O asteroide 2012 DA14, de 45 metros de diâmetro, vai estar a apenas
27.650 quilômetros do planeta. Apesar dessa distância mínima recorde,
não existe perigo de colisão.
O asteroide 2012 DA14, de aproximadamente 45 metros de diâmetro, foi
descoberto há cerca de um ano por astrônomos no observatório de La
Sagra, no sul da Espanha. Naquele momento, ele estava cerca de quatro
milhões de quilômetros longe da Terra. Mas, nesta sexta-feira (15/02), o
corpo celeste passará a apenas 27.650 quilômetros do planeta – um
recorde para asteroides desse tamanho.
A distância é menor do que a dos satélites artificiais que orbitam a Terra e também inferior à alcançada por outros corpos celestes que já passaram perto do planeta. Mas os especialistas da agência espacial norte-americana Nasa garantem: um choque com o globo terrestre está fora de cogitação. E também é extremamente improvável que o asteroide cruze a rota de satélites.
Astrônomos amadores da Europa Oriental, da Ásia e da Austrália vão poder observar, com a ajuda de um binóculo, na noite desta sexta-feira, a passagem do 2012 DA14 entre as constelações de Virgem e Cabeleira de Berenice. No Brasil o momento de maior proximidade se dará no final da tarde.
Já os cientistas querem aproveitar a rara oportunidade para aprender um pouco mais sobre esses corpos espaciais: se o 2012 DA14 for composto de material muito poroso, ele poderá se desintegrar totalmente quando atingir a atmosfera terrestre.
Já no início do ano a Terra escapou do movimento do asteroide chamado Apophis. Os dois corpos celestes deixam bem claro que o planeta está permanentemente exposto ao perigo de um bombardeamento cósmico. Por isso a Nasa e a Agência Espacial Europeia (ESA, em inglês) trabalham na ampliação de sistemas de vigilância, capazes de reconhecer perigos oriundos do espaço e lançar missões de defesa.
Estatisticamente, um asteroide do tamanho do 2012 DA14 chega tão perto da Terra uma vez a cada 40 anos e atinge o globo terrestre uma vez a cada 1.200 anos.
Grandes cometas em março e novembro
Do ponto de vista estatístico, a Terra vai ter que esperar, portanto, um bocado de tempo pela próxima visita de um asteroide desse tipo. Em compensação, em março, só um mês depois do 2012 DA14, um outro visitante irá se movimentar em direção ao planeta: o cometa Panstarrs, vindo das profundezas do sistema solar.
O sistema telescópico automático Panstarrs, instalado no Havaí, detectou esse cometa em março de 2011. Em 10 de março de 2013 ele alcançará sua distância mínima em relação ao Sol, ficando mais perto da Terra do que Mercúrio.
Após a passagem pelo Sol, o Panstarrs aparecerá entre as constelações de Peixes e Andrômeda, perfeitamente posicionado para os observadores do Hemisfério Norte. Segundo cálculos, o cometa deverá estar bem visível a olho nu, ostentando uma cauda considerável. No entanto, é sempre difícil fazer prognósticos de luminosidade em relação a cometas.
Decisivo para a aparência de um cometa é quanto de gelo se evapora e quanta poeira é expelida no processo. Isso varia muito de um exemplar para outro e só é possível construir modelos aproximados a grosso modo. Contudo, as chances são boas para, mais uma vez, contemplar um grande cometa no céu, após a passagem do Hale-Bopp, há exatamente 15 anos.
Mas é possível que até mais de um cometa seja visto da Terra: no final deste ano, o Ison poderá se apresentar de forma muito mais impressionante do que o Panstarrs no primeiro semestre. Esse corpo glacial, descoberto em setembro de 2012 pelo observatório astronômico Ison na região do Cáucaso, vai trafegar no dia 28 de novembro a apenas dois milhões de quilômetros do Sol.
Nesse processo, grandes quantidades de gelo e poeira deverão ser vaporizadas. Especialistas preveem que o cometa poderá ser visto no céu azul diurno como um objeto de forte brilho, em próximo ao Sol. Caso ele sobreviva a esse encontro tão próximo com a estrela, ele vai brilhar nos céus noturnos durante o período de Natal.
Raros eclipses
"Onde há muita luz, há muita sombra": essa sabedoria não é válida para o céu terrestre no ano de 2013, quando será bem modesto o número de eclipses solares e lunares – os teatros de sombras cósmicos.
No dia 25 de abril, a Lua cheia vai encostar na parte mais escura da sombra da Terra, mas somente pouco mais de 1% da superfície do satélite ficará escuro. O resultado poderá ser admirado a partir da Europa, África, grande parte da Ásia e Austrália.
Os observadores dos céus da Austrália, Indonésia e Pacífico Central vão poder ver um eclipse anular do Sol nos dias 9 e 10 de maio. Em 3 de novembro haverá o único eclipse solar total do ano de 2013. A faixa de escuridão, com largura máxima de 57 quilômetros, vai se projetar na sua maior parte sobre o Oceano Atlântico, porém ela também vai encostar no Gabão, Congo, Uganda e Quênia.
Além disso, o eclipse poderá ser acompanhado de forma parcial em toda a África, no extremo leste dos Estados Unidos, no norte da América do Sul, no sul da Europa e na Península Arábica.
Satélites começam a funcionar
O destaque do setor espacial europeu neste ano será o lançamento de três satélites Swarm, em abril. Construídos pela empresa Astrium, na cidade de Friedrichshafen, na Alemanha, eles devem pesquisar o campo magnético da Terra com precisão inédita.
Com a missão Swarm, a ESA consolida sua posição de liderança na observação científica da Terra. As sondas magnéticas já estavam prontas há quase um ano, mas por causa de problemas com o foguete de fabricação russa que as colocaria em órbita, o lançamento foi adiado várias vezes. Mas em 2013 elas deverão finalmente iniciar suas medições a 500 quilômetros de altura.
Na Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês), a rotina de trabalho continua. A partir de maio, um astronauta da ESA, Luca Parmitano, deverá mais uma vez assumir um posto avançado em órbita e, ao longo de um semestre, executar experimentos no laboratório espacial Columbus, que é acoplado à Estação Espacial Internacional. Depois de cerca de um ano, será a vez do astronauta alemão Alexander Gerst viajar para o espaço.
A China planeja também um voo tripulado para a sua pequena estação chamada de Tiangong. No plano político, os contatos deverão ser implementados em 2013 para que a China seja parceira da Estação Espacial Internacional. Até agora, os Estados Unidos recusam categoricamente essa ideia.
Autor: Dirk Lorenzen (fc)
Revisão: Alexandre Schossler
A distância é menor do que a dos satélites artificiais que orbitam a Terra e também inferior à alcançada por outros corpos celestes que já passaram perto do planeta. Mas os especialistas da agência espacial norte-americana Nasa garantem: um choque com o globo terrestre está fora de cogitação. E também é extremamente improvável que o asteroide cruze a rota de satélites.
Astrônomos amadores da Europa Oriental, da Ásia e da Austrália vão poder observar, com a ajuda de um binóculo, na noite desta sexta-feira, a passagem do 2012 DA14 entre as constelações de Virgem e Cabeleira de Berenice. No Brasil o momento de maior proximidade se dará no final da tarde.
Já os cientistas querem aproveitar a rara oportunidade para aprender um pouco mais sobre esses corpos espaciais: se o 2012 DA14 for composto de material muito poroso, ele poderá se desintegrar totalmente quando atingir a atmosfera terrestre.
Já no início do ano a Terra escapou do movimento do asteroide chamado Apophis. Os dois corpos celestes deixam bem claro que o planeta está permanentemente exposto ao perigo de um bombardeamento cósmico. Por isso a Nasa e a Agência Espacial Europeia (ESA, em inglês) trabalham na ampliação de sistemas de vigilância, capazes de reconhecer perigos oriundos do espaço e lançar missões de defesa.
Estatisticamente, um asteroide do tamanho do 2012 DA14 chega tão perto da Terra uma vez a cada 40 anos e atinge o globo terrestre uma vez a cada 1.200 anos.
são decisivas para definir a aparência de um cometa
Grandes cometas em março e novembro
Do ponto de vista estatístico, a Terra vai ter que esperar, portanto, um bocado de tempo pela próxima visita de um asteroide desse tipo. Em compensação, em março, só um mês depois do 2012 DA14, um outro visitante irá se movimentar em direção ao planeta: o cometa Panstarrs, vindo das profundezas do sistema solar.
O sistema telescópico automático Panstarrs, instalado no Havaí, detectou esse cometa em março de 2011. Em 10 de março de 2013 ele alcançará sua distância mínima em relação ao Sol, ficando mais perto da Terra do que Mercúrio.
Após a passagem pelo Sol, o Panstarrs aparecerá entre as constelações de Peixes e Andrômeda, perfeitamente posicionado para os observadores do Hemisfério Norte. Segundo cálculos, o cometa deverá estar bem visível a olho nu, ostentando uma cauda considerável. No entanto, é sempre difícil fazer prognósticos de luminosidade em relação a cometas.
Decisivo para a aparência de um cometa é quanto de gelo se evapora e quanta poeira é expelida no processo. Isso varia muito de um exemplar para outro e só é possível construir modelos aproximados a grosso modo. Contudo, as chances são boas para, mais uma vez, contemplar um grande cometa no céu, após a passagem do Hale-Bopp, há exatamente 15 anos.
Mas é possível que até mais de um cometa seja visto da Terra: no final deste ano, o Ison poderá se apresentar de forma muito mais impressionante do que o Panstarrs no primeiro semestre. Esse corpo glacial, descoberto em setembro de 2012 pelo observatório astronômico Ison na região do Cáucaso, vai trafegar no dia 28 de novembro a apenas dois milhões de quilômetros do Sol.
Nesse processo, grandes quantidades de gelo e poeira deverão ser vaporizadas. Especialistas preveem que o cometa poderá ser visto no céu azul diurno como um objeto de forte brilho, em próximo ao Sol. Caso ele sobreviva a esse encontro tão próximo com a estrela, ele vai brilhar nos céus noturnos durante o período de Natal.
África, grande parte da Ásia e Austrália
"Onde há muita luz, há muita sombra": essa sabedoria não é válida para o céu terrestre no ano de 2013, quando será bem modesto o número de eclipses solares e lunares – os teatros de sombras cósmicos.
No dia 25 de abril, a Lua cheia vai encostar na parte mais escura da sombra da Terra, mas somente pouco mais de 1% da superfície do satélite ficará escuro. O resultado poderá ser admirado a partir da Europa, África, grande parte da Ásia e Austrália.
Os observadores dos céus da Austrália, Indonésia e Pacífico Central vão poder ver um eclipse anular do Sol nos dias 9 e 10 de maio. Em 3 de novembro haverá o único eclipse solar total do ano de 2013. A faixa de escuridão, com largura máxima de 57 quilômetros, vai se projetar na sua maior parte sobre o Oceano Atlântico, porém ela também vai encostar no Gabão, Congo, Uganda e Quênia.
Além disso, o eclipse poderá ser acompanhado de forma parcial em toda a África, no extremo leste dos Estados Unidos, no norte da América do Sul, no sul da Europa e na Península Arábica.
Satélites começam a funcionar
O destaque do setor espacial europeu neste ano será o lançamento de três satélites Swarm, em abril. Construídos pela empresa Astrium, na cidade de Friedrichshafen, na Alemanha, eles devem pesquisar o campo magnético da Terra com precisão inédita.
Com a missão Swarm, a ESA consolida sua posição de liderança na observação científica da Terra. As sondas magnéticas já estavam prontas há quase um ano, mas por causa de problemas com o foguete de fabricação russa que as colocaria em órbita, o lançamento foi adiado várias vezes. Mas em 2013 elas deverão finalmente iniciar suas medições a 500 quilômetros de altura.
Na Estação Espacial Internacional (ISS, em inglês), a rotina de trabalho continua. A partir de maio, um astronauta da ESA, Luca Parmitano, deverá mais uma vez assumir um posto avançado em órbita e, ao longo de um semestre, executar experimentos no laboratório espacial Columbus, que é acoplado à Estação Espacial Internacional. Depois de cerca de um ano, será a vez do astronauta alemão Alexander Gerst viajar para o espaço.
A China planeja também um voo tripulado para a sua pequena estação chamada de Tiangong. No plano político, os contatos deverão ser implementados em 2013 para que a China seja parceira da Estação Espacial Internacional. Até agora, os Estados Unidos recusam categoricamente essa ideia.
Autor: Dirk Lorenzen (fc)
Revisão: Alexandre Schossler
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