -
Encontramos neste dois textos provas da REENCARNAÇÃO?
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