É apenas visível no Hemisfério Sul, perto da Pequena Nuvem de Magalhães na constelação do Tucano. A luz demora cerca de 20,000 anos até chegar à Terra.
aí tão poucos sistemas binários.
O Diamante do Tucano 
 
  
A constelação austral  do Tucano 
é conhecida por ser a casa da
 Pequena Nuvem de Magalhães,
 uma  das galáxias satélites da Via Láctea.
No entanto, esta constelação  também alberga um famoso enxame globular de estrelas o 47 Tucanae ou 47  Tuc ou NGC 104 - cujo brilho e dimensão é apenas ultrapassado por um  outro enxame de estrelas, o Omega Centauri. 
Os  enxames globulares são gigantescas famílias de estrelas, constituídos  por algumas dezenas de milhares de estrelas, que, a partir da mesma  nuvem de gás, terão nascido mais ou menos ao mesmo tempo. Por tudo isto,  os enxames globulares de estrelas são laboratórios únicos que permitem  aos astrónomos estudar como as estrelas evoluem e interagem. Porque se  encontram à mesma distância, o brilho de estrelas de tipos diferentes,  que se encontram em diferentes fases da sua evolução pode ser comparado  directamente. 
As estrelas nos  enxames globulares mantêm-se juntas através da sua própria gravidade. É a  atracção gravítica que exercem umas sobre as outras que dá ao enxame a  sua forma esférica de globo daí o nome enxame globular. Os enxames  globulares serão dos objectos mais antigos da Via Láctea, contendo por  isso algumas das mais velhas estrelas de pequena massa da galáxia. O  47 Tuc é um enxame globular impressionante, que é inclusivamente  visível a olho nu no céu a sua grandeza visual é 4. 
Este enxame foi  descoberto a 14 de Setembro de 1751 pelo astrónomo francês Nicholas  Louis de Lacaille, que o catalogou na sua lista de objectos nebulosos do  céu austral. Localizado a cerca de 16.000 anos-luz de distância, a  massa deste enxame é cerca de 1 milhão de vezes superior à do Sol e o  seu diâmetro é de 120 anos-luz o que faz com que este enxame tenha no  céu uma dimensão semelhante à da Lua Cheia! Na  imagem vemos apenas a região mais densa e central do enxame. 
A total  extensão do enxame é 4 vezes superior. 
Ao olhar para a imagem facilmente  percebemos que a densidade de estrelas diminui à medida que nos  afastamos do centro do enxame. Especialmente fáceis de detectar são as  estrelas gigantes vermelhas que consumiram todo o hidrogénio que existia  nos seus núcleos e aumentaram o seu tamanho.
O  47 Tuc é tão denso que nele existem estrelas separadas por menos de um  décimo de ano-luz, que é aproximadamente a dimensão do Sistema Solar.  Por comparação a estrela mais próxima do Sol, Proxima Centauri,  encontra-se a 4 anos-luz de distância. Esta densidade proporciona o  "encontro" das estrelas umas com as outras, o que pode desencadear um  "acasalamento" de estrelas ou a troca de estrelas entre binários. Estes  processos dinâmicos estão na origem de muitos objectos exóticos que  podem ser encontrados neste enxame.
O enxame 47 Tuc contém cerca de 20  pulsares de milisegundos estrelas de neutrões que rodam sobre si mesmo  entre centenas a milhares de vezes por segundo. Pensa-se que os pulsares  de milisegundos terão por companheiro um objecto do qual recebem  matéria. Recentemente o Telescópio  Espacial Hubble observou o enxame 47 Tuc, em busca de planetas que  orbitam muito próximo das suas estrelas. 
Esta pesquisa mostrou que estes  "Júpiteres Quentes" serão muito menos comuns no 47 Tuc do que em  estrelas vizinhas do Sol. Isto parece indicar que a densidade do enxame  não será muito propícia para a existência de planetas a uma distância  tão curta das suas estrelas, ou então que o processo de formação de  planetas no início da história da nossa galáxia seria diferente do que é  agora.