sábado, 18 de junho de 2011

A TERRA É REDONDA. MAS O UNIVERSO É PLANO?


Espaço

A Terra é redonda. Mas o Universo é plano?

Eugenie Samuel Reich/New Scientist - 22/07/2009
A Terra é redonda. Mas o Universo é plano?
"Hoje nós chamamos os defensores da Terra plana de ignorantes, mas estamos prestes a cometer um erro quase idêntico - não com relação ao nosso planeta, mas em relação do universo inteiro," diz o cientista.[Imagem: Fredrik]   
 
Por séculos, os antigos acreditaram que a Terra era plana. As evidências em contrário eram ou ignoradas ou facilmente integradas na visão dominante do mundo.

Hoje nós chamamos os defensores da Terra plana de ignorantes, mas estamos prestes a cometer um erro quase idêntico - não com relação ao nosso planeta, mas em relação ao universo inteiro.
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Universo plano
Quando se trata do universo, "plano" refere-se ao fato de que os feixes de luz viajam longas distâncias paralelos uns aos outros. Se o universo for "plano", os feixes permanecerão sempre paralelos. Entretanto, matéria, energia e energia escura, todos produzem curvaturas no espaço-tempo. Se o espaço-tempo do universo é positivamente curvado, como a superfície de uma esfera, os feixes paralelos deverão se juntar. Se for negativamente curvado, em um universo em forma de sela, os feixes paralelos deverão divergir.

Graças em parte à sonda espacial WMAP (Wilkinson Microwave Anisotropy Probe), que revelou a densidade da matéria e da energia nos estágios iniciais do universo, a maioria dos astrônomos está confiante em que o universo é plano.
Interpretação incorreta dos dados
Mas esta visão está sendo agora questionada por Joseph Silk e seus colegas da Universidade de Oxford, que afirmam que é possível que as observações da WMAP tenham sido interpretadas de forma incorreta.

Em um artigo publicado no Monthly Notices of the Royal Astronomical Society, eles pegaram dados da WMAP e de outros experimentos cosmológicos e os analisaram usando o teorema de Bayes, que pode ser usado para mostrar como a certeza associada a uma determinada conclusão é afetada por diferentes pressupostos iniciais.

Usando os pressupostos da moderna astronomia, que pressupõe um universo plano, eles calcularam a probabilidade de que o universo esteja em um de três estados: plano, positivamente curvado e negativamente curvado. Isto produziu uma probabilidade de 98% de que o universo seja de fato plano.
Quando eles rodaram novamente os cálculos usando uma postura mais mente-aberta, entretanto, a probabilidade mudou para 67%, tornando o universo plano uma certeza muito menos convincente do que os astrônomos concluem.

Preconceitos
"É uma hipótese plausível que o universo não seja inteiramente plano," diz Silk, acrescentando que os cálculos revelam o quanto os preconceitos dos astrônomos podem afetar suas conclusões.

David Spergel, da Universidade de Princeton, e porta-voz da equipe da WMAP, concorda. "Eles desenvolveram uma forma estatisticamente rigorosa de examinar a questão," disse ele.

Silk afirma que os astrônomos precisam alcançar um nível de segurança de 99,9999% com relação ao universo plano, o que seria alto o suficiente para resultar convincente quaisquer que fossem as hipóteses iniciais. É possível, entretanto, que nenhuma medição seja capaz de atingir esse nível de precisão.

Para conhecer uma forma totalmente diferente de conceber o nosso universo, veja a reportagem Nosso Universo pode ser um gigantesco holograma.

Nosso Universo pode ser um gigantesco holograma

Redação do Site Inovação Tecnológica - 30/01/2009
Nosso Universo pode ser um gigantesco holograma
Componentes ópticos que guiam o feixe de laser do experimento GEO600, destinado a detectar ondas gravitacionais.[Imagem: MPI for Gravitational Physics] 
 
  Há sete anos, os cientistas do experimento GEO600, instalado na Alemanha, vêm procurando por ondas gravitacionais. Eles ainda não encontraram nenhuma, mas podem ter feito, por acaso, uma das maiores descobertas da física nos últimos 50 anos.

As ondas gravitacionais, previstas por Einstein, são oscilações no tecido do espaço-tempo causadas por objetos astronômicos superdensos, como estrelas de nêutrons ou buracos negros (veja Jóia de precisão vai ajudar a detectar ondas gravitacionais).

Convulsões quânticas
Nessa busca, os cientistas do GEO600 depararam-se com um efeito inexplicável: uma espécie de ruído captado continuamente pelo seu gigantesco detector, que mergulha a cerca de 600 metros de profundidade terra adentro.
Agora, Craig Hogan e seus colegas acreditam ter encontrado a explicação para esse ruído. "Parece que o GEO600 está sendo atingido pelas convulsões quânticas microscópicas do espaço-tempo," diz ele.

Segundo os pesquisadores, eles podem ter se deparado com os limites fundamentais do espaço-tempo - o ponto onde o espaço-tempo deixa de se comportar como o suave contínuo descrito por Einstein, e se transforma em "grânulos", da mesma forma que uma foto em um jornal se dissolve em pontos de tinta à medida que se faz um zoom sobre ela.

Holograma cósmico
"Se o resultado do GEO600 é o que nós suspeitamos que seja, então nós estamos todos vivendo em um gigantesco holograma cósmico," diz Hogan.
A ideia de que vivemos em um holograma pode parecer absurda inicialmente, mas ela é uma extensão natural das atuais teorias sobre os buracos negros e dos nossos melhores entendimentos sobre a estrutura do cosmos.

Ou seja, ela está de acordo com as teorias da física aceitas por virtualmente toda a comunidade científica. Na verdade, essa ideia de um universo holográfico foi sugerida ainda nos anos 1990, por Leonard Susskind e Gerard't Hooft.

Evaporação dos buracos negros
Nos anos 1970, Stephen Hawking demonstrou que os buracos negros não eram realmente negros, podendo emitir uma radiação que, ao longo de eras, poderia fazê-los evaporar inteiramente e desaparecer.

O problema é que a radiação de Hawking não carregaria nenhuma informação sobre o buraco negro e, quando ele finalmente evaporasse por inteiro, toda a informação sobre a estrela que colapsou para formá-lo estaria irremediavelmente perdida.

Isso contraria 
o princípio largamente aceito
de que a informação 
nunca pode ser destruída.

Jacob Bekenstein logo propôs uma solução para esse paradoxo da informação dos buracos negros. Segundo ele, a entropia do buraco negro - que pode ser entendida como o conteúdo de informações do buraco negro - é proporcional à área superficial do seu horizonte de eventos, uma espécie de fronteira imaginária, além da qual nada escapa à gravidade do buraco negro.

Universo holográfico
Trabalhos teóricos posteriores demonstraram que ondas quânticas microscópicas poderiam codificar as informações do interior do buraco negro na superfície bidimensional de seu horizonte de eventos.
Estava então aberto o caminho para a ideia de um universo holográfico, uma vez que toda a informação tridimensional da estrela precursora do buraco negro poderia estar registrada em uma espécie de holograma 2D.
Para propor um universo holográfico, Leonard Susskind e Gerard't Hooft estenderam esse princípio para todo o Universo.

Desta forma, toda a informação contida no Universo, inclusive os raciocínios que você está desenvolvendo ao ler esta matéria, estariam codificadas bidimensionalmente na esfera imaginária que circunda nosso Universo.
Exatamente como o holograma encontrado no seu cartão de crédito, podendo mostrar a informação tridimensional completa - seus raciocínios, inclusive - a partir de um desenho 2D.

Interpretações
Para que a teoria seja verdadeira, a esfera imaginária que representa a fronteira final do nosso Universo deve conter uma espécie de "pixels cósmicos," pequenos quadrados, cada um dos quais contendo um bit de informação.
São esses pixels cósmicos que Hogan acredita que o experimento GEO600 está registrando. É importante perceber que o cientista não afirma que o ruído seja uma "evidência" de que vivamos em um Universo holográfico. 

O ruído pode ser só ruído mesmo,
de uma fonte interna 
do experimento ainda não localizada.

O que Hogan afirma com todas as letras é: a proposta de um Universo holográfico está de acordo com todas as atuais teorias da física e o ruído captado pelo GEO600 faz sentido como uma explicação dos bits de informação bidimensional gravados na esfera imaginária que nos envolve.

Ao final, olhar para os dados com outra perspectiva pode ser uma mera questão de mudar o holograma de posição e passar a ver outra imagem.

Mistério da física está mais próximo de ser solucionado

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BURACOS NEGROS GIGANTES NO INÍCIO DO UNIVERSO

Espaço

Buracos negros gigantes já existiam no início do universo


Redação do Site Inovação Tecnológica - 16/06/2011

Buracos negros gigantes já existiam no início do universo
Retratados na maioria das vezes como portais para outras dimensões, ou como aspiradores de pó cósmicos, os equívocos em torno de buracos negros são muitos e variados. [Imagem: NASA/JPL-Caltech]
O que são buracos negros?

Retratados em filmes e nos programas de TV na maioria das vezes como portais para uma outra dimensão, ou como aspiradores de pó cósmicos sugando tudo ao seu alcance, os equívocos em torno de buracos negros são muitos e variados.


Na realidade, os buracos negros se formam quando, no final do seu ciclo de vida, as estrelas de grande massa colapsam e explodem em uma supernova.

Estes buracos negros relativamente insignificantes podem representar uma "semente" para o desenvolvimento dos buracos negros gigantes - os chamados supermassivos - encontrados no centro das galáxias.

Eles crescem absorvendo gás,
estrelas e
outros buracos negros.


Buracos negros no início do universo

Usando a mais distante imagem de raios X já captada, astrônomos encontraram agora o primeiro indício direto de que buracos negros maciços eram comuns no início do universo.


A descoberta, feita a partir do Telescópio Chandra, mostra que os buracos negros muito jovens crescem de forma mais agressiva do que se pensava, acompanhando o crescimento de suas galáxias.


Esse crescimento acelerado significa que os buracos negros vistos pelo Chandra são versões menos extremas dos quasares - objetos raros, muito luminosos, alimentados material caindo sobre buracos negros supermassivos.

No entanto, as fontes de raios X agora detectadas são cerca de 100 vezes mais fracas, e os buracos negros têm uma massa 1.000 vezes menor do que os quasares.


Censo de buracos negros

As observações constataram que entre 30 e 100 por cento das galáxias distantes contêm buracos negros supermassivos em crescimento.

Extrapolando estes resultados, a partir da pequena área observada para o céu inteiro, haveria pelo menos 30 milhões de buracos negros supermassivos no início do universo.


Isto é 10.000 mais 
do que o número de quasares
até agora estimado para o universo primordial.


Como a atmosfera da Terra absorve a grande maioria dos raios X, eles não são detectáveis a partir de telescópios terrestres, sendo necessário um telescópio espacial para fazer essas observações.

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Buracos negros supermassivos não são ativados por colisões entre galáxias 

Por Natasha Romanzoti 

em 18.07.2011 

No centro de praticamente todas as grandes galáxias, existem buracos negros supermassivos com até bilhões de vezes a massa do sol. 

Em muitas galáxias, incluindo a nossa Via Láctea, esse buraco negro central é calmo, mas em outras galáxias conhecidas, ele é ativo, com a matéria do núcleo da galáxia emitindo radiação intensa, uma vez que é sugada para dentro desse buraco negro.

E o que cria esses buracos negros supermassivos, então? Anteriormente, os cientistas acreditavam que uma colisão entre galáxias criava uma “festa de matéria” a ser comida pelos enormes buracos negros ocultos em seus centros. 

Os cientistas pensavam que os buracos mais ativos eram “disparados” (começavam suas atividades) por duas galáxias em fusão, ou passando perto uma da outra. Tais distúrbios titânicos poderiam dirigir o material de uma galáxia em direção ao núcleo de um buraco negro.

Agora, uma nova pesquisa indica que essas colisões entre galáxias não são responsáveis pelas ingestões excessivas de buracos negros. Em vez disso, forças misteriosas dentro das galáxias podem ser culpadas pelo nascimento dos gigantes.

Uma equipe internacional de cientistas analisou mais de 600 galáxias ativas, o que lhes permitiu fazer um mapa tridimensional mostrando suas localizações.
Como a luz leva tempo para viajar, conhecer a distância dessas galáxias da Terra também ajuda a revelar suas idades. 

Os cientistas calcularam que as galáxias ativas mais brilhantes eram mais comuns no universo cerca de 3 a 4 bilhões de anos após o Big Bang, enquanto os núcleos menos brilhantes apareceram mais tarde, atingindo um máximo de cerca de oito bilhões de anos após o Big Bang (o universo tem agora cerca de 13,7 bilhões de anos).

Embora algumas das galáxias ativas sejam extremamente brilhantes, a maioria deles é apenas moderadamente brilhante. Surpreendentemente, os pesquisadores descobriram que as colisões galácticas não eram responsáveis por ativar a maioria desses núcleos mais comuns, menos brilhantes.

Se núcleos ativos fossem consequências de galáxias em colisão, como era esperado, os cientistas teriam os encontrado apenas em galáxias com massa moderada – cerca de um trilhão de vezes a massa do sol. 

Em vez disso, os pesquisadores descobriram que os núcleos mais ativos residem nas galáxias com massas cerca de 20 vezes maior do que a teoria da colisão havia previsto – galáxias que contêm grande quantidade da matéria escura invisível, ainda não identificada, que compõe cerca de 85% de toda a matéria no universo.

Mesmo no passado distante, até quase 11 bilhões de anos atrás, quando o universo era novo, colisões de galáxias só podiam representar uma pequena percentagem das galáxias moderadamente brilhantes ativas.
Naquele tempo, as galáxias estavam mais próximas e fusões deveriam ser mais frequentes do que no passado mais recente, por isso os novos resultados são ainda mais surpreendentes.

As descobertas indicam que os buracos negros são geralmente alimentados por processos dentro da própria galáxia. Por exemplo, nuvens moleculares em um disco de galáxia massiva poderiam ter impulsionado seu buraco negro central através de perturbações no disco, o que o fez começar a se alimentar. Mais estudos devem esclarecer essa questão.[LiveScience]
 INOVAÇÃO Tecnológica
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quinta-feira, 16 de junho de 2011

ESTRELA POLARIS - ALFA URSAE MINORIS -

Riscos no Céu

Crédito: Hugo Silva
Telescópio: Canon EF 50mm f/1.4 a f/2.8
Instrumento: Canon EOS 350D
 
É um facto bem conhecido que a Estrela Polar indica o norte, mas na verdade, Polaris, a alpha Ursae Minoris, a estrela mais brilhante da imagem, não indica perfeitamente o ponto cardeal Norte, estando neste momento afastada deste aproximadamente 43 minutos de arco, aproximadamente 2/3 de grau.
 
Nesta fotografia de longa exposição é visível perto do centro e mais brilhante a estrela Polar, bem como inúmeras outras estrelas que durante os 30 minutos de exposição mudaram de posição aparente devido à rotação do nosso planeta, desenhando arcos que são tanto maiores quanto mais afastada a estrela está do pólo norte celeste.
 
Também nesta imagem é visível uma das mais subtis e mal estudadas formas de poluição: a luminosa. Apesar de a imagem ter sido capturada num local com excelente qualidade de céu e a aproximadamente 600m de altitude, a presença de alguma humidade no ar e uma povoação perto é suficiente para contaminar ligeiramente mas de forma visível o céu.
Fonte:
Portal do Astrónomo - Portugal
http://www.portaldoastronomo.org/npod.php?id=3178


ECLÍPSE TOTAL DA LUA - 15 de junho 2011


Eclipse Total da Lua dia 15 de Junho de 2011



Geometria do Eclipse Lunar de Junho de 2011 (Credito: NASA/Espenak)
No início da noite da Quarta-feira, dia 15 de Junho pouco antes da 21 horas, a Lua cheia irá nascer em Portugal completamente mergulhada na parte central da sombra da Terra. Durante os próximos 4 anos este é o último eclipse da Luano qual podemos ver parte da fase da totalidade. Só em Setembro 2015 será possível acompanhar outra vez um eclipse
total lunar.

A totalidade dura ainda mais uma hora e a saída da Lua da sombra central ocorre às 23:01. A Lua deixa a penumbra da Terra à meia-noite e volta mostrar o brilho
típico de uma lua cheia
.

Devido às várias erupções vulcânicas acentuadas nos últimos tempos, nomeadamente na Islândia e no Chile, parte das camadas superiores da nossa atmosfera
estão carregadas com partículas dessas erupções, o que irá provavelmente afectar a cor que a Lua apresenta durante a totalidade.

O NUCLIO convida todos os interessados a acompanhar o fenómeno connosco a partir das 20 horas no Centro de Interpretação Ambiental da Pedra do Sal/Estoril. O evento começa com uma pequena apresentação sobre o que irá acontecer e sugestões de como registar as fases do eclipse com câmaras fotográficas.

Horário do eclipse 15.6.2011 (hora de Verão Portugal continental)
Nas zonas costeiras a Lua nasce as 20:54, e portanto já eclipsada.

Primeiro contacto com a penumbra: 18:23
Início da fase parcial : 19:22
Início da totalidade: 20:21
Máximo da totalidade: 21:12
Fim da totalidade: 22:02
Fim da fase parcial: 23:01
Último contacto com a penumbra: 00:01 (16.6.)

O eclipse pode ser observado em toda a Terra, com excepção do extremo Norte da Ásia e da Europa, e toda a América do Norte. O eclipse na integra pode ser acompanhado na Índia, Ásia Menor e toda a zona Este da África e África do Sul.


Eclípse da Lua - Belo Horizonte


A lua despiu-se
verticalmente graciosa
na minha varanda

Parece que o céu
desfila seus segredos
eu, no camarote

Um privilégio
estar diante do Portal
- noite e dia.
Feliz na varanda
leio o livro secreto
- celeste navegação
Fonte:
Portal do Astrónomo - Portugal
http://www.portaldoastronomo.org/noticia.php?id=773
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sábado, 11 de junho de 2011

ALÉM DAS ESTRELAS - LUZ E ONDAS - PRÓTONS E NEUTRONS

Ciência

  Astrofísica


Luz e ondas de choque aquecem nuvens que concentram matéria formada por prótons e neutrons


A galáxia NGC 3079, no alto, em que luz e ondas de choque aquecem o gás expulso do núcleo, e a Nebulosa de Caranguejo, em que o choque esquenta o hidrogênio (em verde

Ganha força, finalmente, uma idéia concebida há pouco mais de duas décadas por duas astrônomas – a brasileira Sueli Viegas e a italiana Marcella Contini – para explicar os fenômenos químicos e físicos observados nas entranhas de gigantescas nuvens de gás e poeira que permeiam as galáxias e concentram a maior parte da matéria bariônica do Universo, formada por prótons, nêutrons e elétrons.


As evidências mais recentes de que Sueli e Marcella estão certas no que diz respeito ao comportamento da matéria nessas regiões obscuras do cosmos vêm da observação de um tipo peculiar de galáxia: as galáxias com núcleo ativo, assim conhecidas por concentrarem quase todo o seu brilho numa região central pequena, o núcleo.

Em colaboração com o astrônomo Alberto Rodríguez Ardilla,
do Laboratório Nacional de Astrofísica, em Minas Gerais, 
Sueli e Marcella analisaram a estrutura 
da nuvem de gás e poeira da galáxia
com núcleo ativo Markarian 766, 

considerada relativamente próxima em termos cosmológicos: está a 150 milhões de anos-luz da Via Láctea – para se ter uma idéia dessa distância, a luz detectada hoje pelos astrônomos partiu dessa galáxia há 150 milhões de anos.

 Segmento do som 
Fragmento da Sinfonia N* 40 de Mozart
- creação de Smalin

Descoberta pelo astrônomo armênio Benik Markarian na década de 1960, essa galáxia apresenta uma anatomia semelhante à da Via Láctea, onde está o Sistema Solar: tem uma região central em forma de globo muito luminosa, envolta por um fino disco de estrelas.

No coração dessas galáxias 
um poderoso buraco negro, com uma massa milhões
de vezes maior que a do Sol, engole a matéria
ao redor e a transforma em energia, 

em parte regurgitada de volta ao espaço na forma de luz. Não muito longe do monstro devorador de matéria, um anel espesso de gás e poeira abriga estrelas recém-nascidas, que alimentam o interminável ciclo de vida e morte estelar.

Sueli e Marcella conseguiram reconstituir
o perfil completo da luz emitida

 Sequência do som - 
Fragmento da Sinfonia N* 40 de Mozart
- creação de Smalin

pela região central da Markarian 766 – ou apenas Mrk 766 – a partir de dados obtidos pelo telescópio espacial Hubble e por Rodríguez, usando o telescópio do Observatório de Mauna Kea, no Havaí.

Semelhante ao traçado de altos e baixos 
de um eletrocardiograma, 
esse perfil registra a quantidade de luz 
emitida pela galáxia e a nuvem que a envolve

em diferentes faixas do espectro eletromagnético, das menos energéticas como as ondas de rádio às de energia mais alta como os raios X.

“É uma espécie de assinatura de cores
que permite saber a composição química da galáxia 
e da nuvem de gás e poeira”,

explica Sueli, que no final de 2005 encerrou uma carreira de 30 anos como astrônoma no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP) e hoje vive nos Estados Unidos com o atual marido – o físico Gary Steigman, da Universidade Estadual de Ohio –, dedicando-se à divulgação científica.

No espectro de luz da Mrk 766 estavam as evidências de que Sueli e Marcella tanto buscavam para comprovar a explicação que haviam proposto bem antes para os fenômenos físicos observados nas nuvens extragalácticas de gás e poeira.

Formadas essencialmente por gases de elementos químicos leves como o hidrogênio, composto apenas por um próton e um elétron, além de elementos mais pesados, como carbono e oxigênio, essas nuvens impedem que a luz do núcleo dessas galáxias chegue à Terra, assim como o nevoeiro de uma manhã fria atrapalha a visão de um motorista na estrada. Mas o bloqueio da luz não é tudo o que ocorre ali.


Os corpúsculos de luz (fótons) do núcleo da galáxia transferem parte de sua energia para o gás e as partículas de poeira, aquecendo a nuvem – com a energia extra, os átomos de hidrogênio, silício e carbono, entre outros, tornam-se eletricamente carregados (íons) e emitem a luz detectada por telescópios no espaço e em Terra. Em geral astrônomos e astrofísicos atribuem a energia acumulada por essas nuvens apenas a esse fenômeno de transferência de energia chamado fotoionização. Sueli e Marcella, no entanto, pensam diferente.

 1  2 Próxima
A energia transferida à nuvem apenas pela fotoionização pode ser de dezenas a centenas de vezes menor do que a que observamos”, afirma Sueli. “Algo mais fornece energia para essas nuvens atingirem temperaturas de alguns milhões de graus.” Há pelo menos 20 anos Sueli e Marcella, da Universidade de Tel-Aviv, em Israel, têm uma boa idéia do que pode ser esse algo mais

A astrônoma brasileira já desconfiava que a fotoionização fosse insuficiente para gerar toda a energia das nuvens extragalácticas quando Marcella, especialista em um fenômeno chamado choque, a procurou no início da década de 1980.


Juntas desenvolveram um programa de computador que simula as condições das nuvens de gás e poeira chamado SUMA – soma, em italiano, e também as iniciais de SUeli e MArcella –, que adiciona à fotoionização o efeito das ondas de choque. Numa época em que não existiam computadores pessoais e muito menos laptops, tiveram de se virar com o que havia de mais avançado na USP: um computador Burroughs, programado por meio de cartões de papel perfurados. 

“O SUMA era um programa tão extenso 
que tínhamos de colocá-lo em funcionamento 
apenas nos finais de semana, caso contrário 
a universidade pararia”, 
lembra Sueli. 

Descrito em um artigo publicado em 1984 na Astronomy and Astrophysics, o SUMA funciona hoje até mesmo nos computadores mais simples, desses que se usam para acessar a internet.



Como imaginaram que esses dois efeitos estivessem associados? 
Nada muito complicado. Sabiam que, em certo grau, a luz do núcleo dessas galáxias contribuía para aquecer a nuvem de gás e poeira. Também sabiam que a nuvem não é homogênea – e sim um aglomerado de nuvens menores que se deslocam em um meio muito menos denso. 

“Essas características indicavam
que a chance de ocorrer ondas de choque 
nessas regiões é muito grande”,  
afirma Sueli. 

Só não imaginavam que a velocidade de deslocamento dessas nuvens fosse tão alta: no caso da galáxia Mrk 766, as nuvens se movem a velocidades entre 100 quilômetros por segundo e 500 quilômetros por segundo, como atestam Sueli, Marcella e Rodríguez em artigo da Monthly Notices of the Royal Astronomical Society de dezembro de 2005, uma das mais importantes revistas da área.


“Na região da nuvem mais próxima
do núcleo da Mrk 766 predomina o efeito
da fotoionização, enquanto na mais distante
o principal efeito é causado pelo choque”, 
explica Sueli. 


Conhecer de modo mais preciso a energia total dessas nuvens é essencial para se calcularem propriedades físicas como temperatura, densidade e composição química do gás dessas regiões – dados que permitem estimar a evolução química das galáxias e, em última instância, do próprio Universo.

A comprovação de que o choque e a fotoionização atuam em conjunto não se restringe ao caso da Mrk 766. Sueli, Marcella e Rodríguez notaram resultados semelhantes ao analisar outra galáxia com núcleo ativo, a Ark 564. Quem mais se aproximou desses resultados foi a equipe do astrônomo Michael Dopita, da Austrália, que criou um programa que só leva em conta o efeito do choque, mas deixa de lado o da fotoionização.

 Nuvem entre estrelas

Apesar de haver contestações à interpretação das duas astrônomas para os fenômenos observados nessas nuvens, Sueli segue confiante: “Com o aumento do número de observações mais precisas dessa região central das galáxias, a aceitação de nossa interpretação fica mais e mais próxima”.  

  O Projeto
Evolução e atividades de galáxias
Modalidade
Projeto Temático
Coordenadora
Sueli Viegas — USP
Investimento
R$ 2.247.008,35 (FAPESP)
Pesquisa FAPESP
NASA- Edição Impressa 126 - Agosto 2006 
http://revistapesquisa.fapesp.br/?art=3028&bd=1&pg=2&lg=
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