A suite orquestral "Os Planetas" de Gustav Holst | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Gustav Holst Gustav Theodore von Holst nasceu em Cheltenham, Inglaterra, no dia 14 de setembro de 1874. Seus pais eram exilados russos provenientes de Riga Sob a orientação do professor Charles V. Stanford, Holst estudou composição no Royal College of Music, de Londres. Possuindo uma saúde muito fraca , Holst foi obrigado a abandonar o estudo de piano devido a uma neurite na sua mão direita. Isso o levou a se dedicar ao trombone profissionalmente, como uma forma de ganhar seu sustento. Mais tarde Holst lecionou música em várias escolas e, em 1905, Holst foi indicado como Diretor de Música da Saint Paul's Girl's School, em Hammersmith, Inglaterra. Ele também lecionou no Morley College e posteriormente deu aulas no próprio Royal College of Music, onde tinha sido aluno. Gustav Holst viveu na cidade de Thaxted de 1914 a 1925 tendo organizado e conduzido os Festivais Whitsun entre 1916 e 1918. onde Gustav Holst nasceu, em Clarence road, Pitville, e que hoje abriga um museu em sua memória. A placa que aparece na porta da casa foi descerrada em 1949 pelo seu amigo de toda a vida, o não menos famoso compositor Vaughan Williams. As composições de Gustav Holst refletem várias influências. Entre elas encontramos o misticismo hindu, a música folclórica inglesa e, principalmente, a astrologia. Gustav Holst faleceu no dia 24 de maio de 1934 na cidade de Londres, Inglaterra. A suite orquestral "Os Planetas" Composta por Gustav Holst no período entre 1914 e 1916, a suite sinfônica "Os Planetas opus 32" foi executada pela primeira vez em 1918 embora sua primeira apresentação pública só tenha ocorrido em novembro de 1920. Esta suite, feita para grande orquestra e vozes, tem a duração de 48 minutos e 19 segundos e está dividida em sete movimentos que, segundo o compositor, refletem a natureza astrológica de cada planeta. Durante toda a sua vida Gustav Holst sempre esteve profundamente mergulhado no misticismo e na astrologia. Os sete movimentos da suite sinfônica Os Planetas representam os planetas conhecidos na época em que Holst a compôs. Nela estão Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Estranhamente o planeta Terra não está representado. Plutão também não aparece nessa suite mas isso é devido ao fato de só ter sido descoberto em 1930, bem depois da data em que Holst terminou sua composição. Também é interessante notar que alguns planetas aparecem na sinfonia "Os Planetas" de Holst em uma ordem diferente daquela que conhecemos no Sistema Solar. O planeta Marte é o primeiro a ser descrito e, em seguida, aparece o planeta Vênus. Após Vênus temos a parte dedicada a Mercúrio e, depois dela, a suite segue a ordem correta dos planetas conhecidos naquela época: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Aqui está uma pequena descrição de cada movimento da suite: | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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E onde está Plutão? Em 1930 foi descoberto o planeta Plutão (imagem embaixo, à direita). Embora Gustav Holst tenha terminado de compôr sua sinfonia "Os Planetas" em 1915 ele não mostrou interesse em completar a obra, incorporando o planeta recém-descoberto ao seu trabalho. Essa "necessidade" foi notada pelo compositor inglês Colin Matthews. Em 1946, Matthews compôs o movimento "Pluto - The Renewer", que deveria ser acrescentado à sinfonia anteriormente escrita por Gustav Holst. Compreensivelmente, muitos amantes do trabalho de Holst torceram o nariz para o intromissão de Matthews. Para esses, o trabalho de Holst deveria permanecer intocável e ser respeitada a sua decisão de não homenagear Plutão. Ao mesmo tempo, algumas vozes se levantaram em defesa de Matthews alegando que o trabalho apresentado em nada maculava a sinfonia de Holst pois, de modo algum, pretendia ser incorporada a ele, tratando-se apenas de um apêndice ao trabalho original. De qualquer modo, o movimento musical em homenagem a Plutão feito por Colin Matthews é, na maioria das vezes, apresentado como um adendo à sinfonia "Os Planetas" de Gustav Holst. Em geral o tema de Plutão aparece, quase sempre, como uma das faixa de CDs mais populares que apresentam a sinfonia original de Holst. Mas, quando a gravação é feita pelas orquestras sinfônicas ou filarmônicas mais tradicionais e mais importantes que existem no mundo, como por exemplo, a Orquestra Filarmônica de Berlin, a música em homenagem a Plutão não é incluida. Outras apresentações de "Os Planetas" em mídias mais modernas Como não podia deixar de acontecer, com o desenvolvimento de novas tecnologias de mídia, tais como videocassete e DVD, alguns músicos passaram a aplicar esses recursos em suas apresentações. Utilizando equipamentos eletrônicos, como sintetizadores, pianos digitais, sequencers, etc músicos como Wendy Carlos, Jean Michel Jarré e Isao Tomita gravaram obras de vários compositores clássicos, tais como "Os concertos de Brandenburgo" de Bach entre muitas outras. Com o amadurecimento de técnicas computacionais envolvendo imagens foi natural a união entre video, música digital, música com sintetizadores e outros equipamentos recentemente surgidos. Nessa linha de espetáculos, o diretor de cinema Don Barret uniu fotografias reais obtidas por missões espaciais norte-americanas como, por exemplo, as realizadas pelas sondas espaciais Mariner, Viking, Voyager, Pioneer, Magellan e Galileo, criando um DVD que combina essas imagens com animações geradas por supercomputadores e efeitos de video digitais especiais. Isso tudo tendo ao fundo a sinfonia "Os Planetas" de Gustav Holst interpretada, em sintetizadores, pelo músico Isao Tomita. |
Fonte:
Observatório Nacional
Revista Café Orbital
Astronomia na Arte -Março-2004-011