sábado, 27 de março de 2010

INDIVIDUAÇÃO : C.G.JUNG

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INDIVIDUAÇÃO  : C.G.JUNG
INDIVIDUAÇÃO

INDIVIDUAÇÃO  -  Página Dinâmica

Uma pessoa tornar-se si mesma, inteira, indivisível e distinta de outras pessoas ou da psicologia coletiva (embora também em relação com estas).
Este é o conceito chave da contribuição de Jung para as teorias do desenvolvimento da personalidade. Como tal, está inextricavelmente entrelaçada com outros, sobretudo SELF, EGO e ARQUÉTIPO, como também com a síntese de elementos CONSCIENTES e INCONSCIENTES. Um modo simplificado de expressar o relacionamento dos conceitos mais importantes envolvidos seria: o ego está para a INTEGRAÇÃO (vista socialmente como ADAPTAÇÃO) como o self está para a individuação (auto-experiência e auto-realização). Enquanto a consciência aumenta com a análise das defesas (por exemplo, PROJEÇÃO da SOMBRA), o processo de individuação é uma CIRCUMAMBULAÇÃO do self como o centro da personalidade que, com isso, vai sendo unificada. Em outras palavras, a pessoa se torna consciente no que tange a ela ser tanto um ser humano único como, ao mesmo tempo, não mais que um homem ou uma mulher comum.

Devido a esse paradoxo inerente, as definições abundam, tanto por toda a obra de Jung como também nas dos “pós-junguianos” (Samuels, 1985a). O termo “individuação” foi adotado por Jung através do filósofo Schopenhauer, porém reporta-se a Gerard Dorn, um alquimista do século XVI. Ambos falam do principium individuationis. Jung aplicou o princípio à psicologia. Em Psychological Types, publicado em 1921, porém em composição desde 1913, encontramos a definição pela primeira vez publicada (CW 6, parágs. 757-762). Os atributos enfatizados são: (1) o objetivo do processo é o desenvolvimento da personalidade; (2) pressupõe e inclui relacionamentos COLETIVOS, isto é, não ocorre em um estado de isolamento; (3) a individuação envolve um grau de oposição a normas sociais que não têm uma validade absoluta: “Quanto mais a vida de um homem é moldada pela norma coletiva, maior é sua imoralidade individual” (ibid.). Ver MORALIDADE.

O aspecto unificador da individuação é enfatizado por sua etimologia. “Uso o termo ‘individuação’ para denotar o processo pelo qual uma pessoa se torna ‘in-dividual’, isto é, uma unidade indivisível ou um ‘todo’” (CW, parág. 490). Os fenômenos descritos por Jung em uma variedade de contextos estão sempre ligados a sua própria experiência pessoal, seu trabalho com pacientes e suas pesquisas, especialmente da ALQUIMIA e das mentes dos alquimistas. As definições ou descrições da individuação, portanto, variam de ênfase de acordo com a fonte da qual Jung estivesse mais próximo na ocasião.

Um livro mais recente (CW 8, parág. 432) refere-se à dificuldade que aparentemente persistia na distinção entre a integração e a individuação: “cada vez mais noto que o processo de individuação é confundido com o advento do ego à consciência e que o ego é, em conseqüência, identificado com o self, o que naturalmente produz um distúrbio incorrigível. A individuação fica sendo então apenas egocentrismo e auto-erotismo...

A individuação não exclui do mundo, mas aproxima o mundo para o indivíduo”. É claro que é tão importante descrever quais são as manifestações da individuação, como dizer quais não são (as referências ao auto-erotismo, isto é, o NARCISISMO). Além disso, “individualismo significa enfatizar deliberadamente e dar proeminência a alguma suposta particularidade, mais que a considerações e obrigações coletivas. Porém, a individuação significa precisamente preenchimento melhor e mais completo de qualidades coletivas”(CW 7, parág. 267, grifo acrescentado). Ou então: “O objetivo da individuação é nada menos que despir o self dos falsos invólucros da PERSONA, por um lado, e do poder sugestivo de imagens primordiais, pelo outro” (CW 7, parág. 269). Ver ARQUÉTIPO.

Sabemos que Jung começou a pintar MANDALAS em torno de 1916, durante um período tempestuoso de sua vida, não muito tempo depois do rompimento com Freud. Um capítulo inteiro de CW 9i é chamado “A Study in the Process of Individuatione é baseado em um estudo de caso clínico em que as PINTURAS do paciente desempenhavam um papel proeminente. Não surpreende que, com a introversão de Jung e a ênfase daquele período inicial no material intrapsíquico, possa ter-se verificado a impressão de que a experiência do mundo psíquico  interno estava assumindo precedência sobre relacionamentos interpessoais durante o processo. Jung depois ilustra a individuação de Cristo em "Transformation Symbolism in the Mass (CW 11) e isto, junto com declarações no sentido de que a individuação não era para todo mundo, pode ter levado à noção de que se estava lidando com um conceito elitista.

Jung pode involuntariamente ter contribuído para esse equívoco afirmando que o processo é uma ocorrência relativamente rara.

Muito embora o processo possa ser demonstrado com mais facilidade mediante escolha de exemplos dramáticos, freqüentemente ocorre em circunstâncias moderadas. A transformação que ocorre pode resultar tanto de um evento natural (por exemplo, nascimento ou morte) como, às vezes, de um processo técnico. O procedimento dialético da ANÁLISE oferece, em nossos dias e em nossa época, um exemplo proeminente do último tipo, no qual o analista já não se torna mais o agente, mas um participante amigo no processo. Nesse caso, o trabalho apropriado com a transferência pode ser de capital importância (ver ANALISTA E PACIENTE).

O perigo de um envolvimento intenso com o mundo e suas imagens fascinantes é que ele pode acarretar uma preocupação narcisista. Outro perigo seria considerar todas as manifestações, inclusive atividades anti-sociais e mesmo colapsos psicóticos, como resultados justificáveis de um processo de individuação. Desde que a transferência na análise desempenha um papel decisivo, há que acrescentar que a individuação é, na linguagem da alquimia, um trabalho contra a natureza (opus contra naturam). Quer dizer, o INCESTO ou libido de consangüinidade não pode obter concessões. Por outro lado, não deve ser desprezado, porque é a força de um impulso essencial. 

No que concerne à metodologia, a individuação não pode ser induzida pelo analista nem, naturalmente, exigida. A análise simplesmente cria um ambiente de facilitação para o processo: a individuação não é o resultado de uma técnica correta. Contudo, significa que o analista deve ter mais que apenas intuições a respeito da individuação (e/ou da falta dela) a partir de sua experiência pessoal, a fim de ter uma mente aberta para o possível significado, para o paciente, de suas produções inconscientes que se estendem desde sintomas físicos até SONHOS, VISÕES ou pinturas (ver IMAGINAÇÃO ATIVA). Certamente se pode falar de uma psicopatologia da individuação, o que Jung claramente faz (por exemplo, ver CW 9i, parág. 290). Os perigos normais durante a individuação são a INFLAÇÃO (hipomania), de um lado, e a DEPRESSÃO, do outro. Colapsos esquizofrênicos também são conhecidos.

Jung refere-se a idéias psicóticas que, ao contrário de conteúdos neuróticos, não podem ser integradas (CW 9i, parág. 495). Mantêm-se inacessíveis e podem assoberbar o ego; sua natureza é instável. É concebível que o centro da personalidade (o self) seja expresso por idéias e imagens que, neste sentido, são “psicóticas”. A individuação é considerada uma questão inevitável e o analista pouco mais pode fazer que assistir com toda a paciência e simpatia que é capaz de reunir. O resultado, em todo caso, é incerto. A individuação não é senão um objetivo em potencial, cuja idealização é mais fácil que sua realização.

Mandalas e sonhos sugerem o simbolismo do self sempre onde aparecem em centro e um círculo (normalmente em um quadrado). E os símbolos do self, muitos dos quais estão registrados e ilustrados na obra de Jung, ocorrem sempre onde o processo de individuação “se torna o objeto de escrutínio consciente, ou onde, como na PSICOSE, o inconsciente coletivo povoa a mente consciente com figuras arquetípicas” (CW 16, parág. 474). Os símbolos do self às vezes são idênticos à deidade (tanto oriental como ocidental) e existem sobretons “religiosos” para alguns conteúdos psicóticos, embora a distinção possa ser útil. Em certo ponto, Jung respondia à questão feita a ele, replicando: “Individuação é a vida em Deus, como a psicologia da mandala mostra claramente” (CW 18, parág. 1.624, grifo acrescentado).

Análise e casamento são exemplos específicos de situações de natureza interpessoal que se prestam ao trabalho de individuação. Ambos requerem devotamento e são árduas jornadas. Alguns analistas consideramo o tipo psicológico de cada parceiro de importância capital (ver TIPOLOGIA). Sem dúvida existem outros relacionamentos interpessoais que, combinados com uma observação mais ou menos consciente de eventos intrafísicos, poderiam facilitar a individuação. O mais importante desenvolvimento teórico desde que Jung afirmou que a individuação fazia parte da segunda metade da vida foi a extensão do termo que passou a abranger também o começo da vida (Fordham, 1969).

Uma pergunta, sem resposta ainda, é saber se a integração deve, necessariamente, preceder a individuação. Obviamente, as chances são melhores para o ego que é forte (integrado) bastante para resistir à individuação quando esta irrompe subitamente, ao invés de se introduzir calmamente na personalidade. Grandes artistas, cuja auto-realização dificilmente pode ser posta em dúvida (por exemplo, Mozart, van Gogh, Gauguin), às vezes parecem ter preservado uma formação de caráter infantil e/ou traços psicóticos infantis. Eram individuados? Em termos de perfeição de seus talentos que se tornaram amalgamados com suas personalidades, a resposta é sim; em termos de completude e relacionamentos pessoais, provavelmente não.
                                     Mozart- inacabado -


Mozart - mágica - Radeir, 2009




Finalmente, há uma pergunta relativa à individuação que concerne a toda análise profunda, e à sociedade como um todo: fará alguma diferença para o resto da humanidade se um número infinitesimalmente pequeno empreende essa árdua jornada? Jung responde positivamente que o analista não está trabalhando somente para o paciente, mas também para o bem de sua própria alma, e acrescenta que “por pequena e invisível que possa ser a contribuição, ela, contudo, é um magnum opus* ...

As questões decisivas da PSICOTERAPIA não são um assunto de interesse privado – representam uma responsabilidade maior ”(CW 16, parág. 449).
* a composição realizadora no processo alquímica: a obra [N. do T. ]

Fonte:
Dicionário Crítico de Análise Junguiana
RUBEDO - www.rubedo.psc.br
Página Vi
http://www.rubedo.psc.br/dicjung/verbetes/indvidua.htm

terça-feira, 23 de março de 2010

JÚLIO VERNE

Júlio Verne 

- Um precursor da ficção científica

Neste ano de 2005, a França comemora o centenário de morte de Júlio Verne, um dos romancistas mais imaginativos e populares. Sua obra, uma das mais traduzidas no mundo, transformou-o em um dos escritores franceses universalmente mais conhecidos. Espírito extraordinariamente curioso, foi um grande leitor. Nutria a sua cultura nas enciclopédias e nos periódicos que lia sistematicamente todos os dias. Soube como ninguém revelar os sonhos da sua época, expondo as visões de um novo mundo. Suas especulações baseavam-se numa documentação científica impressionante que acumulava antes de iniciar os seus romances. A estas pesquisas se associava uma imaginação literária e poética de grande sensibilidade político-social que valorizava a importância da ciência e da tecnologia. Como disse o filósofo e escritor Serres: desde a morte de Verne falta um escritor que dê a ciência a valorização que ela merece. Até hoje, o próprio nome Jules Verne evoca as imagens de um mundo, onde o cientista era uma mente preocupada em preservar um futuro feliz e justo para a humanidade – como, por exemplo, a do capitão Nemo, capaz de destruir os seus inventos, pois acreditava que os governos ainda não estavam prontos para recebê-los - em relatos fantásticos ricamente ilustrados das Viagens extraordinárias, que mais tarde seriam aproveitados pelo cinema. Em conseqüência dos seus textos de visionário e do seu permanente aproveitamento cinematográfico, o nome de Jules Verne tornou-se um mito universal e imortal.
Júlio Verne viveu 20 anos em Nantes, 23 em Paris e 34 em Amiens.

Ao longo das próximas semanas vamos apresentar os seguintes temas:


Autoria:
Ronaldo Rogério de Freitas Mourão


Astrônomo e escritor Ronaldo Rogério de Freitas Mourão, Doutor pela Universidade de Paris (Sorbonne) foi o criador e primeiro diretor do Museu de Astronomia e Ciências Afins do Rio de Janeiro. Professor visitante da Universidade do Vale do Acaraú, Sobral, Ceará é membro titular do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, da Academia Brasileira de Filosofia, da Academia Carioca de Letras e da Academia Luso-Brasileira de Ciencias, Letras e Artes. Primeiro Prêmio José Reis (1979). Autor de mais de 100 artigos de pesquisa publicados em revistas cientificas internacionais e mais de 75 livros, dentre eles o Dicionário Enciclopédico de Astronomia e Astronáutica – 2ª edição revista e ampliada -, o único dessa especialidade no mundo com mais de 30.000 verbetes. Consulte a homepage: http://www.ronaldomourao.com
 
 PORTAL DO ASTRÔNOMO - PORTUGAL
http://www.portaldoastronomo.org/tema.php?id=23

CORPOS CELESTES


Cosmos - Episódio 01: As Margens do Oceano Cósmico - (Dublado ...
25/03/2008 - 1:00:24
Episódio 1 - Os Limites do Oceano Cósmico - O 1° capítulo da série Cosmos. Partindo dos limites do grande oceano espacial, Carl Sagan embarca numa imensa viagem cósmica que começa a 8 ...
1:00:24 - 2 anos atrás
Episódio 1 - Os Limites do Oceano Cósmico - O 1° capítulo da série Cosmos. Partindo dos limites do grande oceano espacial, Carl Sagan embarca numa imensa viagem cósmica que começa a 8 bilhões de anos-luz da Terra. A bordo da nave espacial da sua imaginação, ele transporta-nos às maravilhas do Cosmos: quasares, galáxias em espiral, nebulosas, supernovas e pulsares. Deslizamos então para lá de Plutão, dos anéis de Urano, do majestoso sistema de saturno, e da luminosidade do lado noturno de Júpiter. Penetrando nas nuvens da Terra, encontramo-nos no Egito, onde Eratóstenes pela primeira vez mediu a Terra. O Dr. Sagan mostra-nos como isso foi feito. A Biblioteca de Alexandria, berço da aprendizagem da Antiguidade, ressuscita em toda a sua glória - para ilustrar a fragilidade do conhecimento. É então que, para nos fazer compreender a enormidade do tempo que passou desde o Big bang até hoje, Sagan nos apresenta o "Calendário Cósmico". Mais informações: http://www.carlsagan.com/ http://pt.wikipedia.org/wiki/Cosmos http://pt.wikipedia.org/wiki/Carl_Sagan http://www.documentarios.org/serie/detalhar/26/serie_cosmos http://www.aeroespacial.org.br/educacao/documentarios.php«
 

Imagem do Dia:                                                Dupla proeminência no Sol

2003-04-27

Crédito: SOHO - EIT Consortium, ESA, NASA.
Telescópio: SOlar and Heliospheric Observatory (SOHO).
Instrumento: EIT camera.
 
Nesta imagem espantosa, podemos ver duas proeminências solares. Estas são estruturas filamentares magnetizadas constituídas por plasma denso, relativamente frio (isto é, mais frio do que a superfície do Sol). Por esta razão, quando observadas contra o disco solar aparecem como filamentos escuros. Mas, quando vistas contra o negro do espaço, estas enormes estruturas, cuja forma é determinada pelo campo magnético do Sol, aparecem como muito brilhantes. Esta imagem, obtida pela câmara Extreme ultraviolet Imaging Telescope (EIT) no ultravioleta extremo em 21 de Março de 2003, a partir da sonda SOHO, mostra duas gigantescas estruturas no hemisfério Sul do Sol. Para termos uma noção das dimensões reais destas estruturas, basta referir que estes dois arcos visíveis na imagem sobem, acima da superfície do Sol, a uma altura vinte vezes maior que o diâmetro da nossa Terra. Numa questão de horas, estas proeminências elevaram-se acima da superfície solar, num acontecimento que os astrónomos julgam ter estado associado com uma ejecção de massa coronal.

Galáxia espiral NGC 7742



Crédito: NASA & The Hubble Heritage Team (STScI/AURA).
Telescópio: Hubble Space Telescope (NASA/ESA).
Instrumento: Wide Field Planetary Camera 2 (WFPC2).
 
A galáxia espiral NGC 7742 é uma galáxia Seyfert 2 - um tipo de galáxia espiral activa, com um núcleo central muito brilhante onde se pensa que se esconde um buraco negro de massa elevada. O nome deste tipo de galáxia deve-se a Carl Seyfert que, em 1943, efectuou um estudo sistemático de galáxias espirais, cujos núcleos compactos e muito brilhantes pareciam mostrar sinais de intensa actividade. A cerca de 72 milhões de anos-luz, na constelação do Pégaso, NGC 7742 encontra-se virada de frente para nós, destacando-se claramente o núcleo central amarelo, com cerca de 3000 anos-luz de diâmetro. À sua volta, distribui-se uma estrutura em forma de anéis, com regiões azuladas, ricas em formação de estrelas, e braços espirais apertados, pouco brilhantes. A luminosidade duma galáxia Seyfert pode variar em períodos que vão desde apenas uns dias, até meses.

 Nebulosa da Trífida vista pelo Hubble



Crédito: NASA & Jeff Hester (Arizona State University).
Telescópio: Hubble Space Telescope (HST).

Esta imagem obtida pelo Telescópio Espacial Hubble (HST) mostra uma região na nebulosa da Trífida onde radiação proveniente de uma estrela de elevada massa se encontra a destruir um local de formação de estrelas. Esta imagem obtida pelo Hubble põe em evidência a existência de um jacto estelar de matéria, visível no canto superior esquerdo. A fonte deste jacto é uma estrela jovem em formação que se encontra mergulhada no interior poeirento da nuvem. A radiação emitida pela estrela maciça responsável por iluminar a nebulosa, estrela esta que não é visível nesta imagem, varre o material à sua volta, fazendo com que o gás da nebulosa a partir do qual novas estrelas se estão a formar, se "evapore", dificultando, assim, a formação de mais estrelas.

 NGC 1316



Crédito: P. Goudfrooij, STScI, Hubble Heritage Team, ESA, NASA.
Telescópio: Hubble Space Telescope (HST).

NGC 1316 é uma galáxia com uma estranha forma, e não se sabe bem porquê. Uma primeira inspecção revela
que NGC 1316 é uma enorme galáxia elíptica que inclue braços escuros de poeira, típicos de galáxias
espirais. No entanto, imagens como esta, obtidas pelo Telescópio Espacial Hubble, revelaram que a forma peculiar desta galáxia se deve, muito provavelmente, a uma colisão entre duas galáxias. A forma inicial das duas galáxias terá sido distorcida, dando origem a esta forma híbrida. NGC 1316 estende-se ao longo de 60000 anos-luz e situa-se a cerca de 75 milhões de anos-luz de distância.


Galáxia espiral NGC 891



Crédito: 2MASS/UMass/IPAC-Caltech/NASA/NSF.
Telescópio: 2MASS (2 Micron All Sky Survey).

A galáxia NGC 891 é muitas vezes comparada com a nossa galáxia Via Láctea dadas as suas semelhanças. Vista de perfil, NGC 891 possui um disco de poeira que obscurece em grande parte a luz das suas estrelas. Mas quando observada no infravermelho, como nesta imagem, a galáxia revela melhor o seu conteúdo estelar. NGC 891 situa-se a cerca de 30 milhões de anos-luz de distância e possui um diâmetro óptico de cerca 120000 anos-luz. O seu disco fino de poeira tem certa de 1500 anos-luz de largura.

NGC 1818 -                                                   

    Um aglomerado globular jovem



Crédito: NASA.
Telescópio: Hubble Space Telescope (NASA/ESA).
Instrumento: Wide Field Planetary Camera 2 (WFPC2).
 
Os aglomerados globulares foram, no passado, bastante abundantes na Via Láctea. Hoje existem apenas cerca de 200. Muitos deles foram destruídos devido aos repetidos encontros uns com os outros, ou com o centro da Galáxia. Os sobreviventes são mais velhos que qualquer fóssil da Terra. Existem muito poucos aglomerados globulares jovens na Via Láctea, pois as condições já não são propícias para eles se formarem. Mas o panorama é diferente na nossa galáxia vizinha, a Grande Nuvem de Magalhães. A imagem mostra um aglomerado globular jovem descoberto no seu seio, designado por NGC 1818. A sua idade estimada é de 40 milhões de anos. Um verdadeiro jovem quando comparado com os aglomerados com 12 mil milhões de anos de idade da nossa Galáxia

Nebulosa do Pelicano (M20)



Crédito: Adam Block/NOAO/AURA/NSF.

A nebulosa do Pelicano é uma nebulosa de emissão e reflexão situada a cerca de 5000 anos-luz de distância na constelação do Sagitário. Estrelas jovens quentes ionizam o gás envolvente a partir do qual se formaram e fazem-no emitir. É uma das nebulosas mais jovens que se conhece, com uma idade estimada de 300000 anos. Na imagem vê-se parte desta nebulosa, sendo visíveis inúmeras zonas escuras, algumas com formas bem peculiares e características. Estas zonas são regiões de grande concentração de poeira que obscurecem a luz das estrelas. É do colapso gravitacional destas regiões que se formam mais estrelas novas.

Nebulosa planetária IC 418



Crédito: NASA & The Hubble Heritage Team (STScI/AURA).
Telescópio: Hubble Space Telescope (NASA/ESA).
Instrumento: Wide Field Planetary Camera 2 (WFPC2).
 
Esta nebulosa planetária encontra-se a cerca de 2000 anos-luz e pertence à constelação da Lebre. Nesta imagem pode ver-se estranhas texturas, fazendo lembrar rugas, em toda a extensão da nebulosa. Contudo, a sua origem permanece incerta. Uma nebulosa planetária representa o estágio final da vida de uma estrela como o Sol. A estrela central, foi, outrora, uma gigante vermelha que ejectou as suas camadas mais exteriores para o espaço, originando uma nebulosa com um diâmetro de 0,1 anos-luz. O que restou da estrela é apenas o núcleo quente da gigante vermelha que, através da sua radiação ultravioleta, excita o gás da nebulosa. A emissão de radiação por parte de azoto ionizado (o gás mais frio localizado na parte mais afastada do núcleo) está indicada a vermelho. A verde e azul temos, respectivamente, emissão de hidrogénio e oxigénio ionizado. Nos próximos milhares de anos, a nebulosa irá dispersar, e a estrela central arrefecerá, enquanto anã branca, por milhares de milhões de anos. Tal será igualmente o destino do nosso Sol.

Objecto estelar jovem GGD 27


Crédito: 2MASS/UMass/IPAC-Caltech/NASA/NSF.
Telescópio: 2MASS (2 Micron All Sky Survey).

Esta é uma imagem de infravermelho do objecto estelar jovem GGD 27. Este objecto é o centro de uma região activa de formação de estrelas altamente obscurecida por material molecular e por poeira existente ao longo da nossa linha de visão. Nesta imagem obtida através do projecto 2MASS podem-se ver várias fontes luminosas extremamente embebidas nos seus casulos embrionários, bem como uma nebulosidade bipolar que corresponde a um "outflow" molecular existente na região. Um "outflow" molecular é uma das assinaturas observacionais que assinalam a formação de uma nova estrela, e corresponde à emissão de material ao longo dos pólos dessa estrela jovem, excitando o material envolvente da zona.

Hodge 301 - Nebulosa da Tarântula



Crédito: Hubble Heritage Team (AURA/STScI/NASA).
Telescópio: Hubble Space Telescope (NASA/ESA).
Instrumento: Wide Field Planetary Camera 2 (WFPC2).
 
O aglomerado de estrelas de massa elevada que se vê no canto inferior direito desta imagem é conhecido por Hodge 301 e situa-se na famosa Nebulosa da Tarântula. Esta nebulosa, localizada na nossa galáxia vizinha Grande Nuvem de Magalhães, tornou-se o centro das atenções da comunidade astronómica em 1987 quando, no seu interior, apareceu uma supernova. Muitas das estrelas de Hodge 301 são tão velhas que elas próprias já explodiram sob a forma de supernovas. Estas estrelas estão agora a ejectar o seu material para as regiões circundantes a velocidades da ordem de 350 km por segundo. Este material está a colidir e a comprimir o gás envolvente, criando os magníficos filamentos coloridos visíveis na imagem. Ao contrário do que o nome parece indicar, uma supernova não é uma estrela nova, mas sim o resultado da explosão de uma estrela que chegou ao fim da sua vida.

M 42 - A Grande Nebulosa de Orionte



Crédito: NASA, C.R. O'Dell and S.K. Wong (Rice University).
Telescópio: Hubble Space Telescope (NASA/ESA).
Instrumento: Wide Field Planetary Camera 2 (WFPC2).
 
Esta imagem, obtida em 1995 pelo Hubble, mostra a parte central da nebulosa M 42, a Grande Nebulosa de Orionte (o Caçador), o berçário de estrelas na vizinhança do Sol (a uma distância de cerca de 1500 anos-luz) mais bem estudado. É também um dos objectos do céu nocturno mais conhecidos dos astrónomos amadores. 
No interior de M 42, através da utilização de um simples par de binóculos, é possível visualizar as estrelas do trapézio, quatro estrelas muito jovens, que iluminam as paredes da nebulosa. Esta imagem resulta da combinação de 45 imagens individuais da parte central da nebulosa e permitiu aos astrónomos identificar estruturas, como sejam, sistemas solares em formação, com metade do diâmetro do nosso Sistema Solar. 
Também se podem distinguir nesta imagem alguns exemplos de jactos de matéria emitidos por estrelas muito jovens, ainda embebidas na nebulosa. Apesar de se estender por cerca de 2,5 anos-luz, a nebulosa está tão longe que esta imagem obtida pelo Hubble ocupa uma área com apenas cerca de 5% da área ocupada no céu pela Lua cheia.

Glóbulo NGC 1999

2003-02-06

Crédito: NASA & The Hubble Heritage Team (STScI/AURA).
Telescópio: Hubble Space Telescope (NASA/ESA).
Instrumento: Wide Field Planetary Camera 2 (WFPC2).
 
NGC 1999 é uma nebulosa de relfexão situada a cerca de 1 500 anos-luz de nós, numa região activa em formação de novas estrelas na constelação do Orionte. As nebulosas de reflexão brilham porque os grãos de poeira refletem a luz de estrelas embebidas na nebulosa. Ao contrário das nebulosas de emissão, cujo brilho avermelhado se deve à excitação dos átomos do gás, as nebulosas de reflexão são azuladas porque os grãos de poeira reflectem preferencialmente a luz azul. NGC 1999 é iluminada por uma estrela quente muito jovem, V380 Orionis, que se encontra ligeiramente à esquerda do centro da imagem. À direita do centro, encontra-se uma pequena nuvem escura que é um exemplo de um glóbulo de Bok.
Trata-se de uma nuvem de gás molecular frio e poeira, que por ser tão espessa e densa, bloqueia toda a luz que vem por trás dela. Os glóbulos de Bok formam estrelas no seu interior. Esta imagem foi obtida logo após a missão de reparação do telescópio espacial Hubble em Dezembro de 1999.

B 33 - Nebulosa da Cabeça do Cavalo



Crédito: European Southern Observatory (ESO).
Telescópio: Very Large Telescope - Kueyen (Paranal Observatory, ESO).
Instrumento: FOcal Reducer/low dispersion Spectrograph 2 (FORS2).
 
Esta nebulosa, localizada na constelação de Orionte e próxima da Grande Nebulosa de Orionte (M 42), é um dos objectos celestes mais fotografados do céu. Esta nebulosa, que lembra a cabeça de um cavalo (donde o seu nome), é também conhecida pelos seu número de catálogo B 33, e é parte da nuvem molecular Lynds 1630, estando localizada na parede externa da região IC 434, uma nebulosa de emissão composta de hidrogénio ionizado (dita região H II). A distância a esta região é de cerca de 1400 anos-luz (430 pc). A cor vermelha é devida à emissão Hα do hidrogénio da região H II, enquanto que a cor azul-verde é luz dispersada na poeira da nebulosa. Na parte superior da cabeça pode ver-se uma zona de interface brilhante que separa a poeira da nebulosa de emissão. Trata-se duma frente de ionização na qual os fotões ionizantes da região H II penetram na nebulosa, destruindo a poeira e as moléculas, e aquecendo e ionizando o gás interestelar. Ao sofrer continuamente este tipo de erosão, as estruturas como esta nebulosa são necessariamente transientes, sendo destruídas numa escala de tempo da ordem de alguns milhares de anos.

Galáxia com anel polar NGC 4650A



Crédito: NASA & The Hubble Heritage Team (STScI/AURA).
Telescópio: Hubble Space Telescope (NASA/ESA).
Instrumento: Wide Field Planetary Camera 2 (WFPC2).
 
Localizada a 130 milhões de anos-luz, NGC 4650A é uma das 100 galáxias contendo um anel polar que se conhecem. Esta estrutura não é ainda totalmente compreendida, mas pensa-se que resulta da colisão colossal de duas galáxias, há mais de mil milhões de anos. Os restos de uma das galáxias transformou-se no disco central interior (horizontal na imagem). O seu aspecto regular e liso indica que é um sistema denso, composto por estrelas velhas e vermelhas, e que contém pouco gás e poeira. A outra galáxia, de menor dimensão que a primeira, foi desfeita durante a fusão e os seus restos formaram um anel de poeira, gás e estrelas, que orbita o disco central perpendicularmente. É o anel polar (vertical na imagem). Condensações brilhantes de cor azulada são especialmente proeminentes nas zonas mais externas do anel polar, indicando regiões de estrelas jovens azuis, nascidas após o desastre galáctico. O anel polar não se encontra exactamente no plano vertical, mas apresenta um elevado grau de distorção.

Galáxia espiral NGC 4414



Crédito: NASA & The Hubble Heritage Team (STScI/AURA).
Telescópio: Hubble Space Telescope (NASA/ESA).
Instrumento: Wide Field Planetary Camera 2 (WFPC2).
 
Esta imagem, com um campo de 2,4 minutos de arco de lado, mostra a galáxia espiral NGC 4414, com um diâmetro de 56 mil anos-luz. A galáxia encontra-se à espantosa distância de 62 milhões de anos-luz, na direcção da constelação da Cabeleira de Berenice. Foi a partir da medição rigorosa do brilho de estrelas variáveis em NGC 4414 que se conseguiu medir com precisão a distância à galáxia. Distâncias desta ordem de grandeza são usadas pelos astrónomos para estimar parâmetros como a constante de Hubble, a idade ou a taxa de expansão do Universo. Nesta imagem podemos ver que a parte central da galáxia, como é típico das galáxias espirais, contém essencialmente estrelas velhas de cores amarela e vermelha. Os braços espirais parecem azulados, resultado da formação, em curso, de estrelas jovens, azuis. Os braços espirais são igualmente ricos em nuvens de gás e poeira interestelares, que na imagem aparecem como estruturas escuras contrastadas pelo fundo de luz estelar.

 Fonte: Portal do Astrônomo - Portugal 
http://www.portaldoastronomo.org/