Muitos anos mais tarde, o astrônomo alemão Johannes Hevelius
(ao lado)
apresentou no seu famoso livro "Prodromus Astronomiae"
que continha um
preciso atlas do céu chamado "Firmamentum
Sobiescianum sive
Uranographia", mais conhecido hoje
simplesmente como Uranografia,
sete novas constelações
no hemisfério norte, incluidas nos espaços
vazios entre
as descrições das constelações de Ptolomeu. Elas eram o
Scutum Sobiescianum (Escudo de Sobieski) (que, em 1922,
teve o nome
simplificado para "Scutum" pela União
Astronômica Internacional - IAU),
Canes Venatici (Cães de Caça),
Lacerta (Lagarto), Leo Minor (Leão
Menor), Lynx (Lince), Sextans
(Sextante), e Vulpecula (Raposa). Um
exemplo deste seu belíssimo
livro é mostrado na imagem à direita da constelação Scutum.
O astrônomo Nicolas Louis de Lacaille, após a sua visita ao Cabo
da Boa
Esperança em 1750, apresentou 14 novas constelações no
hemisfério sul.
Foi Lacaille que dividiu a grande constelação Argo Navis,
criada
por Ptolomeu e que homenageava o navio dos argonautas da
mitologia
grega, em três novas constelações: Carina (Quilha),
Puppis (Popa) e Vela
(Vela).
As histórias associadas às constelações têm, na sua maior parte, origem
na mitologia grega. No entanto, os nomes associados a elas servem apenas
como uma lembrança destes heróis gregos, uma vez que na maior parte
elas
não têm qualquer semelhança com estas pessoas ou lendas.
Os nomes das constelações variavam de acordo com as culturas.
Outras
civilizações associaram seus próprios nomes, imagens e histórias às
estrelas mas a civilização ocidental adotou o conhecimento grego como
básico
em diversas ciências, inclusive a astronomia.
Mudando os nomes das constelações
Muitas tentativas têm sido feitas para mudar os nomes de algumas, ou
todas,
as constelações. Nenhuma delas teve sucesso e hoje as áreas e os
nomes das
constelações foram padronizados por acordo internacional.
Entre as tentativas curiosas de modificações destacam-se:
- Julius Schiller - em 1627 publicou o texto Coelum Stellatum Christianum
- no qual os personagens da Bíblia substituiam os antigos nomes das
- constelações. Segundo ele, por exemplo, a constelação Cassiopéia passava
- a chamar-se "Maria Madalena" , a constelação Perseus passaria a ser
- "São Paulo" etc. As 12 constelações que formam o zodíaco passariam a ter
- o nome dos 12 apóstolos de Cristo.
- John Hill - em 1754 inventou 13 novas constelações com nomes de animais,
- mariscos e moluscos de concha.
Hoje é comum encontramos na internet sites propondo associar o
nome de
qualquer pessoa a estrelas e/ou constelações, desde que você pague
uma
modesta quantia, é claro.
Com certeza há no Código Penal um nome técnico
para este ato de vigarice.
Ninguém pode ter o seu nome associado a
qualquer objeto celeste sem que
isto passe por uma Comissão da União
Astronômica Internacional, o órgão
máximo, internacional, dos astrônomos
e da astronomia. Não se deixe
enganar pela internet.
Isto é uma
vigarice equivalente aos "spam" de "príncipes nigerianos"
que querem dividir suas imensas fortunas com você.
Dando nomes às estrelas
Em 1603, o astrônomo alemão Johann Bayer publicou um atlas celeste
no
qual associava letras gregas, em ordem alfabética, às estrelas
existentes em cada constelação seguindo, aproximadamente, a ordem
de
seus brilhos.
Por esta razão α (alpha) é usualmente a estrela mais brilhante em
uma
constelação, β (beta) é a segunda estrela mais brilhante, e assim
por
diante. Além disso, as letras gregas são usadas com a forma
genitiva ("de...") do nome da constelação. Assim α Orionis significa
"estrela alpha da
constelação Orion" que é a estrela Betelgeuse.
Orionis é o genitivo
latino de Orion.
Afinal, o que são as constelações?
Na verdade, as constelações são meramente áreas no céu que
possuem
estrelas que se situam em direções particulares como as
vemos a partir
da Terra ou seja, projetadas na esfera celeste.
É muito importante entender que não há qualquer significado físico
acoplado a estes agrupamentos aparentes. As estrelas que pertencem
a uma
dada constelação não estão, necessariamente, associadas uma
com as
outras de qualquer maneira direta.
Lembre-se que o catálogo de objetos
vistos em uma dada constelação
pode incluir estrelas, nebulosas e até
mesmo galáxias e grupos de
galáxias. Por exemplo, a galáxia Grande Nuvem
de Magalhães está
localizada principalmente na constelação Dorado mas
também tem
parte na constelação Mensa, o que mostra que ela,
acidentalmente,
está projetada sobre o limite artificial que separa
estas duas constelações.
Certamente a Grande Nuvem de Magalhães está
muitíssimo mais afastada
do que as estrelas destas constelações.
Padronizando as constelações
Oitenta e oito constelações são reconhecidas agora pelos astrônomos
de todo o mundo.
Vários destes grupos já eram reconhecidos pelos povos da antiguidade.
No
entanto, não havia acordo nem quanto aos nomes nem quanto aos limites
(ou conteúdo) das constelações. Até 1928 muitas vezes as posições de
várias estrelas e objetos celestes eram definidas apenas como estando
próximo ou na vizinhança de uma constelação particular, mas não dentro
de seus limites. Somente em 1928 é que os contornos das constelações
foram definidos de modo não ambíguo.
A International Astronomical Union, orgão máximo internacional dos
astrônomos,estabeleceu um sistema definitivo para as constelações em
1930. Uma comissão internacional da IAU dividiu oficalmente o céu
em 88
constelações com contornos bem definidos. Com esta divisão
cada objeto
celeste, seja estrela, nebulosa, galáxia, etc. está agora
associado com
uma e somente uma constelação.
A Comissão da IAU procurou manter os nomes antigos das constelações.
É
por este motivo que elas possuem designações de muitas coisas
diferentes
tais como figuras mitológicas e religiosas, animais, insetos
e mesmo
instrumentos científicos.
Em vários casos, entretanto, é exigida uma considerável imaginação
para
notar alguma semelhança entre o nome da constelação e o objeto
pretensamente descrito por ela.
A constelação Libra, por exemplo, parece muito pouco com a balança
que
ela representa. A constelação Pisces em nada se parece com um par
de
peixes. Por outro lado, a constelação Scorpius apresenta a forma bem
razoável de
um escorpião.
Asterismos
Algumas vezes agrupamentos de estrelas parecem formar figuras
familiares
no céu dentro da área de uma constelação. A estes agrupamentos,
chamados asterismos, são dados nomes dos objetos ou seres que eles
parecem representar.
No entanto, é muito importante lembrar que os asterismos não formam uma
onstelação completa. Os asterismos apenas fazem parte de constelações.
Por exemplo, os asterismos Big Dipper e Little Dipper são, na verdade,
partes
da constelação Ursa Major e Ursa Minor respectivamente. As
Plêiades são um
asterismo na constelação Taurus.
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