Telescópio Kepler pode ter encontrado 54 planetas na zona habitável
Redação do Site Inovação Tecnológica - 03/02/2011
O gráfico mostra a distribuição dos exoplanetas localizados pelo Kepler segundo o tamanho e a distância de suas estrelas. [Imagem: NASA/Wendy Stenzel]
Zona habitável
O anúncio da descoberta de um incrível sistema planetário com seis planetas pode ter eclipsado os achados mais significativos feitos pelo Telescópio Espacial Kepler.
O fato é que a equipe científica do Kepler anunciou também a descoberta de mais de 1.200 "candidatos a planetas", sendo que 68 do tamanho aproximado da Terra e nada menos do 54 dentro da zona habitável.
Como já havia sido previsto pelos cientistas, o telescópio pode ter encontrado também exoplanetas que possuem luas com condições de abrigar a vida.
Outras Terras
"Nós passamos de zero para 68 candidatos a planeta do tamanho da Terra e de zero para 54 candidatos na zona habitável, uma região onde pode existir água líquida na superfície de um planeta. Alguns candidatos até podem ter luas com água líquida," resumiu William Borucki, do Centro de Pesquisas Ames, da NASA e pesquisador da missão Kepler.
"Cinco dos candidatos planetários são simultaneamente de dimensões comparáveis à da Terra e com órbita na zona habitável de suas estrelas-mãe," revelou o cientista.
Candidatos a planeta são achados que requerem observações subsequentes para confirmar se são planetas reais.
"Nós encontramos mais de mil e duzentos candidatos a planetas - isso é mais do que todos os exoplanetas encontrados até hoje," disse Borucki. "Neste momento eles são apenas candidatos, mas a maioria deles, estou convencido, será confirmada como planetas nos próximos meses e anos."
O primeiro planeta fora do Sistema Solar - exoplaneta ou planeta extrassolar - foi descoberto em 1995.
Descobertas do Kepler
Veja um resumo das descobertas anunciadas ontem pela equipe do telescópio Kepler:
- 1.235 candidatos a planeta
- 662 com dimensões semelhantes à de Netuno
- 288 "super-Terras", entre 1,25 e 2 vezes o tamanho da Terra
- 184 gigantes gasosos, 165 do tamanho aproximado de Júpiter e 19 maiores do que Júpiter
- 170 possíveis sistemas multiplanetários, com dois ou mais candidatos orbitando a mesma estrela
- 68 "exo-Terras", com dimensões até 1,25 vez o tamanho da Terra
- 54 "exo-Terras" circulando na zona habitável ao redor de suas estrelas, podendo ter água em estado líquido em suas superfícies
- 5 ao mesmo tempo do tamanho da Terra e orbitando na zona habitável
Estes dados são baseados nos resultados das observações realizadas de 12 Maio até 17 de Setembro de 2009, de mais de 156.000 estrelas no campo de visão do Kepler, que abrange cerca de 1/400 do céu.
O telescópio espacial Kepler está explorando uma fatia ínfima da Via Láctea, medindo cerca de 3.000 anos-luz. [Imagem: NASA/JPL-CALTECH/R. HURT/SSC-CALTECH]
Milhões de planetas
"O fato de que encontramos tantos candidatos a planeta em uma fração tão pequena do céu sugere que há incontáveis planetas orbitando estrelas como o nosso Sol em nossa galáxia," disse Borucki.
"O Kepler poderá encontrar apenas uma pequena fração dos planetas em torno das estrelas que ele observa porque as órbitas não estão alinhadas adequadamente. Se você levar em conta esses dois fatores, nossos resultados indicam que deve haver milhões de planetas que orbitam estrelas vizinhas do nosso Sol," calcula ele.
E isto levando em conta que os cientistas até agora só tiveram tempo de analisar os dados coletados até Setembro de 2009. O telescópio Kepler deverá continuar fazendo novas observações pelo menos até Novembro de 2012.
A equipe da Missão Kepler já tem dados confirmados de um total de 15 planetas extrassolares, inclusive o menor exoplaneta conhecido, o Kepler-10b - veja Telescópio Kepler descobre primeiro exoplaneta rochoso.
Kepler descobre estrelas que pulsam e sistema ternário
Com informações da Agência Fapesp - 14/04/2011
Novos dados enviados pela Kepler estão fornecendo aos cientistas a oportunidade de conhecer novas estrelas distantes e sua estrutura interna de modo inédido. [Imagem: Pieter Degroote/NASA]
O telescópio espacial Kepler, lançada em março de 2009 pela Nasa, a agência espacial norte-americana, tem-se mostrado um dos mais valiosos instrumentos para os astrônomos.
Em fevereiro, artigo de capa da Nature destacou a descoberta de um sistema formado por uma estrela parecida com o Sol, com seis planetas em trânsito (que passam pela linha de visão entre a Terra e a estrela).
Na mesma ocasião, as observações registraram a presença de 54 planetas na zona habitável. Logo a seguir, foi a vez da descoberta de dois planetas compartilhando a mesma órbita.
Agora é a vez de outra revista, a Science, trazer outras novidades da sonda, em dois artigos.
Estrelas pulsantes
Novos dados enviados pela Kepler estão fornecendo aos cientistas a oportunidade de conhecer novas estrelas distantes e sua estrutura interna de modo inédito.
William Chaplin, da Universidade de Birmingham, no Reino Unido, e seus colegas, observaram 500 estrelas no campo de visão da sonda que pulsam - promovendo variações de seu brilho - de forma semelhante ao Sol.
Até então, os cientistas conheciam apenas 25 estrelas com oscilações do tipo. Já se sabia que o Sol pulsa, com uma frequência de poucos minutos - mas a variação de seu diâmetro varia apenas alguns poucos metros, e não havia instrumentos tão poderosos quanto o Kepler que pudesse observá-la mais de perto e, sobretudo, registrar o fenômeno com precisão em outras estrelas.
O estudo dessas pulsações, ou oscilações, permite conhecer informações básicas sobre as estrelas, como massa, raio ou idade, bem como obter pistas sobre suas estruturas internas.
Modelos inconsistentes
Com essas medidas, o grupo de Chaplin pôde testar algumas teorias da evolução estelar.
Os pesquisadores descobriram que os raios das estrelas analisadas se encaixaram com as expectativas teóricas, mas que, surpreendentemente, a distribuição das massas entre essas estrelas era muito diferente do que se estimava.
Diante dessa inconsistência, o grupo concluiu que os modelos atuais de formação estelar, particularmente na questão da relação entre massa e raio, precisam ser revistos.
Sistema estelar ternário
No outro artigo, Aliz Derekas, da Universidade Eötvös, na Hungria, e seus colegas, usaram dados obtidos pela Kepler para descobrir um sistema de três estrelas.
Denominado HD 181068, o sistema conta com uma estrela do tipo gigante vermelha e duas anãs vermelhas.
Os pesquisadores verificaram que o sistema também tem tipos diferentes de eclipses. Segundo eles, essas variações fornecem informações sobre a geometria do sistema triplo que poderão ser usadas para testar futuros modelos de evolução estelar.
Era de ouro
A Kepler está em órbita do Sol e carrega um fotômetro para medir alterações no brilho de estrelas. O equipamento inclui um telescópio com um pouco menos de 1 metro de diâmetro conectado a uma câmera digital com 95 megapixels.
O fotômetro da sonda está continuamente apontado para a região Cygnus-Lyra, na Via Láctea. Os cientistas estimam que, nos três anos e meio estimados para a duração da missão, a Kepler possa observar continuamente mais de 170 mil estrelas.
Por meio de pequenas variações no brilho das estrelas, a sonda é capaz de identificar planetas que possam ser parecidos com a Terra.
A quantidade de dados enviados pela Kepler é tamanha que Chaplin e colegas afirmam em seu artigo que a sonda deu início a uma "era de ouro para a física estelar".
Bibliografia:-Ensemble Asteroseismology of Solar-Type Stars with the Nasa Kepler Mission
W. J. Chaplin et al.-Science-8 April 2011-Vol.: 332 no. 6026 pp. 213-216-DOI: 10.1126/science.1201827-HD 181068: A Red Giant in a Triply Eclipsing Compact Hierarchical Triple System- A. Derekas et al.-Science-8 April 2011-Vol.: 332 no. 6026 pp. 213-216-DOI: 10.1126/science.1201762
INOVAÇÃO Tecnológica
http://www.inovacaotecnologica.com.br/noticias/noticia.php?artigo=nasa-kepler-planetas-zona-habitavel&id=030130110203
Sejam felizes todos os seres Vivam em paz todos os seres
Sejam abençoados todos os seres.
Muito bom o blog, bem informativo e didático!
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