As Constelaçãoes
- Mitos, História e Realidade
As 88 constelações
As constelações surgiram um pouco da mesma forma que hoje as crianças descobrem imagens nas nuvens. Certo é que esta sistematização do céu, a “descoberta” das constelações, foi importantíssima para o desenvolvimento e evolução da espécie humana.
Esta sistematização foi surgindo um pouco por todo o planeta e, como é óbvio, cada povo tinha as “suas” constelações. Uns viam os deuses e heróis das suas lendas, outros viam animais e objectos. Mas basicamente, a maioria das constelações da antiguidade obtiveram os seus nomes vindos de lendas e mitos. Esses mitos acabaram por servir também de mnemónicas para as pessoas se recordarem das constelações.
Nos tempos antigos que já lá vão, as pessoas tinham céus completamente livres de poluição luminosa e tinham inúmeras noites para observar as estrelas.
Com o passar dos dias, começaram a agrupá-las e a imaginar figuras no céu, desenhadas pelas estrelas. Por outro lado começaram a notar que existia uma sazonalidade nos ditos agrupamentos, sendo que alguns apareciam na Primavera, outros no Verão, outros no Inverno e outros ainda no Outono. Descobriram assim um método fiável e, aparentemente, imutável para o controlo das sementeiras.
A agricultura pode assim desenvolver-se
para um nível superior, permitindo melhores colheitas,
ano após ano, e permitindo que o arte do cultivo evoluísse.
Os mitos associados a cada constelação,
segundo alguns estudiosos serviam precisamente
para ajudar a memorizar quando se deveria semear e colher.
Podemos ver vários exemplos. Basta analisar o surgimento do Zodíaco. Esta faixa surgiu com o intuito de marcar a trajectória aparente do Sol. Consoante a sua posição, poderiam fazer-se correlações directas com as estações do ano. Aquário, por exemplo, era relacionado por alguns povos com a estação das chuvas, simbolizando, consequentemente, fertilidade sendo que para os egípcios, as cheias do Grande Nilo eram provocadas pelo vazamento do grande jarro do deus Aquário. A constelação da Virgem recebeu esse nome, devido ao facto de quando o Sol estava nesta região do céu, ser época da colheita do trigo, tarefa reservada às raparigas virgens.
Os primeiros calendários nasceram devido à observação dos astros e da organização do céu em constelações, pois a sua evolução durante o ano permitiu medições de escalas de tempo, que em conjunto com as observações das posições do Sol e da Lua e dos planetas relativamente ao fundo de estrelas fixas e da regularidade dos seus movimentos, criaram condições para a divisão do ano não só em estações, mas também em meses.
Ainda hoje as constelações, tal como no passado, provam a sua utilidade. Na época dos grandes descobrimentos, foi graças a elas que os marinheiros se orientavam, apesar de eles próprios terem descoberto mais umas quantas...De qualquer forma hoje em dia, as mesmas são utilizadas para navegação high-tech. As sondas e naves robóticas que exploram o Sistema Solar, possuem sistemas de navegação que confiam nas constelações para se orientarem lá em cima. Apesar de terem perdido a expressão de tempos idos, continuam a fazer valer a sua utilidade indiscutível.
Hoje em dia sabemos que as estrelas de uma dada constelação, estão a diferentes distâncias umas das outras e não estão relacionadas entre si. Como referi antes as constelações oficias são 88, mas muitas delas, mantiveram os seus nomes originais de muitos séculos. Isto deveu-se aos estudos feitos dos registos dos povos que viviam no vale do Eufrates, dos Babilónios e dos Gregos, que convenceram os nossos astrónomos a preservar uma tradição milenar.
A primeira carta celeste, com constelações foi elaborada no século II por Ptolomeu. 1022 estrelas agrupadas em 48 constelações. Claro que das constelações do hemisfério Sul, não havia nenhuma referência nesse catálogo. Estas foram descobertas apenas na época dos Descobrimentos, pelos navegadores que se fizeram ao mar em busca de novas terras. Assim, no século XV foram introduzidas 12 novas constelações, parte integrante do primeiro Atlas estelar de Johann Bayer publicado em 1603.
Discussões entre os astrónomos, mostraram que se podia fazer mais e o resultado foi a introdução de mais constelações. Por exemplo, a constelação de Argus, o Navio, foi dividida em 4 mais pequenas, pois acharam-na muito grande. Estas são Carina (Quilha), Puppis (Popa), Vela (Vela) e Pixis (Bússola).
Constelação Vela
Esta constelação Pyxis/Bússula
é visível totalmente a partir de latitudes a Sul de 53º N.
De Janeiro até Março.
As estrelas de Bayer desta constelação
são de 3ª e 4ª Magnitudes.
O Crux (Cruzeiro do Sul)
foi separada do Centaurus (Centauro).
Cruzeiro do Sul
Constelação Centauro
Em 1687, Johannes Hevelius publicou uma belíssima obra, ricamente ilustrada com figuras, onde introduziu mais algumas constelações, agrupando estrelas que ficavam entre as constelações existentes.
Por fim, Nicolas Louis de La Caille, no seu posto de trabalho no Cabo da Boa Esperança, completou usando nomes técnicos da época, em 1750, as actuais 88 constelações. Ainda se tentaram inventar mais algumas constelações posteriormente, mas não foram aceitas pela comunidade astronómica.
Mas, contudo e apesar do trabalho feito até então, ainda haviam problemas para resolver. Havia estrelas sem constelação e diferentes povos usavam estrelas diferentes, e as constelações variavam no seu formato final. Em 1801 Johan Elert Bode, tentou sistematizar a situação criando limites para cada uma das constelações, não tendo conseguido, contudo, uma padronização. Finalmente em 1930 a União Astronómica Internacional, dividiu o céu em 88 áreas delimitadas por linhas paralelas às de ascensão recta e declinação do ano 1875.0.
Os nomes das constelações foram padronizados em latim e foram definidos as suas abreviaturas e genitivos. Assim, por exemplo a estrela alfa de Cygnus (Cisne), será designada por alfa Cyg e lida como “alfa cigni” (para mais informação sobre as nomenclaturas vê aqui).
Esta normalização foi um grande passo na simplificação das cartas celestes. Assim todas as estrelas do céu, consoante a região onde se encontram, pertencem unicamente a uma e só uma constelação.
Passados 125 anos, com os fenómenos de precessão dos equinócios, as linhas de ascensão recta e declinação não correspondem já com as fronteiras das constelações. Com esta movimento de precessão, o Sol já não passa pelos mesmos sítios na eclíptica na mesma data, o que significa que o Sol já não está, nas datas anunciadas, nas constelações usadas pelos astrólogos para elaborar os horóscopos.
Hoje, existem mais “signos” na faixa do Zodíaco, que os astrólogos não ligam nem incluem nos seus horóscopos. Por exemplo, uma pessoa nascida a 3 de Janeiro, como eu, supostamente é Capricórnio, certo? Pois bem quando nasci o Sol estava em Sagitário, fazendo de mim um nativo do signo Sagitário...
Mas ainda há mais, para alguém nascido em 10 de Dezembro do mesmo ano, segundo os horóscopos e astrólogos é Sagitário, mas na realidade nesse dia o Sol encontra-se em Ofiúco... Mas as questões relacionadas com as falsas previsões da pseudo-ciência Astrologia, ficaram para outras histórias...
Agora, depois deste já longo texto, podem ver informação relevante a nível cientifico e histórico sobre cada uma das constelações. Basta seleccionar na lista a que se pretende e serás levado para uma página com informações sobre a constelação que escolheste! Boa Viagem!
Origem
FEIRA DE CIÊNCIAS ... O Imperdível ! - http://www.feiradeciencias.com.br/sala24/24_E04.asp
A Cola da Web - http://www.coladaweb.hpg.ig.com.br/astronomia/constelacoes.htm
As Constelações -http://www.cfh.ufsc.br/~planetar/textos/constel.htm
FEIRA DE CIÊNCIAS ... O Imperdível ! - http://www.feiradeciencias.com.br/sala24/24_E04.asp
A Cola da Web - http://www.coladaweb.hpg.ig.com.br/astronomia/constelacoes.htm
As Constelações -http://www.cfh.ufsc.br/~planetar/textos/constel.htm
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Fonte:
http://www.astrosurf.com/nc/constelacoes/constelacoes.html
Sejam felizes todos os seres. Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.
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