sexta-feira, 5 de novembro de 2010

CURSO DE CANTO GREGORIANO- ENFRADES



CURSO DE CANTO GREGORIANO
- MISSA VIII (DE ANGELIS) -  
PRONÚNCIA DO LATIM -
TONS SALMÓDICOS


CURSO DE CANTO GREGORIANO
 

O Curso de Canto Gregoriano foi fundado na mesma data da criação do coral (19//03/90) e era o único do gênero no Brasil ministrado de forma regular mas, devido a dificuldades estruturais, o mesmo encontra-se, momentaneamente, com as suas atividades suspensas.
 
A Sociedade Cultural Padre Nereu de Castro Teixeira oferecia os seguintes cursos: básico, o de Tons Salmódicos e Modalidade Gregoriana; de Regência Gregoriana e de Latim. Atualmente os cursos estão suspensos devido a reestruturação interna do grupo.
Além destes cursos eram realizadas, esporadicamente, as "Semanas Gregorianas", que são cursos rápidos para uma aprendizagem das noções básicas da história e do canto gregoriano.

Todas as atividades realizadas pela sociedade são mantidas pelas mensalidades pagas pelos alunos do curso e/ou participantes do coral e pela venda dos CDs gravados pelo coral.

Se você estiver interessado em obter informações sobre o coral e o curso entre em contato conosco pelos telefones: 031-3224-4676 ou 9955-4246 ou pelos e-mails: enfrades@uai.com.br e enfrades@yahoo.com.br

Nestes endereços você encontra muitas informações sobre a notação das partituras e cursos de canto gregoriano:

Curso Elementar de Canto Gregoriano - em português.

Método de Canto Gregoriano - em italiano.

Canto Gregoriano - A Música
- em português.

Schola Cantorum Bogotensis - em espanhol.

Dan`s Gregorian Chant Tutorial - em inglês.

Sancta Missa
- em inglês e francês. Ótima página sobre a Missa Tridentina com tutoriais, livros de partituras que podem ser baixados etc.

Na minha página, em Outros Links você encontrará mais informações para entender e aprender a cantar a música gregoriana.



Aproveitando as facilidades da Internet ouça e veja abaixo a Missa de Angelis, também conhecida como Missa VIII (oitava) que é a missa gregoriana mais conhecida e cantada em todo o mundo católico.

Os vídeos abaixo, do Youtube, fazem parte do belo trabalho realizado por Giovanni Vianini, organista e regente da Schola Gregorina Mediolonensis, de Milão, Itália, que gravou várias músicas de canto gregoriano e que as colocou na Internet para que todos possam aprender a cantar.

Para ver os vídeos você precisa ter instalado o plug-in do Adobe Flash Player e o mesmo pode ser baixado neste endereço da Adobe:

As partituras fazem parte das páginas do Roma Aeterna, Canto e Prego e Gregorian Chant onde você poderá encontrar várias partituras de música gregoriana. Veja, também, as partituras para acompanhamento por órgão.


MISSA VIII (DE ANGELIS)
Kyrie VIII - V Modo - faz parte do Gradual do Vaticano - séculos XV e XVI - e é cantada nas festas ordinárias do Calendário Litúrgico.


O número V na partitura (acima do K) - e todos nos números que aparecem logo no começo das partituras indicam os modos gregorianos da músicas (são 8 modos) e o XV - XVI o século em que ela foi escrita.
Partitura para órgão

GLORIA VIII - V MODO
O número V na partitura (acima do G) indica o modo gregoriano da música (são oito modos) e o XVI o século em que ela foi escrita.

CREDO III - V MODO
O número 5 na partitura (acima do C) indica o modo gregoriano da música (são oito modos) e o XVII o século em que ela foi escrita

SANCTUS VIII - VI MODO
 
O número 6 na partitura (acima do S) indica o modo gregoriano da música (são oito modos) e o XI - XII o século em que ela foi escrita.


AGNUS DEI VIII - VI MODO
 
O número 6 na partitura (acima do A) indica o modo gregoriano da música (são oito modos) e o XV o século em que ela foi escrita.
ITE MISSA EST - MISSA VIII


PRONÚNCIA DO LATIM
 
VOGAIS E DITONGOS:

Todas as vogais se pronunciam sempre, em qualquer que seja a posição que ocupem na palavra.
• o A como na palavra portuguesa , por exemplo: AltÁre, AnimA;
• o E quase como na palavra portuguesa CREDO, por exemplo: DEus, orEmus.
• o I e o Y como na palavra portuguesa MIRA, por exemplo: anIma, butYrum;
• o O como na palavra portuguesa ÓPERA, por exemplo: Orémus, hÓra;
• o U como na palavra portuguesa UVA, por exemplo: DóminUs, lUx.

Nos ditongos, cada vogal conserva o som que lhe é próprio, menos em AE e OE, que, com relação à pronúncia, equivalem à vogal E, por exemplo: caelum = cElum, poena = pEna, quáesumus = quEsumus (nota: no ditongo o acento agudo fica sobre a primeira das duas vogais, colocando-se sobre a vogal-base);

Nos outros ditongos AU e EU e I (nas interjeições: HEI) ouvem-se as duas vogais, mas numa só emissão de voz: lau-da, eu-ge;

OU
e AI nunca são ditongos - cada vogal se pronuncia separadamente: prout = pro-ut, ait = a-it;

O U precedido de Q ou G forma ditongo com a vogal seguinte: qui, sanguis;

Observação:
Evite-se, cuidadosamente o defeito de dar, como se faz em português, às vogais átonas, som fechado ou mudo, especialmente ao E, e ao O, por exemplo: DóminO, não dóminU. VirtutE, não virtutI.

As vogais E e O são mediocremente abertas.

Não há nasal - cada vogal deve conservar a pureza do seu som, seja qual for a consoante que segue: co-nfu-nda-ntur, se-mper.

CONSOANTES:

Para se obter a articulação nítida das consoantes:

Articular é pôr em relevo todos os elementos das sílabas, atacando nitidamente as consoantes e, por conseguinte, as vogais, que entram em sua composição.
Deve-se enunciar cada um dos elementos da sílaba com regularidade, unidade, clareza, inteligência e firmeza, embora com doçura e maciez. Quando se articula bem, a voz sempre bastará para se fazer ouvir.
Todas as consoantes sempre se pronunciam, seja qual for a posição que ocupem nas palavras. Ao contrário do que se dá em português, as consoantes dobradas devem-se pronunciar ambas: steL-La, oF-Fero, peC-Cáta, toL-Lis e não stela, ofero, pecata, tolis

As consoantes e grupos de consoantes pronunciam-se como em português, menos nos seguintes casos:

1.
a) - o C diante de E, I, Y, AE e OE tem o som do C italiano, equivale quase a TCH: Cícero = TCHiTCHero, Cibus = TCHibus;
b) - o grupo CC soa TTCH: ecce = eTTCHe;
c) - o grupo CH soa sempre como K: brachium = bráKium; Melchísedech pronunicia-se este CH final como K = MelkísedeK

2.
a) - o G antes de E e I pronuncia-se DG: genu = DGenu; agit = aDGit.
b) - o GN soa sempre NH: agnus = a-NHus.

3.
o H é letra muda, nunca aspirada; não se pronuncia, menos em: mihi, nihil, e compostos em que o H tem o som de K: mihi = miKi; nihil = niKil.

4.
o J para os efeitos de pronúncia vale sempre I. Nunca, portanto, tem o som do J português: ejus = é-Iuss. (A letra J deixou de ser usada no latim eclesiástico)

5.
a) - o S soa sempre como dois SS: nos = nóSS e não nóz.
b) - entre vogais é ligeiramente sibilante lembrando quase o Z: Jesus = i=éZuss.
c) - SC antes de E ou I é igual a CH (chapéu): descéndit = deCHéndit.

6.
TI precedido de uma letra qualquer, que não seja S, X ou T e seguido de uma vogal, soa TCI: patiéntia = paTCIénTCIa; o T final sempre se pronuncia: es-sunT, assim como o TH de sá-ba-oTH, palavra hebráica;

7.
a) - o X depois de vogal (que não seja o E) soa : axis = aiss.
b) - o X depois de E vale KZ: exaudi = eKZaudi
c) - o XC diante de E e I vale KCH: excelsis = eKCHélsiss.

8.
o Z soa DS: Zelus = DSéluss, ZiZania = DSiDSania.

Observação:

Não há som nasal em latim: diz-se a-mor e não ã-mor, vobíscu-m, cínere-m, orié-ntis, isto é; o M e o N não devem nasalizar a vogal que o precede: cí-ne-rem, co-n-céde, mu-n-di etc.
Evite-se todo o som NASAL, que não existe na pronúncia romana. O

a) - ROSAM: o AM final não deve soar como na 3ª pessoa do plural: eles amAM.
b) - VIRTUTEM: não como EM português: eles devEM.
c) - MAGNUS = -nhuss e não -nhus.

Observação: Estas regras foram tiradas do Apêndice VIII – PRONÚNCIA ROMANA DO LATIM, da Gramática Latina, do Pe. João Ravizza, da Arcádia Romana, livro muito utilizado nos seminários católicos até a década de 1960.

Defeitos brasileiros na pronúncia do latim romano:

a) - falar para dentro, e não na ponta dos lábios;

b) - pronunciar as vogais com nasalidade: am na e men, im, in, om, on, um e un: Deve-se dizer, por exemplo: qu-ó-ni-a-m (A-Me), á-me-n (MENe), hó-mi-nes, co-n-ver-te, spí-ri-tu-m;

c) - molhar o som das sílabas di e ti. Deve-se conservar o D e o T bem dentais;

d) - dar a AL, EL, IL, OL e UL um som cheio, gutural quando deve ser o L pronunciado mais na ponta da língua;

e) não pronunciar as consoantes dobradas que devem ser, todas as duas, pronunciadas: al-lelúia, pec-cáta, col-lium, at-ténde;

f) dar às vogais finais átonas O e E valor e U e I, respectivamente: dóminu, virtúti por dómino, virtúte;

g) comer as finais, como em gló-ri-a, pro-pi-ti-á-tio, ma-ter, De-i, co-gi-ta-ti-ó-nes; ou proncunciá-las forte demais: sanctá, Mariá, etc;

Roma Eterna - Nesta página, além de poder acompanhar as músicas em arquivos Midi você pode ouvir a pronúncia de algumas delas em arquivos em MP3 (MP3 pronunciation file) como nesta música: Dominus dixit


Veja este curso de canto gregoriano, em Power Point, que achei na Internet. A tradução para o português foi feita utilizando-se a página do Tradukka e que, obviamente, não dá a tradução correta. Se você achar algum erro na tradução, por favor, mande-me um e-mail com a parte que estiver errada: enfrades@yahoo.com.br
A música na versão em inglês é o Alleluia, lapis revolutus est cantada pelo Coral Gregoriano de Belo Horizonte.

Se você não estiver conseguindo abrir o curso abaixo, em inglês, nesta página, clique neste link do Slideshare

Se você não estiver conseguindo abrir o curso abaixo, em português, nesta página, clique neste link do Slideshare



NOTAÇÃO GREGORIANA
 


Os neumas

Um neuma é uma nota ou um grupo de notas (melisma) que pertence a uma sílaba. A idéia básica é que um neuma é uma unidade indivisível e deve ser executada como tal.
As partituras do canto gregoriano são escritas em pautas com 4 linhas e as linhas das partituras são lidas de baixo para cima, há muitos séculos.
Há duas claves: a de Dó (nos países ingleses, C), na quarta ou na terceira linha, raramente na segunda, e a clave de Fá (F) na terceira linha (só uma vez na quarta linha: no ofertório Veritas mea no Comum dos mártires).
As notas podem ter os seguintes aspectos:

Notas simples

Punctum
Virga
Virga e punctum são notas simples, só usadas em combinação, quer uma com a outra, ou com outras notas.

Grupos de duas notas

Pes ou Podatus
Clivis (flexa)
Os pes, também chamados de podatus, indicam uma melodia ascendente, enquanto sua contraparte, o clivis, indica uma linha descendente. Sobre os acentos das palavras, os pes têm, por vezes, uma forma ligeiramente diferente, com a primeira nota mudando em initio debilis (início fraco). Neste caso, ela é executada como uma semi-colcheia.

Grupos de três notas (ou mais)

Torculus (pes flexus)
Porrectus
Climacus
Salicus
Scandicus

O torculus consiste de três notas, sendo a segunda a mais alta do grupo. Os intervalos entre as notas podem variar.

O porrectus é o oposto exato: alto-baixo-alto.

O climacus (em grego, escada), é uma linha descendente de notas (3 ou mais) sendo a primeira escrita com o padrão usual quadrado, as seguintes em notas menores. As notas descendentes são chamadas subbipunctis (os dois pontos debaixo), ou dependendo do caso, subtripunctis (com 3 notas).

O scandicus é o oposto do climacus: 3 ou mais notas numa melodia ascendente. O scandicus tem uma importante variante, o salicus. No salicus, a última nota isolada é um oriscus (voltaremos a isto depois). As notações quadradas das notas na Notação Vaticana raramente distinguem entre as notas oriscus e normal, mas a diferença tem importância ritmicamente: o oriscus acrescente à estrutura da melodia levando a linha a seu clímax na última e mais alta nota. 

Neumas liquescentes
Um neuma liquescente só existe no final da sílaba, especialmente quando a pronúncia das sílabas seguintes terá possivelmente problemas. O caso mais comum é a sílaba que termina em -M, como em sanctum, ou quando ocorre um grupo consonantal, como em non confundentur. A Imprensa Vaticana indica os neumas liquescentes com uma nota muito pequena ligada ao fim do grupo. A principal guia para uma boa execução é uma pronúncia clara.
Oriscus
É difícil distinguir uma nota oriscus de uma outra, regular, na Notação Vaticana, mas os manuscritos medievais faziam uma clara distinção entre as duas. O significado real do oriscus tem sido amplamente debatido neste século mas os estudiosos em geral concordam que o oriscus sublinha a importância da nota seguinte. Desde a nova edição do Liber hymnarius, a nota oriscus ganhou sua própria grafia como nota.

Quilisma

Este é um dos neumas muito especiais, por vezes denominado como nota serrada. Ocorre principalmente em melodias ascendentes, tais como os pes ou o scandicus. Geralmente é interpretado como nota de transição o que significa que deve ser executado rápida e delicadamente. De acordo com achados recentes, contudo, existe uma conseqüência melódica disto também: o neuma quilisma aparece mais frequentemente em intervalos de semi-tom.
Custos ou Guião
No final de cada sentença, ou quando muda a clave, o custos indica o tom da nota seguinte. Parece-se a uma nota pela metade e sua haste vai para cima. Trata-se apenas de uma peça de informação e, portanto, não precisa ser cantada.

Neume Flash Cards

Neume Flash Cards
Neumas gregorianos e sua equivalência nas partituras na notação moderna.
NOTA
NOME
EQUIVALÊNCIA NA NOTAÇÃO MODERNA

Punctum

Virga
Pes / Podatus
Clivis (Flexa)
Scandicus
Salicus
Climacus
Torculus (pes flexus)
Porrectus
Porrectus flexus
Scandicus flexus
Porrectus flexus resupinus
Climacus resupinus
Torculus resupinus
Virga subtripunctins
Virga praetripunctis
NEUMAS LIQUESCENTES
Epiphonus (liquescent podatus)
Cephalicus (liquescent flexa)
Pinnosa (torculus liquescente)
Porrectus liquescente
Scandicus liquescente
Quilisma

EQUIVALÊNCIA NA NOTAÇÃO MODERNA
( Por falta de espaço na página desloquei para baixo 
- seguir a ordem correspondente )


TONS SALMÓDICOS
 

 Aprenda a solfejar os 8 tons salmódicos no player abaixo.





Curso: Veja neste arquivo em pdf a apostila usada nas semanas gregorianas que antigamente eram promovidas pelo Coral Gregoriano de Belo Horizonte:


http://www.gregoriano.org.br/gregoriano/cursodecantogregoriano.htm
Sejam felizes todos os seres. 
Vivam em paz todos os seres. 
Sejam abençoados todos os seres.

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

QUASAR

 

Quasar PKS 1127-145


Crédito: NASA/CXC/A.Siemiginowska (CfA)/J.Bechtold (U.Arizona).-Telescópio: Chandra.- 2010-10-28

Esta imagem de raios-X de PKS 1127-145, um quasar situado a cerca de 10 mil milhões de anos-luz de distância da Terra, mostra um enorme jacto de raios-X que se estende por mais de 1 milhão de anos-luz para lá do quasar. Pensa-se que este jacto deverá ter a sua origem numa colisão entre electrões de alta energia e fotões de microondas. Estes electrões deverão ter sido originados devido a intensa actividade devido a gás em rotação em torno de um buraco negro super-maciço. A extensão do jacto e a existência de várias zonas e diferente intensidade ao longo dele sugerem que esta intensa actividade é de longa duração, mas intermitente.


 Fonte:
Portal do Astrônomo - Portugal
http://www.portaldoastronomo.org/npod.php?id=2950

CONSTELAÇÃO DE GÊMEOS

A nebulosa da Anémona



Crédito: Johannes Schedler (Panther Observatory) (copyright).
Telescópio: 105 mm TMB.- 2010-10-30

A nebulosa da Anémona é uma nebulosa difícil de observar, mas foi captada nesta espectacular imagem obtida pelo astrónomo amador Johannes Schedler (http://panther-observatory.com/ ) ao fim de 7 horas de exposição. Esta nebulosa, visível do lado direito da imagem, é parte do ramanescente de supernova IC 443, os restos da explosão de uma estrela ocorrida há cerca de 5000 anos atrás. Do lado esquerdo vê-se uma outra nebulosa bastante fraca, IC 444. Estas nebulosas situam-se na direcção da constelação dos Gémeos.


 Fonte:
Portal do Astrônomo - Portugal
http://www.portaldoastronomo.org/npod.php?id=2952

SINAIS DE RÁDIO da GALÁXIA M82?

 

Quem envia sinais de rádio
a partir da galáxia M82?

Investigadores desconhecem objecto que emite ondas nunca antes observadas em todo o Universo

2010-04-22
Galáxia M82 (Crédito: NASA, ESA e The Hubble Heritage Team)
Galáxia M82 (Crédito: NASA, ESA e The Hubble Heritage Team)
Algo estranho está a passar-se nas proximidades da nossa galáxia. A menos de 12 milhões de anos-luz da Via Láctea, um misterioso objecto começou a emitir ondas de rádio, numa forma que era desconhecida até ao momento em todo o Universo.

Os astrónomos questionam-se sobre o que pode estar a causar as estranhas emissões, mas a verdade é que estes sinais não são compatíveis com nenhum dos fenómenos conhecidos.

Segundo os cientistas, a resposta mais plausível terá a ver com a própria galáxia onde se encontra o estranho emissor. A M82 é, de facto, uma starburst galaxy, ou em português, uma galáxia de explosão estelar, na qual a taxa de nascimento de estrelas é muito superior a uma galáxia normal.
Por este motivo, a M82 é até cinco vezes mais brilhante que a Via Láctea. No entanto, e após um ano de intensas observações, a realidade é que ninguém sabe ainda explicar a razão das microondas.

“Não sabemos o que é”, afirma Tom Muxlow, do Centro de Astrofísica Jodrell Bank, na Grã-bretanha, e co-descobridor deste fenómeno.

Velocidade mais rápida do que a luz
A estas características insólitas junta-se mais uma também surpreendente: a velocidade aparente do objecto é quatro vezes superior à da luz, ou seja, um milhão e duzentos mil quilómetros por segundo.

Sala de controlo do Centro de Astrofísica Jodrell Bank
Sala de controlo do Centro de Astrofísica Jodrell Bank
 
Até então, essas classes de velocidades supraluminais tinham sido apenas observadas em fluxos de matéria que expelem alguns dos maiores buracos negros do Universo.

“O novo objecto, que apareceu em Maio de 2009, deixou-nos a pensar. Nunca tínhamos visto nada sequer parecido”, assegura Muxlow.

Brilho intenso e constante
Desde essa data, os investigadores têm estudado algumas das características da galáxia. Por exemplo, a rotação e o brilho: “O objecto gira muito rapidamente, uma vez a cada poucos dias e o brilho não dá sinais de atenuar desde que foi detectado”, explica o cientista.

Estes dados descartam a possibilidade de o objecto ser uma supernova, algo considerado habitual em galáxias como a M82. Se assim fosse, o objecto brilharia em longitudes de onda de rádio durante apenas algumas semanas para depois ir apagando-se em poucos meses − o que não está a acontecer a este objecto, cujo brilho permanece constante.

O objecto, ainda sem nome, foi descoberto casualmente enquanto a equipa de Muxlow estudava uma explosão estelar na M82, utilizando a rede de radiotelescópios britânica MERLIN. Os cientistas depararam-se com um potente emissor que, ao contrário das supernovas não se apagava lentamente, mas que mudava de intensidade de brilho ao longo de todo o ano, mantendo um espectro constante.

Imagem rádio da M82 através da MERLIN. Captada entre 25 de Abril e 3 de Maio de 2009, demonstra  a aparição súbita do misterioso objecto
Imagem rádio da M82 através da MERLIN. Captada entre 25 de Abril e 3 de Maio de 2009, demonstra a aparição súbita do misterioso objecto

Os restos de uma explosão de estrelas
O objecto em questão não esta próximo do centro do M82, onde o grande buraco negro central pode expulsar matéria a velocidades aparentemente similares, mas encontra-se na sua periferia, onde esta classe de fenómenos relativistas não é de todo possível.

Existem poucas possibilidades que expliquem a existência do objecto. Uma delas é que se trate de um pequeno microquasar, ou seja, o restante de uma explosão de uma estrela massiva, um pequeno buraco negro ou uma estrela de neutrões de entre dez a vinte massas solares que começa a alimentar-se de uma outra.

Os microquasares emitem ondas de radiofrequência, mas nenhum dos anteriormente observados o faziam com intensidade detectada no M82.

Alem disto, os microquasares emitem também raios X, mas o misterioso objecto permanece em silêncio absoluto nessas longitudes de onda.

Corpos densos numa galáxia especial
Poderá tratar-se de um megamicroquasar? Muxlow não se atreve a afirmar tal coisa e prefere não arriscar até possuir mais dados. Para o investigador, a melhor explicação é que esta estranha fonte de rádio é alguma classe de corpo muito massivo e denso, talvez um buraco negro numa estrutura pouco habitual.

Impressão artística de um microquasar
Impressão artística de um microquasar
Como a M82 é uma galáxia com uma elevada taxa de formação estelar, pode ser que essa característica lhe permita a existência de tais objectos, desconhecidos nas outras galáxias.

“Acabamos de começar a processar os dados da região central da M82 procedentes de vinte radiotelescópios de todo o mundo. Essas imagens vão permitir-nos examinar a estrutura da nova fonte de rádio com mais detalhe. De qualquer modo, processar uma quantidade tão grande de dados será um trabalho árduo e penoso”
, afirma Muxlow que conclui: “Só depois poderemos dizer efectivamente se se trata ou não de uma forma rara de microquasar” ou de algo novo e completamente desconhecido até ao momento.
l

domingo, 31 de outubro de 2010

Cosmos - Via Lactea (TV Escola)


Delicada faixa de luz
onde habitamos no Universo
- a Via Láctea.