sábado, 31 de julho de 2010

CORPOS CELESTES - Imagem do Dia


Imagem do Dia:                                                                            Nebulosa planetária M 76 (NGC 650/651)

2010-07-30

Crédito: N.A.Sharp, NOAO/AURA/NSF.
Telescópio: 0.9 m (KPNO).

M 76 é uma das mais interessantes nebulosas planetárias existentes no céu. Trata-se de um dos mais débeis objectos do catálogo de Messier, tendo-lhe sido dado dois números NGC devido ao facto de Herschel ter acreditado que M 76 era, não uma, mas duas nebulosas. Hoje sabe-se que M 76 é o resultado da morte de uma estrela que ainda hoje é visível e cuja expulsão das suas camadas exteriores gerou uma complicada distribuição de matéria à sua volta, difícil de explicar por qualquer modelo. Com um diâmetro de cerca 2 anos-luz, M 76 está-se a expandir à velocidade de 50 km/s, situando-se a cerca de 4000 anos-luz de distância de nós.

Nebulosa planetária NGC 2346

2003-02-05

Crédito: NASA & The Hubble Heritage Team (STScI/AURA).
Telescópio: Hubble Space Telescope (NASA/ESA).
Instrumento: Wide Field Planetary Camera 2 (WFPC2).
 
NGC 2346 é uma nebulosa planetária bipolar, na constelação do Unicórnio. Encontra-se a cerca de 2 000 anos-luz de nós e estende-se por aproximadamente 0,3 anos-luz. As nebulosas planetárias resultam dos últimos estágios da vida de estrelas como o nosso Sol. Mas NGC 2346 distingue-se por ter no seu centro, não uma estrela, mas um sistema binário, com um período de 16 dias. Acredita-se que as estrelas que compõem o binário já se encontraram mais afastadas uma da outra. Mas a expansão de uma das estrelas, ao evoluir para gigante vermelha, terá provocado a aproximação da sua companheira. Esta, ao ser puxada para a estrela maior, terá deixado um rastro de gás em forma de anel à volta do sistema binário. Mais tarde, ao ser despida das suas camadas mais externas que deixaram o seu núcleo quente exposto, a gigante vermelha terá desenvolvido um vento estelar forte perpendicular ao anel de gás já existente, dando assim origem às duas enormes bolhas. Acredita-se que este processo em duas fases é responsável pela forma em borboleta apresentada por esta nebulosa planetária. 
 
Outras Imagens do Dia:
2010-07-31 - Instrumento FORS1 do Very Large Telescope
2010-07-29 - Maat Mons em Vénus
2010-07-28 - Remanescente de supernova Cassiopeia A
2010-07-27 - Lente gravitacional
2010-07-26 - Lua Azul
2010-07-25 - Galáxia espiral ESO 510-13
2010-07-24 - O Telescópio Espacial Hubble
2010-07-23 - Enxame aberto M 48
2010-07-22 - Túnel intergaláctico de matéria
2010-07-21 - Sojourner na superfície de Marte


             IMPERDÍVEL !
 

ESTRELA RARA



Astrônomos captam imagem de um tipo raro de estrela


Astrônomos captam imagem de uma rara estrela de Wolf-Rayet



Embora a WR 22, no centro da imagem, esteja a mais de 5.000 anos-luz de distância da Terra, ela é tão brilhante que pode ser observada a olho nu sob boas condições de observação.[Imagem: ESO]

Farol estelar

Astrônomos do Observatório Europeu do Sul (ESO) captaram a imagem de uma estrela muito rara, conhecida como estrela de Wolf-Rayet.

A WR 22, que aparece bem no centro da imagem, está lançando sua atmosfera para o espaço a uma taxa muitos milhões de vezes mais rápida do que o Sol. A estrela rara e sua vizinhança igualmente brilhante estão na região exterior da Nebulosa de Carina.

As estrelas de grande massa vivem depressa e morrem novas. No final das suas vidas, alguns destes verdadeiros faróis estelares emitem uma radiação tão intensa que libertam matéria para o espaço muitos milhões de vezes mais depressa do que as estrelas relativamente calmas, como é o caso do Sol.

Embora a WR 22 esteja a mais de 5.000 anos-luz de distância da Terra, ela é tão brilhante que pode ser observada a olho nu sob boas condições de observação.

Estrelas de Wolf-Rayet

Essas estrelas raras, muito quentes e de grande massa, são conhecidas como estrelas Wolf-Rayet, assim chamadas em homenagem aos dois astrônomos franceses que as descobriram em meados do século XIX.

As estrelas de Wolf-Rayet são estrelas muito pesadas, mas que perdem massa a uma velocidade muito alta, através de ventos estelares que chegam a atingir velocidades de 2.000 quilômetros por segundo. Enquanto nosso Sol perde cerca de 10-14 de sua própria massa a cada ano, uma estrela de Wolf-Rayet perde cerca de 10-5.

A WR 22 faz parte de um sistema de estrela dupla e a sua massa é pelo menos 70 vezes a massa do Sol, o que a torna uma das mais maciças estrelas de Wolf-Rayet conhecidas. Ela está localizada na constelação austral de Carina, a quilha do navio Argo de Jasão na mitologia grega.

Paisagem cósmica

As cores sutis que servem de fundo a essa paisagem cósmica são resultado das interações entre a intensa radiação ultravioleta emitida pelas estrelas quentes de grande massa, incluindo a WR 22, e as grandes nuvens de gás, essencialmente hidrogênio, a partir das quais as estrelas se formaram.

A imagem foi composta por várias outras, obtidas com os filtros vermelho, verde e azul do instrumento Wide Field Imager, montado no telescópio MPG/ESO, de 2,2 metros, situado no Observatório de La Silla, no Chile.


Fonte:

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA
 http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=estrela-wolf-rayet&id
 



terça-feira, 20 de julho de 2010

A CONSTELAÇÃO DE TOURO


Fernando Costa (Monitor OAFR)
Observatório Frei Rosário - 03/02/09
Introdução
A constelação de Touro é uma das mais facilmente identificáveis no céu. Muitos já devem ter visto um conjunto de estrelas muito brilhantes designado por 'sete irmãs'. Pois elas se localizam exatamente na constelação do Touro, que ainda traz outros objetos muito interessantes, como a estrela Aldebarã, ou olho de touro, as Híades e a famosa nebulosa do Caranguejo. Estamos na melhor época do ano para observar esta constelação, o verão, pois é quando ela mais se destaca no céu, nascendo a leste por volta de 18 horas e estando visível praticamente a noite toda.
Mitologia
         Segundo a mitologia grega, há muito tempo atrás, havia no reino de Tiro, um rei, Agenor, cuja filha era muito bela. Seu nome era Europa, e Zeus se apaixonou perdidamente por sua beleza. Queria possuí-la a qualquer preço. Movido por essa determinação, Zeus decidiu utilizar-se de seu estratagema principal, ou seja, o de se metamorfosear de algum ser ou coisa. Por alguma razão, Zeus jamais aparecia diante das suas eleitas na sua forma pessoal, preferindo assumir sempre outra aparência qualquer. Assim, depois de muito pensar, decidiu transformar-se num grande touro, branco como a neve. Em uma das praias de Tiro onde um grupo de moças se divertia, entre elas, Europa, a calma das jovens foi abalada pela aparição do touro branco, assustando o grupo. De todas as moças a única que não foge é Europa, que se aproxima do touro e acaricia o pêlo alvo do animal e o enfeita com flores. Quando as moças ganham confiança e se aproximam, o touro se levanta e foge em direção ao mar, a galope sobre as ondas, com Europa no dorso.
Pintura retratando o rapto de Europa pelo Touro Europa pede socorro às companheiras, mas o touro, correndo dia e noite sem parar, nadou até uma praia em Creta, onde se abaixou para que a jovem pudesse descer. Aí Zeus retoma a sua forma divina e une-se a Europa que, com o tempo, dá a ele dois filhos, entre eles Minos, futuro rei de Creta e pai do Minotauro. O Touro brilha até hoje no céu como uma constelação, para recordar essa união.








Aldebarã
         A estrela Aldebarã (ou alfa Tauri) é a estrela mais brilhante da constelação de touro. É conhecida popularmente como o olho do touro, pois sua localização na imagem sugerida para a constelação ocupa sensivelmente a posição do olho esquerdo do Touro mítico.
       O seu nome provém da palavra árabe al-dabarān que significa "aquela que segue" – referência à forma como a estrela parece seguir o aglomerado das Plêiades durante o seu movimento aparente ao longo do céu. Aldebarã é uma das estrelas mais facilmente identificáveis no céu noturno, tanto devido ao seu brilho como à sua localização. Identificamo-la rapidamente se seguirmos a direção das três estrelas centrais da constelação de Orion (designadas popularmente por “três Marias”), da direita para a esquerda, no hemisfério sul – Aldebarã é a primeira das estrelas mais brilhantes que encontramos no seguimento dessa linha. É uma estrela de tipo espectral K5 III (é uma gigante vermelha-laranja), o que significa que tem cor alaranjada; tem grandes dimensões, e saiu da seqüência principal do Diagrama HR depois de ter gasto todo o hidrogênio que constituía o seu “combustível”. Atualmente, a sua energia provém apenas da fusão de hélio da qual resultam cinzas de carbono e oxigênio. O corpo principal desta estrela expandiu-se para um diâmetro de aproximadamente cerca de 40 vezes maior que o Sol. Localiza-se a 65 anos-luz da Terra, e sua luminosidade é 150 vezes superior à do Sol, o que a torna a décima terceira estrela mais brilhante do céu (0,9 de magnitude).
Plêiades
        O aglomerado estelar aberto das Plêiades é o grupo de estrelas mais brilhante em todo o céu. As Plêiades também são conhecidas por vários outros nomes tais como "Sete Irmãs", “Sete-estrelo” em algumas passagens bíblicas, como M 45 pela classificação do catálogo Messier, e como "Subaru" no Japão.
       O nome Plêiades deriva do grego plein, que significava a abertura e o fechamento da estação da navegação entre os gregos. Na mitologia grega, as Plêiades são as sete irmãs, filhas de Pleione e Atlas, perseguidas por Órion que estava encantado com a beleza das moças, e que para escapar da perseguição do caçador, recorreram aos deuses, que as transformaram em sete estrelas. Seus nomes eram: Maia, Electra, Taígeta, Astérope, Mérope, Alcíone e Celeno.
      Um modo fácil de localizar as plêiades no céu é tomando a reta formada pelas estrelas Betegeuse (na constelação de Orion) e Aldebarã, ambas fáceis de ser identificdas por ter cor avermelhada. Seguindo a reta chegaremos ao aglomerado das Plêiades, bem no pescoço do touro.
        As Plêiades, como é típico dos enxames abertos, constituem um grupo de estrelas que se formaram a partir de uma mesma massa inicial de gás e poeira. Trata-se de um enxame muito jovem: a sua idade é estimada em 100 milhões de anos, pelo que terão nascido numa altura em que a Terra era dominada pelos dinossauros. Em fotografias de longa exposição ainda é possível observar o que resta desse gás inicial. O enxame compreende pelo menos 500 estrelas, predominantemente de cor branco-azuladas e muito quentes, e situa-se a 380 anos-luz. Estima-se que durará cerca de 300 milhões de anos para que as estrelas deste aglomerado se dispersem.
 
Híades
        Nas proximidades das Plêiades, é possível observar outro aglomerado aberto, ainda que menos espetacular: as Híades. Na mitologia grega, as Híades eram filhas de Atlas e Etera, e, portanto irmãs das Plêiades pelo lado paterno. Os antigos acreditavam que o nascer e o pôr helíaco das Híades estavam associados às chuvas. A palavra Híades significa literalmente água ou chuva. As Híades têm um formato em "V" simbolizando a cara do Touro, com a estrela Aldebarã representando um olho.
        Aldebarã, na realidade, não pertence ao aglomerado das Híades, mas devido ao efeito de superposição, é impossível não associá-los, pois as suas estrelas distribuem-se, aparentemente, em torno dela. Mas isso não passa de um efeito de perspectiva - enquanto Aldebarã se situa a 60 anos-luz da Terra, as Híades encontram-se a 150 anos-luz. Ainda assim, as Híades constituem o enxame aberto mais próximo de nós. A rotação aparente da esfera celeste dá-nos a sensação de que Aldebarã e as Híades seguem as Plêiades. Por essa razão, o nome árabe daquela estrela, al-dabarān, significa “aquela que segue”.

Nebulosa do Caranguejo
        A Nebulosa do Caranguejo (catalogado como M1, NGC 1952 ou ainda por Taurus A) foi observada pela primeira vez em 1731, e é o remanescente de uma supernova (resultado da morte de uma estrela massiva, que colapsou e explodiu liberando uma enorme quantidade de energia) que foi registrada, como uma estrela visível à luz do dia, por astrônomos chineses em 1054. Esta super estrela era o 3º corpo mais brilhante no céu (contando com o Sol e a Lua) e pôde ser observada durante o dia por mais de dois meses apesar de se encontrar a cerca de 6300 anos luz de distância. A Nebulosa do Caranguejo se tornou o primeiro objeto astronômico reconhecido como sendo ligado a uma explosão de supernova.
       Sua magnitude aparente é de 8,4, não podendo ser vista a olho nu. No entanto, não é difícil sabermos sua localização, visto que está bem próxima de um dos chifres do touro, conforme mostra a figura abaixo.
       
No interior desta nebulosa, existe um pulsar (uma fonte de rádio) e que também pode ser chamada de Estrela de Nêutrons, que gira rapidamente em torno de seu eixo a uma velocidade de 30 vezes por segundo, diminuindo gradativamente esta velocidade em razão da interação magnética com a nebulosa. A energia liberada à medida que o pulsar desacelera é enorme e cria uma região incomumente dinâmica no centro da Nebulosa do Caranguejo. Enquanto a maior parte dos objetos astronômicos evoluem tão lentamente que mudanças somente são visíveis em escalas de tempo de muitos anos, as partes internas do Caranguejo mostram mudanças em escalas de tempo de apenas alguns dias.


Túnel intergaláctico de matéria

2011-01-14

Crédito: NASA, William C. Keel (University of Alabama, Tuscaloosa). Telescópio: Hubble Space Telescope.

Um túnel de matéria estende-se desde a galáxia NGC 1410 (à esquerda na imagem) até à galáxia NGC 1409 (à direita), cruzando mais de 20000 anos-luz de espaço intergaláctico. Este é um exemplo magnífico sobre a forma como a colisão de galáxias propicía a troca de matéria entre elas.
 
Os centros destas duas galáxias estão a apenas 23000 anos-luz de distância um do outro, pouco menos do que a distãncia do Sol ao centro da Via Láctea.
 
Eles estão ligados um ao outro devido à força da gravidade, orbitando em torno de um centro comum a mais de 1 milhão de kilómetros por hora. Estas galáxias encontram-se a cerca de 300 milhões de anos-luz da Terra na constelação do Touro.




quinta-feira, 15 de julho de 2010

SINCRONIZAÇÃO NO CAOS

 
Sincronização no caos
Cientistas brasileiros demonstram dualidade da sincronização de amplitude-fase em sistemas caóticos. Estudo, publicado na Physical Review Letters, tem implicações em áreas diversas como espaço, meteorologia, fisiologia respiratória e mercado de capitais (Nasa)

Por Fabio Reynol

– Estudos sobre manchas solares, fisiologia respiratória, operações financeiras, meteorologia e outras áreas tão diversas como essas poderão se beneficiar de uma pesquisa publicada no periódico Physical Review Letters.
O trabalho foi feito por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP), em cooperação com colegas das universidades japonesas de Kyoto e de Hokkaido.

Por meio de simulações numéricas, o grupo analisou a intermitência espaço-temporal, um fenômeno encontrado em fluidos, plasmas, óptica, reações químicas e biomedicina.
A demonstração da dualidade da sincronização de amplitude-fase feita pelo grupo pode ser aplicada em ciclos solares, variabilidades climáticas, plasmas de fusão termonuclear controlada, ritmos cardíacos e respiratórios, sinais sísmicos e frentes de ionização no Universo, entre outros exemplos.
A intermitência é caracterizada por uma série temporal que exibe períodos laminares que, por sua vez, são intercalados por surtos de flutuações de grandes amplitudes. Já na chamada intermitência espaço-temporal, o sistema apresenta um comportamento caótico no tempo e também no espaço.

O grupo foi liderado pelo físico espacial Abraham Chian, do Inpe, e investigou o mecanismo físico da intermitência do tipo on-off na transição do caos temporal para o caos espaço-temporal, com base na simulação numérica de um modelo não-linear de ondas longas. Esse modelo matemático pode ser utilizado para descrever fenômenos como a evolução da onda de deriva em plasmas ou de um tsunami em um oceano.
“O avanço significativo é a demonstração da dualidade da sincronização de amplitude-fase das flutuações, o que pode ser aplicado em muitos problemas de sistemas complexos como, por exemplo, o funcionamento do coração ou flutuações da bolsa de valores”, disse Chian à Agência FAPESP.

O trabalho contou com o apoio da FAPESP por meio de um Auxílio à Pesquisa – Regular coordenado por Erico Rempel, professor do ITA, e de Bolsa de Pós-Doutorado para Rodrigo Miranda, do ITA. Yoshitaka Saiki, das universidades de Kyoto e Hokkaido, esteve no Brasil em 2006 com apoio da FAPESP.
Os três também assinam o artigo publicado na edição de 25 de junho da Physical Review Letters. O grupo também teve a participação de Michio Yamada, professor da Universidade de Kyoto, conhecido por ter desenvolvido o modelo GOY (Gledzer-Ohkitani-Yamada) de turbulência em fluidos.

O estudo promoveu também avanços metodológicos. Os pesquisadores lançaram mão tanto da representação de Fourier como a de Lyapunov para calcular as entropias espectrais de potência e de fase, bem como as médias temporais dos espectros de potência e de fase.

Segundo Chian, a metodologia desenvolvida durante o trabalho poderá ser aplicada na resolução de uma grande variedade de problemas em sistemas físicos, biológicos, químicos e tecnológicos.
Problemas no ritmo cardíaco e crises nas bolsas de valores são exemplos de instabilidades nesses sistemas. “Quando essa instabilidade evolui para um sistema não linear, esse fenômeno caótico que analisamos aparece”, disse.
A pesquisa focou nesse ponto de transição entre o período de fluxo laminar e o turbulento. O fato de o estudo poder ser aplicado também na análise de imagens implica que poderá auxiliar estudos de manchas solares.

Chamadas de regiões solares ativas, essas manchas apresentam comportamento turbulento enquanto as regiões à sua volta atuam de maneira laminar. “Nosso trabalho poderá ajudar a entender a diferenciação das regiões solares ativas”, disse Chian.
Entender a transição de sistemas laminares para sistemas turbulentos pode ajudar também nas investigações sobre o clima, como a formação de fenômenos meteorológicos como furacões e tornados.
A investigação atual está relacionada a outro trabalho publicado anteriormente também na Physical Review Letters.
Na época, o grupo de Chian caracterizou uma nova estrutura chamada de “selas caóticas” que ajudam a prever o comportamento de um sistema caótico e a controlar caos e turbulência em sistemas complexos.
O nome foi inspirado nas selas de montaria devido a uma característica dessas estruturas: elas são estáveis em uma direção e apresentam instabilidade nas direções transversais a essa.

Prêmio Guggenheim 
Chian foi um dos quatro brasileiros agraciados com a bolsa de 2010 da Fundação Memorial John Simon Guggenheim, dos Estados Unidos, que contemplou 180 pesquisadores, professores e artistas.
A premiação envolve uma bolsa de cerca de US$ 23 mil para ser utilizada em pesquisas na área de estudo do ganhador. Anunciado no início de junho, o prêmio de 2010 contou com cerca de 3 mil inscrições.
Foram contemplados 37 latino-americanos e o Brasil teve quatro laureados: Patricia Torres Bozza (Instituto Oswaldo Cruz), na categoria biologia molecular e celular; João Ricardo Mendes de Oliveira (Universidade Federal de Pernambuco), na categoria neurociência; Jorge Villavicencio Grossmann, violinista e compositor radicado nos Estados Unidos, na categoria composição musical; e Chian, escolhido na categoria ciência da Terra.

 Agência FAPESP.
Sincronização no caos
15/7/2010

terça-feira, 13 de julho de 2010

RAIO X CRIA ÁTOMOS OCOS


Nanotecnologia

Fonte de raios X mais potente do mundo cria átomos ocos

Fonte de raios X mais potente do mundo cria átomos ocos














Os primeiros resultados científicos gerados pelo mais potente laser de raios X do mundo, no SLAC National Accelerator Laboratory, nos Estados Unidos, demonstraram uma capacidade inédita para controlar o comportamento de elétrons individuais.
Os primeiros resultados científicos gerados pelo mais potente laser de raios X do mundo, no SLAC National Accelerator Laboratory, nos Estados Unidos, demonstraram uma capacidade inédita para controlar o comportamento de elétrons individuais.
Os elétrons foram arrancados de dentro de átomos e moléculas individuais, um por um, em alguns casos apenas os mais internos, criando "átomos ocos".

Átomos ocos
Estes primeiros resultados mostram em detalhes como os intensos pulsos de raios X alteram cada átomo e cada molécula que o novo instrumento está imageando.
No primeiro experimento, a equipe da Dra. Linda Young usou os pulsos de raios X para arrancar os elétrons, um a um, de átomos do gás neon.
Variando as energias dos fótons dos pulsos, os cientistas arrancaram os elétrons de fora para dentro ou - o que é uma tarefa mais difícil - de dentro para fora, criando os chamados átomos ocos.
O controle dessas alterações é essencial para a obtenção das imagens em escala atômica de moléculas biológicas e para filmar processos químicos - a principal missão do LCLS (Linac Coherent Light Source) .

Ciência nova surpreendente
"Ninguém jamais tinha tido acesso a raios X dessa intensidade, assim o modo como os raios X ultra-intensos interagem com a matéria era algo completamente desconhecido. É importante determinar os mecanismos básicos dessa interação," disse Young.
Já a equipe da Dra Nora Berrah testou a nova fonte de raios X realizando experimentos não com átomos, mas com moléculas.

Seu grupo também criou átomos ocos, só que, neste caso, dentro de moléculas de nitrogênio. E eles encontraram diferenças surpreendentes no modo como pulsos de laser curtos e longos, exatamente com a mesma energia, arrancam os elétrons e danificam as moléculas de nitrogênio.
"Nós simplesmente colocamos as moléculas na câmara e olhamos o que acontecia, e encontramos uma ciência nova surpreendente," disse Matthias Hoener, coautor do estudo. "Agora nós sabemos que, reduzindo o comprimento do pulso, a interação com a molécula se torna menos violenta."

Brinquedo científico
Como uma criança experimentando um novo brinquedo, os cientistas afirmam que estão longe de vislumbrar todo o potencial do LCLS. Mas adiantam que ele permitirá experimentos inéditos em física, química, biologia, ciência dos materiais e energia.
O LCLS é de fato uma ferramenta radical: cada pulso de laser destrói qualquer amostra que atinge.
Mas como certos tipos de danos, como o derretimento de um sólido, não são instantâneos, e se desenvolvem ao longo de um tempo, o truque é minimizar os danos durante o próprio pulso e tirar uma foto dos raios X que se espalham a partir da amostra antes que ela se desintegre.

Fonte
Redação do Site Inovação Tecnológica - 12/07/2010
 http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=atomos-ocos-raios-x-
 
 

domingo, 11 de julho de 2010

Do Crepúsculo ao Outro Dia.wmv


Eclípse solar
na luz nova de julho
- dentro e fora de mim.
*
Na chícara de café
o orvalho enegrecido
- do bom acordar.
*
As mãos desenham
esquecidas de seu brilho
- manhã ensolarada.
*
O teclado imita
andorinhas em alvoroço
- o sol por um fio.
*
A flor aguarda
o beijo do meio-dia
- ardente se fecha.
*
O coração da gente
um universo escondido
- belo buraco negro.
*
O homem branco
mirante, flexa e alvo
- núcleo da esfera.

Revista Nosso Haikai Vol. XV - Carlos Viegas



A mágica do haicai
expressa com fidelidade
- a evolução humana.
.
.

BRINCANDO DE HAICAIS NO ORKUT - 2009

A flor trepadeira
curva-se ofertando
seu matiz deslumbrante
!!!
 Em taça se oferece
ao Sol confidente
- Ipomea menina.

Colada à parede
faz a guarda confiante
- a bela Ipomea




Incrível o que vem nascendo nos meus canteiros: flores azuis, 
de intensos lilases, violáceas.Estou amando especialmente a Ipomea Violácea 
que todas as manhãs me adula,florindo!


1-
Sabia que o girassol
é modelo fiel do Universo
- na espiral quântica?




2
Quem pode ser triste
num mundo qualhado de rosas
- de todas as cores?




3
A sábia terra
deixa que do seu ventre surja
- máxima beleza.




4
Entre as rosas
brancas ou amarelas
- o mundo nos ensina.




5
Estrelas de cinco pontas
pentagramas dourados
- flores coroadas




6
Num dia de folga
os anjinhos jardineiros
- brincavam florindo cores.




7
Se as pessoas
no mundo assim se unissem
- ai que maravilha!




8
Pétalas em coração
de vermelho escarlate
- no miolo, a coroa.




9


A rosa, mulher
destinada a florir
- no jardim da cruz.


10


O segredo exposto
na torre verde pontilhada
- cada ponto, um saber.




11


Bóia nas águas
a maravilha da Terra
- a Flor de Lótus.


12
No coração da flor
o fractal do Universo
- entregue na Terra.




13
A sábia lótus
segura torre no seu miolo
- o segredo do viver.




14
No lodo ela nasce
luta contra diversidade
- vence, se dá ao Sol.




15
O Universo em lótus
se oferece pra gente
- aprender amar.




16
No meio da flor
o diamante bruto
- em forma de pólem


17
A flor de lótus
adentra o coração
- gera super homens




18
Sai do vaso a serpente
arco-iris em espirais
- caminho pro infinito.




19
Simbolos primitivos
numa rede aleatória
- exibe a natureza.




20


Emborca a imagem
no contrário, o começo
- e a meta da gente.




21
No pote de terra
uma semente faz a festa
- enfeita o mundo.



22
Respira , levanta
anda, sente, trabalha
- antes de querer voar.




23
A chave da vida
protegida no jardim
- do coração florido.




24
O homem na terra
qual estrela caída
- nas rochosas vias.




25
O muito buscar
dispersa-nos  da verdade
- simples,necessária.




26


No mar da mente
habitam zilhões de elementos
- carentes de vida.




27
Gente e víboras
se na harmonia se integram
- liberta humanidade.




28
O olho é a nave
direcionada, certeira
- ao que mais amar.




29
Na batalha do dia
a trama de mil eventos
- atenta ao coração!




30
Assenta nos azuis
a repeticão das esferas
- unidas em flor




31


A terra festeja
a diversidade das formas
- ramos, pérola e flor.




32
O dia, a noite
entrelaçam bem e mal
- eis a unidade.




33


A flor de oito pétalas
símbolo da harmonia
- rumo ao infinito.




34:
A alma da gente
configurada no lótus
- a flor sagrada.




35


Estrela de sete pontas
aponta todas direções
- no verde, o repouso




36
Delicada mandala
tracejada com esmero
- aquieta os olhos.




37


Vinte pares cortejam
rodam em dança grega
- árvore familiar.




38
A flor azul mapeia
cria ângulos irmanados
- cocar pra três pagés.




39
O ponto brincante
ziguezagueia na roda
- deita e rola na rosa




40
A luz em fractal
cruzada de azuis-lilases.
- orienta a harmonia.




41


Mandala da vida
prisioneira da trindade
- rola mistérios.




42


Parece pesadelo
entregue à horizontal
- da história triste.




43
Tão grande o arco
que a tela se encolheu
- doce, envergonhada.




44
Tudo que procuro
está escrito nas oito estrelas
- meu rosário sagrado.




45
Parece um bicho
a mirar belo horizonte.
- o berçário de estrelas.




46
O tronco secular
mantém-se forte e atento
-às irmãs brilhantes.




47
A pérola copula
com o galho florido
- vira mega vaga-lume.




48
Deliciosa embolada
de cores de mil solfejos
- só pra adular a gente.




49
Num golpe de sorte
nosso sangue se abrasa
- faz de nós, estrelas.




50
Minha querida Órion
parece ave encantada
- jorra rosas de vida.




51
A lua qual criança
arregalada na noite
- mergulha nos mares.




52
A bolota solitária
na carícia se ilumina
- gera mares de alegria.




53
Poeira de estrelas
germinam constelações
- encanta universos




54
A igrejinha, o cipreste
fincados no chão da noite
- ensinam a dança.




55
Sabe porque roda
a massa compácta de luz?
- pra abraçar a gente!




56


A mágica da noite
na alma do sábio-louco
- quem fez melhor?




57


A Árvore noturna
canta a beleza do céu
- em coro,nuvens e estrelas




58
Pela ordem e grandeza,
parece serem as três Marias
do Cinturão de Órion, é ou não é?




59
Este núcleo estelar pertence a qual Constelação?


60
Que tesouro! É uma
Galáxia,Nebulosa Planetária
ou um berçário de estrelas?


 Rente à porta
qual soldadinhos atentos
- coração em sentido.

 Ipomeas na janela
velam-me noites e dias
- adulam e encantam.

Incrível o que vem nascendo nos meus canteiros: flores azuis, de intensos lilases, violáceas.Estou amando especialmente a Ipomea Violácea que todas as manhãs me adula,florindo!
Eis três vídeos,meio brabos,mas para refletir e entrar ,sem volta,na rota da Luz:
 Esta série de haicais , na verdade quase-haicais, foram pescados na saudade de um dia,sem mais nem porque,Danuza,a mãe da minha neta Luiza,me enviou no Orkut uma porção de flores e imagens místicas, delicadas e todas inspiraram estes tercetos.Parece que a gente não tinha o que fazer e brincamos horas- Vou recuperar depois as imagens pra rever , conferir e juntá-las a cada  'resposta'.Isto num outro dia em que eu puder de novo brincar,sem pressa . Prometo.

a mãe da minha neta