segunda-feira, 24 de março de 2014

CIENTISTAS DO BRASIL - ASTROFÍSICO JOÃO STEINER




Cientistas do Brasil - João Steiner

 
O programa Cientistas do Brasil
conversa com João Steiner, graduado em Física pelo Instituto de Física
da Universidade de São Paulo, Mestre em Astronomia pela USP, doutor em
Astronomia pelo Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências
Atmosféricas da USP (1979) e pós-doutor pelo Harvard-Smithsonian Center.
A conversa gira em torno das mais recentes pesquisas de Astrofísica e
Cosmologia e conta com a participação dos astrofísicos Augusto
Daminelli, da Universidade de São Paulo, e Thaísa Bergamann, da
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
 
 
 Professor João Steiner
Astronomia: Aula Visão Geral  II- 32min.
  Professor João Steiner
 Universo: Buraco Negro - 31min.
 
 
  Professor João Steiner
Astronomia. Visão Geral  II- Aula 5 - 32min.

 


Publicado em 05/02/2014-Licença padrão do YouTube
Sejam felizes todos os seres.Vivam em paz todos os seres.
Sejam abençoados todos os seres.

domingo, 23 de março de 2014

AS CONSTELAÇÕES - OBSERVATÓRIO NACIONAL


 Universo - As Constelações - 44min.

As Constelações




 

 

 

 

Vimos ao tratar da história da astronomia que, há cerca de 4000 anos,
os antigos astrônomos começaram a estudar o céu, embora sem
compreendê-lo.  Foram os sumérios e os babilônios, povos que
habitavam a região da Mesopotâmia,os primeiros a dividir o céu
em regiões contendo grupos  razoavelmente  distintos de estrelas.

Estas foram as primeiras constelações que, embora fossem diferentes
 das queconhecemos hoje, formaram as bases para os estudos atuais.
 Os mais antigos textos cuneiformes, escritos na segunda metade do
segundo milênio antes de Cristo, nos mostram as constelações descritas
pelos sumérios.

Nesta mesma época os babilônios deram às constelações nomes, e
 inventaram histórias associadas a elas, possivelmente com o objetivo
 de faze-las mais fáceis de serem lembradas.
A mais antiga referência sistemática às constelações é encontrada no
 texto Phaenomena,  escrito por Aratus no terceiro século antes de Cristo.
Neste texto, Aratus, que era um poeta, descreveu 43 constelações e deu
nome a cinco estrelas.

Outros escritos se seguiram a isto. Hipparcos, em 129 a.C., compilou
um catálogo de constelações incluindo 850 estrelas. No entanto, foi
 Ptolomeu, que viveu no segundo século da nossa era, que fez a mais
 importante lista de estrelas e constelações da antiguidade. Na sua
 coleção astronômica, mais conhecida pelo nome árabe de
 Almagesto, Ptolomeu agrupou 1022 estrelas em 48 constelações.

Após a morte de Ptolomeu muito pouco progresso foi feito na
astronomia durante séculos. Os árabes resgataram este estudo,
em particular Al-Sufi (903-986) que escreveu o "Livro das Estrelas
 Fixas" no qual acompanhava os escritos de Ptolomeu, com pequenas
modificações. No entanto, somente em 1540 é que seria feita a primeira
 impressão de um atlas estelar, o De le Steele Fisse, feito por
Piccolomini, onde ele apresentava as 48 constelações de Ptolomeu.

O primeiro catálogo estelar só iria surgir em 1665.

Em 1596, os navegadores Pieter Dirksz Keyser e Frederick de
 Houtman, membros da primeira expedição holandesa às Indias Orientais,
 adicionaram 12 novas constelações pertencentes ao céu do hemisfério sul.
Os nomes dados por eles a  estas constelações em geral se referiam a
pássaros exóticos que eles haviam  conhecido no novo mundo tais como
Tucano, Pavão, Fênix.

Em 1603 surgiu o mais ilustre de todos os atlas celestes antigos, o  
Uranometria do astrônomo alemão Johann Bayer. Este texto serviu
como base para todos os atlas estelares que se seguiram. Ele continha 51
cartas estelares, incluindo as 48 constelações tradicionais de Ptolomeu
e as constelações recentemente descobertas no hemisfério sul por Dirksz
e Houtman. O Uranografia foi feito de maneira bastante refinada.

Por exemplo, as posições das estrelas não foram tiradas do catálogo de
 Ptolomeu mas sim do catálogo de Ticho Brahe, uma compilação
muito mais precisa que tinha circulado sob a forma manuscrita em 1590 e que só
foi impresso em 1602.

Os desenhos das constelações apresentados no "Uranometria" são belíssimos
 como podemos ver abaixo, onde mostramos as constelações Touro e Andromeda.




constelação Scutum










Muitos anos mais tarde, o astrônomo alemão Johannes Hevelius
(ao lado) apresentou no seu famoso livro "Prodromus Astronomiae"
que continha um preciso atlas do céu chamado "Firmamentum
Sobiescianum sive Uranographia", mais conhecido hoje
simplesmente como Uranografia, sete novas constelações
no hemisfério norte, incluidas nos espaços vazios entre
as descrições das constelações de Ptolomeu. Elas eram o
 Scutum Sobiescianum (Escudo de Sobieski) (que, em 1922,
teve o nome simplificado para "Scutum" pela União

Astronômica Internacional - IAU), Canes Venatici (Cães de Caça),
Lacerta (Lagarto), Leo Minor (Leão Menor), Lynx (Lince), Sextans
(Sextante), e Vulpecula (Raposa). Um exemplo deste seu belíssimo
livro é mostrado na imagem à direita da  constelação Scutum.

O astrônomo Nicolas Louis de Lacaille, após a sua visita ao Cabo
da Boa Esperança em 1750, apresentou 14 novas constelações no
hemisfério sul. Foi Lacaille que dividiu a grande constelação Argo Navis,
criada por Ptolomeu e que homenageava o navio dos argonautas da
mitologia grega, em três novas constelações: Carina (Quilha),
 Puppis (Popa)  e Vela (Vela).

As histórias associadas às constelações têm, na sua maior parte, origem
 na mitologia grega. No entanto, os nomes associados a elas servem apenas
 como uma lembrança destes heróis gregos, uma vez que na maior parte elas
 não têm qualquer semelhança com estas pessoas ou lendas.

Os nomes das constelações variavam de acordo com as culturas.
Outras civilizações associaram seus próprios nomes, imagens e histórias às
 estrelas mas a civilização ocidental adotou o conhecimento grego como básico
 em diversas ciências, inclusive a astronomia.


Mudando os nomes das constelações

Muitas tentativas têm sido feitas para mudar os nomes de algumas, ou todas,
as constelações. Nenhuma delas teve sucesso e hoje as áreas e os nomes das
constelações foram padronizados por acordo internacional.
Entre as tentativas curiosas de modificações destacam-se:

  • Julius Schiller - em 1627 publicou o texto Coelum Stellatum Christianum 
  •  no qual os personagens da Bíblia substituiam os antigos nomes das 
  • constelações. Segundo ele, por exemplo, a constelação Cassiopéia passava
  •  a chamar-se "Maria Madalena" , a constelação Perseus passaria a ser
  •  "São Paulo" etc. As 12 constelações que formam o zodíaco passariam a ter 
  •  o nome dos 12 apóstolos de Cristo.
  • John Hill - em 1754 inventou 13 novas constelações com nomes de animais,
  •  mariscos e moluscos de concha.
Hoje é comum encontramos na internet sites propondo associar o
 nome de qualquer  pessoa a estrelas e/ou constelações, desde que você pague
uma modesta quantia, é claro.
 Com certeza há no Código Penal um nome técnico para este ato de vigarice. 
Ninguém pode ter o seu nome associado a qualquer objeto celeste sem que
isto passe  por uma Comissão da União Astronômica Internacional, o órgão
 máximo,  internacional, dos astrônomos e da astronomia. Não se deixe
 enganar pela internet.
 Isto é uma vigarice equivalente aos "spam" de "príncipes nigerianos"
que querem  dividir suas imensas fortunas com você.

Dando nomes às estrelas
Em 1603, o astrônomo alemão Johann Bayer publicou um atlas celeste
no qual  associava letras gregas, em ordem alfabética, às estrelas
 existentes em cada  constelação seguindo, aproximadamente, a ordem
de seus brilhos.
Por esta razão α (alpha) é usualmente a estrela mais brilhante em
uma constelação,  β (beta) é a segunda estrela mais brilhante, e assim
por diante. Além disso, as letras gregas são usadas com a forma
genitiva ("de...")   do nome da constelação. Assim α Orionis significa
"estrela alpha da constelação Orion" que é a estrela Betelgeuse.
Orionis é o genitivo latino de Orion.


















Afinal, o que são as constelações?

Na verdade, as constelações são meramente áreas no céu que
possuem estrelas  que se situam em direções particulares como as
 vemos a partir da Terra ou seja,  projetadas na esfera celeste.

É muito importante entender que não há qualquer significado físico
 acoplado  a estes agrupamentos aparentes. As estrelas que pertencem
 a uma dada constelação  não estão, necessariamente, associadas uma
com as outras de qualquer maneira direta.
 Lembre-se  que o catálogo de objetos vistos em uma dada constelação
 pode incluir estrelas, nebulosas e até mesmo galáxias e grupos de
 galáxias. Por exemplo, a galáxia Grande Nuvem de  Magalhães está
 localizada principalmente na constelação Dorado mas também tem 
parte na constelação Mensa, o que mostra que ela, acidentalmente,
está projetada sobre  o limite artificial que separa estas duas constelações.

Certamente a Grande Nuvem de  Magalhães está muitíssimo mais afastada
do que as estrelas destas constelações.

Padronizando as constelações

Oitenta e oito constelações são reconhecidas agora pelos astrônomos
 de todo o mundo.

Vários destes grupos já eram reconhecidos pelos povos da antiguidade.
No entanto,  não havia acordo nem quanto aos nomes nem quanto aos limites
 (ou conteúdo) das  constelações. Até 1928 muitas vezes as posições de
várias estrelas e objetos  celestes eram definidas apenas como estando
próximo ou na vizinhança de uma  constelação particular, mas não dentro
 de seus limites. Somente em 1928 é que os  contornos das constelações
foram definidos de modo não ambíguo.

A International Astronomical Union, orgão máximo internacional dos
astrônomos,estabeleceu um sistema definitivo para as constelações em
 1930. Uma comissão  internacional da IAU dividiu oficalmente o céu
em 88 constelações com contornos  bem definidos. Com esta divisão
cada objeto celeste, seja estrela, nebulosa,  galáxia, etc. está agora
associado com uma e somente uma constelação.

A Comissão da IAU procurou manter os nomes antigos das constelações. 
É por este motivo que elas possuem designações de muitas coisas
 diferentes tais  como figuras mitológicas e religiosas, animais, insetos
e mesmo instrumentos científicos.
Em vários casos, entretanto, é exigida uma considerável imaginação
para notar  alguma semelhança entre o nome da constelação e o objeto
 pretensamente descrito por ela.

A constelação Libra, por exemplo, parece muito pouco com a balança
que ela representa. A constelação Pisces em nada se parece com um par
de peixes.  Por outro lado, a constelação Scorpius apresenta a forma bem
razoável de um escorpião.

Asterismos

Algumas vezes agrupamentos de estrelas parecem formar figuras
familiares no céu  dentro da área de uma constelação. A estes agrupamentos,
 chamados asterismos,  são dados nomes dos objetos ou seres que eles
 parecem representar.

No entanto, é muito importante lembrar que os asterismos não formam uma 
onstelação completa. Os asterismos apenas fazem parte de constelações.

Por exemplo, os asterismos Big Dipper e Little Dipper são, na verdade, partes 
da constelação Ursa Major e Ursa Minor respectivamente. As Plêiades são um 
asterismo na constelação Taurus.



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http://www.on.br/ead_2013/site/conteudo/cap6-constelacoes/constelacoes-geral.html


sexta-feira, 21 de março de 2014

TELESCÓPIOS NO ESPAÇO -Astronomia: Uma visão Geral I - Pgm 5




Astronomia: Uma visão Geral I - Pgm 5 - Telescópios no espaço 

Nesta
aula do curso de Astronomia: Uma Visão Geral I, o professor João
Steiner, do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas
da USP explica o espectro eletromagnético e comenta sobre alguns dos
telescópios de raios-x, infravermelho e ultravioleta

 
Espectrógrafos e detectores - 6- 26min.

 
 
4 -Telescópios Modernos - 30min.
 
Céu da Semana - 17 a 23 de Março- 2014 - 4min.


Publicado em 21/03/201-Licença padrão do YouTube

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quinta-feira, 20 de março de 2014

VÊNUS - ESTRELA D'ALVA - PASTOR - VESPER -



 
 
euronews space : Os mistérios de Vénus - 12min.
 

Os mistérios de Vénus - 12min.

 
 
8min.
 
 
 
Missões a Vênus - 4min.
 Planeta Vênus - 15min.
 
 
Universo - Os Planetas: Mercúrio e Vênus - 44min.
 
Diálogo 236 - Extraterrestres de Vênus - (?) - 99min.

Porque muitos chamam o planeta Vênus de estrela D'alva e Vesper?




        Desde a antiguidade as pessoas viam o planeta Vênus no céu, mais imaginavam que seria uma estrela, devido ao seu brilho ser muito intenso, (como sabemos os planetas não tem luz própria, seu brilho provém do Sol),  sem esse conhecimento e sem um telescópio para observar melhor, as pessoas classificaram Vênus como estrela D'alva, Vésper e até mesmo de estrela do pastor.

       Vênus recebeu vários nomes por que; as pessoas no seu cotidiano observavam que aparecia uma estrela de manhã e uma quando estava anoitecendo, e deram o nome de estrela D'alva a vista de manhã, e estrela Vesper, a que eles viam quando o Sol estava se pondo, as pessoas imaginaram que se tratava de duas estrelas distintas, mais hoje sabemos que se trata do mesmo astro, ou seja Vênus que não tem nada de estrela.

        Hoje em dia podemos ver claramente Vênus no céu a olho nu (sem o telescópio), é o objeto mais brilhante no céu depois da Lua claro, ela pode ser vista quatro horas antes do Sol nascer a leste, ou quatro horas depois do Sol se por a oeste, dependendo do seu afastamento do Sol, Vênus pode ser visto a olho nu a qualquer hora do dia de céu limpo, desde que não esteja muito próximo do Sol e que o observador saiba localizar, como vemos na imagem abaixo.

 Vênus visto ao dia.


Essas denominações usuais quase nunca correspondem à realidade. Vênus não é uma estrela e o Sol é. Vênus passa pela Terra, porque ele gira mais rápido em torno do Sol, praticamente a cada ano. É o planeta que mais se aproxima. Fica enorme, uma "verdadeira" estrela. Primeiro no entardecer, então passa entre a Terra e o Sol e reaparece nas madrugadas, antes do Sol nascer. É eventualmente chamado de estrela do amanhecer por causa disso, por aparecer pouco antes do amanhecer, quando está ultrapassando a Terra.

Se fosse para fazer a coisa certa seria chamar o Sol de estrela do amanhecer, porque o Sol realmente aparece em todo o amanhecer e é efetivamente uma estrela. Mas...

Existe aquela pegadinha básica: "Qual a estrela mais próxima da Terra?" Muita gente fica pensando em nomes de estrelas famosas: Sirius, as Três Marias. Mas a resposta é Sol. Porque há os hábitos, e um deles é considerar estrelas esses pontos luminosos noturnos no céu.

Para responder. Muitas pessoas chama Venus erroneamente de Estrela da Manhã, além de Estrela Dalva. Mas é uma denominação popular e está incorreto porque Venus é um planeta e não apresse só de manhã, aparece também no fim da tarde.

Se o tempo estiver claro, aí onde você está, dê uma olha alí pelas 5 horas da manhã a leste. Verá uma "estrela" enorme. É Venus. 



Fantastipedia

Lúcifer




Lucifer Liege Luc Viatour

Lúcifer, de Guillaume Geefs, na catedral Saint-Paul de Liège, Bélgica
IctoonAdicionada por Ictoon
Lúcifer (do latim lux, lucis, "luz" e ferre, "portar, levar", ou seja, "Portador de Luz) é um nome que, devido a uma interpretação errônea do Livro de Isaías, foi freqüentemente dado a Satã, líder dos demônios ou anjos caídos na tradição judaica-cristã, ou mais especificamente tido como seu nome antes da Queda.

Origem em Isaías 

Em latim, o nome Lucifer, "Portador de Luz" era dado à Estrela d'Alva ou Estrela da Manhã, o planeta Vênus em suas aparições matinais. Na Vulgata, versão canônica da Bíblia para o latim ao longo da maior parte da existência da Igreja Católica, essa palavra é usada nesse sentido por duas vezes.
Em uma delas, na segunda epístola de Pedro, 1:19, traduz o grego Φωσφόρος, Phosphoros, que tem exatamente o mesmo sentido literal de "portador de luz" do latim e neste caso é uma metáfora para Cristo ou o cristianismo:
Assim demos ainda maior crédito à palavra dos profetas, à qual fazeis bem em atender, como a uma lâmpada que brilha em um lugar tenebroso até que desponte o dia e a estrela da manhã (Phosphoros, Lucifer) se levante em vossos corações.
A outra vez está em Isaías, capítulo 14, como tradução do hebraico הילל, Hêlēl, que também significa "Estrela d'Alva", ou mais precisamente הילל בן־שׁחר, Hêlēl ben Shahár, "Estrela d'Alva, filho da Manhã", vertido na Vulgata como Lucifer qui mane oriebaris (literalmente, "Estrela d'Alva que nascia da Manhã"). Nessa passagem, como o próprio profeta deixa claro, o nome é dado ao rei da Babilônia, cuja tirania haveria de cair:
Quando o Senhor te tiver aliviado de tuas penas, de teus tormentos e da dura servidão a que estiveste sujeito, cantarás esta sátira contra o rei de Babilônia, e dirás:
"Como? Não existe mais o tirano! Acabou-se a tormenta! O Senhor despedaçou o bastão dos perversos e o cetro dos opressores. Ele feria os povos com fúria, vibrando golpes sem interrupção, e governava as nações com brutalidade, subjugando-as sem piedade. Toda a terra conhece o repouso e a paz, todos exultam em cantos de alegria. Até os ciprestes se regozijam de tua queda, dizendo com os cedros do Líbano: Desde que caíste, não sobe até nós o lenhador. Debaixo da terra se agita a morada dos mortos, para receber-te à tua chegada; despertam em tua honra as sombras dos grandes, e todos os senhores da terra, e levantam-se de seus tronos todos os reis das nações".
Todos tomam a palavra para dizer-te:
"Finalmente, eis-te fraco como nós, eis-te semelhante a nós. Tua majestade desceu à morada dos mortos, acompanhada do som de tuas harpas. Jazes sobre um leito de vermes e os vermes são a tua coberta. Então! Caíste dos céus, astro brilhante (Hêlēl, Lucifer), filho da aurora (ben Shahar, qui mane oriebaris)! Então! Foste abatido por terra, tu que prostravas as nações! Tu dizias: 'Escalarei os céus e erigirei meu trono acima das estrelas de Deus (El). Assentar-me-ei no monte da assembléia, no extremo norte. Subirei sobre as nuvens mais altas e me tornarei igual ao Altíssimo' (Elyon). E, entretanto, eis que foste precipitado à morada dos mortos (Sheol), ao mais profundo abismo (...)"
Preparai o massacre dos filhos por causa da iniqüidade dos pais. Que eles não se levantem para conquistar o mundo, e invadir toda a face da terra. Levantar-me-ei contra eles, declara o Senhor dos exércitos, apagarei o nome e o vestígio de Babilônia, sua raça e sua posteridade, diz o Senhor.
A palavra Lucifer também aparece duas vezes na versão da Vulgata do livro de Jó, com outros sentidos. Uma vez como tradução da palavra בקר ("manhã") em Jó 11:17, o futuro te será mais brilhante do que o meio-dia, as trevas se mudarão em aurora (Lucifer). Na outra, como tradução de מזרות ("constelações") em 38:32 - És tu que fazes sair a seu tempo as constelações (Lucifer), e conduzes a grande Ursa com seus filhinhos? Aparece ainda no Salmo 109 (numeração católica) como tradução de שׁחר (Shahar, "manhã"): No dia de teu nascimento, já possuis a realeza no esplendor da santidade; semelhante ao orvalho, eu te gerei antes da aurora (Lucifer).

Ligações míticas

Isaías designa Hêlēl (nome da Estrela d'Alva) como filho de Shahar. Este, segundo um poema ugarítico, era o deus da aurora, enquanto seu irmão gêmeo, Shalim, representava o crepúsculo. Ambos eram filhos de El (também chamado Latipan e Dagon) e de Athirat (Astarte), sua parceira divina, ou sua parceira mortal, de nome não conhecido.

O pano de fundo da sua metáfora parece ser a imagem da Estrela d'Alva que surge como a mais brilhante do céu, ofuscando Júpiter e Saturno, mas em seguida é ofuscada, "expulsa" pela luz do Sol. É uma hipótese plausível, ainda que não atestada, que Isaías estivesse citando algum mito cananeu que refletisse essa idéia, narrando que Hêlēl, filho de Shahár, teria desafiado os demais deuses tomando a montanha no Norte onde se reuniam, mas foi arremessado ao abismo.

De qualquer forma, quando os judeus da diáspora fizeram a tradução pioneira do hebraico para o grego, encomendada por Ptolomeu II (287 a.C.-247 a.C.) para a Biblioteca de Alexandria e conhecida como Septuaginta, Helel ben Shahar foi traduzido como Eósforo ou Fósforo, nome da divindade grega que personificava a Estrela d'Alva, chamado Lúcifer pelos romanos e que era filho de Eos, a deusa da manhã, Aurora para os romanos.

Identificação com Satã

A identificação com Satã aparece pela primeira vez na Vida de Adão e Eva e no primeiro Livro de Enoc, escritos no século I a.C. Neste, Satã ou Sataniel é descrito como tendo sido um dos arcanjos. Porque ele planejou "erigir seu trono acima das nuvens mais altas e se assemelhar a 'Meu poder' no alto", Satanás-Sataniel foi lançado abaixo, com suas hostes de anjos, e desde então ele tem voado no ar sobre o abismo.

Os autores cristãos Tertuliano (Contra Marrionem, v. 11, 17), Orígines (Ezekiel Opera, iii. 356) e outros também identificaram Lúcifer com Satã, que no Evangelho de Lucas (10:18) e no Apocalipse (12:7-10) também foi descrito como tendo sido "arrojado dos céus". O próprio Jerônimo, tradutor da Vulgata, pensava que essa passagem aludia a Satã.

Várias traduções tradicionais e influentes da Bíblia, inclusive a inglesa do Rei James, mantiveram o nome de "Lúcifer" em Isaías, em vez de vertê-lo da forma adequada em vernáculo (Morning Star, em inglês), reforçando a identificação errônea. Assim, Satã veio a ser conhecido como Lúcifer também em obras literárias como A Divina Comédia de Dante Aleghieri e O Paraíso Perdido de John Milton.

Lúcifer na maçonaria

Como atestam o uso de Lúcifer como metáfora para Cristo e nome de São Lúcifer, santo do século IV, a palavra continuou, ao menos para pessoas educadas em latim ou na cultura clássica, a ser associada primordialmente com a Estrela d'Alva e luz, não com Satã.
Foi com o mesmo sentido que alguns maçons e seus seguidores usaram a palavra "luciferiano" no sentido erudito de "portador de luz", invocando Prometeu, que roubou o fogo dos deuses para trazê-lo aos humanos. Católicos integristas e evangélicos fundamentalistas acusaram os maçons, com base nessa linguagem metafórica, de realmente adorar Lúcifer. A acusação foi originalmente lançada por "Léo Taxil", pseudônimo de Marie Joseph Gabriel Antoine Jogand-Pagès (1854-1907), que admitiu ter sido tudo uma fraude para ridicularizar a Igreja - lei mais detalhes em Baphomet.

Cultos de Lúcifer 

Houve, por outro lado, uma seita herética alemã do século XIII que de fato pregou a adoração de Lúcifer como regente do mundo material, levando ao pé da letra os títulos que lhe são dados na Bíblia de "deus deste mundo" ou "deste século" (Coríntios, 4:4) e "príncipe deste mundo" (João 12:31).
A Igreja de Lúcifer, organização ocultista ativa nos EUA desde os anos 80, vê Lúcifer como símbolo da eterna busca de sabedoria e uma força por trás de certos aspectos da natureza. Foi fundada pelo ex-pastor Robert Stills, que foi sucedido por Frederick Nagash, passou a ser administrada por Frederick Nagash, Satrinah Nagash e Maskim Xul. A organização promove o estudo de várias culturas antigas para aprender com sua sabedoria e incorporá-la em seu próprio repertório.

No ocultismo de Madeline Montalban (morta em 1982), a identificação de Lúcifer com a Estrela d'Alva o identifica com Lumiel, que ela considerava o Arcanjo da Luz. Entre satanistas, ele é visto como Azazel ou a "Tocha de Baphomet". Nesse ensinamento ocultista derivado do cristianismo, afirma-se que o destino de Lúcifer é encarnar-se como humano em certos momentos críticos da história como salvador e redentor da humanidade. Um símbolo desse processo é a Rosa dos Tudor, que pode ser vermelha, para representar Lúcifer, ou branca, para representar Lilith. A cruz em Tau é também um símbolo de Lumiel-Lúcifer e de seu papel como avatar para a espécie humana.

Na Bíblia Satânica de 1969, Lúcifer é considerado um dos Quatro Príncipes Coroados do Inferno, mais especificamente como o do Leste. Senhor do Ar, Lúcifer é tido como "Portador da Luz, Estrela d'Alva, Intelectualismo, Iluminismo."

Grupos que se identificam como "luciferianos gnósticos" também reverenciam Lúcifer, mas enfatizam seu entendimento dessa entidade como completamente distinta da que é chamada "Satã".

          Referências - Wikipedia (em inglês): Lucifer [1 - Wikipedia (em inglês): Luciferianism [2]




 http://astronomiareal.blogspot.com.br/2012/05/porque-muitos-chamam-o-planeta-venus-de.html