quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

HIPÁTIA DE ALEXANDRIA


Hipátia

Hipátia de Alexandria - Provável gravura de Gasparo

Hipátia (ou Hipácia) de Alexandria (em grego: Υπατία), matemática e filósofa neoplatônica, nascida aproximadamente em 370 e assassinada em 415.

Biografia
Hipátia era filha de Theon, um renomado filósofo, astrônomo, matemático, autor de diversas obras e professor em Alexandria.

Criada em um ambiente de idéias e filosofia, tinha uma forte ligação com o pai, que lhe transmitiu, além de conhecimentos, a forte paixão pela busca de respostas para o desconhecido. Diz-se que ela, sob tutela e orientação paternas, submetia-se a uma rigorosa disciplina física, para atingir o ideal helênico de ter a mente sã em um corpo são.

Hipátia estudou na Academia de Alexandria, onde devorava conhecimento: matemática, astronomia, filosofia, religião, poesia e artes. A oratória e a retórica também não foram descuidadas.

No tocante à religião, buscou e obteve informações sobre todos os principais sistemas religiosos da época, tendo sempre o cuidado de não permitir que essas crenças limitassem ou deturpassem a busca de conhecimento.

Quando adolescente, viajou para Atenas, para completar a educação na Academia Neoplatônica, onde não demorou a se destacar pelos esforços para unificar a matemática de Diofanto com o neoplatonismo de Amónio e Plotino, isto é, aplicando o raciocínio matemático ao conceito neoplatônico do Uno (mônada das mônadas).[1] Ao retornar, já havia um emprego esperando por ela em Alexandria: seria professora na Academia onde fizera a maior parte dos estudos, ocupando a cadeira que fora de Plotino. Aos 30 anos já era diretora da Academia, sendo muitas as obras que escreveu nesse período.

A maioria dessas obras não chegou até nós, tendo sido destruída junto com a Biblioteca ou quando o templo de Serápis foi saqueado [2] O que sobrou provém, principalmente, de correspondências que ela trocava com outros professores e com os alunos. Um desses alunos foi o notável filósofo Sinésio de Cirene (370 - 413), que lhe escrevia freqüentemente, pedindo-lhe conselhos. Através destas cartas, sabemos que Hipátia inventou alguns instrumentos usados na Física e na Astronomia, tais como o astrolábio, o planisfério e um hidrômetro[carece de fontes?].

Sabemos também que desenvolveu estudos sobre a Álgebra de Diofanto ("Sobre o Cânon Astronômico de Diofanto"), tendo escrito um tratado sobre o assunto, além de comentários sobre os matemáticos clássicos, incluindo Ptolomeu. Em parceria com o pai, escreveu um tratado sobre Euclides.

Ficou famosa por ser uma grande solucionadora de problemas. Matemáticos confusos, com algum problema em especial, escreviam-lhe pedindo uma solução. E ela raramente os desapontava. Obcecada pelo processo de demonstração lógica, quando lhe perguntavam porque jamais se casara, respondia que já era casada com a verdade. [3]

A tragédia de Hipátia foi ter vivido numa época de luta aguda entre o Paganismo declinante e o Cristianismo triunfante, que se impunha no mundo greco-romano. Ela era neoplatônica e defensora intransigente da liberdade de pensamento, o que a tornava má vista por aqueles que pretendiam encarcerar o pensamento nas celas da ortodoxia religiosa.
Hipátia por Rafael

O fim trágico se desenhou a partir de 390, quando Cirilo foi nomeado bispo de Alexandria, com a missão de destruir o Paganismo em todas as formas e manifestações. Ele era um cristão intransigente, que lutou toda a vida defendendo a ortodoxia da Igreja e combatendo as heresias, sobretudo o Nestorianismo. Acredita-se que tenha sido o principal responsável pela morte de Hipátia, ainda que não haja nenhuma prova inequívoca disso.

Por ensinar que o Universo era regido por leis matemáticas, Hipátia foi considerada herética, passando a ser vigiada pelos chefes cristãos. Por algum tempo, a admiração do prefeito romano Orestes (que fora aluno) a protegeu. Mas quando, em 412, Cirilo tornou-se Patriarca [4] de Alexandria, a sorte foi selada.
[editar] Intolerância e fanatismo

O reinado de Teodósio (379-392) marca o auge de um processo de transformação do Cristianismo, da condição de religião intolerada para religião intolerante. Em 391, atendendo pedido do então Patriarca de Alexandria, Teófilo, ele autorizou a destruição de todas as instituições não-cristãs existentes no Egito: Sinagogas, Biblioteca de Alexandria, Templo de Serápis e outros monumentos.

Embora a legislação de 393 procurasse coibir distúrbios, surtos de violência popular contra judeus e pagãos tornaram-se frequentes em Alexandria, principalmente após a ascensão de Cirilo ao Patriarcado, cuja oratória raivosa criava o clima propício a esses excessos. Bairros judeus foram atacados e a população massacrada por fanáticos cristãos, enquanto preciosos monumentos do Helenismo eram sumariamente destruídos.

O resultado dessa política foi a migração dos sábios alexandrinos para Babilônia e outras cidades fora dos domínios do Império Romano. Alexandria jamais voltou a ser o que fora: a capital cultural do mundo antigo.
[editar] A morte trágica de Hipátia

Numa tarde de março de 415, quando regressava do Museu, Hipátia foi atacada em plena rua por uma turba de cristãos enfurecidos. Ela foi golpeada, desnudada e arrastada pelas ruas da cidade até uma igreja. No interior do templo, foi cruelmente torturada até a morte, tendo o corpo dilacerado por conchas de ostras (ou cacos de cerâmica, segundo outra versão). Depois de morta, o corpo foi lançado a uma fogueira.

O prefeito Orestes denunciou o crime a Roma e pediu uma investigação, que jamais progrediu por "falta de testemunhas"[carece de fontes?]. Ele acabou sendo afastado do cargo.

No século VII, o bispo João, de Nikiu, nos escritos,[5] justificou o massacre de judeus e o assassinato de Hipátia, ocorridos naquele ano, alegando tratar-se de medidas necessárias para a sobrevivência e o fortalecimento da Igreja. É através dos escritos que conhecemos os detalhes da morte daquela que viria a ser chamada de Mártir do Paganismo.

A morte trágica de Hipátia foi determinante para o fim da gloriosa fase da matemática alexandrina, de toda matemática grega e da matemática na Europa Ocidental. Após seu desaparecimento, nada mais seria produzido por um período mil anos e, por cerca de doze séculos, nenhum nome de mulher matemática foi registrado.[6]
[editar] Citações sobre Hipátia

    * Sócrates, o Escolástico (em ' História Eclesiástica')
    "Havia em Alexandria uma mulher chamada Hipátia, filha do filósofo Theon, que fez tantas realizações em literatura e ciência que ultrapassou todos os filósofos da época. Tendo progredido na escola de Platão e Plotino, ela explicava os princípios da filosofia a quem a ouvisse, e muitos vinham de longe receber os ensinamentos."

    * Descrição da morte de Hipátia, pelo historiador Edward Gibbon:
    "Num dia fatal, na estação sagrada da Quaresma, Hipácia foi arrancada da carruagem, teve as roupas rasgadas e foi arrastada nua para a igreja. Lá foi desumanamente massacrada pelas mãos de Pedro, o Leitor, e a horda de fanáticos selvagens. A carne foi esfolada dos ossos com ostras afiadas, e os membros, ainda palpitantes, foram atirados às chamas".

    * Carl Sagan, em "Cosmos"
    "Há cerca de 2000 anos, emergiu uma civilização científica esplêndida na nossa história, e a base era em Alexandria. Apesar das grandes chances de florescer, ela decaiu. A última cientista foi uma mulher, considerada pagã. O nome era Hipácia. Com uma sociedade conservadora a respeito do trabalho da mulher e do papel, com o aumento progressivo do poder da Igreja, formadora de opiniões e conservadora quanto à ciência, e devido a Alexandria estar sob domínio romano, após o assassinato de Hipácia, em 415, essa biblioteca foi destruída. Milhares dos preciosos documentos dessa biblioteca foram em grande parte queimados e perdidos para sempre, e com ela todo o progresso científico e filosófico da época."

    * Hesíquio, o hebreu, aluno de Hipátia:
    "Vestida com o manto dos filósofos, abrindo caminho no meio da cidade, explicava publicamente os escritos de Platão e de Aristóteles, ou de qualquer filósofo a todos os que quisessem ouvi-la… Os magistrados costumavam consultá-la em primeiro lugar para administração dos assuntos da cidade".

    * Trecho de uma carta de Senésio de Cirene , aluno de Hipátia:
    "Meu coração deseja a presença de vosso divino espírito que mais do que tudo poderia adoçar minha amarga sorte. Oh minha mãe, minha irmã, mestre e benfeitora minha! Minha alma está triste. Mata-me a lembrança de meus filhos perdidos… Quando receber notícias tuas e souber, como espero, que estás mais feliz do que eu, aliviar-se-ão pelo menos a metade de minhas dores".

HIPÁTIA 



A matemática e filósofa Hipátia de Alexandria, retratada a partir do renascimento como uma bela jovem com traços nobres e altivos. - Foto: Divulgação / Internet
Hipátia nasceu em Alexandria por volta do ano 370 DC. Aperfeiçoou os seus estudos em Atenas e, de volta para sua cidade natal, tornou-se professora de matemática e filosofia. Era considerada uma palestrante carismática e suas aulas foram muito concorridas. Escreveu comentários à obras clássicas de matemáticos gregos. Manteve-se solteira e declarava-se "casada com a verdade". O conjunto da sua obra é tido como de relevo, e a sua morte, ocorrida em 415, trágica. Foi o último dos grandes nomes intelectuais que trabalhou na Biblioteca de Alexandria. Tornou-se a primeira mulher que a história registra como dedicada à matemática.

 Hipátia de Alexandria nasceu em um lar de sólida tradição intelectual. Seu pai Têon, conhecido matemático, filósofo e astrônomo, escreveu em 11 livros um comentário sobre o célebre tratado "Almagesto" de Ptolomeu, e realizou uma revisão dos "Elementos" de Euclides, de onde são baseadas as edições mais modernas da obra do conhecido matemático grego.

As famílias fundadas sobre este lastro intelectual e de projeção social da Alexandria da sua época costumavam ainda cultuar o ideal grego da "mente sã em um corpo sadio" ("men sana in corpore sano"). Com esse lema na cabeça, o pai de Hipátia não mediu esforços para torná-la o "ser humano ideal", educando-a em matemática e filosofia e dirigindo-a em um programa de treinamento físico para lhe assegurar um corpo saudável. Todo esse esforço foi compensador.

Quando Hipácia passou a ser retratada a partir do renascimento, o seu rosto ganhou belos traços com um perfil nobre e altivo. Esses traços capturam de uma certa maneira uma projeção positiva que é feita da sua vida e obra, e um certo sentimento de reverência com respeito ao seu fim trágico.

No campo da matemática, Hipátia escreveu comentários sobre a "Aritmética" de Diofanto e as "Secções cônicas" de Apolônio. Ela era interessada particularmente no estudo dos planos formados nas intersecções de um cone e nas curvas decorrentes dessas intersecções, as chamas secções cônicas (hipérboles, parábolas e elipses). A maior parte da obra escrita por Hipátia foi perdida, mas no século XV foi encontrada na Biblioteca do Vaticano uma cópia do seu comentário sobre a obra do matemático grego Diofanto.

Devido a sua ambientação cultural e a influência da educação recebida do seu pai, é certo que Hipátia conheceu e estudou a obra do astrônomo Ptolomeu. A partir das cartas escritas por Sirenius, um dos seus alunos, sabemos hoje que Hipátia gastou bastante tempo da sua atividade cultural desenvolvendo astrolábios, instrumentos mecânicos utilizados para cálculos astronômicos e localização de astros no céu.

Na filosofia, Hipátia abraçou a causa da escola neoplatônica (ou "plotinismo"), que na sua época em Alexandria atuava em oposição aos grupos cristãos, mais fervoroso e atuante. Ao longo do tempo, o cristianismo, por assim dizer, dominou e até mesmo assimilou o que lhe interessava do neoplatonismo, na época considerada uma filosofia pagã; isto aconteceu não somente em Alexandria como em todo o mundo romano.

Disputas religiosas e conflitos entre lideranças de Alexandria, apoiados por correntes religiosas, atraíram a ira de devotos inflamados cristãos contra a "herege" Hipátia. A matemática e filósofa era considerada a face visível do neoplatonismo na cidade.
Existem várias versões sobre o seu trágico final, todas coerentes entre si, sendo a mais difundida é a variante registrada por Edward Gibbon, no seu conhecido livro "O declínio e a queda do império romano". Nesta versão, em uma manhã da quaresma de 415, Hipátia foi atacada na rua, quando voltava para sua casa em sua carruagem. A multidão enfurecida arrancou-lhe os cabelos e a roupa, esfolou a sua pele com carapaças de ostras, arrancaram-lhe os seus braços e pernas, e queimaram o que restou do seu corpo. Atitude de um verdadeiro furor bárbaro.

O impacto dramático da morte de Hipátia fez com que o ano do seu ocorrido fosse tomado por alguns historiadores como o marco do fim do período antigo da matemática grega. Para outros, este fecho só ocorrerá mais de cem anos depois, com a morte de Boécio (425), também de uma maneira trágica. Entretanto, a morte de Hipátia de um certo ponto de vista sinaliza o fim de Alexandria como importante centro de estudos da matemática grega antiga.

A vida, a obra e a morte trágica de Hipátia despertaram a atenção de filósofos, matemáticos, comentadores e historiadores que a sucederam. Damáscio, um dos seus alunos, que mais tarde tornou-se um crítico severo do seu trabalho, escreveu que ela era "por natureza, mais refinada e talentosa que o seu pai". Intelectuais de Voltaire a Carl Sagan, passando por Bertrand Russel dedicaram-lhe comentários de apreço e reconhecimento. Sua vida foi reconstituída em um romance de Charles Kingsley ("Hypatia, or new foes an old face". New York: E. P. Dutton, 1907), e contada por Maria Dzielsk ("Hypatia of Alexandria", trad. F. Lyra, Cambridge, M. A.: Harvard Press, 1995).

Recentemente, o conhecido diretor espanhol de cinema Alejandro Amenabar ("Mar adentro", 2004) dedicou um filme ("Ágora") a vida de Hipátia, que é representada pela bela e talentosa atriz Rachel Weiz. No filme, Ágora mostrado no último Festival de Cannes, fora da competição, não são apresentados os detalhes do final trágico de Hipátia descrito por E. Gibbon. A heroína é retratada como uma "mulher agnóstica e letrada, destruída por fanáticos". Amebar declarou que o seu filme pode ser interpretado como uma espécie de reflexão sobre os fundamentalismos religiosos de todos os tempos.

Hipátia de Alexandria

Publicado em 02/06/2009 por:
wiki repórter
Jony Santellano
São José dos Campos-SP

HIPÁTIA 

sábado, 13 de fevereiro de 2010

CÂNTICO DOS CÂNTICOS - SALOMÃO

 
Audio: 'Pura percussão': Martin Grubinger e Per Rundberg apresentam raro programa de música de câmara (mp3, 117:04)

 
Salomão

1 O Cântico dos Cânticos de Salomão.

PRIMEIRO CANTO

Anseios de amor
Ela.

2 Sua boca me cubra de beijos!
 São mais suaves que o vinho tuas carícias,

3 e mais aromáticos que teus perfumes
é teu nome, mais que perfume derramado;
por isso as jovens de ti se enamoram.

4 Leva-me contigo! Corramos!
O rei introduziu-me em seus aposentos.

Coro.

Queremos contigo exultar de gozo e alegria,
celebrando tuas carícias, superiores ao vinho.
Com razão as jovens de ti se enamoram.

Canção da amada

Ela.

5 Sou morena, porém graciosa,
ó filhas de Jerusalém,
como as tendas de Cedar,
como os pavilhões de Salomão.

6 Não me olheis com desdém, por eu ser morena!
Foi o sol que me bronzeou:
os filhos de minha mãe, aborrecidos comigo,
puseram-me a guardar as vinhas;
a minha própria vinha não pude guardar.
Ambição do amor

Ela.

7 Indica-me, amor de minha alma: onde pastoreias?
Onde fazes repousar teu rebanho ao meio-dia?
Para eu não parecer uma mulher perdida,
seguindo os rebanhos de teus companheiros.

Coro.

8 Se não o sabes, ó mais bela das mulheres,
segue os rastos das ovelhas
e leva teus cabritos a pastar
perto do acampamento dos pastores!

Ele.

9 Às parelhas das carruagens do Faraó
eu te comparo, minha amada.

10 Graciosas são tuas faces entre os brincos,
e teu pescoço entre colares.


11 Faremos para ti brincos de ouro
com filigranas de prata.
Exaltação do amor

Ela.

12 Enquanto o rei está em seu divã,
meu nardo exala seu perfume.

13 O meu amado é para mim
como bolsa de mirra sobre meus seios;

14 o meu amado é para mim
como um cacho florido de alfena dos vinhedos de Engadi.

Ele.
15 Como és formosa, minha amada!
Como és formosa, com teus olhos de pomba!

Ela.

16 E tu, meu amado, como és belo,
como és encantador!
O verde gramado nos sirva de leito!

17 Cedros serão as vigas de nossa casa,
e ciprestes, as paredes.
Galanteios

Ela.

1 Eu sou o narciso de Saron,
o lírio dos vales.

Ele .

2 Sim, como o lírio entre espinhos
é, entre as jovens, a minha amada.

Ela.

3 Como a macieira entre árvores silvestres
é, entre os jovens, o meu amado.
À sua sombra eu quisera sentar-me,
pois seu fruto é saboroso ao meu paladar.
Amor apaixonado

Ela.

4 Ele me conduziu à casa do banquete,
onde a bandeira era para mim sinal de amor.

5 Restaurai-me as forças com tortas de uva,
revigorai-me com maçãs,
porque desfaleço de amor!

6 Sua esquerda apóia minha cabeça,
e sua direita me abraça.

Ele.

7 Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém,
pelas gazelas ou corças do campo,
que não acordeis nem desperteis a amada,
antes que ela queira!


SEGUNDO CANTO

Primavera de amor

Ela.

8 Atenção! É o meu amado:
eis que ele vem saltando pelos montes,
transpondo as colinas.

9 O meu amado parece uma gazela,
uma cria de gamo,
parado atrás de nossa parede,
espiando pelas janelas,
espreitando através das grades.
10 Adiantando-se, o meu amado me fala:

Ele.

Levanta-te, minha amiga,
minha formosa, e vem!
11 Eis que o inverno já passou,
cessaram as chuvas e se foram.

12 No campo aparecem as flores,
chegou o tempo da poda,
a rolinha já faz ouvir
seu arrulho em nossa região.

13 Da figueira brotam os primeiros figos,
exalam perfume as videiras em flor.
Levanta-te, minha amiga,
minha formosa, e vem!

14 Pomba minha, nas fendas da rocha,
no esconderijo escarpado,
mostra-me teu semblante, deixa-me ouvir tua voz!
Porque tua voz é doce, gracioso o teu semblante.

Coro.

15 Agarrai para nós as raposas, estas pequenas raposas,
que devastam as vinhas, nossas vinhas em flor!
Apelo da amada

Ela.

16 O meu amado é todo meu, e eu sou dele.
Ele é um pastor entre lírios.

17 Antes que expire o dia e cresçam as sombras,
volta, meu amado,
– imitando a gazela ou sua cria –,
para os montes escarpados!
Divagações

Ela.

1 Em meu leito, durante a noite,
busquei o amor de minha alma:
procurei, mas não o encontrei.

2 Hei de levantar-me e percorrer a cidade,
as ruas e praças,
procurando o amor de minha alma:
Procurei, mas não o encontrei.

3 Encontraram-me os guardas que faziam a ronda pela cidade.
Vistes o amor de minha alma?

4 Apenas passara por eles,
encontrei o amor de minha alma:
agarrei-me a ele e não o soltarei
até trazê-lo à casa de minha mãe,
à alcova daquela que me concebeu.

Ele.

5 Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém,
pelas gazelas ou corças do campo,
que não acordeis nem desperteis a amada,
antes que ela queira!

TERCEIRO CANTO

Cortejo nupcial

Coro.

6 O que vem a ser aquilo que sobe do deserto,
como coluna de fumo,
exalando mirra e incenso
e todos os perfumes dos mercadores?

7 É a liteira de Salomão,
escoltada por sessenta guerreiros
dos mais valentes de Israel.

8 Todos são espadeiros treinados para o combate;
cada qual leva ao flanco a espada,
por temor de surpresas noturnas.

9 O rei Salomão mandou construir um palanquim
de madeira do Líbano:

10 fez colunas de prata,
espaldar de ouro e assento de púrpura;
o interior foi carinhosamente adornado
pelas filhas de Jerusalém.

11 Vinde, filhas de Sião, contemplar
o rei Salomão com a coroa,
com a qual sua mãe o coroou
no dia de suas bodas,
dia de júbilo para seu coração.
Descrição da amada

Ele.

1 Como és formosa, minha amada!
como és formosa,
com teus olhos de pomba,
na transparência do véu!
Teus cabelos são como um rebanho de cabras,
esparramando-se pelas encostas do monte Galaad.

2 Teus dentes são como um rebanho de ovelhas tosquiadas,
recém-saídas do lavadouro:
cada um com seu par, sem perda alguma.

3 Teus lábios são fitas de púrpura,
de fala maviosa.
Tuas faces são metades de romã,
na transparência do véu.

4 Teu pescoço é como a torre de Davi,
construída com parapeitos,
da qual pendem mil escudos
e armaduras de todos os heróis.

5 Teus seios são como duas crias,
gêmeos de gazela, pastando entre lírios.

Ela.

6 Antes que expire o dia e cresçam as sombras,
irei ao monte da mirra e à colina do incenso.

Ele.

7 És toda formosa, minha amada,
e em ti não se encontra defeito algum.
Apelo do amado

Ele.

8 Vem comigo do Líbano, minha noiva!
vem comigo do Líbano!
Desce do cume do Amaná,
dos cimos do Sanir e do Hermon,
das cavernas dos leões,
das montanhas das panteras!
Encantamento

Ele.

9 Arrebataste-me o coração, minha irmã e minha noiva,
arrebataste-me o coração com um só de teus olhares,
com uma só jóia de teu colar.

10 Como são ternos teus carinhos,
minha irmã e minha noiva!
Tuas carícias são mais deliciosas que o vinho;
teus perfumes, mais aromáticos
que todos os bálsamos.

11 Teus lábios, minha noiva, destilam néctar;
em tua língua há mel e leite.
Tuas vestes têm a fragrância do Líbano.
Recanto de amor

Ele.

12 És um jardim fechado, minha irmã e minha noiva,
uma nascente fechada, uma fonte selada.

13 Tuas plantas são um vergel de romãzeiras,
vegetação toda selecionada:
umbelas de alfena e flores de nardo,

14 nardo e açafrão, canela e cinamomo,
toda espécie de árvores de incenso,
mirra e aloés,
os melhores bálsamos.

15 A fonte do jardim
é como um manancial de água corrente
que brota do Líbano.

16 Desperta, Aquilão!
E tu, Austro, vem soprar em meu jardim,
para que se espalhem seus aromas!
Apelo da amada

Ela.

Que entre o meu amado em seu jardim
para comer dos frutos deliciosos!

Ele.

1 Já vou ao meu jardim, minha irmã
e minha noiva,
colher mirra e bálsamo,
comer do favo de mel, beber vinho e leite.

Coro.

Amigos, comei!
bebei e embriagai-vos do amor!


QUARTO CANTO

Noturno

Ela.

2 Eu estava dormindo, mas meu coração velava.
Atenção! O meu amado está batendo.

Ele.

Abre, minha irmã e minha noiva,
minha pomba, meu primor!
Pois tenho a cabeça borrifada de orvalho,
e do sereno da noite, minha cabeleira.

Ela.

3 Já despi minha túnica:
hei de vesti-la novamente?
Já lavei os pés:
hei de sujá-los outra vez?

4 O meu amado meteu a mão na fechadura,
fazendo-me estremecer em meu íntimo.
Em busca do amado

Ela.

5 Levantei-me para abrir ao meu amado,
minhas mãos gotejando mirra;
de meus dedos a mirra escorria
sobre o trinco da fechadura.

6 E então abri ao meu amado,
mas o meu amado já se tinha ido, já se tinha retirado.
Ansiei loucamente por falar-lhe:
procurei, mas não o encontrei;
chamei, mas não me respondeu.

7 Encontraram-me os guardas que faziam a ronda da cidade:
espancaram-me e me feriram;
arrancaram-me o manto as sentinelas das muralhas.

8 Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém:
se encontrardes o meu amado,
anunciai-lhe que desfaleço de amor!
Descrição do amado

Coro.

9 O que distingue dos outros o teu amado,
ó mais bela entre as mulheres?
O que distingue dos outros o teu amado,
para que assim nos conjures?

Ela.

10 O meu amado é branco e corado,
inconfundível entre milhares:

11 Sua cabeça é ouro puro,
a cabeleira é como leques de palmeira,
é negra como o corvo.

12 Seus olhos são pombos,
junto aos cursos de água,
banhando-se em leite,
detendo-se no remanso.

13 Suas faces são canteiros de bálsamos,
tufos de ervas aromáticas.
Seus lábios são como lírios,
a destilar um fluido de mirra.

14 Suas mãos são braceletes de ouro,
guarnecidas com pedras de Társis.
Seu corpo é marfim lavrado,
recoberto de safiras.

15 Suas pernas são colunas de alabastro,
assentadas em bases de ouro.
Seu aspecto, como o Líbano, airoso como os cedros.

16 Sua boca é só doçura; todo ele, pura delícia.
Tal é o meu amado, assim é o meu amigo,
ó filhas de Jerusalém.
Encontro com o amado

Coro.

1 Aonde foi o teu amado,
ó mais bela das mulheres?
Para onde se dirigiu o teu amado?
Iremos contigo à sua procura.

Ela.

2 O meu amado desceu ao seu jardim,
aos canteiros de bálsamos,
para apascentar nos vergéis e colher lírios.

3 Eu sou do meu amado, e o meu amado é todo meu.
Ele é um pastor entre lírios.

QUINTO CANTO

Prendas da amada

Ele.

4 És formosa, minha amiga, como Tersa,
encantadora como Jerusalém,
esplêndida como as constelações.

5 Aparta de mim teus olhos, porque eles me perturbam!
Teus cabelos são como um rebanho de cabras,
esparramando-se pelas encostas de Galaad.

6 Teus dentes são como um rebanho de ovelhas,
recém-saídas do lavadouro;
cada um com seu par, sem perda alguma.

7 Tuas faces são metades de romã,
na transparência do véu.
A predileta

Ele.

8 Sessenta são as rainhas,
oitenta as concubinas,
além de numerosas donzelas.

9 Uma só, porém, é a minha pomba, o meu primor:
única é ela para sua mãe,
é o encanto de quem a gerou.
Ao vê-la, felicitam-na as donzelas,
louvam-na as rainhas e as concubinas.

Coro.

10 Quem é esta que surge como a aurora,
bela como a luz, brilhante como o sol,
esplêndida como as constelações?

Ele.

11 Desci ao horto das nogueiras
para examinar os brotos da várzea
e ver se as vides já brotavam,
se floresciam as romãzeiras.

12 Sem me aperceber, minha fantasia me transportou
até às carruagens da nobre comitiva.
A dança

Coro.

1 Retorna, Sulamita, retorna!
Retorna, para podermos contemplar-te, retorna!

Ele.

O que vedes na Sulamita,
quando dança entre dois coros?

2 Como são belos teus passos nas sandálias,
ó filha de príncipes!
Os contornos de teus quadris são como colares:
obra das mãos de artista.

3 Teu umbigo é uma taça redonda:
não lhe falte vinho mesclado!
Teu ventre é um monte de trigo, cercado de lírios.

4 Teus seios são como duas crias,
como gêmeos de gazela.

5 Teu pescoço é como uma torre de marfim.
Teus olhos são como as piscinas de Hesebon,
junto à Porta Maior.
Teu nariz é como a torre do Líbano,
sentinela sobre Damasco.

6 Tua cabeça sobressai como o Carmelo;
e as madeixas de tua cabeça são como fios de púrpura,
que nos tanques um rei mantém amarrados.
Protestos de amor

Ele.

7 Como és formosa e encantadora,
ó delicioso amor!

8 Teu talhe assemelha-se a uma palmeira,
e teus seios a cachos.

9 Eu disse: "Vou trepar pela palmeira
e agarrar-me às suas frondes".
Teus seios devem ser como racemos na cepa,
teu hálito como a fragrância das maçãs,
10 tua boca, como vinho generoso.

Ela.

Ele flui suavemente para meu amado
deslizando pelos lábios dos adormecidos!

11 Eu sou do meu amado,
e ele arde em desejos por mim.
Canção do encontro

Ela.

12 Vem, meu amado, saiamos ao campo!
Passaremos a noite nas aldeias,

13 madrugaremos para ir aos vinhedos,
ver se as vides lançaram rebentos
ou se já se abrem suas flores,
se florescem as romãzeiras.
Ali te darei o meu amor.

14 As mandrágoras exalam seu perfume,
e à nossa porta há mil frutas deliciosas,
tanto frescas como secas,
que para ti, meu amado, reservei.
Anelos de amor

Ela.

1 Quem me dera que fosses meu irmão,
amamentado aos seios de minha mãe!
Encontrando-te pela rua, beijar-te-ia,
sem que alguém me desprezasse.

2 Eu me farei teu guia para introduzir-te
na casa de minha mãe, que me criou;
dar-te-ei a beber vinho aromático e suco de minhas romãs.

3 Sua esquerda apóia minha cabeça,
e sua direita me abraça.

Ele.

4 Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém,
que não acordeis nem desperteis a amada,
antes que ela queira.


SEXTO CANTO

Triunfo de amor
Coro.

5 Quem é esta que surge do deserto,
apoiada no seu amado?

Ele.

Debaixo da macieira eu te despertei,
onde tua mãe, em dores, por ti se consumia,
onde se consumia em dores quem te deu à luz.

Ela.

6 Põe-me como um selo sobre teu coração,
como um selo sobre teu braço!
Porque é forte o amor como a morte,
e a paixão é violenta como o abismo:
suas centelhas são centelhas de fogo,
labaredas divinas.

7 Águas torrenciais não conseguirão apagar o amor,
nem rios poderão afogá-lo.

Se alguém quisesse comprar o amor,
com todos os tesouros de sua casa,
se faria desprezível.
A amada e seus irmãos

Irmãos.

8 Temos uma irmãzinha,
ainda sem seios.
O que faremos por nossa irmã,
quando alguém pedir sua mão?

9 Se ela é uma muralha,
vamos construir-lhe ameias de prata;
se é uma porta,
vamos reforça-la com pranchas de cedro.

Ela.

10 Agora já sou uma muralha,
e meus seios são como torres.
E assim tornei-me a seus olhos
a mulher a encontrar a paz.
A vinha de Salomão

Ela.

11 Salomão tinha uma vinha em Baal-Hamon.
Entregou a vinha a cultivadores;
por seus frutos se pagaria
mil siclos de prata.


12 Sobre minha vinha, porém, disponho eu:
para ti, Salomão, os mil siclos,
e duzentos para os cultivadores de seus frutos.
Intimidade do amor

Ele.

13 Tu que habitas nos jardins,
com companheiros a escutar a tua voz,
deixa-me ouvi-la!

Ela.

14
Vai depressa, meu amado,
– imitando a gazela ou sua cria –,
para os montes perfumados!



Cântico dos Cânticos  de Salomão

 

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

PRINCÍPIO DE ORDEM

 

  
O amor por princípio, a ordem por base, o progresso por fim
A expressiva frase “ordem e progresso”da Bandeira Nacional Brasileira, extraída da formula máxima do positivismo, “o amor como princípio, a ordem por base, o progresso por fim” a princípio se divide em duas situações: uma de caráter moral, que é o amor, e, a outra de caráter estético, ou estrutural que é a ordem, tendo o progresso como finalidade; uma “máxima” com objetivo da ética, da justiça e da estrutura de vida em sociedade enquanto Estado.

A esfera introduzida na bandeira brasileira representa o céu do Rio de Janeiro com a constelação do cruzeiro do sul, um retrato do dia 15 de novembro de 1889, dia da independência; certamente a pretensão do Estado Brasileiro era de retratar a esperança de uma nação independente, com a nova ordem como objetivo, e o progresso como fim.

Entretanto, a vida em sociedade mais parece um caos, um desajuste do que propriamente ordem e progresso; quanto ao amor, esse sentimento se perdeu na ambição dos homens, no orgulho e na vaidade da vida dos homens que faz todos os dias escolhas equivocadas e vivem para si mesmos.

O mundo cada vez mais hostil, a sociedade cada vez pressionada por tantas aflições, conflitos e desafios impostos de maneira incisiva e violenta traz a tona a insegurança e o medo.

Perdeu-se a verdade e a disposição de aplicar a verdade, bem como a justiça e a retidão, e isso gerou o desconforto e o mal estar nos cidadãos de paz, que se sentem “presos” na violência, na desordem da impunidade, e na violência física vivida nas ruas.

A violência, porém, proporcionada pelos governantes e politicos despreparados para “estruturar o Estado” considero ainda a mais grave, pois estão incumbidos da tarefa de criar condições para o bem estar social, mas não o fazem.

Impõem aos cidadãos a violência da falta de vaga nas escolas, da falta de assistência médica, e odontológica, a falta de direitos garantidos na Constituição brasileira como educação, saúde, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança...Falta o direito ao preso, direito a integridade física e moral, e o direito ao consumidor; o que vemos é exatamente o contrário das garantias constitucionais.

Todos os dias vemos absurdos sendo praticados por políticos: pratica de roubo, uso indevido do dinheiro público, uso indevido de cartões de crédito, desvios de verbas, imóveis públicos utilizados de forma indevida, pergunto: quem haverá de colocar um fim nisso tudo? Os cidadãos de bem anseiam por justiça, e por ética. A impunidade gera mais corrupção, e os políticos contam com a “memória curta do povo”.

O que leva os políticos a se tornarem tão egoístas, senão o despreparo para governar um povo? O que leva uma Nação, um Estado, um Município a margem da exclusão de qualidade de vida, senão a arbitrariedade, a ineficiência e a falta de gestão de seus políticos e administradores? O que leva os cidadãos a se tornarem tão egoístas senão a falta de esperança em si mesmo e na sociedade mais justa e fraterna? O que faz um homem se tornar egoísta senão o sentimento que brota de um coração orgulhoso desprovido de amor? O que faz a ordem virar um caos senão a sensação de impunidade? O que faz o progresso ser impedido senão a desconfiança do investimento e a ambição desenfreada de alguns poucos homens que governam somente para si mesmos?

Cada dia mais os homens são atrevidos, arrogantes, enfatuados, amigos dos prazeres, do orgulho, são mentirosos, injustos, como pode prevalecer a paz numa sociedade que é composta de homens adoecidos pela falta de ética e pela falta de princípios de retidão, justiça e amor?

A família se perde a cada instante iludida com um padrão imposto por essa sociedade consumista e injusta que inverteu os valores, onde roubar, matar, mentir e se prostituir para alcançar êxito em seus propósitos tornou-se a ação e a prática constante.

O que vemos, porém, não é a instrução e a educação, mas o que presenciamos no dia a dia são filmes fúteis, programas de tv que apresentam futilidades, propagandas enganosas, e músicas que nada acrescentam, senão a incitação ao sexo, drogas, malicia, violência e descomprometimento total. A voz que ensina essa sociedade está corrompida!

Como recuperar os jovens que se perdem nessa geração, sem ajudá-los, e ensina-los a buscar o conhecimento que traz a virtude como resultado? Como ter uma sociedade mais justa se os governos não governam com espírito voluntário, ético, e responsável proporcionando uma educação para todos, no sentido mais amplo da palavra, como estrutura para a sociedade que se pretende de “ordem e progresso”?

A ordem sem ética, sem estrutura administrativa séria e justiça não existe! O progresso por fim não se atinge enquanto os governantes estiverem governando somente para si mesmos, entregando “o País” nas mãos de banqueiros, e estrangeiros, e alguns empresários, e políticos capciosos desprovidos do desejo de bem estar da sociedade.

Falta amor, falta virtude, falta ética, falta justiça, falta a verdade, e só conseguiremos despertar o desejo de mudança nas pessoas a partir da reflexão, pois somente a partir do conhecimento da alma do homem, do verdadeiro sentido da vida em sociedade é que pode haver esperança de dias melhores, a partir do ensino e do conhecimento-aprendizado é que se desenvolve as virtudes nos homens.

É plenamente possível alcançar êxito numa sociedade se houver educação, ensino, aprendizado para transformar o pensamento, que transforma também a atitude e atinge o objetivo da vida em sociedade com bem estar, gerando assim a esperança e o amor providencial que capacita a realizar mais porque acredita no que faz, e no País que reside.

Quando nos indignamos com alguma situação, nesse ato procuramos respostas, a tendência é a busca por mudança de pensamento e atitude. Somos dotados de inteligência e precisamos saber a que nos ater, e certamente a resposta que nos leva a uma vida melhor em sociedade é o amor a Deus, ao próximo, a ordem e o progresso!

Somente é possível combater a injustiça e a falta de ética com o conhecimento do bem, com a educação centrada em princípios e valores morais como o amor ao próximo, a ajuda ao próximo; o conhecimento prático que liberta das ilusões e enganos, e que traz como conforto a mudança da alma aprisionada pela falta de conhecimento, direção e segurança.

Para viver em sociedade é necessário “colaborar” com boas ações, agir com princípios morais éticos, com verdade, com amor, com justiça, elementos que também “contagiam” o próximo.

Os dias são difíceis, mas a esperança nos fortalece e nos faz prosseguir convictos que melhor é viver acreditando que tudo é possível, do que desistir, pois só conheço um tipo de pessoa que não vence: aquele que desiste! Acredite: é possível vencer os obstáculos, dificuldades, e conquistar, mas precisamos aprender que toda a conquista exige esforço, e disciplina, e requer de nós que sejamos bons administradores em tudo.

O nosso País tem excelentes perspectivas de qualidade futura de vida em sociedade, no comércio, na industria, na exportação, no ensino, no emprego, na produção de petróleo, porém, o povo precisa de união, de conhecimento para lutar por seus ideais, para melhorar a vida em sociedade, e os políticos brasileiros, todos sem exceção, precisam urgentemente aprender a administrar esse País com seriedade, com ética, com justiça, correspondendo aos anseios da sociedade para que seja fielmente cumprida a “ordem e progresso que se propõem a representar”.

Os políticos brasileiros devem aprender sobre sabedoria, domínio próprio, justiça e coragem, que são quatro virtudes essenciais para uma liderança eficaz, para não serem “seduzidos pelo brilho do cargo”.

Sabedoria que traz um conhecimento diferente do conhecimento secular aprendido significa uma percepção espiritual que habilita a praticar com destreza os princípios éticos e morais.

O domínio próprio para conter a cobiça dos olhos, a cobiça da carne que quer tudo o que não lhe pertence, e a soberba da vida, que é o orgulho do cargo, que faz “passar por cima do povo, e até da lei para preservar seu status”, conter a soberba para distinguir o que é dinheiro seu e dinheiro do Povo, mantendo-se em integridade.

A justiça para proporcionar ao povo a ordem, o exemplo. Atos práticos de decência, de uma mente esclarecida pela ética e pelo amor, pois a verdadeira justiça sempre está associada ao amor, atos coerentes que o cargo exige, de lealdade, de boas obras.

E finalmente a coragem para ser diferente de todos os corruptos que já lesaram esse País, para dizer não a corrupção, para atentar para sua própria conduta e fazer a diferença, deixar um legado na história, que não precisa ser inventada para parecer bonita, que traz esperança a Nação, autoridade a qual o povo se submete porque se sente seguro e sabe que pode confiar.

Deviam aprender também aplicar corretamente na prática o conceito e conhecimento aprendido para assim cumprir sua missão com fidelidade diante da sociedade, pois nós brasileiros estamos exaustos de tanto ser lesados.

Que prevaleça o bem e o amor nessa sociedade perversa e corrupta!
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