quinta-feira, 2 de julho de 2009

TÁBUA DE ESMERALDA HERMES TRIMEGISTO







É verdade, sem engano, certo e muito verdadeiro:
O que está embaixo é como o que está em cima
e o que está em cima é como o que está embaixo;
por tais coisas se fazem os milagres de uma coisa só.
Assim como todas as coisas são e procedem do Uno,
pela mediação do Uno,
assim todas as coisas nasceram desta coisa única, por adaptação.
O Sol é seu pai, a Lua sua mãe.
O Vento trouxe-a em seu ventre.
A Terra o alimenta e é o seu receptáculo.
O Pai de tudo, o Telesma universal, está aqui.
A sua força permanece inteira quando se converte em terra.
Separarás a terra do fogo, o sutil do espesso, suavemente, com grande habilidade.
Sobe da Terra ao Céu e desce novamente à Terra
e recebe a força das coisas superiores e das coisas inferiores.
Por este meio obterás a glória do mundo e toda obscuridade se afastará de ti.
É a força forte de toda força,
pois vencerá toda coisa sutil e penetrará toda coisa sólida.
Assim o mundo foi criado;
disso sairão adaptações admiráveis cujo meio é dado aqui.
Por isso me chamam Hermes Trimegisto,
porque possuo as três partes da sabedoria do mundo inteiro.
O que eu disse sobre a operação do Sol está completo.

Outros ensinamentos maravilhosos vem de Hermes:

” O Inefável é invisível aos olhos da carne, mas é visível a inteligência e ao coração…”

” Medite! Você veio de uma estrela, está em uma estrela e voltará para uma estrela! Da próxima vez, pouse suave. Os mestres te orientam…”

” Medite! Você veste o vestido para descer e tira o vestido para subir…”

Interessante entender também, que existiam diversas divindades cultuadas no Antigo Egito e muitos mitos espalhados pela população. Mas nas câmaras secretas, os hermetistas, os sacerdotes ou hierofantes como eram chamados, sabiam da existência de Uma só força primária e sustentadora de tudo! Essa força era conhecido como o TODO! O TODO aquele que está em TUDO! Esse TODO que é o Brahman do hindu, o Tao do Chinês, o Olorum do africano…e tudo mais pois ele é o TODO!

Que os mistérios possam ser revelados, para aqueles que são fortes de mente, mas principalmentes nobres de coração, pois é no coração espiritual que reside a Senda, que leva a luz e a iniciação …

(Sepe, que agradece aos mestres espirituais a oportunidade de aprender agora…)

“Em qualquer lugar que se achem os vestígios do Mestre,

Os ouvidos daqueles que estiverem preparados para receber

O seu Ensinamento, se abrirão completamente.

Quando os ouvidos do discípulo estão preparados para ouvir,

Então vêm os lábios para enchê-los de sabedoria”.

“Os lábios da Sabedoria estão fechados, exceto aos ouvidos do Entendimento”.

*****


A Tábua de Esmeralda

Hermes Trimegisto

Este texto foi referendado por todos os alquimistas e dificilmente um alquimista não o sabia de cor ou não o tinha anotado em local visível em seu laboratório, para constantes meditações. Este texto alquímico foi escrito em uma esmeralda por Hermes Trimegisto e apesar de muito reduzido contém todos os ensinamentos da alquimia, basta conseguir interpretá-lo.

Existem várias versões deste texto, porém com poucas distorções, isto deve ser devido as inúmeras traduções de idiomas distintos. Transcreveremos esse texto, com um brevíssimo comentário entre parênteses, notando que ele nos faz percorrer um périplo que vai da trindade humana (corpo, alma, espírito), a uma trindade cósmica (mundo natural, mundo humano, mundo divino) para terminar na trindade divina (Espírito, Essência, Energia-Vida).


Hermes Trimegisto








Hermes Trimegisto por Leonardo Ramalho - O Caduceu ®.
O MITO E A REALIDADE * Fonte abaixo -
Filho de Zeus e de Maia, a mais jovem das Plêiades da mitologia grega, Hermes nasceu num dia quatro (número que lhe era consagrado), numa caverna do monte Cilene, ao sul da Arcádia.

Divindade complexa, com múltiplos atributos e funções, Hermes foi no início um deus agrário, protetor dos pastores e dos rebanhos. Um escrito de Pausânias deixa bem claro esta atribuição do filho de Maia: “Não existe outro deus que demonstre tanta solicitude para com os rebanhos e para com o seu crescimento”. Mais tarde, os escritores e os poetas ampliaram o mito, como por exemplo, Homero, nos seus poemas épicos Ilíada e Odisséia. Na Odisséia, por exemplo, o deus intervém como mago e como condutor de almas (nas Rapsódias X e XXIV).

Protetor dos viajantes, Hermes é também o deus das estradas. Nas encruzilhadas, para servir de orientação, os transeuntes amontoavam pedras e colocavam no topo do monte a imagem da cabeça do deus. A pedra lançada sobre um monte de outras pedras, simbolizava a união do crente com o deus ao qual elas estavam consagradas. Considerava-se que nas pedras do monte estavam a força e a presença do divino.

Para os gregos, Hermes regia as estradas porque andava com incrível velocidade, por usar as sandálias providas de asas. Deste modo, tornou-se o mensageiro dos deuses, principalmente de seu pai, Zeus. Conhecedor dos caminhos, não se perdendo nas trevas e podendo circular livremente nos três níveis (Hades ou infernos, Terra ou telúrico e Paraíso ou Olimpo), Hermes tornou-se um deus condutor de almas.

A astúcia, a inventividade, o poder de tornar-se invisível e de viajar por toda a parte, aliados ao caduceu com o qual conduzia as almas na luz e nas trevas, são os atributos que exaltam a sabedoria de Hermes, principalmente no domínio das ciências ocultas, que se tornarão, na época helenística, as principais qualidades do deus.

A partir deste ponto, Hermes se converteu no patrono das ciências ocultas e esotéricas. É ele quem sabe e quem transmite toda a ciência secreta. O feiticeiro Lúcio Apuléio declara em seu livro de bruxaria (De Magia) que invocava Mercúrio – o Hermes dos romanos – como sendo aquele que possuía os segredos da magia e do ocultismo.

Hermes Trismegistos é o nome grego dado ao deus egípcio Thoth, considerado o inventor da escrita e de todas as ciências a ela ligadas, inclusive a medicina, a astronomia e a magia. Segundo o historiador Heródoto, já no séc. V a.C. Thoth era identificado e assimilado a Hermes Trismegisto, i.e., ao Três Vezes Poderoso Hermes.

A pedra de Roseta, gravada no ano 196 a.C também identifica Hermes como Thoth. A tradução dos hieróglifos das câmaras mortuárias do Vale dos Reis permitiu dividir os escritos atribuídos a Hermes-Thoth em dois tipos principais: o Hermetismo “popular” que trata da astrologia e das ciências ocultas, e o Hermetismo para os “cultos”, que trata de Teologia e de Filosofia.

Do renascimento até ao final do século XIX pouca atenção foi dispensada aos Escritos Herméticos populares. Estudos recentes mostraram, no entanto, que a literatura popular hermética é anterior ao Hermetismo dito culto, e reflete as idéias e convicções dominantes no império romano.

Os Escritos Herméticos sobre Teologia e Esoterismo constam de dezessete tratados, que compõem o Corpus Hermeticum. Este conjunto de Escritos reúne as compilações feitas por Stobaeus e por Apuleius. A compilação de Apuleius for traduzida para o Latim por Asclepius. Estes escritos são datados dos três primeiros séculos da era cristã e foram escritos em língua grega, embora os conceitos neles contidos sejam de origem egípcia.

O Corpus Hermeticum reúne a Hermética e a Tábua de Esmeralda. Estas duas obras são trabalhos estritamente herméticos sobre os quais se fundam a ciência e a filosofia alquímicas. A Hermética consta de uma série de livros, dos quais o mais importante é Livro I, Pimandro, que é um diálogo de Hermes consigo mesmo.

O Hermetismo foi estudado durante séculos pelos árabes, e por seu intermédio chegou ao Ocidente, onde influenciou homens como Albertus Magnus. Em toda a literatura Medieval e do Renascimento são freqüentes as referências a Hermes Trismegistos e aos Escritos Herméticos, estudados e aprofundados, principalmente, pelos Alquimistas e pelos Rosacruzes. Para os Rozacruzes, Hermes Trismegistos foi um sábio. O Dr. H. Spencer Lewis, escritor e Grande Mestre da Ordem Rosacruz, se referia a Hermes como uma pessoa real.

No mundo greco-latino, sobretudo em Roma, com os gnósticos e neoplatônicos, Hermes Trismegisto se converteu num deus cujo poder varou os séculos. Na realidade, Hermes Trismegisto resultou de um sincretismo com o Mercúrio latino e com o deus egípcio Thoth, o escrivão no julgamento dos mortos no Paraíso de Osíris, e patrono de todas as ciências na Grécia Antiga.

Em Roma, a partir dos primeiros séculos da era cristã, surgiram muitos tratados e documentos de caráter religioso e esotérico que se diziam inspirar-se na religião egípcia, no neoplatonismo e no neopitagorismo. Esse vasto conjunto de escritos que se acham reunidos sob o nome de Corpus Hermeticum, coleção relativa a Hermes Trismegisto, é uma fusão de filosofia, religião, alquimia, magia e astrologia, e tem muito pouco de egípcio.

Desse Corpus Hermeticum muito se aproveitou a Gnose (conhecimento esotérico da divindade, transmitido através dos ritos de iniciação). Os gnósticos, com seu sincretismo religioso greco-egípcio-judaico-cristão surgido também nos primeiros séculos da nossa era, procuraram conciliar todas as tendências religiosas e explicar-lhes os seus fundamentos através da Gnose.

As sandálias de Hermes eram dotadas de asas, separavam a terra do corpo pesado e vivente, e daí vem a importância simbólica das sandálias depostas, rito maçônico que evoca a atitude de Moisés no monte Sinai, pisando descalço a terra santa. Descalçar a sandália e entregá-la ao parceiro era, entre os judeus, a garantia de cumprimento de um contrato.

Para os antigos taoístas, as sandálias eram o substituto do corpo dos imortais, e seu meio de deslocamento no espaço. Em Hermes e Perseu, as sandálias aladas são o símbolo da elevação mística.

O caduceu significa em grego bastão de arauto. Símbolo dos mais antigos, sua imagem já se acha gravada, desde o ano 2.600 a.C., na taça do rei Gudea de Lagash. São várias as formas e múltiplas as interpretações do caduceu. Insígnia principal de Hermes, é um bastão em torno do qual se enrolam, em sentidos inversos, duas serpentes. Enrolando-se em torno do caduceu, elas

simbolizam o equilíbrio das tendências contrárias em torno do eixo do mundo, o que leva a interpretar o bastão do deus de Cilene como um símbolo de paz. A serpente é um símbolo encontrado na Mitologia de todos os povos. Todas as grandes idéias surgidas no início da Civilização foram representadas pela serpente: o Sol, o Universo, Deus, a Eternidade. Enroscada no Tau, a serpente é o símbolo do Grau 25 do REAA.

Também se pode interpretar o caduceu como sendo o símbolo do falo ereto, com duas serpentes acopladas. Esta interpretação do caduceu é uma das mais antigas representações indo-européias, sendo encontrado na Índia antiga e moderna, associado a numerosos ritos, bem como na Grécia, onde se tornou a insígnia de Hermes. Espiritualizado, esse falo de Hermes penetra no mundo desconhecido em busca de uma mensagem espiritual de libertação e de cura. Hoje em dia o caduceu é o símbolo universal da Medicina.

O esoterismo maçônico, com a sua tradução em rituais, símbolos e ensinamentos, é criação de grandes pesquisadores, colecionadores de livros e de manuscritos raros, e grandes estudiosos das culturas da antiguidade. Elias Ashmole, Desaguilliers e Francis Bacon foram alguns destes homens, Rosacruzes e grandes conhecedores do hermetismo e da transmutação alquímica dos metais, através da Pedra Filosofal. Eles introduziram na Maçonaria os mesmos conceitos filosóficos, utilizando agora os instrumentos da arte de construir, como símbolos da regeneração e do aperfeiçoamento moral e espiritual do Homem.

Hermes Trismegisto foi, na Mitologia Grega, o deus que reuniu os atributos que todos os grandes pensadores e iniciados desejaram transmitir às futuras gerações. Ele foi um deus tão importante que na cidade de Listra, a multidão, ao ver o milagre realizado pelo apóstolo Paulo, tomou-o por Hermes e gritou entusiasmada, pensando estar diante de um deus sob forma humana.

Obras consultadas
Hermes Trismegisto - Ensinamentos Herméticos AMORC Grande Loja do Brasil
Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia – Nicola Aslan
La Franc-Maçonnerie Rendue Intelligible à Ses Adeptes – Oswald Wirth
Encyclopaedia Britannica – Volume XI
O Vale dos Reis – O Mistério das Tumbas Reais do Antigo Egito – John Romer
A Doutrina Secreta – Volume V – H.P.Blavatsky
Odisséia - Homero
*ANTÓNIO ROCHA FADISTA
M.'.I.'., Loja Cayrú 762 GOERJ / GOB - Brasil
Fonte * :
www.maconaria.net/portal/index.php?option=com_content&...
___________________


HERMES TRIMEGISTO * Wikipédia - Hermes Trismegisto (em latim: Hermes Trismegistus; em grego Ερμης ο Τρισμεγιστος, "Hermes, o três vezes grande") é o nome dado pelos neoplatônicos, místicos e alquimistas ao deus egípcio Thoth (ou Tehuti), identificado com o deus grego Hermes. Ambos eram os deuses da escrita e da magia nas respectivas culturas.

Thot simbolizava a lógica organizada do universo. Era relacionado aos ciclos lunares, cujas fases expressam a harmonia do universo. Referido nos escritos egípcios como "duas vezes grande", era o deus do verbo e da sabedoria, sendo naturalmente identificado com Hermes. Na atmosfera sincrética do Império Romano, deu-se ao deus grego Hermes o epíteto do deus egípcio Thoth.

Como "escriba e mensageiro dos deuses", no Egito Helenístico, Hermes era tido como o autor de um conjunto de textos sagrados, ditos "herméticos", contendo ensinamentos sobre artes, ciências e religião e filosofia - o Corpus Hermeticum - cujo propósito seria a deificação da humanidade através do conhecimento de Deus. É pouco provável que todos esses livros tenham sido escritos por uma única pessoa, mas representam o saber acumulado pelos egípcios ao longo do tempo, atribuído ao grande deus da sabedoria.

O Corpus Hermeticum, datado provavelmente do século I ao século III, representou a fonte de inspiração do pensamento hermético e neoplatônico renascentista. Na época acreditava-se que o texto remontasse à antiguidade egípcia, anterior a Moisés e que nele estivesse contido também o prenúncio do cristianismo.

Segundo Clemente de Alexandria, eram 42 livros subdivididos em seis conjuntos. O primeiro tratava da educação dos sacerdotes; o segundo, dos rituais do templo; o terceiro, de geologia, geografia, botânica e agricultura; o quarto, de astronomia e astrologia, matemática e arquitetura; o quinto continha os hinos em louvor aos deuses e um guia de ação política para os reis; o sexto era um texto médico.

Costumava-se creditar também a Hermes Trismegisto o Livro dos Mortos ou o Livro da Saída da Luz, além do mais famoso texto alquímico - a "Tábua de Esmeralda".
*Fonte: Wikipédia:
pt.wikipedia.org/wiki/Hermes_Trimegisto

TÁBUA DAS ESMERALDAS
A Tábua de Esmeralda (ou Tábua Esmeraldina) foi o texto que deu origem à Alquimia islâmica e ocidental, surgiu primeiramente nos textos seguintes: Kitab Sirr al-Khaliqa wa Sanat al-Tabia (c. 650 d.C.), Kitab Sirr al-Asar (c. 800 d.C.), Kitab Ustuqus al-Uss al-Thani (século XII), e Secretum Secretorum (c. 1140).

Tabula Smaragdina
O texto em latim, escrito por João de Sevilha (Johannes Hispaniensis), em Secretum Secretorum, é apresentado abaixo:

(1) Verum sine mendacio, certum et verissimum:
(2) Quod est inferius est sicut quod est superius, et quod est superius est sicut quod est inferius, ad perpetranda miracula rei unius.
(3) Et sict omnes res fuerunt ab Uno, mediatione unius, sic omnes res natæ fuerunt ab hac una re, adaptatione.
(4) Pater ejus est Sol, mater ejus Luna;
portavit illud Ventus in ventre suo; nutrix ejus Terra est.
(5) Pater omnes Telesmi totius mundi est hic.
(6) Vis ejus integra est, si versa fuerit in Terram.
(7) Separabis terram ab igne, subtile a spisso, suaviter, cum magno ingenio.
(8) Ascendit a terra in cœlum, interumque descendit in terram et recipit vim superiorum et inferiorum.
(9) Sic habebis gloriam totius mundi.
(10) Ideo fugiet a te omnis obscuritas.
(11) Hic est totius fortitudinis fortitudo fortis: quis vincet omnem rem subtilem omnemque solidam penetrabit.
(12) Sic mundus creatus est.
(13) Hinc erunt adaptationes mirabiles quarum modus est hic.
(14) Itaque vocatus sum Hermes Trismegistus, habens tres partes philosophiæ totius mundi.
(15) Completum est quod dixi de Operatione Solis.

[editar] Tábua de Esmeralda
A tradução da Tabula Smaragdina segue-se:

(1) É verdade, certo e muito verdadeiro:
(2) O que está em baixo é como o que está em cima e o que está em cima é como o que está em baixo, para realizar os milagres de uma única coisa.
(3) E assim como todas as coisas vieram do Um, assim todas as coisas são únicas, por adaptação.
(4) O Sol é o pai, a Lua é a mãe, o vento o embalou em seu ventre, a Terra é sua ama;
(5) O Pai de toda Telesma do mundo está nisto.
(6) Seu poder é pleno, se é convertido em Terra.
(7) Separarás a Terra do Fogo, o sutil do denso, suavemente e com grande perícia.
(8) Sobe da terra para o Céu e desce novamente à Terra e recolhe a força das coisas superiores e inferiores.
(9) Desse modo obterás a glória do mundo.
(10) E se afastarão de ti todas as trevas.
(11) Nisso consiste o poder poderoso de todo poder:
Vencerás todas as coisas sutis e penetrarás em tudo o que é sólido.
(12) Assim o mundo foi criado.
(13) Esta é a fonte das admiráveis adaptações aqui indicadas.
(14) Por esta razão fui chamado de Hermes Trismegistos, pois possuo as três partes da filosofia universal.
(15) O que eu disse da Obra Solar é completo.
Fonte: Wikipédia:



I - "É verdadeiro, sem falsidade, certo e muito verdadeiro

(A verdade nos três mundos)

II - "que àquilo que está em cima é igual àquilo que está embaixo

(Lei da polaridade, da imantação)

e que àquilo que está embaixo é igual àquilo que está em cima,

(Lei da analogia, lei dos sinais de apoio)

para realizar os milagres de uma única coisa.

(Lei do Ternário e de série, lei das correspondências)

III - "E da mesma forma que todas as coisas foram e vieram do Um,

(Lei da unidade e da criação divinas, lei do Número)

assim todas as coisas nasceram desta coisa única por simples ato de adaptação.

(Lei da adaptação)

IV - "O Sol é seu pai, a Lua sua mãe, o vento a carregou em seu útero, a terra é sua ama de leite.

(Os quatro elementos: Fogo (Sol), Água (a Lua, elemento úmido), Ar (o vento); Terra)

O Telesma (perfeição) de todo o mundo está aí.
Seu poder não tem limites sobre a Terra.

V - "Separarás os elementos da Terra daqueles do Fogo, o sutil do grosseiro, cuidadosamente com grande habilidade.

(Arcano da salvação; separação do espírito (sutil) e da matéria (espesso); espiritualização)


Sobe da Terra para o Céu e torna a descer para a Terra e une para si próprio a força das coisas superiores e inferiores...

(Leis da involução e da evolução)

Desse modo, obterás a glória do mundo e as trevas se afastarão de ti.

VI - "Esta coisa é a forte fortaleza de toda força,

(Lei do amor e do sacrifício)

pois vence toda coisa sutil e penetra em toda coisa sólida

(E pela lei do Amor que o Espírito move o universo)

VII - "Assim o mundo foi criado.

(Lei da realização. Amor e Sacrifício criam as obras duráveis)

VIII - "Conseqüentemente esta é a fonte das inúmeras e admiradas adaptações cujo meio está aqui.

IX - "Por esta razão sou chamado Hermes Trimegistos, pois possuo as três partes da filosofia universal."

(Conhecimento absoluto dos três planos do universo: divino, astral, físico)


"O que eu disse a respeito da operação do Sol está realizado e aperfeiçoado."


O Caibalion*

terça-feira, 16 de junho de 2009

Gauguin, el eterno salvaje

Vai,sempre volta
sob o império da beleza
- Espanha, em 1915?

Gauguin, el eterno salvaje

Vai,sempre volta
sob o império da beleza
- mundo a fora

La obra de Vicent van Gogh

Ninguém fica impune
na busca da beleza
- mistério da vida

"SONHOS" de AKIRA KUROSAWA

Quem em sã consciência
dá-se inteiro à beleza
sem deixar rastro?

domingo, 14 de junho de 2009

ORION - O TRAPÉZIO



Região central do aglomerado do Trapézio. Crédito: NASA/ESA/J. Bally, D. Devine & R. Sutherland.

O Trapézio

Um dos aspectos mais fascinantes da observação de Orionte é a região da sua encantadora nebulosa de emissão. Nessa localização, a olho nu pode ver-se a “estrela” designada como Teta de Orionte é na verdade um sistema estelar múltiplo completamente imerso na Grande Nebulosa de Orionte. Com um pequeno binóculo notam-se duas estrelas, mas com instrumentos de maior abertura notam-se bem as quatro principais estrelas a formarem um pequeno trapézio. O facto de os lados desse trapézio terem medidas que vão de 9 a 19 segundos de arco obriga a uma razoável abertura do instrumento.

As estrelas que formam os vértices do Trapézio têm magnitudes que vão dos 5,4 para a mais brilhante até aos 7,5 da mais discreta. No entanto, recorrendo a instrumentos de maior abertura, podem ver-se mais duas estrelas, ambas de magnitude aparente 11. Na verdade, e aqui está o maior fascínio desta região do céu, as seis estrelas antes enumeradas são apenas as mais brilhantes de um enorme grupo do qual mais de 300 têm um brilho aparente superior ao da magnitude 17. Todas estas estrelas são muito jovens, provavelmente com menos de 300 000 anos. Aliás os membros mais jovens do grupo ainda não concluíram o processo de contracção gravitacional, ou seja, ainda não entraram na chamada “sequência principal”.


MITOLOGIA

A mitologia relacionada com esta constelação é muito vasta. Curiosamente, ao estudá-la verifica-se que há alguns pormenores onde o mito do gigante caçador se confunde com o lendário herói Héracles (Hércules para os romanos). Tal confusão não é contudo um exclusivo destas duas constelações, pois, por exemplo, também entre o Sagitário e o Centauro elas se fazem notar.

O nascimento de Orionte

Imagem da constelação de Orionte no Atlas de Hevelius.
Um dia Zeus, Hermes e Posídon viajavam juntos pelo mundo. Ao chegarem à Híria, na Beócia, foram recebidos por Hirieu, um mortal, que apesar de não saber que tinha três deuses em sua casa, os tratou à altura do seu verdadeiro estatuto. Como recompensa, as divindades perguntaram-lhe qual o presente que maior prazer lhe poderia dar. Hirieu, que era viúvo e não tinha filhos, respondeu que o que mais desejava no mundo era ter um descendente. Os deuses ordenaram então a Hirieu que sacrificasse um touro, urinasse sobre a pele do animal e, de seguida, a enterrasse no túmulo da sua falecida mulher. Nove meses depois nasceu-lhe um filho cujo nome estará relacionado com urina ou com o facto da constelação ser visível ao princípio da noite no Inverno portanto com chuva.

Há contudo uma variante desta versão mitológica, segundo a qual os três deuses urinaram sobre a pele duma vitela, que foi de seguida enterrada e dela terá nascido Orionte.

De acordo com outra lenda, Orionte era filho de Posídon, o deus dos mares, e de Euríale uma das filhas do rei Minos. De acordo com esta versão, Posídon teria dado a Orionte o poder de caminhar sobre a água.

A vida do gigante

Orionte tinha crescido tanto que poderia caminhar com os pés no fundo do mar e a cabeça acima da água. O seu prazer favorito era a caça, na qual se fazia acompanhar pelo seu cão Sírio. Segundo Píndaro, Orionte perseguiu as Plêiades (as sete filhas de Atlas e Plêione) durante 5 anos, nas montanhas da Beócia, que só lhe conseguiram escapar por terem pedido ajuda a Zeus. Este transformou-as em pombas (a forma de Píndaro para o nome Plêiades – peleiades – significa “bando de pombas”) e colocou-as no céu, entre as estrelas. Entretanto Orionte casou-se com Sidé, que, por se gabar de ser mais bela que a deusa Hera, foi por esta deusa precipitada no Tártaro.

Mais tarde, Orionte viajou até à ilha de Quios, cujo rei, Enópion, era filho do deus Dioniso. O gigante apaixonou-se pela filha de Enópion, Mérope, (homónima duma das Plêiades). O rei, que não desejava que a filha se casasse com Orionte, disse ao gigante que lha daria em casamento se ele matasse todos os animais selvagens existentes na ilha. Orionte assim fez e todas as noites levava a Mérope as peles dos animais que tinha abatido. Quando deu a tarefa por terminada, dirigiu-se a Enópion e exigiu a sua parte do acordo. No entanto, este recusou-se a cumprir a sua promessa, alegando que ainda haveria leões, ursos e lobos escondidos nas montanhas de Quios.

Certa noite, desalentado com a espera a que se estava a sujeitar, pois por mais que buscasse não encontrava nenhuma fera para caçar, Orionte bebeu uma cabaça inteira do vinho de Enópion e, sob o efeito da bebida, irrompeu pelo quarto de Mérope violando-a. Ao amanhecer, Enópion apercebeu-se do sucedido e invocou o seu pai, Dioniso. Este enviou sátiros ao encontro do gigante da Beócia, que fizeram com que bebesse ainda mais vinho, acabando por cair num sono profundo. Enópion aproveitou-se deste facto para o cegar, após o que ordenou que o deixassem abandonado numa praia.

Orionte guiado por Cedalion procura o Sol nascente (Nicolas Poussin, 1594– 1665). Crédito: Metropolitan Museum of Art, New York.

Disposto a recuperar a visão, Orionte consultou um oráculo. Obteve como resposta que tal poderia acontecer se viajasse para leste e virasse os olhos em direcção a Hélio, o Sol, no local onde este se ergue do Oceano. Utilizando uma pequena barca, Orionte começou a remar e, guiando-se pelo som do martelo de um Ciclope, chegou a Lemnos. Nesta cidade, entrou na forja de Hefesto, que, tendo pena dele, lhe cedeu um jovem aprendiz para que o guiasse. Com a ajuda deste e transportando-o às costas, Orionte viajou por terra e por mar, até chegaram ao Oceano Longínquo, onde os raios de Hélio lhe restituíram a visão. Entretanto, Eos, a Aurora, apaixonou-se pelo gigante e este, depois de ter recuperado a vista, visitou com ela Delos, onde também partilhou a sua cama. A deusa continua ainda a enrubescer todos os dias com a recordação desta paixão, o que explica a cor do céu ao amanhecer, isto apesar de a mitologia grega atribuir a Eos um número incontável de maridos e amantes. Por exemplo, no caso da união com Astreu, o Vento do Crepúsculo, dela terão nascido a «estrela da manhã» (o planeta Vénus), os ventos e todos os astros da noite.

Decidido a vingar-se de Enópion, Orionte regressou a Quios, mas Mérope e o pai já lá não estavam, pois se tinham escondido numa gruta que Hefesto lhes fizera. No entanto, Orionte não desistiu e dirigiu-se para Creta, onde pensou que Enópion se poderia ter refugiado, sob a protecção de Minos, seu avô. Foi ao chegar a Creta que Orionte conheceu Ártemis, que tinha a paixão pela caça tal como ele. A deusa convenceu-o a desistir da vingança e a ficar com ela a caçar em Creta.

A morte de Orionte

Apolo, que conhecia a relação que Orionte tinha tido com Eos, por temer que a sua irmã Ártemis também não resistisse aos encantos do gigante, foi junto de Geia e narrou-lhe, com perfídia, a chacina dos animais selvagens que Orionte havia cometido em Quios. Como castigo a deusa fez com que Orionte fosse perseguido por um escorpião gigante invulnerável a todas as armas dos mortais. Para escapar, o gigante teve de se lançar ao mar, nadando em direcção a Delos, onde procurava obter a protecção de Eos. Mas Apolo não estava satisfeito. Enquanto Orionte nadava (ou caminhava sobre o fundo do mar) perguntou a Ártemis: “Vês lá adiante, muito ao longe, aquela coisa negra que flutua no mar, perto de Ortígia? É a cabeça dum malvado que se chama Candaon e que acaba de seduzir Ópis, uma das tuas sacerdotisas. Desafio-te a atingi-lo com uma das tuas flechas!”

Ártemis ignorava que Candaon era o nome pelo qual Orionte era conhecido na Beócia. Disparou a sua flecha sobre o alvo, após o que se lançou ao mar para ir buscar a sua vítima. Ao verificar que era Orionte, desesperada implorou a Asclépio que o ressuscitasse, mas antes que este pudesse executar a sua tarefa, foi aniquilado por Zeus com um raio.

Outras versões dizem que Ártemis, ao saber que Orionte tinha morto todos os animais de Quios (ou que tinha perseguido as Plêiades), se vingou lançando em sua perseguição um escorpião que acabaria por picar e assim matar o gigante.

Depois da sua morte, Orionte desceu ao inferno, onde foi um dos privilegiados, tal como Minos e Héracles, continuando ali, tal como em vida, a caçar animais selvagens com uma maça de cobre. Mais tarde, foi levado para o céu – acompanhado do seu cão Sírio – onde foi convertido em constelação (por Ártemis na 1ª versão da sua morte, e por Zeus na 2ª).

Qualquer das versões sobre a morte do gigante refere a presença dum escorpião, justificando assim que quando se vê no céu o Escorpião, Orionte não esteja visível e vice-versa.

Fonte: Núcleo-Portal do Astrônomo - Portugal

sábado, 13 de junho de 2009

O QUE FAZEMOS



O que fazemos o tempo inteiro.
http://www.cultureunplugged.com/play/1081/Chicken-a-la-Carte




Até quando o homem
civilizado vai sacrificar
inocentes crianças?


Até quando a morte
vai sustentar a fome
de animais racionais?


Até quando a vida
vai suportar a selvageria
dos animais racionais?


http://www.4shared.com/file/95902550/ea371914/moz-req-lac-her.html



quarta-feira, 3 de junho de 2009

Susan Boyle Britains's Got Talent - Legendado PT BR

Incrivel semelhança
- Ele chorou ao ver esta verdade
antes de mim

terça-feira, 2 de junho de 2009

HINO AO SOL


HINO AO SOL

por Akhenaton

"Adoração de Harakhte que se alegra no horizonte, No seu nome de Luz que está em Aton, vivendo eternamente para sempre, E do Aton vivo que estáe; em festa, senhor de tudo aquilo que circunda Aton
Senhor do céu, senhor da terra, senhor da Casa de Aton em Akhet Aton Rei do Vale e rei do Delta que vive da verdade (Ma'et); Senhor dos Dois Países, Nefer-kheperu-Rá Ua'-en'Rá Filho de Rá que vive da verdade (Ma'et) Senhor das coroas Akhenaton sublime de duração; E da grande esposa real que ele ama,
A senhora das Duas Terras Nefer-nefru-Aton Nefertite, Viva, sã, jovem eternamente para sempre.

Ele diz:
Tu surges belo no horizonte do céu Ó Aton vivo, que deste início ao viver. Quando te ergues no horizonte oriental todas as terras enches de tua beleza
Tu és belo, grande, resplandecente, excelso sobre todo país; Os teus raios iluminam as terras
Até o limite de tudo o que criaste. Tu és Rá e conquistas até o seu limite. Tu as unes para teu filho amado.
Tu estás longe, mas os teus raios encontram-se sobre a terra, Tu estás diante (da gente), mas eles não vêem o teu caminho.

Quando tu vais em paz ao horizonte ocidental, A terra fica na escuridão como morta Os que dormem encontram-se em suas camas, As cabeças cobertas com mantas,
Um olho não vê o outro.
Se roubassem seus bens que se acham debaixo de suas cabeças, Eles nem perceberiam.
Todos os leões saem de suas cavernas; Todas as serpentes, elas mordem.
A escuridão é (para eles) claro. Jaz a terra em silêncio.
Seu criador repousa no horizonte.

Na aurora tu reapareces no horizonte.
Resplandeces como Aton para o dia sereno. Tu eliminas as trevas e lanças teus raios. As Duas Terras estão em festa:
Acordadas e atentas sobre os dois pés. Tu as fizestes levantar.
Lavam os seus membros,
Pegam as suas roupas,
Os seus braços estão em adoração ao seu nascimento. A terra inteira se põe a trabalhar. Todo animal goza de sua pastagem.
Árvores e relvas verdejam.
Os pássaros voam de seus ninhos,
Com as asas (em forma de) adoração a tua essência (ka) Os animais selvagens pulam em seus pés. Aqueles que vão embora, aqueles que pousam, Eles vivem quando tu te levantas para eles. As barcas sobem e descem a corrente
Porque todos os caminhos se abrem quando tu surges. Os peixes do rio movem-se deslizando em tua direção Os teus raios chegam ao fundo do mar.

Tu que procuras que o germe seja fecundado nas mulheres, Tu que fazes a descendência nos homens, Tu que fazes viver o filho no seio de sua mãe, Que o acalentas para que não chore, Tu nutriz de quem ainda está no colo, Que dás o ar para fazer viver tudo o que crias. Quando cai do colo para a terra o dia do nascimento, Tu lhe abres a boca para falar
E provês as suas necessidades.

Quando o pintinho está no ovo(loquaz na pedra) Tu ali dentro lhe dás ao para viver. Tu o completas para que quebre a casca
E dela sai para piar e completar-se
E caminhe com seus dois pés recém-nascidos.

Quão numerosas são as tuas obras! Elas são irreconhecíveis aos olhos (dos homens) Tu, Deus único, afora de tu nenhum outro existe. Tu criaste a terra ao teu desejo,
Quando tu estavas só,
Com os homens, o gado, e todos os animais selvagens. E tudo o que dá sobre a terra - e anda sobre seus pés - E tudo aquilo que está no espaço - e voa sobre suas asas. E os países estrangeiros, a Síria, a Núbia, e a terra do Egito. Tu colocaste todo homem em seu lugar
Proveste as suas necessidades
Cada um com o seu alimento

E é contada sua duração em vida. As suas línguas são ricas de palavras, E também seus caracteres e suas peles. Tens diferenciado os povos estrangeiros. E feito um Nilo Duat (isto é, o mundo subterrâneo) Leva-o aonde queres para dar vida às pessoas, Assim como tu as criaste.
Tu, senhor de todas elas,
Que te cansas por elas,
Ó Aton do dia, grande em dignidade!

E todos os países estrangeiros e distantes, Tu fazes que também eles vejam.
Puseste um Nilo no céu que desce para eles (isto é, a chuva) E que faz ondas sobre os montes como um mar E banha seus campos e suas regi&otiilde;es. Quão perfeitos os teus conselhos todos, Ó Senhor da eternidade!
O Nilo do céu é teu (presente) para os estrangeiros E para todos os animais do deserto que caminham sobre os pés: Mas o Nilo verdadeiro vem de Duat para o Egito.

Os teus raios trazem a nutrição para todas as plantas; Quando tu resplandece, elas vivem e prosperam para ti. Tu fazes as estações
Para que se desenvolva tudo o que tu crias: O inverno para refrescá-las,
O ardor para que te degustem.

Tu fizeste o céu distante
Para brilhares nele
E para ver tudo, tu único
Que resplandeces forma de Aton vivo,
Nascido é luminoso, distante e (também vizinho. Tu apresentas milhões de formas de ti, tu único: Cidades, povoados, campos, caminhos, rios. Todo olho vê a ti diante de si
E tu és o Aton do dia sobre (a terra).

Quando te afastas
E (dorme) todo olho do qual criaste a visão Para não te ver sozinho.
(e não se verá mais) o que tu criaste, Tu estás (ainda) no meu coração. Não há nenhum outro que te conheça Exceto o teu filho Nefer-kheperu-Rá Ua-en-Rá Tu fazes com que ele seja instruído em teus ensinamentos e em teu valor.
A terra está em tua mão
Como tu a tens criado.
Se tu resplandeces, eles vivem,
Se tu te pões no horizonte, eles morrem; Tu és a própria duração da vida. E se vive de ti.

Os olhos vêem beleza, enquanto tu não te pões. Deixa-se todo trabalho quando tu te pões à direita (isto é, no Ocidente).
Quando tu resplandeces, dás vigor ao rei, E agilidade para todos
Desde quando fundaste a terra.

Tu te levantas para o teu filho
Que saiu do teu corpo
O rei do Vale e do Delta que vive da verdade, O Senhor dos Dois Países Nefer-kheperu-Rá O filho de Rá que vive da verdade, O Senhor das coroas Akhenaton
Sublime de duração de vida: E da grande esposa real, a senhora dos Dois Países Nefer-neferu-Aton Nefertite
Viva, jovem para sempre na eternidade."

NOTAS:

(trad. de S. Donadoni, de A Literatura Egípcia, Sansoni, Florença)

O grande Hino de Akhenaton data do século XIV antes de Cristo, e está inscrito sobre uma parede da tumba de Ay, no lugar atualmente chamado Tel-el-Amarna no medio egito. O hino foi composto provavelmente pelo próprio Akhenaton em honra do deus-sol-Aton (simbolizado pelo globo solar), não propriamente o sol, mas o espírito do sol.
O Salmo 104 de Davi é muito semelhante a este hino.

segunda-feira, 1 de junho de 2009

Pensamentos e Frases de PITÁGORAS


* PENSAMENTOS E FRASES DE PITÁGORAS *

01 - "Com organização e tempo, acha-se o segredo de fazer tudo e bem feito."(Pitágoras)
*
02 - "Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos."(Pitágoras)
*
03 - "Em estado de dúvida, suspende o juízo."(Pitágoras)
*
04 - "O homem é a medida de todas as coisas."(Pitágoras)
*
05 - "O homem é mortal por seus temores e imortal por seus desejos."(Pitágoras)
*
06 - "O universo é uma harmonia de contrários."(Pitágoras)
*
07 - "Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo."(Pitágoras)
*
08 - "Os homens são miseráveis, porque não sabem ver nem entender os bens que estão ao seu alcance"(Pitágoras)
*
09 - "Elege para teu amigo o homem mais virtuoso que conheces."(Pitágoras)
*
10 - "Os amigos têm tudo em comum, e a amizade é a igualdade."(Pitágoras)
*
11 - "A melhor maneira que o homem dispõe para se aperfeiçoar, é aproximar-se de Deus."(Pitágoras)
*
12 - "Não te gabes de ser adorado por uma mulher que se adora muito."(Pitágoras)
*
13 - "Despreza as estradas largas, segue os carreiros."(Pitágoras)
*
14 - "O defeito é um monstro que não procria."(Pitágoras)
*
15 - "O homem é mortal por seus temores e imortal pelos seus desejos."(Pitágoras)
*
16 - "A verdadeira amizade significa unir muitos corações e corpos num coração e num espírito."(Pitágoras)
*
16 - "A vida é como uma sala de espetáculos; entra-se, vê-se e sai-se."(Pitágoras)
*
17 - "O ser capaz mora perto da necessidade."(Pitágoras)
*
18 - "Os afetos podem, às vezes, somar-se. Subtrair-se, nunca."(Pitágoras)
*
19 - "Ajuda o teu semelhante a levantar a carga, mas não a levá-la."(Pitágoras)
*
20 - "Educai as crianças para que não seja necessário punir os adultos."(Pitágoras)
*
21 - "O riso afasta o medo e quem não tem medo não tem fé."(Pitágoras)
*
22 - "As palavras são os suspiros da alma."(Pitágoras)
*
23 - "Educai as crianças e não será preciso punir os homens."(Pitágoras)
*
24 - "Não é livre quem não obteve domínio sobre si.”(Pitágoras)
*
25 - "Pensem o que quiserem de ti; faz aquilo que te parece justo."(Pitágoras)
*
26 - "O que fala semeia; o que escuta recolhe."(Pitágoras)
*
27 - "Ajuda teus semelhantes a levantar a carga, mas não a carregues."(Pitágoras)
*
28 - "Com ordem e com tempo encontra-se o segredo de fazer tudo e tudo fazer bem."(Pitágoras)
*
29 - "Todas as coisas são números."(Pitágoras)
*
30 - "A Evolução é a Lei da Vida, o Número é a Lei do Universo, a Unidade é a Lei de Deus."(Pitágoras)
*
31 - "A vida é como uma sala de espectáculos: entra-se, vê-se e sai-se."(Pitágoras)
*
32 - "Ninguém pode carregar as dores e o sofrimento de outrem."(Pitágoras)
*
33 - "Purifique teu coração para permitir que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda no recipiente sujo."(Pitágoras)
*
34 - "Se o que tens a dizer não é mais belo que o silêncio, então cala-te."(Pitágoras)
*
35 - "Deus é uno. Ele não está jamais, como pesam alguns, fora do mundo, mas sim totalmente no mundo inteiro.Deus está no Universo e o Universo está em Deus." (Pitágoras)
*
36 - "O Mundo e Deus não são mais que uma unidade."(Pitágoras)
*
37 - "Observa o teu culto a família e cumpre teus deveres para com teu pai, tua mãe e todos os teus parentes. Educa as crianças e não precisarás castigar os homens."(Pitágoras)
*
38 - "Não pede nada nas tuas preces, porque tu não sabes o que é útil e só Deus conhece as tuas necessidades.(Pitágoras)
*
39 - "A melhor maneira que o homem dispõe para se aperfeiçoar, é aproximar-se de Deus" (Pitágoras)
*
40 - "O homem é mortal por seus temores e imortal pelos seus desejos"(Pitágoras)
*
41 - "A prudência é o olho de todas as virtudes."(Pitágoras)
*
42 - "Eduque às crianças e não será necessário castigar aos homens"(Pitágoras)
*
43 - "Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo."(Pitágoras)
*
44 - "Escreve na areia as faltas de teu amigo."(Pitágoras)
*
45 - "Escuta e serás sábio. O começo da sabedoria é o silêncio."(Pitágoras)
*
46 - "O UNIVERSO É UMA HARMONIA DE CONTRÁRIOS."(Pitágoras)
*
47 - "A matemática é o alfabeto com o qual DEUS escreveu o universo"(Pitágoras)
*
48 - "A VIDA É COMO UMA SALA DE ESPETÁCULOS ENTRA-SE,VÊ-SE E SAI-SE."(Pitágoras)
*
49 - "Eduquem as crianças e não será necessário castigar os homens."(Pitágoras)
*
50 - "Educai as crianças, para que não seja necessário punir os adultos."(Pitágoras)
*
51 - "O homem é a medida de todas as coisas." [Pitágoras]
*
52 - "Ajuda o teu semelhante a levantar a carga, mas não a levá-la." [Pitágoras]
*
53 - "O defeito é um monstro que não procria." [Pitágoras]
*
54 - "Elege para teu amigo o homem mais virtuoso que conheces." (Pitágoras)
*
55 - "Não te gabes de ser adorado por uma mulher que se adora muito."(Pitágoras)
*
56 - "A verdadeira amizade significa unir muitos corações e corpos num coração e num espírito." [Pitágoras]
*
57 - "O ser capaz mora perto da necessidade." [Pitágoras]
*
58 - "Anima-te por teres de suportar as injustiças; a verdadeira desgraça consiste em cometê-las." [Pitágoras]
*
59 - "Os afetos podem, às vezes, somar-se. Subtrair-se, nunca." [Pitágoras]
*
60 - "A vida é como uma sala de espetáculos; entra-se, vê-se e sai-se." [ Pitágoras ]
*
61 - "Os homens são miseráveis, porque não sabem ver nem entender os bens que estão ao seu alcance." [Pitágoras]
*
62 - "As palavras são os suspiros da alma." [Pitágoras]
*
63 - "Os amigos têm tudo em comum, e a amizade é a igualdade." [Pitágoras]
*
64 - "O universo é uma harmonia de contrários." [Pitágoras]
*
65 - "O princípio é a metade do tudo." [Pitágoras ]
*
66 - "Oh, legislador! Não me dê leis para o povo, mas sim povo para as leis." [Pitágoras]
*
67 - "Nada perece no Universo; tudo o que acontece nele não passa de meras transformações." [Pitágoras]
*
68 - "Em três partes se divide o alma humana: em mente, em sabedoria e em ira."
[ Pitágoras ]
*
69 - "Não faças de teu corpo a tumba de tua alma." [Pitágoras]
*
70 - "Uma bela velhice é, ordinariamente, a recompensa de uma bela vida." [Pitágoras]
*
71 - "A amizade é uma igualdade harmoniosa." [Pitágoras]
*
72 - Antes de fazer alguma coisa , pense , quando achar que já pode faze-la , pense novamente . (Pitágoras)
*
73 - Uma bela velhice é, comumente, recompensa de uma bela vida.(Pitágoras)
*
74 - "Purifica o teu coração antes de permitires que o amor entre nele, pois até o mel mais doce azeda num recipiente sujo." (Pitágoras)

***
·
OS VERSOS DE OURO DE PITÁGORAS

1. "Honra em primeiro lugar os deuses imortais, como manda a lei.

2. A seguir, reverencia o juramento que fizeste.

3. Depois os heróis ilustres, cheios de bondade e luz.

4. Homenageia, então, os espíritos terrestres e manifesta por eles o devido respeito.

5. Honra em seguida a teus pais, e a todos os membros da tua família.

6. Entre os outros, escolhe como amigo o mais sábio e virtuoso.

7. Aproveita seus discursos suaves, e aprende com os atos dele que são úteis e virtuosos.

8. Mas não afasta teu amigo por um pequeno erro,

9. Porque o poder é limitado pela necessidade.

10. Leva bem a sério o seguinte: Deves enfrentar e vencer as paixões:

11. Primeiro a gula, depois a preguiça, a luxúria, e a raiva.

12. Não faz junto com outros, nem sozinho, o que te dá vergonha.

13. E, sobretudo, respeita a ti mesmo.

14. Pratica a justiça com teus atos e com tuas palavras.

15. E estabelece o hábito de nunca agir impensadamente.

16. Mas lembra sempre um fato, o de que a morte virá a todos;

17. E que as coisas boas do mundo são incertas, e assim como podem ser conquistadas, podem ser perdidas.

18. Suporta com paciência e sem murmúrio a tua parte, seja qual for,

19. Dos sofrimentos que o destino determinado pelos deuses lança sobre os seres humanos.

20. Mas esforça-te por aliviar a tua dor no que for possível.

21. E lembra que o destino não manda muitas desgraças aos bons.

22. O que as pessoas pensam e dizem varia muito; agora é algo bom, em seguida é algo mau.

23. Portanto, não aceita cegamente o que ouves, nem o rejeita de modo precipitado.

24. Mas se forem ditas falsidades, retrocede suavemente e arma-te de paciência.

25. Cumpre fielmente, em todas as ocasiões, o que te digo agora:

26. Não deixa que ninguém, com palavras ou atos,

27. Te leve a fazer ou dizer o que não é melhor para ti.

28. Pensa e delibera antes de agir, para que não cometas ações tolas,

29. Porque é próprio de um homem miserável agir e falar impensadamente.

30. Mas faze aquilo que não te trará aflições mais tarde, e que não te causará arrependimento.

31. Não faze nada que sejas incapaz de entender.

32. Porém, aprende o que for necessário saber; deste modo, tua vida será feliz.

33. Não esquece de modo algum a saúde do corpo,

34. Mas dá a ele alimento com moderação, o exercício necessário e também repouso à tua mente.

35. O que quero dizer com a palavra moderação é que os extremos devem ser evitados.

36. Acostuma-te a uma vida decente e pura, sem luxúria.
Pitágoras "

sábado, 30 de maio de 2009

Flor de Lótus


No Egito Antigo existiam duas espécies nativas de lótus: o lótus branco (Nymphaea lotus) e a espécie azul (Nymphaea cerulea). A terceira espécie, o lótus rosa (Nelumbo nucifera) veio da Pérsia e cultivada no Egito durante o último período. Estas três espécies aparecem retratadas na arte egípcia. O lótus rosado apareceu especificamente na arte helenística enquanto que o lótus azul, considerado sagrado pelos egípcios, é o que aparece nos hieróglifos.

O lótus ou nenúfar era sagrado para os deuses solares, pois ao nascer, esta planta se volta para o leste como se tivesse prestando honras ao sol nascente. Na arte era utilizado como símbolo do Baixo-Egito e era retratado com suas folhas entrelaçadas com papiros (símbolo do Alto-Egito) simbolizando a unificação de ambas as terras.

O lótus se fecha ao anoitecer e submerge na água. Ao amanhecer emerge e floresce novamente. A flor se converteu no símbolo natural do sol e da criação. Em Hermópolis acreditava-se que existia um lótus gigantesco que emergia das "águas primordiais de Nun" do qual logo aparecia no meio de suas folhas, o deus solar.

Como um símbolo que evoca o "renascimento" era associado a lenda da morte e ressurreição de Osíris. Os quatro filhos de Hórus aparecem sobre o lótus e de frente para Osíris. No Livro dos Mortos o lótus é mencionado com uma citação: "Transforma a ti mesmo num lótus e terás a promessa de ressurreição".

~ Arnaldo Poesia ~

Arnaldo Poesia
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*
Parece mágica
o tesouro no fundo do Mar
- A Flor de Lótus.
*
A imaginação tem a chave
do portal da piscina sagrada
- morada da insólita Flor.
*
Minha'alma flor
nasceu da torre-emborcada
- voou,voltou para mim.
*
Flores aquáticas
nas águas enigmáticas
-espelham a Alma
*
Piscina sagrada
- templo talhado nas entranhas
do coração do Mar.
*
No centro da Terra
a bela engrenagem,matriz da vida
-secreta sideral passagem.
*
No coração da Terra
se realiza a fotossítese
da mentalidade humana.
*
O segredo da Terra
pulsa no coração do Lótus
-igual no coração do homem.
*
Lótus branco azulado
vive e deslumbra consciência
- singular mensageiro.

Nas águas sagradas
templo de colossal beleza
espera conquistador.

Lótus gigante azulado
mega taça da Arca Solar
sustenta mentes e mundos.

*

terça-feira, 26 de maio de 2009

A Rosa de Paracelso




A Rosa de Paracelso

Jorge Luis Borges

De Quincey: Writings, XIII, 345

Em sua oficina, que abarcava os dois cômodos do porão, Paracelso pediu a seu Deus, a seu indeterminado Deus, a qualquer Deus, que lhe enviasse um discípulo.

Entardecia. O escasso fogo da lareira arrojava sombras irregulares. Levantar-se para acender a lâmpada de ferro era demasiado trabalho. Paracelso, distraído pela fadiga, esqueceu-se de sua prece. A noite havia apagado os empoeirados alambiques e o atanor quando bateram à porta. O homem, sonolento, levantou-se, subiu a breve escada de caracol e abriu uma das portadas. Entrou um desconhecido. Também estava muito cansado. Paracelso lhe indicou um banco; o outro sentou-se e esperou. Durante um tempo não trocaram uma palavra.

O mestre foi o primeiro que falou:

- Lembro-me de caras do Ocidente e de caras do Oriente - falou, não sem certa pompa - Não me lembro da tua. Quem és e que desejas de mim?

- O meu nome não importa - replicou o outro - Três dias e três noites tenho caminhado para entrar em tua casa. Quero ser teu discípulo. Trago-te todos os meus bens - e tirou um taleigo que colocou sobre a mesa. As moedas eram muitas e de ouro.

Fê-lo com a mão direita. Paracelso lhe havia dado as costas para acender a lâmpada. Quando se voltou, viu que na mão esquerda ele segurava uma rosa, que o inquietou. Recostou-se, juntou as pontas dos dedos e falou:

- Acreditas que sou capaz de elaborar a pedra que transforma todos os elementos em ouro e ofereces-me ouro. Não é ouro o que procuro, e se o ouro te importa, não serás meu discípulo.

- O ouro não me importa - respondeu o outro. - Essas moedas não são mais do que uma parte da minha vontade de trabalho. Quero que me ensines a Arte; quero percorrer a teu lado o caminho que conduz à Pedra.

Paracelso falou devagar:

- O caminho é a Pedra. O ponto de partida é a Pedra. Se não entendes estas palavras, nada entendes ainda. Cada passo que deres é a meta.

O outro o olhou com receio. Falou com voz diferente:

- Mas, há uma meta?

Paracelso riu-se.

- Os meus difamadores, que não são menos numerosos que estúpidos, dizem que não, e me chamam de impostor. Não lhes dou razão, mas não é impossível que seja uma ilusão. Sei que há um Caminho.

- Estou pronto a percorrê-lo contigo, ainda que devamos caminhar muitos anos. Deixa-me cruzar o deserto. Deixa-me divisar, ao menos de longe, a terra prometida, ainda que os astros não me deixem pisá-la. Mas quero uma prova antes de empreender o caminho.

- Quando? - falou com inquietude Paracelso.

- Agora mesmo - respondeu com brusca decisão o discípulo.

Haviam começado a conversa em latim; agora falavam em alemão. O garoto elevou no ar a rosa.

- É verdade - falou - que podes queimar uma rosa e fazê-la ressurgir das cinzas, por obra da tua Arte. Deixa-me ser testemunha desse prodígio. Isso te peço, e te dedicarei, depois, a minha vida inteira.

- És muito crédulo - disse o mestre - Não és o menestrel da credulidade. Exijo a Fé!

O outro insistiu.

- Precisamente por não ser crédulo, quero ver com os meus olhos a aniquilação e a ressurreição da rosa.

Paracelso a havia tomado e ao falar, brincava com ela.

- És um crédulo - disse. - Perguntas-me se sou capaz de destruí-la?

- Ninguém é incapaz de destruí-la - falou o discípulo.

- Estás equivocado. Acreditas, porventura, que algo pode ser devolvido ao nada? Acreditas que o primeiro Adão no Paraíso pode haver destruído uma só flor ou uma só palha de erva?

- Não estamos no Paraíso - respondeu teimosamente o moço - Aqui, abaixo da lua, tudo é mortal.

Paracelso se havia posto em pé.

- Em que outro lugar estamos? Acreditas que a divindade pode criar um lugar que não seja o Paraíso? Acreditas que a Queda seja outra coisa que ignorar que estamos no Paraíso?

- Uma rosa pode queimar-se - falou, com insolência, o discípulo.

- Ainda fica o fogo na lareira - disse Paracelso - Se atiras esta rosa às brasas, acreditarías que tenha sido consumida e que a cinza é verdadeira. Digo-te que a rosa é eterna e que só a sua aparência pode mudar. Bastar-me-ia uma palavra para que a visse de novo.

- Uma palavra? - perguntou com estranheza o discípulo - O atanor está apagado e estão cheios de pó os alambiques. O que farías para que ressurgissem?

Paracelso olhou-o com tristeza.

- O atanor está apagado - reiterou - e estão cheios de pó os alambiques. Nesta etapa de minha longa jornada uso outros instrumentos.

- Não me atrevo a perguntar quais são - falou o moço, deixando Paracelso na dúvida se foi com astúcia ou com humildade. E continuou - Falastes do que usou a divindade para criar os céus e a terra. Falastes do invisível Paraíso em que estamos e que o pecado original nos oculta. Falastes da Palavra que nos ensina a ciência da Cabala. Peço-te, agora, a mercê de mostrar-me o desaparecimento e o aparecimento da rosa. Não me importa que operes com alambiques ou com o Verbo.

Paracelso refletiu. Depois disse:

- Se eu o fizesse, dirias que se trata de uma aparência imposta pela magia dos teus olhos. O prodígio não te daria a Fé que buscas: Deixa, pois, a Rosa.

O jovem o olhou, sempre receoso. O mestre elevou a voz e lhe disse:

- Além disso, quem és tu para entrar na casa de um mestre e exigir um prodígio? Que fizeste para merecer semelhante dom?

O outro replicou, temeroso:

- Já que nada tenho feito, peço-te, em nome dos muitos anos que estudarei à tua sombra, que me deixes ver a cinza, e depois a Rosa. Não te pedirei mais nada. Acreditarei no testemunho dos meus olhos.

Tomou com brusquidão a rosa encarnada que Paracelso havia deixado sobre a cadeira e a atirou às chamas. A cor se perdeu e só ficou um pouco de cinza. Durante um instante infinito, esperou as palavras e o milagre.

Paracelso não havia se alterado. Falou com curiosa clareza:

- Todos os médicos e todos os boticários de Basiléia afirmam que sou um farsante. Talvez eles estejam certos. Aí está a cinza que foi a rosa e que não o será.

O jovem sentiu vergonha. Paracelso era um charlatão ou um mero visionário e ele, um intruso que havia franqueado a sua porta e o obrigava agora a confessar que as suas famosas artes mágicas eram vãs.

Ajoelhou-se, e falou:

- Tenho agido de maneira imperdoável. Tem-me faltado a Fé que exiges dos crentes. Deixa-me continuar a ver as cinzas. Voltarei quando for mais forte e serei teu discípulo e no final do Caminho, verei a Rosa.

Falava com genuína paixão, mas essa paixão era a piedade que lhe inspirava o velho mestre, tão venerado, tão agredido, tão insigne e portanto tão oco. Quem era ele, Johannes Grisebach, para descobrir com mão sacrílega que detrás da máscara não havia ninguém? Deixar-lhe as moedas de ouro seria esmola. Retomou-as ao sair.

Paracelso acompanhou-o até ao pé da escada e disse-lhe que em sua casa seria sempre bem-vindo. Ambos sabiam que não voltariam a ver-se. Paracelso ficou só. Antes de apagar a lâmpada e de se recostar na velha cadeira de braços, derramou o tênue punhado de cinza na mão côncava e pronunciou uma palavra em voz baixa. A Rosa ressurgiu.

- Fim -

domingo, 24 de maio de 2009

LEDA E O CISNE NA POESIA






Leda e o Cisne,
de Paul Prosper Tillier, 1860

Decidi experimentar volúpia nova
E encarnar princesas mitológicas
Acolhendo as entidades pouco lógicas
Em que Zeus transfigurado punha à prova

A doce e embevecida prontidão
Em tê-lo entre as coxas bem no meio
Ou como chuva de ouro no meu seio
Mesmo que ensopasse meu colchão.

Assim comecei pelo meu cisne
Que ganhara de meu pai, enternecida
Por sua beleza branca enaltecida

Em que senti das plumas como seda
Emergir rubro arpão sem que me tisne
As pétalas e encantos, como Leda...

Selma Alves Rocha

Leda e o cisne
1º Canto

Suave se aproxima em branca plumagem
Cercando Leda no aquecer das penas,
Garboso, empina as asas, distende o carmim olhar
E toca-lhe a pele, com o bico, apenas...

Leda não se move, lânguida
na misteriosa sedução perene,
nem crendo, afasta os joelhos lentamente,
abrindo-se ao Cisne, infrene.

O abraço de asas em vigor é assalto
co'a força do bico na nuca, e presa
sob o peito robusto, o desejo lhe arrebata
no leque de penas que em Leda adentra ...

Imóvel em suas coxas orgasma o Cisne
Rasgando-lhe a gruta vezes eternas,
Estremece em plumagem, treme penugens
Quando Leda o envolve no abraço das pernas!


Leda e o cisne
2º Canto

Um Deus em mim!
Um Cisne em mim!
Esse ato louco
Farfalhando asas
No grunhido rouco...

Um Cisne em mim!
Um Deus em mim!
Nosso êxtase louco
a penugem sagrada
Estremece meu corpo...

Esse ato em mim!
O farfalhar em mim!
Um Cisne louco
Um Deus de asas...


Leda e o cisne
3º Canto

Ela repousa...a beleza adormece
Em meio aos cisnes do calmo lago
Ela repousa...eis a hora!
Nua na relva, no verde afago...

Tão bela...Eis Leda...a proibida
Que a outro pertence e lhe é só sua
Do Olimpo que Deus não a quereria?
Escravo do belo, me rendo....Zeus...

Em desejo me transporto...ei-la!
Desperta aos cisnes de branca plumagem
Seus dedos se estendem nas águas silentes
Seus joelhos se abrem...eterna miragem.

Me visto em penugens e meus braços de asas
Arriscam o vôo até a outra margem
Sacudindo as penas respingo-a inteira
A sentir seu perfume em cada gesto.

Uma carícia...seu afago...Eis a hora!
Leda minha, um Deus a quer
No peito estufado, nas asas turbadas
Nas coxas fêmeas macias...eis a mulher!

É a hora...não se move... Leda espera
A posse alada que já nos domina
Sua nuca mansa, no bico já presa
Faz rendição das pernas que me fascina!

Sobre Leda eis-me! Eis a hora!
Mesclado em desejos... Deus... Cisne!
Mergulho insano na intumescida fenda
Finco em mais sua gruta enquanto cisme!

Tremor, arrepios, gozo tenaz
Eis-me em Leda, é a hora!
Fecundo seu ventre na avidez mordaz
Possuída és, para sempre e agora!


Leda e o cisne
4º Canto
 

Coração já não é o meu
Nem de Zeus
Coração é Leda!!!

Corpo já não é o meu
Nem de Zeus
Corpo é de Leda!!!

*
Desejo já não é o meu
Nem de Zeus
Desejo é de Leda!!!

*
O êxtase
O gozo
O frêmito
A posse
Rendição nossa!!!


Leda e o cisne
5º Canto - Triunfo do Desejo

Nem o sagrado recinto
Dos Deuses, o Panteón

Nem a distância da Terra
Nas margens do lago protegida
Nem as aves, nem o bando
Imunes estão...

*
Basta um olhar!

E do olhar, o desejo
E do desejo o prazer
E que isto se faça e seja
Para matar ou morrer...
*
Transmutar-se, transformar-se
Ser outro ser e não ser
Metamorfosear-se de súbito
Para tudo acontecer...
*
Ao fundo, ao largo, no interno
Nada se confunde, dúvida não há
A vontade se avulta e arremessa
Ao delírio divino que será.

*
Nada imunes, portanto, eis o cuidado!
Ó mortais e deuses de todos os Tempos!
Sempre Leda existirá e um Deus
Se fará Cisne e dela se apossará
Em metamorfoses, sedentos!

Leda e o Cisne 
- Peter Paul Rubens
Holanda, 1577-1640