sábado, 10 de abril de 2010

GALÁXIIA DE ANDRÔMEDA E BELAS NEBULOSAS



Galáxia de Andrómeda (M 31


Crédito: Robert Gendler (copyright) - http://www.robgendlerastropics.com/

Este é o objecto mais distante que conseguimos ver a olho nu. M 31, também conhecido por galáxia de Andrómeda, situa-se a cerca de 2 milhões de anos-luz de distância na direcção da constelação com o mesmo nome. Estende-se por mais de 200000 anos-luz mas aparece-nos como uma ténue nebulosidade quando vista sem telescópio. Nesta imagem de hoje, o resultado de mais de 90 horas de exposição, vê-se o seu núcleo brilhante, bem como uma série de faixas escuras de poeira entre os seus braços espirais azuladas, cheios de estrelas novas e em formação. Há menos de 100 anos atrás, não se sabia se estas "nebulosas espirais" faziam parte da nossa Galáxia, ou se, pelo contrário, eram elas próprias sistemas estelares independentes.

NGC 6960 - Nebulosa do Véu



Crédito: T. Rector/University of Alaska, Anchorage e WIYN/NOAO/AURA/NSF
Telescópio: WIYN
Instrumento: Mosaic Camera
 
Esta imagem da Nebulosa do Véu foi obtida com a câmara de mosaicos do telescópio WIYN, de 0,9 metros no Kitt Peak National Observatory.

Este objecto, que se encontra na constelação de Cisne, são os restos de uma, ou possivelmente de duas supernovas que explodiram há mais de 15 mil anos, a uma distância de 2500 anos-luz da Terra. Esta supernova pôde ser vista na altura como uma estrela muito brilhante, rivalizando em brilho com a Lua crescente.

A imagem brilhante perto do centro da imagem, com o nome de 52 Cygnus, não está associada com a supernova. Esta imagem é uma combinação de três imagens de banda estreita, em que uma exposição em H-alpha, [OIII] e S[II] foram utilizadas como vermelho, azul e verde respectivamente. Norte é para a esquerda, e Este para baixo.


Imagem do Dia: Galáxia de Andrómeda

2011-02-08

Crédito: Bill Schoening, Vanessa Harvey/REU program/NOAO/AURA/NSF.
Telescópio: Burrell Schmidt (CWRU - KPNO).

Imagem da galáxia de Andrómeda, também conhecida por M31 ou NGC224, e das suas pequenas companheiras M32 (em baixo, ao centro) e M110 (em cima, à direita).
 
Andrómeda é uma galáxia espiral muito semelhante à Via Láctea, embora seja um pouco maior. Para além das irregulares mas famosas Nuvens de Magalhães, Andrómeda é a galáxia regular que se encontra mais perto de nós, situando-se a cerca de 2.2 milhões de anos-luz de distância. Embora só se consiga observar o seu núcleo central mais brilhante, Andrómeda é visível a olho nú, sendo conhecida, pelo menos, deste o ano 964 dC, quando o astrónomo persa Al-Sufi a descreveu como uma "pequena nuvem".
 
Apesar de estar relativamente perto de nós, Andrómeda é o objecto mais distante que o olho humano consegue observar sem ajuda de instrumentos.

Nebulosa do Cone


Crédito: NASA, Ford (JHU), Illingworth (USCS/LO), Clampin (STScI), Hartig (STScI), ACS Science Team & ESA.
Telescópio: Huble Space Telescope (NASA/ESA).
Instrumento: Advanced Camera for Surveys (ACS).
 
A Nebulosa do Cone reside a 2500 anos-luz, na zona sul do enxame NGC 2264, uma região activa em formação de estrelas na constelação do Unicórnio. Esta imagem apanha os 2,5 anos-luz do topo do pilar de gás e poeira em forma de cone que constitui a nebulosa e se estende por 7 anos-luz. A radiação de estrelas jovens e quentes, que se encontram mais acima do que a imagem mostra, erodiu a nebulosa ao longo de milhões de anos. A luz ultravioleta aquece os bordos da nuvem escura, libertando gás para a região vizinha, que é relativamente vazia. Aí, mais radiação ultravioleta faz com que o hidrogénio brilhe, produzindo um halo vermelho de luz que se vê à volta do pilar. Um processo semelhante ocorre em menor escala à volta de uma única estrela, formando o arco que se vê à esquerda e no topo do Cone. A luz branca e azulada resulta da reflexão da luz de estrelas próximas pela poeira.

Nebulosa da Roseta



Crédito: T.A. Rector, B.A. Wolpa, M. Hanna, NOAO/AURA/NSF.
Telescópio: NSF 0.9m (Kitt Peak National Observatory).

Esta espectacular imagem da nebulosa da Roseta na constelação do Unicórnio foi obtida com o telescópio de 90 cm da National Science Foundation localizado no Observatório de Kitt Peak, no Arizona (EUA). A Roseta, também conhecida por NGC2237, é uma região activa de formação de estrelas, cujo brilho é devido à emissão de radiação ultra-violeta proveniente de estrelas jovens e quentes que se encontram no seu interior. Os ventos estelares devidos a estas estrelas têm escavado a região central da nebulosa, dando origem ao "buraco" que se vê nesta imagem. Esta nebulosa, situada a cerca de 2600 anos-luz de distância, ocupa uma grande região no céu, sendo a sua área superior a seis vezes a área da lua cheia.

NGC 6543 - Nebulosa Olho de Gato



Crédito: Johannes Schedler.
Telescópio: Schmidt-Cassegrain Celestron C11.

Obtida por Johannes Schedler (http://panther-observatory.com), esta imagem da nebulosa planetária NGC 6543, permite vislumbrar a forma complexa desta espectacular nebulosa. Também conhecida sugestivamente por nebulosa Olho de Gato, esta pode ser vista em todo o seu esplendor na imagem obtida pelo Telescópio Espacial Hubble que aqui mostrámos no dia 18 de Junho de 2003. Sabe-se que esta nebulosa é o resultado da morte de uma estrela semelhante ao Sol situada a cerca de 3000 anos-luz de distância da Terra. O estudo deste tipo de nebulosas permite aos astrónomos antever o que acontecerá à nossa estrela daqui a ... 5 mil milhões de anos!

Estrela da Pistola - A estrela mais luminosa que se conhece


Crédito: Don F. Figer (UCLA) & NASA.
Telescópio: Hubble Space Telescope (NASA/ESA).
Instrumento: Near-Infrared Camera and Multi-Object Spectrometer (NICMOS).
 
Astrónomos, usando o Telescópio Espacial Hubble, identificaram uma estrela que pode ser a estrela mais luminosa que se conhece. Esta estrela, no centro da imagem, pode ser 10 milhões de vezes mais luminosa do que o Sol e o seu diâmetro pode ser tão grande quanto a órbita da Terra. A energia emitida por esta estrela em alguns segundos é igual à que o Sol emite num ano.

A imagem obtida em infravermelho também revela uma nebulosa brilhante que foi criada devido às erupções da estrela. A sua forma valeu-lhe o nome de Nebulosa da Pistola, de modo que a estrela é conhecida por Estrela da Pistola. A nebulosa é tão grande (4 anos-luz) que a sua extensão é quase a distância entre o Sol e a estrela mais próxima, Alpha Centauri.

Fonte
Portal do Astomo - Portugal
 

quinta-feira, 8 de abril de 2010

NEUTRALINO E NEUTRINO




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NEUTRINO e Neutralino

        Neutralino é um amálgama das superparceiras do fóton (que transmite a força eletromagnética).  O nome é um tanto infeliz: "neutralino" soa muito parecido a "neutrino", e as duas partículas, de fato, compartilham várias propriedades, mas são bem diferentes.

        O atual modelo padrão das partículas elementares não contém exemplos de partículas que poderiam servir como matéria escura fria, mas extensões do modelo padrão - criadas por motivos inteiramente separados das necessidades da astronomia - oferecem muitos candidatos plausíveis:

    *
      Neutralino (Teoria de supersimetria predizem que o neutralino interagirá por meio de uma força maior que a gravitação: a força nuclear fraca)
*
      Bóson Z (que transmite a força nuclear fraca: gravitação)
    * e talvez, outros tipos de partículas

        Embora o neutralino seja pesado, pelos padrões normais, é a mais leve das partículas supersimétricas.  Como tal, ele deve ser estável: se uma superpartícula é instável, ela deve decair para duas superpartículas mais leves, e o neutralino já é a mais leve.

        A massa, estabilidade e neutralidade do neutralino satisfazem todos os requisitos para uma matéria escura fria.

        O neutralino é uma partícula especialmente avessa a colisão. Considerando-se a massa estimada de neutralino e sua baixa tendência a colisão, a massa total em neutralinos casa-se quase exatamente com a massa inferida para matéria escura do Universo.  Esta correspondência é um sinal de que neutralinos seriam realmente matéria escura.

       O neutralino é uma partícula prevista pela chamada extensão supersimétrica (SUSY) do modelo padrão. A supersimetria pode unificar as forças eletrofraca e forte (e mesmo a gravidade). SUSY prevê que todas as partículas do modelo padrão possuem superparceiros (designados por um sufixo "ino", como o fotino que é o parceiro supersimétrico do fóton). Quarks e léptons, que são férmions (partículas com spin semi-inteiro ímpar), possuem superparceiros que são bósons (partículas com spin inteiro),  enquanto os bósons que carregam as forças fundamentais possuem superparceiros fermiônicos.

        Os superparceiros das partículas conhecidas são muito pesados e fora do alcance energético dos aceleradores de partículas em operação no momento. Entretanto o neutralino é uma superposição de estados associados aos Higgsinos (superparceiros associados aos bósons de Higgs) e que tem a propriedade  de ser estável (o que significa que eles ainda devem existir como relíquias do big bang) além de ser a partícula supersimétrica mais leve (50-500GeV/c2) e justamente por isso altamente testável. O bóson the Higgs é uma partícula prevista pelo modelo padrão e seria responsável por conferir massa aos bósons mediadores da interação eletrofraca. Físicos de partículas trabalhando no experimento ALEPH em andamento no LEP (Large Electron Positron) anunciaram a possível descoberta do Higgs (considerado o "Santo Graal" da física de partículas) com massa de 114,9 GeV/c2. O experimento continua coletando dados para afastar a possibilidade de eventos de fundo.

        No tocante à parte experimental, destacam-se o experimento no Livermore National Laboratory em busca de axions e os experimentos DAMA (em Gran Sasso, Itália) e CDMS (em Stanford) em busca de neutralinos existentes no halo da Via-láctea. Estes dois últimos são experimentos muito sofisticados montados em  minas a vários metros de profundidade no subsolo e utilizando detetores de alta tecnologia. A colaboração DAMA  recentemente anunciou a deteção de neutralinos (suspense) . O resultado não foi reproduzido pelo CDMS, entretanto estes utilizam detetores diferentes e sua atual sede, em Stanford, não fica muito abaixo do solo, estando sujeita a interferência de neutrinos atmosféricos. Eles estão se mudando para uma nova sede, metros de profundidade no subsolo (para se livrarem da interferência dos neutrinos atmosféricos) . Além disso ambos estão fabricando detetores mais sensíveis que poderão confirmar os resultados logo.  (Ver: Laboratório)

        A descoberta do bóson de Higgs é importante para consolidar o modelo padrão das partículas elementares e ao mesmo tempo proporciona a base para a sua extensão supersimétrica; o neutralino, por exemplo, é uma superposição de higgsinos. A descoberta dos neutralinos por sua vez constituiria a primeira evidência empírica para a supersimetria além de explicar a natureza da matéria escura fria, consolidando o modelo de matéria escura fria de formação de estrutura (tão bem sucedido na explicação das estruturas do universo em grande escala- os aglomerados, os vazios, os filamentos, as paredes, etc.) .  Juntamente com a descoberta da massa do neutrino (o modelo padrão prevê neutrinos sem massa) estes novos avanços estão apontando para uma nova física e como veremos a recente descoberta da constante cosmológica e do universo acelerado também estão apontando para uma nova cosmologia que consolidou o cenário inflacionário. Também é interessante observar a prolífica interação entre a física de partículas e a cosmologia, uma área de pesquisa denominada astrofísica de partículas.

Ricardo O. de Mello

Estudante de doutorado do Departamento de Física-Matemática do Instituto de Física da USP na área de Física de Partículas e Campos. Atualmente pesquisa gravitação quântica em 1+1 dimensões.
   
MATÉRIA ESCURA FRIA.

Se pudéssemos ver a matéria escura fria, a Via Láctea pareceria muito diferente. O familiar disco espiral, onde se localiza a maiorias das estrelas, seria encoberto por uma densa névoa de partículas de matéria escura. Os astrônomos avaliam que a névoa escura tem dez vezes a massa do disco, e é quase dez vezes maior em diâmetro.

Tudo que sabemos é que a matéria escura se junta, provendo uma âncora gravitacional para galáxias e estruturas maiores como aglomerados de galáxias.

Afinal, considera-se que a matéria escura domina a Galáxia.
Neutrino

        V. A. FIRSOFF, astrônomo, sugeriu a possibilidade da existência de “partículas elementares do material espiritual”, que propôs fossem chamadas de mindons (do inglês mind, espírito).

        Nosso universo não é mais verdadeiro do que o dos neutrinos. Eles existem, mas num espaço diferente, regido por leis diferentes. Em nosso espaço, nenhum corpo pode ultrapassar a velocidade da luz. O neutrino, no entanto, não está sujeito a campos de gravidade nem eletromagnéticos. Portanto, não está condicionado ao nosso limite de velocidade e pode ter o seu tempo, diferente. Poderá até se deslocar mais rapidamente do que a luz, o que o faria, relativisticamente, retroceder na nossa escala de tempo.  

        As análises que fizemos das entidades espirituais nos levam a crer que o mindon não tem local definido no que podemos chamar de espaço físico, ou melhor, gravieletromagnético. Sob esse aspecto lembram o neutrino ou, mesmo, um elétron rápido. Isto já sugere um tipo diferente de espaço mental, regido por leis diferentes, o que vem a ser corroborado pelas experiências parapsicológicas feitas na Universidade Duke e alhures. Parece que esta espécie de percepção envolve uma interação mental, sujeita a leis próprias, definindo um tipo diferente de espaço-tempo.
      primeiro, terá de reconhecer, por seus próprios meios, suas averiguações, seus cálculos e suas induções, senão a certeza, pelo menos a probabilidade da existência do Espírito e das dimensões espirituais da Vida;
    *

      e segundo, construir novas aparelhagens e sobretudo novos métodos de investigação para penetrar nesses novos domínios. 

        Neste último caso, as dificuldades a vencer serão imensas, porque somente o Espírito pode ver, identificar e examinar o Espírito. É questão de consciências, através do desenvolvimento racional de faculdades psicofísicas capazes de serem utilizadas para a produção útil de fenômenos investigáveis.


        Com respeito à constituição da matéria escura quente existente no cosmo, os candidatos "tradicionais" são os neutrinos massivos e os áxions. neutrinos massivo leve representa a extensão mais simples do modelo padrão.

        Contudo sua contribuição não pode ser maior do que 10% da densidade crítica do universo, ao custo de seu fluxo impedir a formação de estruturas.

        Os neutrinos já foram antes uma possibilidade proeminente como matéria escura, e seu papel continua em debate, mas experimentos mostram que seu peso é provavelmente muito pequeno. Além disso, eles são "quentes".

Revista SCIENTIFIC  AMERICAN - Brasil - ANO 1 - N° 11 - Abril de 2003
O GEFAN é formado por pesquisadores das três universidades estaduais paulistas e dedica-se ao estudo das propriedades fundamentais do neutrino.

Grupo de Estudos de Física e Astrofísica de Neutrinos - GEFAN

Neutrino
        V. A. FIRSOFF, astrônomo, sugeriu a possibilidade da existência de “partículas elementares do material espiritual”, que propôs fossem chamadas de mindons (do inglês mind, espírito).

        Nosso universo não é mais verdadeiro do que o dos neutrinos. Eles existem, mas num espaço diferente, regido por leis diferentes. Em nosso espaço, nenhum corpo pode ultrapassar a velocidade da luz. O neutrino, no entanto, não está sujeito a campos de gravidade nem eletromagnéticos. Portanto, não está condicionado ao nosso limite de velocidade e pode ter o seu tempo, diferente. Poderá até se deslocar mais rapidamente do que a luz, o que o faria, relativisticamente, retroceder na nossa escala de tempo.  

        As análises que fizemos das entidades espirituais nos levam a crer que o mindon não tem local definido no que podemos chamar de espaço físico, ou melhor, gravieletromagnético. Sob esse aspecto lembram o neutrino ou, mesmo, um elétron rápido. Isto já sugere um tipo diferente de espaço mental, regido por leis diferentes, o que vem a ser corroborado pelas experiências parapsicológicas feitas na Universidade Duke e alhures. Parece que esta espécie de percepção envolve uma interação mental, sujeita a leis próprias, definindo um tipo diferente de espaço-tempo.


        A Ciência humana...
      primeiro, terá de reconhecer, por seus próprios meios, suas averiguações, seus cálculos e suas induções, senão a certeza, pelo menos a probabilidade da existência do Espírito e das dimensões espirituais da Vida;
   *
      e segundo, construir novas aparelhagens e sobretudo novos métodos de investigação para penetrar nesses novos domínios. 

        Neste último caso, as dificuldades a vencer serão imensas, porque somente o Espírito pode ver, identificar e examinar o Espírito. É questão de consciências, através do desenvolvimento racional de faculdades psicofísicas capazes de serem utilizadas para a produção útil de fenômenos investigáveis

        Com respeito à constituição da matéria escura quente existente no cosmo, os candidatos "tradicionais" são os neutrinos massivos e os áxions. neutrinos massivo leve representa a extensão mais simples do modelo padrão.

        Contudo sua contribuição não pode ser maior do que 10% da densidade crítica do universo, ao custo de seu fluxo impedir a formação de estruturas.

        Os neutrinos já foram antes uma possibilidade proeminente como matéria escura, e seu papel continua em debate, mas experimentos mostram que seu peso é provavelmente muito pequeno. Além disso, eles são "quentes".

Neutrino camaleão abre caminho para uma nova física

Neutrino camaleão abre caminho para uma nova física

Redação do Site Inovação Tecnológica - 01/06/2010

Cientistas do experimento Opera, localizado no laboratório Gran Sasso, na Itália, fizeram a primeira observação direta de uma partícula tau em um feixe de neutrinos do múon - isto significa que a partícula "oscilou", isto é, mudou de um tipo para outro.
Encontrar o tau do múon representa ter achado a peça que faltava em um quebra-cabeças que tem desafiado a ciência desde 1960.
O feixe de neutrinos foi enviado através da terra do CERN, onde está situado também o LHC, a 730 km de distância do detector.

Neutrinos
Neutrinos são partículas subatômicas com uma massa tão pequena que um deles é capaz de atravessar um cubo de chumbo sólido, com 1 ano-luz de aresta, sem se chocar com a matéria. Calcula-se que 50 trilhões de neutrinos atravessam o nosso corpo diariamente.
Existem três tipos de neutrinos: neutrino do elétron, neutrino do múon e neutrino do tau.
O quebra-cabeças dos neutrinos começou com uma experiência pioneira, realizada na década de 1960, que acabou rendendo o Prêmio Nobel de Física a Ray Davies.
Davies observou que os neutrinos vindos do Sol chegavam à Terra em um número muito menor do que os modelos teóricos previam: ele concluiu que, ou os modelos solares estavam errados ou algo estava acontecendo com os neutrinos em seu caminho.

Oscilação dos neutrinos
Uma possível solução para o enigma foi dada em 1969 por Bruno Pontecorvo e Vladimir Gribov, que sugeriram que mudanças oscilatórias, que eles chamaram de "mudanças camaleônicas", poderiam fazer com que os neutrinos transmutassem de um tipo para outro. Seria por isso que os neutrinos esperados não eram detectados em número suficiente.
Desde então, diversos experimentos observaram o desaparecimento dos neutrinos do múon, confirmando a hipótese da oscilação, mas até agora nunca havia sido observado o aparecimento de um neutrino do tau a partir de um feixe puro de neutrinos do múon.

Agora, pela primeira vez, os cientistas capturaram o neutrino camaleão conforme ele mudou de um neutrino do múon para um neutrino do tau.
"Estamos confiantes de que este primeiro evento será seguido de outros, que irão demonstrar plenamente a oscilação dos neutrinos," disse Antonio Ereditato, da colaboração Opera.

Paciência de físico
O achado é resultado de sete anos de construção do detector Opera, e mais três anos de disparos de um feixe de neutrinos, fornecido pelo CERN.
Durante esse tempo, bilhões de bilhões de neutrinos do múon foram enviados do CERN até Gran Sasso, em uma viagem que dura apenas 2,4 milissegundos.
A raridade da oscilação dos neutrinos, juntamente com o fato de que os neutrinos interagem muito fracamente com a matéria, torna este um tipo de experimento muito delicado e muito difícil de fazer.
O feixe de neutrinos do CERN foi ligado pela primeira vez em 2006, e desde então os pesquisadores do OPERA estão peneirando cuidadosamente seus dados para encontrar sinais do aparecimento de partículas de tau, um sinal de que um neutrino do múon teria oscilado em um neutrino do tau.
Paciência parece ser um pré-requisito fundamental na pesquisa da física de partículas.

Neutrino camaleão abre caminho para uma nova física
A grande expectativa é que essas partículas subatômicas ainda desconhecidas possam ajudar a lançar alguma luz sobre a Matéria Escura, um tipo desconhecido de matéria que compõe um quarto da massa do Universo. [Imagem: Opera]
Nova Física

Mas o que é mais importante é o que está por vir.
Embora feche um capítulo na compreensão da natureza dos neutrinos, a observação das oscilações dessas partículas, transmutando-se de um tipo em outro, é uma forte evidência de uma física totalmente nova.
A questão é que, na teoria que os físicos usam para explicar o comportamento das partículas fundamentais, conhecida como o Modelo Padrão, os neutrinos não têm massa.
Contudo, para que eles sejam capazes de oscilar eles devem ter massa - logo, algo deve estar faltando no Modelo Padrão.

Apesar de seu enorme sucesso em descrever as partículas que compõem o Universo visível, e as interações entre essas partículas, há muito tempo os físicos sabem que o Modelo Padrão não explica tudo.
Uma das possibilidades levantadas para essa nova física é a existência de outros tipos de neutrinos, ainda não detectados experimentalmente.

A grande expectativa é que essas partículas subatômicas ainda desconhecidas possam ajudar a lançar alguma luz sobre a Matéria Escura, um tipo desconhecido de matéria que compõe um quarto da massa do Universo.
Outra sinalização dessa nova física foi dada há poucos dias pela descoberta de uma assimetria entre a matéria e a antimatéria.
www.sciam.com.br

O GEFAN é formado por pesquisadores das três universidades estaduais paulistas e dedica-se ao estudo das propriedades fundamentais do neutrino.

Grupo de Estudos de Física e Astrofísica de Neutrinos - GEFAN
http://www.neutrinos.if.usp.br/

LINKs
      A Supernova 1987A e os Neutrinos: http://www.fisica.ufc.br/estrelas/estrela5.htm
      Enciclopédia Online: http://enciclopedia.tiosam.com/enciclopedia/enciclopedia.asp?title=Neutrino
      Neutrinos do cosmo: http://www.comciencia.br/reportagens/cosmicos/cos11.shtml

 Agência FAPESP
Revista SCIENTIFIC  AMERICAN - Brasil - ANO 1 - N° 11 - Abril de 2003
www.sciam.com.br
Revista SCIENTIFIC AMERICAN-  ANO 1 - N°11 Abril de 2002.

sábado, 27 de março de 2010

INDIVIDUAÇÃO : C.G.JUNG

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INDIVIDUAÇÃO  : C.G.JUNG
INDIVIDUAÇÃO

INDIVIDUAÇÃO  -  Página Dinâmica

Uma pessoa tornar-se si mesma, inteira, indivisível e distinta de outras pessoas ou da psicologia coletiva (embora também em relação com estas).
Este é o conceito chave da contribuição de Jung para as teorias do desenvolvimento da personalidade. Como tal, está inextricavelmente entrelaçada com outros, sobretudo SELF, EGO e ARQUÉTIPO, como também com a síntese de elementos CONSCIENTES e INCONSCIENTES. Um modo simplificado de expressar o relacionamento dos conceitos mais importantes envolvidos seria: o ego está para a INTEGRAÇÃO (vista socialmente como ADAPTAÇÃO) como o self está para a individuação (auto-experiência e auto-realização). Enquanto a consciência aumenta com a análise das defesas (por exemplo, PROJEÇÃO da SOMBRA), o processo de individuação é uma CIRCUMAMBULAÇÃO do self como o centro da personalidade que, com isso, vai sendo unificada. Em outras palavras, a pessoa se torna consciente no que tange a ela ser tanto um ser humano único como, ao mesmo tempo, não mais que um homem ou uma mulher comum.

Devido a esse paradoxo inerente, as definições abundam, tanto por toda a obra de Jung como também nas dos “pós-junguianos” (Samuels, 1985a). O termo “individuação” foi adotado por Jung através do filósofo Schopenhauer, porém reporta-se a Gerard Dorn, um alquimista do século XVI. Ambos falam do principium individuationis. Jung aplicou o princípio à psicologia. Em Psychological Types, publicado em 1921, porém em composição desde 1913, encontramos a definição pela primeira vez publicada (CW 6, parágs. 757-762). Os atributos enfatizados são: (1) o objetivo do processo é o desenvolvimento da personalidade; (2) pressupõe e inclui relacionamentos COLETIVOS, isto é, não ocorre em um estado de isolamento; (3) a individuação envolve um grau de oposição a normas sociais que não têm uma validade absoluta: “Quanto mais a vida de um homem é moldada pela norma coletiva, maior é sua imoralidade individual” (ibid.). Ver MORALIDADE.

O aspecto unificador da individuação é enfatizado por sua etimologia. “Uso o termo ‘individuação’ para denotar o processo pelo qual uma pessoa se torna ‘in-dividual’, isto é, uma unidade indivisível ou um ‘todo’” (CW, parág. 490). Os fenômenos descritos por Jung em uma variedade de contextos estão sempre ligados a sua própria experiência pessoal, seu trabalho com pacientes e suas pesquisas, especialmente da ALQUIMIA e das mentes dos alquimistas. As definições ou descrições da individuação, portanto, variam de ênfase de acordo com a fonte da qual Jung estivesse mais próximo na ocasião.

Um livro mais recente (CW 8, parág. 432) refere-se à dificuldade que aparentemente persistia na distinção entre a integração e a individuação: “cada vez mais noto que o processo de individuação é confundido com o advento do ego à consciência e que o ego é, em conseqüência, identificado com o self, o que naturalmente produz um distúrbio incorrigível. A individuação fica sendo então apenas egocentrismo e auto-erotismo...

A individuação não exclui do mundo, mas aproxima o mundo para o indivíduo”. É claro que é tão importante descrever quais são as manifestações da individuação, como dizer quais não são (as referências ao auto-erotismo, isto é, o NARCISISMO). Além disso, “individualismo significa enfatizar deliberadamente e dar proeminência a alguma suposta particularidade, mais que a considerações e obrigações coletivas. Porém, a individuação significa precisamente preenchimento melhor e mais completo de qualidades coletivas”(CW 7, parág. 267, grifo acrescentado). Ou então: “O objetivo da individuação é nada menos que despir o self dos falsos invólucros da PERSONA, por um lado, e do poder sugestivo de imagens primordiais, pelo outro” (CW 7, parág. 269). Ver ARQUÉTIPO.

Sabemos que Jung começou a pintar MANDALAS em torno de 1916, durante um período tempestuoso de sua vida, não muito tempo depois do rompimento com Freud. Um capítulo inteiro de CW 9i é chamado “A Study in the Process of Individuatione é baseado em um estudo de caso clínico em que as PINTURAS do paciente desempenhavam um papel proeminente. Não surpreende que, com a introversão de Jung e a ênfase daquele período inicial no material intrapsíquico, possa ter-se verificado a impressão de que a experiência do mundo psíquico  interno estava assumindo precedência sobre relacionamentos interpessoais durante o processo. Jung depois ilustra a individuação de Cristo em "Transformation Symbolism in the Mass (CW 11) e isto, junto com declarações no sentido de que a individuação não era para todo mundo, pode ter levado à noção de que se estava lidando com um conceito elitista.

Jung pode involuntariamente ter contribuído para esse equívoco afirmando que o processo é uma ocorrência relativamente rara.

Muito embora o processo possa ser demonstrado com mais facilidade mediante escolha de exemplos dramáticos, freqüentemente ocorre em circunstâncias moderadas. A transformação que ocorre pode resultar tanto de um evento natural (por exemplo, nascimento ou morte) como, às vezes, de um processo técnico. O procedimento dialético da ANÁLISE oferece, em nossos dias e em nossa época, um exemplo proeminente do último tipo, no qual o analista já não se torna mais o agente, mas um participante amigo no processo. Nesse caso, o trabalho apropriado com a transferência pode ser de capital importância (ver ANALISTA E PACIENTE).

O perigo de um envolvimento intenso com o mundo e suas imagens fascinantes é que ele pode acarretar uma preocupação narcisista. Outro perigo seria considerar todas as manifestações, inclusive atividades anti-sociais e mesmo colapsos psicóticos, como resultados justificáveis de um processo de individuação. Desde que a transferência na análise desempenha um papel decisivo, há que acrescentar que a individuação é, na linguagem da alquimia, um trabalho contra a natureza (opus contra naturam). Quer dizer, o INCESTO ou libido de consangüinidade não pode obter concessões. Por outro lado, não deve ser desprezado, porque é a força de um impulso essencial. 

No que concerne à metodologia, a individuação não pode ser induzida pelo analista nem, naturalmente, exigida. A análise simplesmente cria um ambiente de facilitação para o processo: a individuação não é o resultado de uma técnica correta. Contudo, significa que o analista deve ter mais que apenas intuições a respeito da individuação (e/ou da falta dela) a partir de sua experiência pessoal, a fim de ter uma mente aberta para o possível significado, para o paciente, de suas produções inconscientes que se estendem desde sintomas físicos até SONHOS, VISÕES ou pinturas (ver IMAGINAÇÃO ATIVA). Certamente se pode falar de uma psicopatologia da individuação, o que Jung claramente faz (por exemplo, ver CW 9i, parág. 290). Os perigos normais durante a individuação são a INFLAÇÃO (hipomania), de um lado, e a DEPRESSÃO, do outro. Colapsos esquizofrênicos também são conhecidos.

Jung refere-se a idéias psicóticas que, ao contrário de conteúdos neuróticos, não podem ser integradas (CW 9i, parág. 495). Mantêm-se inacessíveis e podem assoberbar o ego; sua natureza é instável. É concebível que o centro da personalidade (o self) seja expresso por idéias e imagens que, neste sentido, são “psicóticas”. A individuação é considerada uma questão inevitável e o analista pouco mais pode fazer que assistir com toda a paciência e simpatia que é capaz de reunir. O resultado, em todo caso, é incerto. A individuação não é senão um objetivo em potencial, cuja idealização é mais fácil que sua realização.

Mandalas e sonhos sugerem o simbolismo do self sempre onde aparecem em centro e um círculo (normalmente em um quadrado). E os símbolos do self, muitos dos quais estão registrados e ilustrados na obra de Jung, ocorrem sempre onde o processo de individuação “se torna o objeto de escrutínio consciente, ou onde, como na PSICOSE, o inconsciente coletivo povoa a mente consciente com figuras arquetípicas” (CW 16, parág. 474). Os símbolos do self às vezes são idênticos à deidade (tanto oriental como ocidental) e existem sobretons “religiosos” para alguns conteúdos psicóticos, embora a distinção possa ser útil. Em certo ponto, Jung respondia à questão feita a ele, replicando: “Individuação é a vida em Deus, como a psicologia da mandala mostra claramente” (CW 18, parág. 1.624, grifo acrescentado).

Análise e casamento são exemplos específicos de situações de natureza interpessoal que se prestam ao trabalho de individuação. Ambos requerem devotamento e são árduas jornadas. Alguns analistas consideramo o tipo psicológico de cada parceiro de importância capital (ver TIPOLOGIA). Sem dúvida existem outros relacionamentos interpessoais que, combinados com uma observação mais ou menos consciente de eventos intrafísicos, poderiam facilitar a individuação. O mais importante desenvolvimento teórico desde que Jung afirmou que a individuação fazia parte da segunda metade da vida foi a extensão do termo que passou a abranger também o começo da vida (Fordham, 1969).

Uma pergunta, sem resposta ainda, é saber se a integração deve, necessariamente, preceder a individuação. Obviamente, as chances são melhores para o ego que é forte (integrado) bastante para resistir à individuação quando esta irrompe subitamente, ao invés de se introduzir calmamente na personalidade. Grandes artistas, cuja auto-realização dificilmente pode ser posta em dúvida (por exemplo, Mozart, van Gogh, Gauguin), às vezes parecem ter preservado uma formação de caráter infantil e/ou traços psicóticos infantis. Eram individuados? Em termos de perfeição de seus talentos que se tornaram amalgamados com suas personalidades, a resposta é sim; em termos de completude e relacionamentos pessoais, provavelmente não.
                                     Mozart- inacabado -


Mozart - mágica - Radeir, 2009




Finalmente, há uma pergunta relativa à individuação que concerne a toda análise profunda, e à sociedade como um todo: fará alguma diferença para o resto da humanidade se um número infinitesimalmente pequeno empreende essa árdua jornada? Jung responde positivamente que o analista não está trabalhando somente para o paciente, mas também para o bem de sua própria alma, e acrescenta que “por pequena e invisível que possa ser a contribuição, ela, contudo, é um magnum opus* ...

As questões decisivas da PSICOTERAPIA não são um assunto de interesse privado – representam uma responsabilidade maior ”(CW 16, parág. 449).
* a composição realizadora no processo alquímica: a obra [N. do T. ]

Fonte:
Dicionário Crítico de Análise Junguiana
RUBEDO - www.rubedo.psc.br
Página Vi
http://www.rubedo.psc.br/dicjung/verbetes/indvidua.htm