sexta-feira, 14 de setembro de 2012

A ENERGIA ESCURA É REAL




A energia escura é real, dizem os astrónomos

2012-09-13
 
 
Os mapas extra-galácticos relevantes são representados como conchas a distâncias crescentes da Terra, da esquerda para a direita. O objecto mais próximo é a nossa galáxia, a Via Láctea, que é uma potencial fonte de ruído para a análise dos objectos mais distantes. Logo após estão seis conchas que contêm os mapas de milhões de galáxias distantes utilizados no estudo. 

Estes mapas foram produzidos com dados de diferentes telescópios em diferentes comprimentos de onda, e foram codificados por cores para mostrar aglomerados de galáxias mais densos a vermelho e menos densos a azul. A última concha, maior, mostra a temperatura da radiação cósmica de fundo detectada pela sonda WMAP (vermelho-quente, azul-frio), que é a imagem mais distante do Universo conseguida, alcançando cerca de 46.000 mil milhões de anos-luz de distância. A equipa afirma ter detectado (com 99,996% de precisão) correlações muito pequenas entre os mapas de primeiro plano (à esquerda) e da radiação cósmica de fundo (à direita). Créditos: Terra: NASA/BlueEarth; Via Láctea: ESO/S. Brunier; CMB: NASA/WMAP

Depois de um estudo de dois anos, realizado por astrónomos da Universidade de Portsmouth e da Universidade LMU de Munique e liderado por Tommaso Giannantonio e Robert Crittenden, os cientistas concluem que a probabilidade de existência de energia escura é de 99,996%. Os resultados deste estudo foram publicados nos Monthly Notices da Royal Astronomical Society.

"A energia escura é um dos grandes mistérios científicos do nosso tempo, por isso não é de estranhar que tantos investigadores questionem a sua existência” afirmou o professor Bob Nichol, um membro da equipa de Portsmouth. “Mas, com este nosso novo trabalho, estamos mais convictos do que nunca de que esta componente exótica do Universo é real - mesmo que ainda não tenhamos uma ideia daquilo em que consiste."


Há mais de uma década, ao observarem o
brilho de supernovasdistantes, os astrónomos notaram que a expansão do Universo parecia estar a acelerar. A aceleração foi atribuída à força repulsiva associada à energia escura que agora se pensa constituir 73% do cosmos

. Os investigadores que fizeram esta descoberta receberam o Prémio Nobel de Física em 2011, mas a existência da energia escura continua a ser um aceso tema de debate.

Muitas outras técnicas têm sido utilizadas para confirmar a existência da energia escura mas resultaram apenas em provas indirectas da aceleração do universo ou atidas às suas próprias incertezas. A melhor evidência da energia escura vem do Efeito Integrado Sachs Wolfe (que deve o nome a Rainer Sachs e a Arthur Wolfe).


A
radiação cósmica de fundo do calor

residual do Big Bang, preenche todo o Universo. Em 1967, Sachs e Wolfe propuseram que os fotões desta radiação sofrem um efeito chamado redshift
gravitacional que torna o seu espectro irregular.

Em 1996, Robert Crittenden e Neil Turok sugeriram que os astrónomos poderiam olhar para essas pequenas mudanças na energia da luz comparando a temperatura da radiação com mapas de
galáxias do Universo local.

Na ausência de energia escura, ou uma grande curvatura do Universo, não haveria correspondência entre os mapas da distante radiação cósmica de fundo e da distribuição das galáxias relativamente próximas. Mas a existência de energia escura produziria um efeito estranho e contra-intuitivo em que os fotões da radiação cósmica de fundo ganhariam energia ao viajarem através de grandes aglomerados de
massa

O Efeito Integrado de Sachs Wolfe foi detectado pela primeira vez em 2003 e foi imediatamente apontado como prova da existência de energia escura e apresentado como "descoberta do ano" pela revista
Science. Mas a correlação esperada entre os mapas era tão pequena que os resultados foram postos em causa e atribuídos a outras fontes, como a poeira presente na nossa galáxia.

No novo artigo, produto de quase dois anos de trabalho, a equipa voltou a examinar todos os argumentos contra a detecção do Efeito Integrado de Sachs Wolfe e também a melhorar os mapas usados no trabalho original. Depois de uma análise minuciosa, chegou-se à conclusão de que há 99,996% de probabilidade de a energia escura ser responsável pelas zonas mais quentes dos mapas da radiação cósmica de fundo (uma garantia semelhante à da descoberta do
bosão de Higgs).

"Este trabalho também nos diz algo sobre possíveis modificações da teoria da
Relatividade Geral

de Einstein", observou Tommaso Giannantonio, principal autor do estudo.

"Os próximos levantamentos da radiação cósmica de fundo e de galáxias deverão fornecer dados definitivos para que se possa confirmar a Relatividade Geral, incluindo a energia escura, ou então ainda mais intrigantes, que exijam uma compreensão completamente nova da gravidade."


Pablo Picasso

Li-SOL-30
Sejam felizes todos os seres. Vivam em paz todos os seres. 
 Sejam abençoados todos os seres.
 
 

A ORIGEM DO METAL - Jane e Annibal Hetem



Um vídeo que explica a origem do metal 
está disponível para professores do Ensino Médio, gratuitamente, na internet.
O jornalista Ederson Granetto conversa com os autores do vídeo, 
a professora Jane Gregorio Hetem, do Instituto de Astronomia e Geofísica da USP
 e Annibal Hetem Jr, da Universidade Federal do ABC.


Publicado em 13/09/2012 por  
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quarta-feira, 12 de setembro de 2012

BURACO NEGRO NA VIA LÁCTEA AMEAÇA ENGOLIR ESTRELA E PLANETAS EM FORMAÇÃO


Buraco negro na Via Láctea '

ameaça engolir estrela e planetas em formação'


 
Ilustração da estrela atraída pelo buraco negro (Foto Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics)

Ilustração mostra estrela que estaria sendo atraída pelo buraco negro
Uma jovem estrela e a nuvem de poeira cósmica a partir da qual seriam formados planetas ao seu redor estão sendo atraídos para o enorme buraco negro localizado no centro da nossa galáxia, segundo pesquisadores do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, em Cambridge, nos EUA.

Como outras galáxias, a Via Láctea abriga um buraco negro em seu centro, conhecido como Sagitário A* (SgrA*), e a estrela em questão orbita em um anel de jovens sóis em volta desse buraco.
Juntamente com o disco de gás e poeira que a envolve, a estrela evoluiria para um sistema solar, mas a força de atração do buraco negro deve impedir que isso ocorra.
Os estudos sobre a ocorrência, publicados na revista Nature Communications, tiveram início depois que pesquisadores identificaram uma nuvem de gás ionizado e poeira cósmica movendo-se em direção ao SgrA* no início do ano, com a ajuda do telescópio que recebeu o nome de Very Large Telescope (VLT).
A hipótese inicial era que esse deslocamento teria sido causado por uma colisão de nuvens envolvendo duas estrelas. Após o choque, a poeira cósmica dessas estrelas teria sido atraída para o buraco.

Os astrônomos Ruth Murray-Clay e Abraham Loeb, porém, defendiam uma explicação diferente. Para eles, a nuvem que se dirige para o SgrA* é na realidade um disco protoplanetário - ou seja, um disco de material cósmico a partir do qual seriam formados planetas - circundando uma estrela de baixa massa.

Hipótese

Estrelas recém-nascidas mantêm um disco de gás e poeira ao redor de seu núcleo por milhares de anos. Quando uma dessas estrelas é atraída para um buraco negro, radiação e ondas gravitacionais dispersam essa matéria circundante em alguns anos.

Telescópio VLT ajudou na observação da nuvem de gás e poeira cósmica
Como a estrela estudada pela equipe do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian é muito pequena para ser observada diretamente da Terra, é essa nuvem de poeira protoplanetária que os pesquisadores teriam detectado dirigindo-se para o SgrA*.

A força de atração do buraco negro faz o gás ao redor da estrela formar uma espiral e se aquecer. Além disso, o gás torna-se brilhante, facilitando sua detecção.

Segundo Murray-Clay, porém, enquanto a nuvem planetária certamente caminha para a destruição, há uma possibilidade de que a estrela envolvida por ela sobreviva. "A força de atração do buraco é suficientemente forte para atrair o gás, mas não para destruir a estrela", disse à BBC.

Força gravitacional

A pesquisadora explica que o fenômeno em questão é causado pelo mesmo tipo de forças responsável pelas marés oceânicas. "Marés oceânicas são causadas pela atração dos oceanos pela lua. Nesse caso, o buraco negro gera forças de atração tão fortes que puxam o disco (de gás e poeira cósmica) para longe da estrela", explica Murray-Clay.

Os resultados do estudo da equipe de astrônomos americanos são interessantes porque até agora o centro da Via Láctea era considerado um lugar muito inóspito para a formação de planetas, por estar repleto de estrelas, radiação e intensas forças gravitacionais.

Apesar de o disco protoplanetário observado caminhar para a destruição, sua simples existência e a existência de outras estrelas semelhantes na mesma região sugere que planetas ainda podem ser criados nessa parte da galáxia.
"É fascinante pensar que planetas estejam se formando tão perto de um buraco negro", disse Loeb.

Leia mais sobre esse assunto











Li -Sol-30
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Fonte:
Da BBC News-C
Atualizado em  12 de setembro, 2012 - 08:18 (Brasília) 11:18 GMT



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