Um anel galáctico
por
Cássio Barbosa |
Que tal um anel de ouro ou prata? Um anel de pedras preciosas, um anel de brilhantes? Bonito e caro, certamente, mas o que dizer de uma anel de buracos negros? Você já ouviu falar? Ia querer um desses?
Bom, eu é que não, mas não parece ser o caso de Arp 147.
Essa imagem obtida da composição de imagens dos telescópios de raios-x Chandra (em rosa) e do Hubble (vermelho, verde e azul) mostra um par de galáxias em interação. Esse par faz parte de um catálogo elaborado por Harlton Arp na década de 1960, que contêm galáxias peculiares.
Essas galáxias são peculiares por não se enquadrarem em nenhum dos tipos morfológicos conhecidos. A intenção era outra, mas no fim das contas Arp produziu um belíssimo atlas de galáxias em interação.
Esse é o caso que a gente vê aqui, com uma galáxia espiral à direita e outra elíptica à esquerda. Na verdade, estamos vendo o que restou da galáxia espiral, após se colidir com a galáxia elíptica.
Com a colisão, as forças gravitacionais em conjunto produziram uma onda de formação de estrelas que pode ser visto como o anel azul nos restos da galáxia espiral. Esse anel contém milhares de estrelas massivas jovens brilhando intensamente. Essas estrelas vivem rápido e logo explodem em supernovas, deixando em seu lugar uma estrela de nêutrons, ou mesmo um buraco negro. Ambos os objetos são intensas fontes de raios-x e por isso brilham forte nas imagens do Chandra, formando esse anel de cor-de rosa.
Outras fontes de raios-x são visíveis nesta imagem. Uma delas está no centro da galáxia elíptica e é na verdade um buraco negro supermassivo com pouco gás para alimentá-lo. As outras fontes são as manchas rosas à esquerda na imagem. A mais brilhante (e mais acima) é uma estrela da nossa Via Láctea e a outra mais abaixo é um quasar bem mais distante que as duas galáxias, que estão a 430 milhões de anos-luz.
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